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Diversidade na

Aprendizagem de Pessoas
com Necessidades Especiais

Andréia Heiderscheidt Fuck


Concepções de Aprendizagem e desenvolvimento e suas implicações no
ato pedagógico

“Nossas diferenças e as Concepções de Aprendizagem ”

CONCEITOS

Diferenças Deficiências

Diferenças significativas
Concepções de Aprendizagem e desenvolvimento e suas implicações no
ato pedagógico

Conceito
Segundo Amaral (1998), o sentido atribuído à deficiência
é o de uma diferença significativa, algo que expressa a
falta, o atraso, o desvio, que se afasta de modo
preponderante daquilo que consideramos normal e que
coloca o sujeito que apresenta tal condição em intensa
desvantagem social.
Concepções de Aprendizagem e desenvolvimento e suas implicações no
ato pedagógico

CONCEITO DE APRENDIZAGEM
VYGOTSKY
É o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores,a
partir do seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo
que se diferencia dos fatores inatos (capacidade de digestão, por exemplo, que já nasce com
o indivíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da informação do
ambiente (maturação sexual, por exemplo). A ideia de aprendizado em Vygotsky, por sua
ênfase sócio-histórica, inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo.
Concepções de Aprendizagem e desenvolvimento e suas implicações no
ato pedagógico

Anormalidade

Entendida não mais como patologia, seja individual ou social, mas como
expressão da:

“Diversidade da natureza e da condição


humana”
DEFECTOLOGIA

DEFECTO – defeito, anormal, déficit, deficiência


LOGIA - Elemento sufixo que indica o estudo de determinada matéria.
A defectologia é o estudo do desenvolvimento e da educação da criança com
“deficiência” – Necessidades Educativas Especiais.
Campo de estudo sobre as pessoas que apresentam algum tipo de “defeito”– aqueles
que não se enquadram nos parâmetros da normalidade. Seja sob uma condição física
ou psicológica.
DEFCTOLOGIA

PERSPECTIVA SÓCIO HISTÓRICA CULTURAL

▪ Indivíduo – Sujeito Coletivo


As experiências vivenciadas em um determinado tempo espaço da
história, tem implicações nas futuras experiências a serem vividas
por outras pessoas, em outras épocas.
Com base nessa ideia podemos dizer que os órgãos que podem ser
afetados pela deficiência são mais que biológicos, são órgãos
sociais.
DEFCTOLOGIA

▪ Vygotski (1995) descreve o desenvolvimento em dois planos: natural (biológico) e


cultural (histórico/social)
DEFICIÊNCIA PRIMÁRIA – Deficiência biológica – orgânica/natural.
DEFICIÊNCIA SECUNDÁRIA – Deficiência produzida a partir do modo como a
sociedade a concebe – perda das funções sociais.
Nesse sentido...
A perda das funções sociais é consequência secundária à deficiência orgânica
(primária) – e é, também, a perda mais significativa, tendo em vista, que a mesma
compromete o processo de inserção dos sujeitos no tempo espaço em que vivemos –
afetando o seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, bem como,
comprometendo os seus direitos de cidadania.
DEFCTOLOGIA

Entre o SER HUMANO e sua estrutura física (seu corpo biológico, orgânico),
encontram-se as Práticas Sociais e Culturais, bem como a sua a História pessoal e
coletiva (corpo social, histórico e cultural).
Entre o SER HUMANO com deficiência encontram-se também as relações que a
Sociedade estabelece como padrões ao convívio social.
Constituindo-se assim, uma Cultura de confronto entre o sentido de normal e de “não
normal”, numa relação de poder.
A criança só percebe o peso de sua deficiência a partir do momento que é confrontada
a ser como uma criança normal –normas padronizadas na/pela cultura de uma dada
sociedade.
DEFCTOLOGIA

▪ Como podemos ver...


A criança não se vê como pessoa com deficiência.
É a sociedade que lhe coloca em uma posição social inferior.
A criança não sente diretamente seu defeito.
Mas percebe as dificuldades advindas do mesmo, principalmente pela existência de um
padrão de normalidade imposto e pela estruturação da sociedade para atender ou não suas
necessidades.
O defeito só se torna deficiência quando a criança é privada de ser partícipe da vida social.
“uma criança cujo desenvolvimento é impedido por um defeito não é simplesmente
uma criança menos desenvolvida do que seus pares, mas uma criança que se
desenvolveu de maneira diferente” (VYGOTSKI 1993, p. 30).
DEFCTOLOGIA

Os estudos com base na defectologia tem nos instigado a rever o conceito de inclusão
que estão implicados nos conceitos de “não normal, deficiência, defeito, déficit”.

