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A Sagade

Sophia de Mello Breyner


Andresen

Madalena Fernandes
AEQB 2014-15
• Sophia de Mello Breyner nasce a 6 de novembro 1919
Biografia de Sophia de no Porto, onde passa a infância, no seio de uma
Mello Breyner família fidalga.
Andresen • Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno.
• Entre 1936 e 1939 estuda Filologia Clássica na
Universidade de Lisboa. Publica os primeiros versos
em 1940, nos Cadernos de Poesia.
• Casada com Francisco Sousa Tavares, passa a viver
em Lisboa. Tem cinco filhos. Participa ativamente na
oposição ao Estado Novo e é eleita, depois do 25 de
Abril, deputada à Assembleia Constituinte.
• Recebeu entre outros, o Prémio Camões 1999, o
Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha
Sofia de Poesia Ibero-Americana.
• Foi a primeira vez que um português venceu este
prestigiado galardão.
• A sua obra, várias vezes premiada está traduzida em
várias línguas.
• Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu a 2 de
julho de 2004, em Lisboa, e o seu corpo foi
trasladado para o Panteão Nacional precisamente a 2
de julho de 2014, 10 anos após o seu falecimento.
Curiosidades
• O seu pai, João Henrique Andresen, era neto de um dinamarquês, Jan Henrik, que se fixou no
Porto e que ali fez fortuna, primeiro no sector da cabotagem, depois no negócio dos vinhos.
• A infância e adolescência, passou-a Sophia na quinta portuense do Campo Alegre, adquirida
pelo seu avô Andresen no final do século XIX. "Uma parte do que dele resta é hoje o Jardim
Botânico do Porto”.
• Um dos costumes da casa, como recorda o escritor Ruben A., primo de Sophia, nos seus
volumes autobiográficos, era o de se organizar, pelo Natal, um espectáculo protagonizado
pelas crianças da família. Foi justamente uma destas celebrações que originou o primeiro
contacto de Sophia com a poesia. Tinha três anos e ainda não sabia ler, mas uma criada,
desgostosa por ver a menina excluída do elenco de artistas, ensinou-a a recitar "A Nau
Catrineta".
• A sua verdadeira iniciação na poesia portuguesa, ficou a devê-la, no entanto, ao avô materno,
Thomaz de Mello Breyner, 4º conde Mafra, que lhe deu a ler Camões e Antero.
• Não menos marcante do que a Quinta do Campo Alegre, foi a casa de férias na queirosiana
praia da Granja, onde a família passava os verões.
Maria de Mello Breyner
Andresen, grávida,
esperando o nascimento
de Sophia.
Porto, Junho de 1919
Sophia com o avô Com o marido e a
Thomaz de Mello B. filha Isabel

Casa Andresen - Extremo norte do Jardim Botânico junto


ao muro que encosta à Travessa de Entre-Campos

Sophia com o marido e os netos Rita, Sofia, Gonçalo e Pedro no


jardim da casa da Travessa das Mónicas. Anos 80
Algumas das suas obras
Histórias da Terra e do Mar

Histórias da Terra e do Mar é um livro de Sophia de


Mello Breyner Andresen, publicado em 1984.

É composto por cinco contos - "História da Gata


Borralheira", "O Silêncio", "A Casa do Mar",
"Saga" e "Vila d'Arcos" - que nos transportam
para o universo da infância. Cada um deles tem
uma harmonia própria que vive de alargadas
descrições, de personagens encantadas e de
metáforas expressivas.

Conto "A Saga", encontrado online no site ...


http://pt.slideshare.et/risoletamontez/saga-textointegral-41256835
A Saga
“A «Saga» nasceu, na realidade, de uma história de família: o
meu bisavô veio realmente de uma ilha da Dinamarca,
embarcado à aventura e foi assim que acabou por chegar ao
Porto. O episódio da zanga com o capitão, o do número de circo
com a pele de urso no cais, o abandono do navio – tudo isso
aconteceu de facto. Também são verdadeiras as palavras que
ele disse, mais tarde, a uma das netas: ‘O mar é o caminho para
a minha casa’ – e outras coisas ainda. Mas, claro que depois há
toda uma fusão imaginária desta realidade e todo um trabalho
de invenção que são obra minha.”

