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REPÚBLICA DE ANGOLA

UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO


FACULDADE DE MEDICINA
D.E.I. DE ORTOTRAUMATOLOGIA
U.C. DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

Fibromialgia
Nome: Evander Ângelo de Jesus Lucas
4º Ano

Luanda, Junho de 2020


SUMÁRIO:
Introdução.
Epidemiologia.
Fisiopatologia.
Manifestações clínicas.
- Síndromes de sobreposição.
Diagnóstico.
Tratamento
Prognóstico e avaliação da qualidade de vida.
Pontos a reter.
Referências bibliográficas.
INTRODUÇÃO

Dor: é uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma lesão


tecidual já existente ou potencial, ou relatada como se a lesão existisse.
IASP, 1979

Mecanismo básico de defesa,


pois: Modulação
1. Surge antes da lesão grave
ocorrer.
2. Serve para aprender a evitar
objectos e situações
3. Impõe limites da actividade para Transmissão
a recuperação

Sintoma

Transdução

Síndrome clínica
INTRODUÇÃO (continuação)

Fibromialgia: síndrome caracterizada por dor e hipersensibilidade


musculoesquelética crônicas generalizadas, normalmente, resultante de um quadro
doloroso prévio (gatilho ou geradores de dor).
Já foi associada a somatização.

Na maioria das vezes existe um factor desencadeante:


-Lesão osteomuscular aguda, trabalho com movimentos repetitivos, estresse
persistente, infecções, toxinas ou doenças degenerativas ao início da FM.

Transdução Transmissão Modulação Redução do


limiar da dor.

Além do quadro de dor miofascial crônica, ocorrem sintomas neuropsicológicos


associados a fadiga, sono não restaurador, disfunção cognitiva, ansiedade e
depressão.
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência global de 2-5% da população.
Mais comum em mulheres, 9:1 a 3:1.
Aumento da prevalência com a idade, atingido até 12% das mulheres com mais
de 60 anos.
 Não há distinção socioeconômica, racial ou cultural.
FISIOPATOLOGIA
Processamento sensorial anormal no SNC (sensibilização central), resultante da
interacção entre o ambiente e factores genéticos. A patogênese consiste em 2
processos:
1º Amplificação dos impulsos sensoriais periférico (hiperexcitabilidade neuronal
persistente após o estímulo desaparecer).

Excesso de SP estimula fibras de dor (C e A-delta) de forma repetida. O somatório temporal dos
impulsos, despolariza os receptores N-metil-D-aspartato (NMDA) repetidamente e causa
alterações da transcrição que afetam o processamento da dor (mudanças neuroplásticas
centrais)
FISIOPATOLOGIA (continuação)

Déficit de controle inibitório descendente do tronco encefálico (sistema


inibidor da dor)- mecanismo de feedback negativo da dor(modulação).

Estudo com 70 pacientes com FM e 12 controles,

Outra hipótese refere a ocorrência de polimorfismo no gene do receptor de


serotonina 5HT2A. Agrupamento familiar (susceptibilidade genética)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
•Dor : crônica( mais de 3 meses), quotidiana, simétrica, somática profunda
(músculo), todo o corpo ou acomete o esqueleto axial, imprecisa, intensa, piora com
a actividade física inusual- dor evocada (alodínia e hiperpatia).
Há grande diminuição da capacidade funcional e da qualidade de vida.

•Rigidez generalizada.

•Fadiga: piora com o esforço físico, mental e estresse psicológico.

•Distúrbio do sono: sono não reparador alfa-delta no EEG (não atingem os estágios
3 e 4 do sono nREM), acordam mais cansados.
-Síndrome das pernas inquietas.
-Distúrbio associado de movimento periódico de membro
- Síndrome de apneia obstrutiva do sono.

•Disfunção cognitiva: dificuldades com a memória de curto prazo, memória


semântica, concentração, análise lógica e motivação.

•Distúrbios psicológico: sintomas de ansiedade e depressão (60%). A alta


prevalência da depressão sugere susceptibilidade genética compartilhada.
Síndromes de sobreposição
-Há sobreposição da FM com quadros de dor crônica.
-Inquérito sintomático revela cefaleias, dor facial/mandibular, dor miosfascial
regional(pescoço ou costas) e artrite

Síndromes de sensibilização central são comuns:


 Síndrome do intestino irritável,
 Síndrome da bexiga dolorosa,
Distúrbio temporomandibular,
Dor pélvica crônica,
Cefaleia crônica diária
 Síndrome de hipersensibilidade química.

FM é comorbida com condições reumáticos inflamatórias, infecciosas,


metabólicas, psiquiátricas ou degenerativos crônicas( 20% dos pacientes).
Que simulam ou actuam como gatilho.
DIAGNÓSTICO

- Obtido pela anamnese e exame físico, pois os exames complementares de


rotina têm resultados normais, na maioria das vezes.
- São necessários critérios para a uniformização das características clínicas.

Em 1990, a ACR publica a directriz com 3 critérios para classificação:

1-História de dor difusa:


todo aparelho locomotor ou
esqueleto axial
2- Dor em 11 de 18 pontos
dolorosos a serem
pesquisados.
3- Preencher os critérios
por no mínimo de três
meses.