Rever tais conceitos exige uma visão dialética do contexto em que vivemos – de
modo que possamos compreender os sujeitos e suas possibilidades, com vistas à sua
inserção nas práticas sociais e culturais, enquanto sujeitos de direitos.
DEFCTOLOGIA

Reconhecimento das necessidades reais dos sujeitos


A “deficiência”, constitui uma necessidade real.
Ela age como um incentivo para aumentar o desenvolvimento de
outras funções no organismo.
Provoca o organismo no sentido de busca por novas possibilidades,
desvelando o caráter criador da aprendizagem desenvolvimento.
Pintores de telas que usam a boca para segurar o pincel, por
exemplo...
DEFCTOLOGIA

▪ Por isso,
Sem negar as marcas do corpo (biológico – orgânico), precisamos compreender
que o fenômeno da deficiência é determinado no lócus das práticas sociais e
culturais.
O modo como interagimos com as pessoas “com deficiência”, a forma como
percebemos seu jeito de ser, a maneira como propiciamos as experiências
cotidianas e científicas têm implicações no modo como aprendem e se
desenvolvem, além do conceito que produzem sobre si mesmas.
DEFCTOLOGIA

▪ Revendo o sentido de normal e anormal...


Precisamos rever o olhar tradicional, que entende o defeito como menos, falha,
deficiência...
Esse modo de ver a “deficiência”, limita a aprendizagem e o desenvolvimento da
criança.
Concebe a “deficiência” enquanto perda dessa ou daquela função.
Daí que as práticas pedagógicas nessa perspectiva são construídas, em geral, pelo
método da subtração das funções perdidas em relação à ideia da criança normal.
Mas o que é normal e anormal? Do ponto de vista de quem caracterizamos um ser
humano de normal e de anormal?
DEFCTOLOGIA

▪ Ponto de vista da defectologia...


Os estudos da defectologia, se apresentam com um novo ponto de vista, que visa
romper com as ideias que prescrevem as características negativas da criança, isto é, as
suas faltas.
Desse modo, assume o posicionamento de promover os aspectos da personalidade dos
sujeitos com “deficiência”, destacando-os como pessoas que produzem
conhecimentos, culturas e histórias.
Isso significa que, antes de se investigar a deficiência é preciso conhecer a pessoa
com deficiência, tendo em vista que a deficiência está contextualizada e marcada
pelas condições concretas da vida social.
DEFCTOLOGIA

▪ Sendo assim...
A defectologia na perspectiva sócio histórica cultural se ancora no conceito de
superação, busca a produção de conhecimentos.
Evidencia as possibilidades experimentadas em cada experiência vivida.
Não se limita a identificar os limites que a “deficiência” impõe ao indivíduo.
Não se compara indivíduos, mas sim, se busca conhecer cada um, seus percursos,
ritmos e modos de aprendizagem.
Daí a importância de superar o conceito de debilidade, déficit, falha...
DEFCTOLOGIA

▪ A percepção da deficiência para além das Dificuldades Superáveis


Subestimava-se o potencial das crianças, recorrendo a currículos reduzidos com foco
em atividades repetitivas, habilidades motoras, representações concretas, por não se
acreditar na possibilidade de abstração.
Precisamos defender uma educação que não se adapte à deficiência, mas que percebe
que as dificuldades impostas pelo contexto em que vivemos são superáveis.
Devemos levar em consideração que os problemas que os sujeitos ainda não
conseguem resolver hoje, podem ser superados e resolvidos em outros tempos
espaços da história da humanidade.
DEFCTOLOGIA

▪ Daí a importância do ensino aprendizagem em colaboração


Na defectologia, defende-se a importância de estudar os processos de
aprendizagem desenvolvimento em sua diversidade...
Um dos objetivos da educação é promover o desenvolvimento da inteligência –
funções psicológicas superiores (FPS).
As FPS constitui produto do desenvolvimento Histórico da Humanidade.
Antes de serem psicológicas, são relações entre pessoas.
DEFCTOLOGIA

▪ Funções Psicológicas Elementares e Superiores


Funções Psicológicas Elementares - Origem biológica, presentes no ser
humano e também nos animais, tais como ações reflexas, reações
automatizadas, etc.
A criança nasce com as funções psicológicas elementares e a partir do
aprendizado da cultura, estas funções transformam-se em funções psicológicas
superiores.
Funções Psicológicas Superiores – são funções que se constituem no lócus das
práticas sociais e culturais, entre os humanos, em contextos de educação
cotidiana e científica.
DEFCTOLOGIA

