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O que é literatura?
A literatura é a arte da palavra.
Em seu poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade, o maior
poeta brasileiro do século XX, faz uma investigação sensível sobre o ofício
de ser escritor, sobre a lida diária com as palavras em busca da
materialização da poesia. A literatura é uma manifestação artística que usa
a palavra como matéria-prima, extraindo dela seus múltiplos significados
ou usando-a como instrumento para falar da realidade.
Gêneros Literários
A literatura começou a existir no Brasil através da colonização europeia pelos
portugueses. Até então, a literatura portuguesa, formada e influenciada pela
literatura greco-romana, seguia a tradição da divisão padronizada dos gêneros
literários, a qual se fundamentou nos dias de hoje por meio do filósofo Aristóteles.
Esta separação facilita a identificação das características temáticas e estruturais
das obras, sejam elas em prosa ou em verso. Logo, quanto ao conteúdo (tema) e
à estrutura, podemos enquadrar as obras literárias nos gêneros literários
seguintes:
Literário Não-Literário
Os textos literários são aqueles que Os não literários são os textos com
possuem função estética, destinam- função utilitária, pois servem para
se ao entretenimento, ao belo, à informar, convencer, explicar,
arte, à ficção. ordenar.
Subjetivo Objetivo
Entretenimento Função referencial
Uso de figuras de linguagem Informativo
Não informativo Linguagem clara e simples
Linguagem estilística Não utiliza metáforas
Linguagem conotativa Linguagem denotativa
Compare os dois textos:
Descuidar do lixo é sujeira O bicho
Diariamente, duas horas antes da chegada do
caminhão da prefeitura, a gerência de uma das filiais do Vi ontem um bicho
McDonald’s deposita na calçada dezenas de sacos Na imundície do pátio
plásticos recheados de papelão, isopor, restos de
sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável Catando comida entre os detritos.
banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o
material e acabam deixando os restos espalhados pelo
calçadão. O primeiro texto – "Descuidar do lixo é Quando achava alguma coisa,
sujeira" – se propõe a dar uma informação sobre o lixo Não examinava nem cheirava:
despejado nas calçadas, bem como o que acontece com
ele antes de o caminhão do lixo passar para recolhê-lo. É
Engolia com voracidade.
um texto informativo e, portanto, não literário.
O texto não literário apresenta linguagem objetiva, O bicho não era um cão,
clara, concisa, e pretende informar o leitor de
determinado assunto. Para isso, quanto mais simples for Não era um gato,
o vocabulário e mais objetiva for a informação, mais Não era um rato.
fácil se dará a compreensão do conteúdo: foco do texto
não literário.
São exemplos de textos não literários: as notícias, os O bicho, meu Deus, era um homem.
artigos jornalísticos, os textos didáticos, os verbetes de
dicionários e enciclopédias, as propagandas
publicitárias, os textos científicos, as receitas culinárias, (Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa
os manuais, etc. e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC,
(Veja São Paulo, 23-29/12/92) 1971, p.145)
Exercício
(UERJ – 2012)
A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a
linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não poético, já que , restituindo laços mais íntimos entre
os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao
perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas [...]
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato
direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso
sensível mais direto entre nós e o mundo [...]
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. A palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos se
desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se dasapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis – os poemas –
contaminando o deserto de referencialidade.
ARNALDO ANTUNES
No último parágrafo, o autor se refere à plenitude da linguagem poética, fazendo, em seguida, uma descrição que corresponde
à linguagem não poética, ou seja, à linguagem referencial.
Pela descrição apresentada, a linguagem referencial teria, em sua origem, o seguinte traço fundamental:
a) O desgaste da intuição
b) A dissolução da memória
c) A fragmentação da experiência
d) O enfraquecimento da percepção
Linguagem Conotativa e Denotativa
Exemplos:
O rapaz quebrou a cara com esta decisão.
Aquele cara não é confiável.
Ele está com a cara amarrotada.
Denotativo
Exemplos:
A cara da menina está pintada.
O rapaz fez um desenho na cara.
Ele tem uma verruga na cara.
Exercício
http://www.brasilescola.com/literatura/
http://www.brasilescola.com/literatura/generos-literarios.htm
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/estudo-do-texto/texto-lite
rario-e-nao-literario.html
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil1.php