Pesquisa com a ponta do polegar até empalidecer o leito


ungueal ou com dolorímetro
Diagnóstico (continuação)
Em 2010, a ACR publica os Critérios preliminares de diagnóstico da FM

Índice de Dor Generalizada (IDG) Índice de Gravidade dos Sintomas (IGS).

Diagnóstico é estabelecido quando se cumprem 3 condições:


 O IDG 7 e IGS 5, ou IDG entre 3 e 6 e a pontuação IGS 9.
 Sintomas presentes em intensidade estável por no mínimo 3 meses.
 Outros diagnósticos de quadros de dor crônica descartados.

Na prática clínica é útil combinar os 2 critérios


Exames complementares
Servem para excluir outros diagnósticos e avaliar os geradores de dor ou co-morbidades
De rotina
Velocidade de hemossedimentação (VHS) e/ou Proteína C-reactiva (PCR)
Hemograma completo
Níveis de Hormona estimulante da tiroide (TSH)
Orientados pela anamnese e história clínica
Painel metabólico completo
Factor antinuclear (FAN)
Anticorpo anti-SSA e anti-SSB (Contra a Síndrome de Sjogren)
Creatina-fosfoquinase (CPK)
Sorologias virais e bacterianas
Radiografias de coluna e articulações

Diagnóstico diferencial
Músculo-esqueléticas Geniturinárias Gastrointestinais Diversas
•Disfunção • Dismenorreia. • Síndrome do intestino • Cefaléia por
temporomandibular. • Cistite intersticial. irritável. tensão/enxaqueca.
• Síndrome de • Vulvodínia. • Dismotilidade • Prolapso da válvula mitral.
hipermobilidade articular. • Síndrome uretral. esofágica. • Alergia.
• Síndrome das pernas • Vestibulite vulvar. • Distúrbios vestibulares.
inquietas. • Síndrome pré- • Distúrbios
• Artrite reumatóide. menstrual. oculares.
• Lúpus eritematoso sistêmico. • Distúrbios de ansiedade.
• Síndrome de Sjögren. • Fenômeno de Reynaud.
• Osteodistrofia. • Disfunção tireoidiana.
• Síndrome da fadiga crônica. • Doença de Lyme.
• Síndrome do túnel do carpo. • Disfunção cognitiva.
• Síndrome miofascial.
TRATAMENTO
-Condições desencadeantes (geradores) e comorbidas devem ser tratadas e
controladas. O tratamento é dirigido para as vias aferentes e/ou descendentes da dor.

Questões fundamentais p/ o ttmento: Educação, dor , fadiga, sono,


transtornos de humor e o descondicionamento.

Tratamento farmacológico
•Identificar e tratar geradores de dor periférica e de dor central. Usar 1 fármaco para
múltiplos sintomas
Antidepressivos ISRS e NE (ISRSN): venlafaxina, duloxetina e milnaciprana. Ttmento
do quadro doloroso por suprarregulação da via descendente inibitória ( níveis de 5-HT e
NE).

Antidepressivos tricíclicos: Amitriptilina, nortriptilina (atípicos-trazodona)- Idem.


Anticonvulsivantes (ligantes dos canais de Ca2+ regulados por voltagem):
gabapentina, pregabalina, quadro doloroso- modulam receptores NMDA e inibem a
libertação de glutamato nas vias ascendentes.
Sedativos hipnóticos não benzadiazepínicos : zolpidem e o zopiclone- Ttamento
dos distúrbios do sono, assim como os ISRSN
Oxibato de sódio– Distúrbio do sono, dor, rigidez e fadiga
Os vários antidepressivos usados no ttmento dos outros sintomas, não servem para a
terapia dos transtornos de humor devido as pequenas doses usadas e há risco de
síndrome serotoninérgica.
Opiódes devem ser
evitados- Hiperalgesia a
Tratamento não farmacológico longo prazo

-Terapia cognitivo-comportamental: treinamento de relaxamento e terapia de grupo.


Explicar sobre a genética, os gatilhos e a fisiopatologia da FM para aliviar ansiedade associada.

-Condicionamento aeróbico e alongamentos: praticar exercício de baixo nível, progressivo e


constante. Ex.: Tai chi, ioga e hidroginástica.
PROGNÓSTICO
Sintomas da fibromialgia permanecem por muitos anos.
A dor e a fatigabilidade influenciam negativamente o desempenho regular de
tarefas físicas e intelectuais.
Pacientes com FM necessitam de mais tempo pra realizar as actividades
quotidianas e períodos extras de repouso durante o dia (baixa productividade).

Avaliação da qualidade de vida


Devido ao grande impacto negativo na qualidade de vida é necessário avaliar sempre esses pcts.
Existem vários questionários sobre a qualidade de vida:

Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ)


Measuring quality of life da OMS (WHOQOL)
Health Assessment Questionnaire (HAQ)
Beck Depression Questionnaire- depressão
Post-Sleep Inventorya - qualidade do sono
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