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A pré-história não tem limites cronológicos: ainda hoje muitos homens vivem em
uma condição de pré-história, muito semelhante à das longínquas origens da
nossa civilização. Calcula-se geralmente como limite da pré-história e início
da primeira fase histórica a passagem a formas organizadas de vida social em
instalações estáveis, e à produção sistemática dos meios de vida mediante o
cultivo da terra, a criação de animais, a fabricação de utensílios, armas e
ferramentas.
No plano religioso, essa fase coincide, aproximadamente, com a passagem de
uma concepção mágica, de total indistinção do ser humano na realidade
natural, a um conceito anímico, que reconhece a existência de forças
superiores que agem sobre, e determinam, os fenômenos da natureza e a
existência humana.
Associam-se à concepção anímica e à formação de grupos sociais organizados a
ideia da sobrevivência do espírito além da morte e, por conseguinte, o culto
dos mortos. Coincidem com a formação das primeiras estruturas sociais a
divisão do trabalho e a troca dos produtos, derivando daí um progresso mais
rápido das técnicas produtivas e das manifestações artísticas a elas
relacionadas.
In ARGAN, G. C. História da Arte Italiana, vol.1 , p. 21.
“Caçadores-coletores, vivendo em
movimento em pequenos bandos
se espalharam através dos
continentes a partir de 130.000
AEC, chegando por último à
America do Sul. Aqui e ali o hábito
de se assentar prevaleceu. Algum
tempo depois do aquecimento
global ocorrido por volta de
10.000 AEC, vários povos
começaram a criar rebanhos em
lugares como o Saara e a plantar
legumes em lugares como o
Japão. Enquanto isso, no
sudoeste da Ásia, não muito
depois dessa data, o plantio de
lavouras se tornou um meio de
vida, espalhando-se dali para a
Europa. Ele surgiu
independentemente em vários
outros lugares bem depois disso”.
J BELL.
Alguns hominídeos
Só encontramos o Homo habilis na Africa. Ele deu lugar ao Homo erectus, com
maior capacidade craniana. Homo erectus saiu da Africa, fabricava biface. Homo
erectus: começo do pensamento simbólico e abstrato.
Arte e abstração estão associados à mudança na organização do cérebro.
Evolução do erectus para o sapiens ocorreu em centenas de gerações.
Hipótese inglesa: espécie homo sapiens originário somente da Africa (Teoria Out of
Africa);
Hipótese chinesa: não havia filiação africana única (Teoria multirregional). Na China
se encontra muitos fósseis de 500 mil, 20 mil anos. Homem de Shan Ding Don.
Biologia & Cultura.
Instrumento biface de pedra do
Acheulense.Palaeolítico (100.000 a
10.000 aC). West Tofts, Norfolk,
England. Altura 13 cm. Museum of
Archeology and Anthropology,
Cambridge, UK
“O treinamento que você
obteve observando os mais
velhos lhe diz como o objeto
precisa ser, mesmo que você
não consiga expressar esse
conhecimento em palavras …
O comportamento dos animais
é transmitido sobretudo
geneticamente, por herança.
Quando o comportamento,
por outro lado, é transmitido
pelo aprendizado, os
pesquisadores o consideram
não como uma questão de
biologia, mas de cultura”.
(BELL, p. 10)
Biface acheulense / acheuliano de
200 000 anos, encontrado em Madrid
(Espanha).
Descoberta em
2002, uma das
mais antigas artes
da Africa sub
saariana. Pedra
com signos
geométricos
abstratos.
Capacidade de
abstrair e
simbolizar?
Simbolização
Primeiro, um pouco de história evolutiva. Os neandertais surgiram há cerca de 400 mil anos.
Apenas viveram na Europa e no Médio Oriente, tendo desaparecido há cerca de 28 mil anos.
O último local onde viveram, indo recuando do resto da Europa, foi em Espanha e Portugal.
Quanto à nossa espécie (Homo sapiens), surgiu em África há cerca de 300 mil (segundo
descobertas recentes) e saímos de lá há mais de 60 mil anos. Fomo-nos espalhando pelo
planeta, passando no início pela Ásia. Às portas da Europa “apenas” chegámos entre há 40
mil a 45 mil anos. Por isso, ao longo de milhares de anos, coexistimos no tempo com os
neandertais e ainda nos chegámos a encontrar, geograficamente falando, na Europa.
https://www.publico.pt/2018/02/23/ciencia/noticia/os-neandertais-foram-os-primeiros-artistas-a-pintar-grutas-1804166
Os neandertais e o pensamento abstrato e simbólico
Mas se a nossa espécie só chegou à Europa há cerca de 45 mil anos, então as pinturas rupestres
com 65 mil anos nunca poderiam ter sido feitas por nós. Precedem a nossa chegada em 20 mil
anos. Os autores dessa arte das grutas só podem ter sido os neandertais, os únicos humanos que
então viviam na Europa. É este o raciocínio da equipa que fundamenta as suas conclusões na
datação de amostras recolhidas em três grutas espanholas. Para tal, os cientistas usaram o novo
método de datação por urânio-tório.
