Os Direitos Humanos são os direitos inerentes a todos os
seres humanos, independentemente da sua origem étnica, cor, nacionalidade, sexo, crença religiosa e posição social. Estes correspondem aos padrões básicos sem os quais as pessoas não podem viver com dignidade.
Podemos também definir Direitos Humanos como o
conjunto de direitos civis, políticos, económicos, sociais e coletivos, consubstanciados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Características Principais - Os direitos humanos apresentam as seguintes caraterísticas:
1) Universalidade: Os direitos Humanos dizem
respeito a todos os seres humanos, independentemente do género, etnia, religião, classe social, língua, ideologia, território de origem, ascendência, convicções políticas, orientação sexual ou nacionalidade, entre outros.
2) Indivisiblidade: Os direitos Humanos não podem
ser separados uns dos outros, não se devendo garantir um Direito Humano em detrimento de outros; não é possível considerar uns direitos mais importantes do 3) Inalienabilidade: Todos os direitos Humanos pertencem a todas as pessoas, não podendo ser cedidos por ninguém, pois dizem respeito a cada ser humano; assim sendo, os Direitos Humanos são intransferíveis.
4) Interdependência: Todos os direitos humanos
estão inter-relacionados, ou seja, a violação de um deles coloca em causa o respeito e o cumprimento de todos os restantes; assim sendo, os Direitos Humanos são vistos como um todo. Atenção! Os Direitos Humanos legitimam a que as pessoas ajam quando estas caraterísticas não são respeitadas, independentemente de reconhecidas ou não pelas leis ou por quem se encontra no poder. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1946) Elencou um conjunto de direitos que todo ser humano deveria ter acesso a fim de gozar de uma vida livre e digna. São eles: direito a vida, liberdade, segurança pessoal, propriedade, votar e ser eleito, trabalho, lazer, saúde, alimentação, habitação, segurança social, educação, cultura, etc.
São os chamados direitos civis, políticos, económicos,
sociais e culturais que influenciaram a elaboração de diversas Constituições e a legislação de vários países. Só posteriormente, em 1986, as Nações Unidas acrescentaram uma nova perspetiva aos Direitos Humanos, o direito ao desenvolvimentos, à paz e à qualidade do meio ambiente. Nascem assim os direitos da terceira geração, ou seja, os direitos coletivos.
Mas…
O que são as gerações dos Direitos Humanos??
As gerações dos direitos Os direitos humanos não foram positivados ao mesmo tempo, mas por meio de uma evolução histórica.
Por tal característica, a doutrina idealizou a divisão
desses direitos em gerações.
Obs.: Cumpre destacar que se trata de divisão
meramente académica, pois os direitos não devem ser divididos em estanques, já que são unos. Dimensões X Gerações A palavra geração A palavra dimensões transmite a ideia de transmite a ideia de substituição do velho amplificação de direito. pelo novo. As dimensões (gerações) A maior parte da doutrina enumera 3 grandes gerações ou dimensões dos direitos fundamentais. Primeira geração ou dimensão:
Compreende os direitos de liberdade de expressão, de
reunião, de manifestação e voto (26 de Agosto de 1789): a característica central desses direitos é o facto de serem direitos negativos, negativos no sentido de que negam a intervenção estatal e limitam o poder do estado. São os direitos civis e políticos. Estes direitos não eram, na altura, alargados às mulheres. Ex.: direito a liberdade, devido processo legal ao voto. Segunda geração ou dimensão:
Compreende os direitos de igualdade como direitos
sociais, económicos e culturais (Séc. XIX): A característica central desses direitos é serem direitos positivos, positivos pois obrigam o Estado a atuar, intervir na sociedade.
Ex: Direito do Trabalho, educação, previdência e etc.
Obs.: Esses direitos foram consagrados pelo ideal de
igualdade para amenizar a desigualdade do sistema capitalista. Terceira geração ou dimensão:
São direitos ligados à fraternidade ou universalidade
(1986): a característica central são direitos supra- estatais, estatais a coletividade e pelo caráter supra nacional (independe de nacionalidade). São direitos que ultrapassam o âmbito individual e dizem respeito à coletividade, sendo da responsabilidade do Estado e da sociedade.