Fotografia da campa do bisavô de


Sophia de Mello Breyner Andresen no
cemitério de Agramonte.

http://purl.pt/19841/1/1920/1920.html
Resumo
O conto “Saga” relata a história de Hans, um rapaz de 14 anos que sonhava em navegar para Sul num navio,
sendo o seu capitão.
Hans vivia no interior da ilha de Vig, no mar do Norte, com a sua família: o seu pai Sören, a sua mãe Maria e a
sua irmã Cristina.
Certo dia, Sören chamou Hans para lhe comunicar que o ia mandar estudar para Copenhaga, tentando
impedir o seu filho de seguir o seu sonho que era ser marinheiro. Sören não concordava com o sonho de
Hans, pois os seus irmãos m ais n ovos, Gustav e Niels, haviam falecido num naufrágio.
Como viu que o seu pai não o apoiava, Hans decidiu fugir num cargueiro inglês, Angus. Assim, alistou-se
como grumete, mas, após a sua primeira paragem, abandonou o navio, pois foi chicoteado pelo seu capitão.
Hans, sozinho numa cidade desconhecida, caminhou durante quatro dias, até que conheceu Hoyle. Este
armador e negociante inglês acolheu-o, tratando-o como um filho e fazendo dele, aos 21 anos, capitão de um
dos seus navios.
Após várias viagens, que Hans contava por carta à sua mãe, Hoyle adoeceu, tornando-o seu sócio e
confiando-lhe todos os seus negócios.
Hans, agora um dos notáveis da burguesia local, casou-se e teve sete filhos, tendo o primeiro morrido.
Alguns anos mais tarde, Hans apercebeu-se de que a sua fuga tinha sido em vão, sentido remorsos por deixar
a família.
Quando adoeceu para morrer, pediu que construíssem um navio naufragado em cima da sua sepultura, este
estranho pedido foi concretizado, tornando-se num dos monumentos mais famosos da cidade.
Reza a lenda que, em dias de temporal, Hans navega nele para Norte, rumando a Vig.

http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/portugues/10_sophia_mello_breyner_d.htm#vermais
O texto narrativo
CATEGORIAS DA NARRATIVA
(ANÁLISE)
O narrador
“Hans concentrava o seu espírito para a exaltação crescente do grande
cântico marítimo. Tudo nele estava atento como quando escutava o cântico
do órgão da igreja luterana, na igreja austera, solene, apaixonada e fria.”
“Pensava na mulher, nos filhos que tinham crescido, e que, ao crescer,
se tinham ido definindo, enquanto ele, atentamente, procurava neles
parecenças – ecos de memórias, sombras de rostos amados e
perdidos. Depois o seu pensamento derivava e a alta proa do grande
navio avançava com terra à vista ao longo de praias desertas. O cheiro de
África penetrava o seu peito. Via as florestas, as embocaduras, ouvia gemer
os mastros.”
“Mas dele, Hans, burguês próspero, comerciante competente, que nem se
perdera na tempestade nem regressara ao cais, nunca ninguém - contaria a
história, nem de geração em geração, se cantaria a saga. “

O narrador é não
participante e
Classificação do narrador quanto à subjetivo.
sua participação e posição: É também
omnisciente..
A ação “Durante seis dias, Hans sereno e
consciente pareceu resistir. Mas ao sétimo
dia a febre subiu, a respiração começou a ser
difícil e na sua atenção algo se alterou. No
Processo de organização das ações: quarto o ambiente tornou-se sussurrado, com
luzes veladas e gestos silenciosos como se
cada pessoa tivesse medo de quebrar
 Encadeamento qualquer fio.
 Alternância Ao cair da noite, Hans - que durante longas
horas parecera semiadormecido - abriu os
 Encaixe
olhos e chamou.”

É o encadeamento. As
sequências narrativas sucedem-
se de forma lógica e cronológica.
“Os seus irmãos mais novos -
Gustav e NieIs - tinham morrido
no naufrágio de um veleiro que
lhe pertencia.”

O narrador recorda um facto


passado que fez com que o pai
de Hans não o deixasse ser
navegador. A esse recuo no
passado dá-se-lhe o nome de
analepse.
“Mas Hans sentia a elasticidade
do barco, a sua precisão de
extremo a extremo e o equilíbrio
que, entre vaga e contra-vaga,
não se rompia. Mais tarde os
navios de Hans nunca
naufragaram.”