▪ As Funções Psicológicas Superiores e os


▪ Aspectos Interpsíquicos e Intrapsíquicos
Os seres da espécie humana vão aos poucos se apropriando dos modos de
funcionamento psicológicos, comportamentais e culturais no processo de
interação sócio cultural.
As Funções Psicológicas Superiores, se constituem em dois planos:
Primeiro no plano social – entre pessoas, como categoria interpsíquica.
Depois no plano psicológico - no interior da pessoa, como categoria
intrapsíquica.
DEFCTOLOGIA

▪ Relações entre Funções Psicológicas Superiores e Dificuldade Secundária


Conforme discutido anteriormente as Dificuldades Secundárias têm relações com os
aspectos sócio culturais.
As complicações secundárias provêm:
• Do isolamento em relação à coletividade e às atividades sociais e culturais.
• Da privação das crianças em relação às experiências vivenciadas no lócus das
práticas sociais e culturais.
Essas questões afetam o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, porque
comprometem o processo de aprendizagem.
DEFCTOLOGIA

▪ Relações entre Aprendizagem e Desenvolvimento


O comprometimento de um órgão ou função, é biológico, mas o maior ou menor grau
de aprendizagem desenvolvimento da criança é uma consequência social.
Isso porque, “todas as crianças podem aprender e se desenvolver... As mais sérias
deficiências podem ser compensadas com ensino apropriado, pois, o aprendizado
adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental“(Vigotsky).
Daí a necessidade de qualificar o processo de ensino aprendizagem, com vistas à
eficácia da aprendizagem desenvolvimento.
DEFCTOLOGIA

▪ Ensino Aprendizagem de Qualidade, pressupõe...


Acreditar nas possibilidades do indivíduo e nas implicações do aprendizado nas
vivências das diversas e diferentes possibilidades - desenvolvimento da inteligência –
FPS.
Romper com a pedagogia terapêutica, que centra seus esforços nos déficits das
crianças.
Rever as situações de ensino aprendizagem propostas no contexto escolar.
Privilegiar uma pedagogia criativa, instigadora e dialética.
Romper com o preconceito de que a pessoa com deficiência não aprende.
DEFCTOLOGIA

▪ E ainda...
As Funções Psicológicas Superiores, são estruturadas não em elementos biológicos
ou na aprendizagem isolada, mas nas experiências vivenciadas no lócus das práticas
sociais e culturais e nos diversos tempos espaços históricos.
Estamos cheios(as) de possibilidades não realizadas, que precisam ser
experimentadas.
Tudo isso, é fundamental no processo de ensino aprendizagem que pretende qualificar
a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças.
DEFCTOLOGIA

▪ Assim sendo,
• Em vez de centrarmos atenção na noção de déficit ou lesão que impede ou limita o
desenvolvimento, a nossa atenção deve focalizar:
• O modo como os sujeitos com deficiência se relacionam com o contexto social,
cultural e histórico.
• A forma como o contexto atual tem considerado as pessoas com deficiência.
• A organização do espaço tempo em que vivemos.
• O lócus das práticas sociais e culturais.
• Os diferentes percursos, ritmos, tempos e modos de aprender.
Tais questões exigem repensar a concepção de mediação, com vistas à garantia do acesso
aos conhecimentos e à cultura.
DEFCTOLOGIA

▪ Mediação Pedagógica e Semiótica


Mediação Pedagógica: Quando feita pelo OUTRO
Mediação Semiótica: Quando feita pelos SIGNOS - dentre os quais a linguagem.
A linguagem enquanto um instrumento do pensamento – um instrumento de mediação
pedagógica.
A maneira como usamos os instrumentos faz a diferença no processo de ensino
aprendizagem e consequentemente na aprendizagem desenvolvimento.
DEFCTOLOGIA

▪ Mediação – Intervenção Pedagógica


Os seres humanos, não se relacionam diretamente com o mundo, mas sempre de
forma mediada por meio de diferentes instrumentos (ferramentas e signos).
É por isso que a inadaptação aos instrumentos mediadores da cultura é tão danosa à
pessoa com deficiência.
A “deficiência” não constitui impedimento para a aprendizagem e o desenvolvimento,
pois esse impedimento ocorre devido à qualidade da mediação – o modo como
interagimos com o “problema”, pois negamos as possibilidades de trocas - as relações
significativas que
possibilitam o crescimento do indivíduo.
DEFCTOLOGIA

