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• (Oceano nox. Apud MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. São
Paulo, Cultrix, s.d. p. 320.).
Simbolismo em Portugal
1- a busca da expressão especiosa,rica,
(Eugênio de Castro)
2- a busca da fala fluente, (Antônio
Nobre)
3- a busca da expressão fluida, (Camilo
Pessanha
O que possuem em comum: a busca pelo
novo, a priori e a posteriori
Simbolismo em Portugal,
nacionalismo
• “se o simbolismo francês preza o artificial e
tem caráter urbano, o português, devido a
condições histórico culturais, quase sempre
valoriza o natural e tem os olhos voltados
para o campo”. (p. 19)
• “o Neogarretismo dá à estética simbolista
feições bem lusitanas, ao valorizar o campo
em oposição à cidade, o natural ao artificial,
a linguagem simples, espontânea, ao
rebuscamento formal, o passado ao futuro”.
(p. 19)
Antonio Nobre
Virgens que passais, ao Sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente,
Que me transporte ao meu perdido lar.
Cantai-me, nessa voz omnipotente,
O sol que tomba, aureolando o Mar
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a graça, a formosura, o luar!
Cantai! Cantai as límpidas cantigas!
Das ruínas do meu lar desaterrai
Todas aquelas ilusões antigas
Que eu vi morrer num sonho, como um ai....
Ó suaves e frescas raparigas,
adormecei-me nessa voz...cantai !
Simbolismo em Portugal,
Decadentismo
Influênciafrancesa: aristocratismo,
hedonismo, clima mórbido, linguagem
barroquizante
Eugênio de Castro
Um sonho. Soam vesperais as Vésperas...
Uns com brilhos de alabastros,
Na messe, que enlourece, estremece a Outros louros como nêsperas,
quermesse... No céu pardo ardem os astros...
O sol, o celestial girassol, esmorece...
E as cantilenas de serenos sons amenos Como aqui se está bem! Além freme a
Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos... quermesse...
– Não sentes um gemer dolente que
As estrelas em seus halos esmorece?
Brilham com brilhos sinistros... São os amantes delirantes que em amenos
Cornamusas e crotalos, Beijos se beijam, Flor! à flor dos frescos
Cítolas, cítaras, sistros, fenos...
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em suaves, As estrelas em seus halos
Suaves, lentos lamentos Brilham com brilhos sinistros...
De acentos Cornamusas e crotalos,
Graves, Cítólas, cítaras, sistros,
Suaves. Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Flor! enquanto na messe estremece a Em suaves,
quermesse Suaves, lentos lamentos
E o sol, o celestial girassol esmorece, De acentos
Deixemos estes sons tão serenos e amenos, Graves,
Fujamos, Flor! à flor destes floridos fenos... Suaves...
(...)
Simbolismo em Portugal,
universalismo
O tema do tempo: revalorização da
infância e do passado (Nobre);
fragmentação do real e obsessão pelo
Nada (Pessanha).
Camilo Pessanha
Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...
Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
- Porque ides sem mim, não me levais?
Sem vós o que são os meus olhos abertos?
- O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...
Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
- Estranha sombra em movimentos vãos.