O narrador antecipa a
ação, isto é, diz o que vai
acontecer no futuro. A
este salto no tempo dá-se-
lhe o nome de prolepse.
Caracterização das
personagens
Caracterização direta : É
feita pelo narrador ou pelas
personagens.
A caracterização física e Caracterização indireta :
psicológica podem ser feitas É feita pelo leitor que deduz
direta ou indiretamente. características através do
comportamento da
personagem.
caracterização física
• “aos catorze anos já tinha • “aos catorze anos já
quase a altura de um homem

tinha quase a altura de
• “Hans agora já não viajava. um homem “
Estava velho como um barco
que não navegava mais e
prancha por prancha se vai
desmantelando. Tinha as
mãos um pouco trémulas, o Caracterização
azul dos olhos desbotado, É um rapaz
fundas rugas lhe cavavam a
indireta
testa, os cabelos e as alto.
compridas suíças estavam
completamente brancas. “

Caracterização
direta
caracterização psicológica
• “Para resistir ao vento, estendeu-
se ao comprido no extremo do
promontório.”
• “Foi no Angus que Hans fugiu de Hans não tem
Vig, alistado como grumete.”
medo da
• “Carregado de imaginações queria
ser, como os seus tios e avós, tempestade. É
marinheiro. Não para navegar corajoso,
apenas entre as ilhas e as costas
do Norte, seguindo nas ondas frias aventureiro,
os cardumes de peixe. Queria sonhador e quer
navegar para o Sul. Imaginava as
grandes solidões do oceano, o conhecer novas
surgir solene dos promontórios, as coisas.
praias onde baloiçam coqueiros e
onde chega até ao mar a
respiração dos desertos.
Imaginava as ilhas de coral azul
que são como os olhos azuis do
mar. Imaginava o tumulto, o calor,
o cheiro a canela e laranja das
terras meridionais.”

Caracterização indireta
O espaço
“O mar do Norte, verde e cinzento,
Espaço físico: rodeava Vig, a ilha, e as espumas
varriam os rochedos escuros.”
“Na luz vermelha do poente a cidade
Local onde parecia carregada de memórias,
decorrem as ações. insondavelmente antiga, feérica e
Ex: Vig (casa de magnetizada, com todos os vidros das
Hans, promontório), suas janelas cintilando. Animava-a uma
veemência indistinta que aqui e além
cidade do Porto aflorava em ecos, rumores, perpassar
(cais, casa de Hans, de vultos, gritos longínquos e perdidos,
casa de Hoyle), reflexo de luzes sobre o rio.”
golfo da Biscaia, etc.
“E, ora a bordo ora em terra,
ora debruçado nos bancos
da escola sobre mapas e
cálculos, ora mergulhado em
narrações de viagens,
estudando, sonhando e
praticando, ele preparava-se
Espaço psicológico: para cumprir o seu projeto:
regressar a Vig como
capitão de um navio, ser
Local onde se perdoado pelo Pai e
acolhido na casa.” “…enquanto ele,
encontra o atentamente, procurava
neles parecenças –
pensamento do ecos de memórias,
sombras de rostos
personagem. amados e perdidos.
Depois o seu
pensamento
derivava…”

“…pensava: «Um
dia levarei estes
búzios para Vig.»”
Modalidades discursivas da narrativa/Os Modos de representação do
discurso narrativo