▪ Diante do exposto precisamos considerar que


[...] a criança cujo desenvolvimento foi comprometido por alguma deficiência, não é
menos desenvolvida do que as crianças consideradas ‘normais’, porém é uma criança
que se desenvolve de outra maneira.
O desenvolvimento das funções psicológicas superiores e das funções elementares,
constitui a síntese da interação entre os aspectos orgânicos, socioculturais e
emocionais.
Essa interação é vivenciada de forma peculiar e diferenciada na organização
sociopsicológica de cada sujeito.
Por isso, não é prudente comparar as crianças com as demais pessoas, pois cada
pessoa se desenvolve de forma única e singular.
DEFCTOLOGIA

▪ No processo de mediação se faz necessário considerar a Zona de Desenvolvimento


Proximal
O que as crianças já sabem fazer sozinhas? O que ainda não sabem fazer sozinhas,
mas conseguem realizar por meio da mediação?
A primeira questão revela o que a criança já sabe – Nível de Desenvolvimento Real.
A segunda nos indica quais desafios as crianças podem vivenciar, tendo em vista que
estão em processo de compreensão das questões problematizadas – Nível de
Desenvolvimento Potencial
É nesse ponto do processo de aprendizagem desenvolvimento que devemos focar as
nossas atenções – Zona de Desenvolvimento Proximal
DEFCTOLOGIA

▪ Mediar com foco na Zona de Desenvolvimento Proximal, requer algumas


indagações...
• Como está a qualidade da mediação pedagógica e dos instrumentos a serem
utilizados?
• Que tipo de interação construímos com as crianças?
• Quem interage com quem?
• O(a) estudante com deficiência é do(a) professor(a) do AEE?
• Como o(a) professor(a) do ensino comum se implica nesse processo?
• O que o(a) estudante com deficiência pode falar do contexto escolar tem algum
valor?
• Enfim, que tipo de cultura escolar estamos constituindo?
• Feito por quem e para quem?
DEFCTOLOGIA

▪ Para continuar pensando...


A “dificuldade” da pessoa com deficiência em dominar pensamentos e lógicas
abstratas deriva-se da exclusão promovida pela própria sociedade quanto ao
desenvolvimento de suas funções psíquicas mais elevadas.
As funções psicológicas superiores se desenvolvem porque aprendemos, e para que
possamos aprender se faz necessário considerar que a memória, a percepção e o
pensamento precisam da mediação dos signos para se desenvolver.
▪ Vygotski (1995), salienta que:

retoricamente “[q]ue horizontes se abrirão aos pedagogos, quando


eles reconhecerem que um defeito não é apenas uma desvantagem,
um déficit ou uma fraqueza, mas também uma vantagem, uma fonte
de força e capacidades, que ele tem significância positiva!” (p. 56).
Dificuldades de Aprendizagem...

Para além das dificuldades de aprendizagem devemos nos atentar…


● Para os processos de escolarização, deslocando o eixo da análise do
indivíduo para os fatores intra-escolares e o conjunto de relações que
constituem o conjunto escolar;
● Superar as dificuldades de Aprendizagem passa por um ideário de
sociedade, pautada pela coletividade, na qual todos os indivíduos
possam ter igualdade de acesso ao conhecimento e aqueles que
necessitarem de um “atendimento especial” obtenham mediadores
diferenciados que proporcionem o desenvolvimento máximo de suas
potencialidades...
DEFCTOLOGIA

▪ REFERÊNCIAS…
REGO, Teresa Cristina. Educação, cultura e desenvolvimento: o que pensam os professores sobre as
diferenças individuais. In: AQUINO, Julio Groppa (Org.). Diferenças e preconceito na escola:
alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998.p.49-71.

A DEFECTOLOGIA DE VYGOTSKY A abordagem de Vygotsky em relação à deficiência no


contexto dos debates e desafios contemporâneos: Mapeando os próximos passos.
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/31865/17618

Silva, G. L. R.; Facci, M. G. D.; Eidt, N. M.; Tuleski, S. C. & Barroco, S. M. S. (2008). Dificuldades de
aprendizagem ou dificuldades de escolarização? Um debate a partir do referencial da psicologia
histórico-cultural. Em Almeida, M. A.; Mendes, E. G. & Hayashi, M. C. P. I. (Orgs.), Temas em
Educação Especial: múltiplos olhares (pp. 413-421). Araraquara, SP: Junqueira & Marin.

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