A datação rigorosa das pinturas é aqui uma peça central. Até agora, a atribuição clara da autoria
de certas pinturas rupestres aos neandertais tem esbarrado em datações imprecisas, porque as
técnicas usadas (como a datação por radiocarbono, inventada em meados do século passado e
que permite datar fósseis e outros achados arqueológicos até 50 mil anos) não possibilitavam
mais.
No início dos 90, a datação de radiocarbono com espectrometria de massa por acelerador já veio
permitir atribuir uma idade à matéria orgânica presente nos pigmentos usados em desenhos
negros, explica-se num comunicado de imprensa sobre o trabalho. Ainda assim, havia limitações.
“Os resultados foram parcialmente satisfatórios devido a várias contradições e, além disso, este
método só pode ser aplicado a pinturas negras feitas com carvão, o que impede a sua aplicação
aos motivos traçados com ocre vermelho e ocre negro de manganês e às gravuras”, lê-se.
Os neandertais e o pensamento abstrato e simbólico
Ora, nos últimos anos começou a aplicar-se à arqueologia o método do urânio-tório, baseado na
desintegração do urânio-234 em tório-230. E, dessa forma, começou-se a desvendar quem foram
os verdadeiros pintores de algumas das grutas paleolíticas. Neste método, os cientistas recolhem
amostras (poucos miligramas) de pequenas crostas de carbonato de cálcio que se foram
acumulando por cima das pinturas, no decurso dos milénios. Nessas crostas mede-se a
desintegração radioactiva do urânio – e isso indica quando se formaram esses depósitos,
fornecendo uma idade mínima para o que está por baixo deles, ou seja, para as pinturas.
Mas se a nossa espécie só chegou à Europa há cerca de 45 mil anos, então as pinturas rupestres
com 65 mil anos nunca poderiam ter sido feitas por nós. Precedem a nossa chegada em 20 mil
anos. Os autores dessa arte das grutas só podem ter sido os neandertais, os únicos humanos que
então viviam na Europa. É este o raciocínio da equipa que fundamenta as suas conclusões na
datação de amostras recolhidas em três grutas espanholas. Para tal, os cientistas usaram o novo
método de datação por urânio-tório.
Liderada pelo Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva (Alemanha) e pela
Universidade de Southampton (Reino Unido), a equipa recolheu 54 amostras de carbonato
de cálcio nas grutas de La Pasiega (Puente Viesgo, Cantábria), Maltravieso (Cáceres,
Extremadura) e Ardales (Málaga, Andaluzia).
E o que pintaram aí? Animais (desenhados a encarnado e negro), bem como (a encarnado)
motivos geométricos, mãos impressas em negativo e a aplicação de pigmentos sobre
estruturas estalagmíticas típicas do interior das grutas. A impressão de mãos em negativo,
ou stencil, colocando a mão na rocha e espalhando a tinta por cima, revela que o processo
foi intencional. Não foi a impressão acidental de uma mão numa rocha.
Ora os resultados das datações indicam que as pinturas mais antigas têm pelo menos cerca
de 65 mil anos – como um desenho em forma de escada na gruta de La Pasiega, uma mão
em stencil na gruta de Maltravieso, ou manchas de pigmentos encarnados nalgumas das
cortinas estalagmíticas da gruta de Ardales. Em termos de antiguidade, estas pinturas
“destronam” as de Chauvet Pont d’Arc, gruta descoberta em França 1994, com cerca de 32
mil anos. E as pinturas em várias grutas na ilha indonésia de Celebes de 12 mãos em
negativo e dois animais, anunciadas em 2014 como tendo cerca de 40 mil anos, segundo
datações pelo método urânio-tório.
Parque Arqueológico do Vale do Côa (22 000–10 000 a.C.)
https://www.publico.pt/2018/02/23/ciencia/entrevista/vai-obrigarnos-a-reavaliar-mu
itos-dos-signos-das-grutas-paleoliticas-1804077
Parque Arqueológico do Vale do Côa | sítio Ribeira de Piscos
Bibliografia