Exemplos: Direitos ambientais e do consumidor, direito
à paz, e ao usufruto do património da Humanidade. Universalismo vs Relativismo Cultural Os universalistas argumentam que é possível identificar traços comuns em qualquer sociedade, como, por exemplo, a valorização da dignidade da pessoa humana e a proteção contra opressão ou arbítrio. Nessa esteira, afirma-se a ideia de um núcleo mínimo de direitos os quais merecem a salvaguarda em nível global. (Os direitos Humanos dizem respeito a todos os seres humanos) Universalismo vs Relativismo Cultural O Relativismo Cultural uma ideologia político- social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos por elementos externos a estes sistemas.
Defende que o bem e o mal são relativos a cada
cultura. Universalismo vs Relativismo Cultural Contra a crítica da imposição da cultura ocidental aos demais povos, como expressão imperialista, os universalistas reagem à postura relativista afirmando que vários Estados promovem graves e generalizadas violações aos direitos humanos, sob a justificativa da manutenção da identidade cultural. Universalismo vs Relativismo Cultural Em ambas as concepções (universalistas e relativistas) o conceito de dignidade humana está incompleto, uma vez que a noção esta atrelada a cada uma das pré-compreensões culturais.
Assim, torna-se impossível estender à
universalidade, noções de direitos humanos sem considerar a diversidade conceitual oriunda da multiplicidade cultural existente. Universalismo vs Relativismo Cultural O Campo dos direitos humanos tornou-se altamente controverso, porque as organizações não governamentais e os movimentos sociais do Sul (países em desenvolvimento) passaram a pôr em causa a concação dos Direitos Humanos imposta pelos países do Norte (países desenvolvidos), evidenciando que as piores atrocidades cometidas contra os Direitos Humanos, são da responsabilidade do Norte, devido ao modelo económico imposto. Universalismo vs Relativismo Cultural
Assim sendo, a necessidade da reconceptualização
dos Direitos Humanos enquanto direitos intermulticulturais reside no facto de todas as culturas serem incompletas e de necessitarem de dialogar para construírem uma nova conceção de Direitos Humanos. A universalidade dos Direitos Humanos tem de ser problematizada face à diversidade cultural das sociedades Breve síntese: Direitos Humanos representam o conjunto de direitos civis, políticos, económicos, sociais e coletivos, consubstanciados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. – surgiram no final do século XVIII, saídos da independência dos EUA e da revolução francesa em 1789. Breve síntese: Os Direitos Humanos de 1ª Geração, foram proclamados na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, saída da Revolução Francesa - compreende os direitos de liberdade de expressão, de reunião e de manifestação e voto. Breve síntese: Ao longo do Séc. XIX, com o desenvolvimento do capitalismo, foi-se formando uma numerosa classe operária que trabalhava e vivia em condições muito duras. As lutas contra esta situação possibilitaram a conquista dos Direitos Humanos de 2ª Geração: os direitos económicos, sociais e culturais. Breve síntese: Na década de 1980 surgem os Direitos Humanos de 3ª Geração: trata-se dos direitos coletivos que ultrapassam os direitos individuais ao abrangerem muitas pessoas. - são direitos ligados à fraternidade ou universalidade Breve síntese: As caraterísticas dos Direitos Humanos são:
- A Universalidade (os direitos Humanos dizem respeito a
todos os seres humanos); - A Indivisibilidade (os direitos Humanos não podem ser separados uns dos outros); - A Interdependência (os Direitos Humanos são vistos como um todo); - A Analienabilidade (os Direitos Humanos são intransferíveis). Breve síntese: A Universalidade dos Direitos Humanos tem de ser problematizada face à diversidade cultural das sociedades - torna-se impossível estender à universalidade, noções de direitos humanos sem considerar a diversidade conceitual oriunda da multiplicidade cultural existente.