histórico-literária Eça de Queirós Os Maias Contextualização histórico-literária
Eça de Queirós e a sua época: o Realismo e o Naturalismo
O Realismo é a arte que reage contra o Romantismo e privilegia a
análise do real, sobretudo dos seus aspetos mais insólitos.
O Naturalismo privilegia alguns dos traços do Realismo e é a sua
vertente mais científica, influenciado pelas ciências experimentais e pela filosofia positivista de Taine: o homem é determinado pela sua raça (fisiologia, hereditariedade), pelo seu meio (época, meio social e seus costumes e códigos) e pelo seu momento histórico. Contextualização histórico-literária
Gustave Courbet (1819-1977),
Peneiradoras de trigo, Museu de Belas-Artes, Nantes Contextualização histórico-literária
A Geração de 70
“[...] talvez nunca em toda a história da nossa cultura tenha
havido um grupo de escritores, romancistas, poetas, ensaístas, historiadores, pensadores e até cientistas tão conscientes de que a sua época era, simultaneamente, a de uma síntese e de uma mudança, quer a nível nacional quer a nível europeu.
Álvaro Manuel Machado, “A Geração de 70”, in Antero de Quental – Textos Doutrinários e
Correspondência, Lisboa, Círculo de Leitores, 1987 Contextualização histórico-literária
A Geração de 70
«É que da erudição de Teófilo Braga ao sentido trágico em Antero,
passando pela rate da ironia de Eça, pelo sentido da decadência histórica em oliveira Martins, pela sátira saudável de Ramalho Ortigão, [...] todos, sem exceção, se entregaram a uma ideia fixa: a de regeneração do país, Regeneração no sentido total do termo e não apenas no sentido social e económico.» Álvaro Manuel Machado, “A Geração de 70”, in Antero de Quental – Textos Doutrinários e Correspondência, Lisboa, Círculo de Leitores, 1987 Contextualização histórico-literária
Geração de 70. Da esquerda para a direita: Eça de Queirós, Oliveira
Martins, Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro, 1884 Contextualização histórico-literária
As “Conferências do Casino”
Devem a designação ao facto de terem sido realizadas no Casino de
Lisboa.
Pretendiam divulgar as ideias vindas do estrangeiro sobre a evolução
da humanidade, contribuindo para a transformação social, moral e política de Portugal.
Proclamam o realismo em Arte como expressão de um novo ideal de
vida e a crença no progresso das sociedades, conseguido através do avanço das ciências. Contextualização histórico-literária
Casino Lisbonense, Largo da
Abegoaria (atual Largo Rafael Bordalo Pinheiro) nº 10 Contextualização histórico-literária
4ª Conferência: A NOVA LITERATURA: O REALISMO COMO NOVA
EXPRESSÃO DA ARTE (Eça de Queirós)
«Que é, pois, o realismo? É uma base filosófica para todas as
concepções do espírito – uma lei, uma carta de guia, um roteiro do pensamento humano, na eterna região do belo, do bom e do justo. [...] é a negação da arte pela arte; é a proscrição do convencional, do enfático e do piegas. [...] É a análise com o fito na verdade absoluta. Por outro lado, o realismo é uma reação contra o romantismo: o romantismo era a apoteose do sentimento; o realismo é a anatomia do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.”