As modalidades
discursivas da
narrativa/Os Modos  Narração
de representação
 Descrição
do discurso
narrativo são:  Diálogo
 Monólogo
• Narração (momento “Nenhum homem se salvou. O vento
de avanço na ação): espalhou os gritos no clamor da escuridão
selvagem, a força das braçadas desfez-se
É o relato de ações e de
nos redemoinhos, a água tapou as bocas.
acontecimentos. Nem os que treparam aos mastros se
Características: salvaram, nem os que se meteram nos
 O pretérito perfeito do botes, nem os que nadaram para terra. O
indicativo e os verbos mar quebrou tábua por tábua o casco, os
mastros, os botes e os marinheiros foram
predominam na
rolados entre a pedra e a vaga.”
narração.
• Descrição (momento “E no canto do átrio vazio cismava
de pausa): vagamente, nem sequer sabendo que
É o momento da narrativa cismava, debruçado sobre papeladas,
destinado à apresentação, com
alguns pormenores, das contas e jornais ingleses. Mas de súbito
personagens, dos objetos e do estremecia e passava para além do
espaço. Representa um momento
de pausa na ação.
próprio cismar: a memória de Vig subia
Características: à flor do mar. Os nevoeiros marítimos
 O pretérito imperfeito do invadiam a sua respiração. Desde o
indicativo , os adjetivos e os
recursos expressivos
horizonte os navios avançavam para a
predominam na descrição. ilha.”
Diálogo:
É uma conversa entre duas
ou mais personagens.
“- Avô - disse Joana - porque é que
Contribui para o dinamismo está sempre a olhar para o mar?
da narrativa – ficamos a
saber o que aconteceu, o
que está a acontecer ou o - Ah! - respondeu Hans. - Porque o
que irá acontecer. mar é o caminho para a minha
Características:
 O travessão, os 2 pontos
casa.”
,os verbos declarativos.
As interjeições, …
• Monólogo (a
personagem fala
consigo próprio.
É desta maneira que o leitor
fica a conhecer os
pensamentos da
personagem.)
É a reprodução do
pensamento de uma
personagem.
Importância das camélias
• A vida de Hans, personagem
principal do conto “Saga” da obra
Histórias da Terra e do Mar de
Sophia de Mello Breyner Andresen,
vai decorrendo consoante o ciclo
de floração das camélias,
distinguindo-se estas de todas as
outras flores.
Sua simbologia
• Relativamente ao significado da camélia, há diferenças dependendo
da cor das flores. As camélias cor de rosa significam grandeza de
alma; as camélias brancas são uma alusão à beleza perfeita e as
camélias vermelhas são um sinal de reconhecimento.
http://www.significados.com.br/camelia/

• Significado: Beleza perfeita


http://artflor.weebly.com/simbologia-das-flores.html

• Beleza da alma
• Arrependimento
• Indicadas para situações especiais, íntimas
• Camélias Brancas representam a beleza perfeita
• Camélias Rosadas, grandeza da alma Camélia
• Camélias Vermelhas falam sobre o reconhecimento
http://www.mulhervirtual.com.br/flor/Camelia.html
Simbolicamente, as camélias são as flores do Inverno. Também Hans floresce
no Inverno, só tem sucesso fora de tempo e, sobretudo, fora do espaço – só
tem sucesso em áreas que não contribuem para a sua felicidade
• Alguns excertos do conto: «E foi no tempo das últimas camélias (vermelhas,
pesadas e largas) que nasceu o seu primeiro filho.» (pág. 97)
• «Nasceu o seu segundo filho no tempo das primeiras camélias, em Novembro do
seguinte ano. » (pág. 98)
• «As camélias brancas estavam em flor, levemente rosadas, macias,
transparentes. Algumas lhe trouxeram ao quarto, apanhadas à beira do roseiral.»
(pág. 109)
• Nota: O facto de as camélias surgirem recorrentemente neste conto, não será de
todo alheio, para além da simbologia já referida, a circunstância de a escritora ter
passado muitos momentos da sua infância e adolescência em casas rodeadas
de jardins onde imperavam estas flores, ou melhor dizendo, estas árvores.
Podem referir-se ,por exemplo, aos jardins da Casa Andresen, hoje Jardim
Botânico do Porto, e aos jardins da fundação Eng .António de Almeida,
propriedade que também pertenceu a familiares da escritora.

http://pt.slideshare.net/bibliobeiriz1/as-camlias-na-saga-de-sophia-de-mello-
breyner-andresen-escola-eb23de-beiriz?related=1
Recursos expressivos
• “A tempestade, como uma boa orquestra” COMPARAÇÃO

• “Nuvens sombrias enrolavam os anéis enormes” HIPÉRBOLE

• “O voo das gaivotas era cada vez mais inquieto e apertado” DUPLA ADJETIVAÇÃO

• “ apaixonado e frio.”
ANTÍTESE
• “entre o sussurrar dos abetos,”
PERSONIFICAÇÃO
• “Queria ser um daqueles homens que a bordo do seu barco viviam rente
ao maravilhamento e ao pavor, um daqueles homens de andar baloiçado,
com a cara queimada por mil sóis, a roupa desbotada e rija de sal, o ENUMERAÇÃO
corpo direito como um mastro, os ombros largos de remar e o peito
dilatado pela respiração dos temporais.”

• “erguia-se o casario branco, amarelo e vermelho,“

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