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O ESTADO SOB AS LENTES:

Prof. Me. Arthur Gustavo Lira do Nascimento


Doutorando do Programa de Pós-graduação em História da UFPE
Graduado em Licenciatura Plena em História pela UPE
E-mail: arthurlira31@gmail.com
OBJETIVO
GERAL

Analisar as relações entre


História, Cinema e
Propaganda durante o
Estado Novo (1937-1945).
Tchakhotine realizou
estudos sobre a
propaganda e seus efeitos
nas massas através de um
condicionamento utilizado
pelos mecanismos
persuasivos e sensitivos.
Segundo o autor, a
propaganda mostrava sua
eficácia nos discursos e
representações simbólicas
repetitivas, que atuavam
através de distintos canais
de comunicação. O papel
que os veículos de
comunicação de massas
assumem é importantíssimo
nesse cenário.
(1938)
De acordo com
Domenach, “cria-
se, assim, vasta rede
psicopolítica que, por
meio de múltiplos
canais – imprensa,
rádio, teatro, cinema,
jornais locais e de
fábrica, conferências,
comícios e outros meios
– atingem os pontos
mais afastados do país”
O DIP foi criado por decreto presidencial
em dezembro de 1939, com o objetivo de
difundir a ideologia do Estado Novo junto
às camadas populares. Mas sua origem
remontava a um período anterior. Em 1931
foi criado o Departamento Oficial de
Publicidade, e em 1934 o Departamento
de Propaganda e Difusão Cultural (DPDC).
Já no Estado Novo, no início de 1938, o
DPDC transformou-se no Departamento
Nacional de Propaganda (DNP), que
finalmente deu lugar ao DIP.
Entre 1939 e 1942 o DIP esteve
sob a direção de Lourival
Fontes, que já dirigira o DPDC
e o DNP. Seus sucessores
foram o major Coelho dos
Reis, de agosto de 1942 até
julho de 1943, e o capitão
Amilcar Dutra de Menezes,
que atuou até a extinção do
DIP, em maio de 1945. Lourival Fontes (1899—1967) foi um jornalista
e político brasileiro, melhor conhecido por ter
sido o "ministro de propaganda" do presidente
Vargas, entre 1934 e 1942
Ainda dentro da área de divulgação do ideário
estadonovista, o DIP lançou diversas publicações,
entre as quais a de maior destaque foi Cultura
Política - Revista Mensal de Estudos Brasileiros. A
revista tinha como propostas principais a
promoção de nova concepção de cultura,
unificando a ordem política e social sob a égide
do Estado, e o esclarecimento do rumo das
transformações políticas e sociais em curso no
país. Por outro lado, as relações do DIP com a
imprensa caracterizaram-se sempre pela
ocorrência de numerosos atritos. Já em março de
1940, registrou-se um dos casos mais notórios de
intervenção em jornais, com a invasão pela polícia
de O Estado de S. Paulo; o jornal permaneceu sob
intervenção do DIP até o final do Estado Novo.
O DIP possuía os setores de divulgação,
radiodifusão, teatro, cinema, turismo e
imprensa. Cabia-lhe coordenar, orientar e
centralizar a propaganda interna e externa,
fazer censura ao teatro e cinema, organizar
manifestações cívicas, festas patrióticas,
exposições, concertos, conferências, e
dirigir o programa de radiodifusão oficial do
governo. Vários estados possuíam órgãos
filiados ao DIP, os chamados “DEIPs".
Essa estrutura altamente centralizada
permitia ao governo exercer o controle da
informação, assegurando-lhe o domínio da
vida cultural do país.
CINE JORNAL BRASILEIRO. V.4, N.022
Em março de 1944, o DEIP de
Pernambuco apoiou as
realizações cinematográficas
do DIP, quando o cinegrafista
do DIP, Pedro Neves, veio
acompanhar a chegada da
Madame Roosevelt no Recife,
primeira dama dos EUA.
Imagens realizadas para o
Cinejornal Brasileiro contaram
também com o apoio do órgão
de Nilo Pereira. Telegrama
sobre a vinda de Pedro Neves,
expedida pelo DIP. 15 de Março
de 1944, Pasta 09, telegramas
recebidos. / Telegrama do
DEIP/PE ao DEIP de Alagoas
sobre a estadia de Pedro Neves
em Pernambuco, Abril de 1944,
Pasta 08, telegramas
expedidos. Fundo Interventoria
(Agamenon Magalhães) –
APEJE.
No cenário mundial, o cinema era visto por muitos governos como um instrumento político.
Mais do que um meio de diversão e lazer, alguns países utilizaram da sétima arte como um
forte veículo de propagação ideológica. Segundo o historiador Marc Ferro (2010, p. 16), “(...)
desde que os dirigentes de uma sociedade compreenderam a função que o cinema poderia
desempenhar, tentaram apropriar-se dele e pô-lo a seu serviço (...)”.

Leon Trotski (intelectual marxista e revolucionário


bolchevique, organizador do Exército Vermelho)
escreveria em 1923: “O fato de até agora não termos
ainda dominado o cinema prova o quanto somos
desastrados e incultos, para não dizer idiotas. O Cinema é
um instrumento que se impõe por si mesmo. É o melhor
instrumento de propaganda”.
1932: Lei de Obrigatoriedade de
Exibição dos Filmes Nacionais

1936:INCE (Instituto Nacional de


Cinema Educativo)

• 1939: DIP (Departamento de Imprensa e


Propaganda)
Os enredos dos filmes dessa época muitas vezes
percorriam a trajetória histórica do povo brasileiro,
exaltando sua tradição vitoriosa (os heróis, os grandes
fatos, as vitórias em batalha), sempre mantendo uma
analogia com os novos tempos. A diversidade cultural
(carnaval, folclore, festas populares e etc.) e as
belezas naturais também foram exploradas. Sob a
influência da visão doutrinária, as narrativas eram um
reflexo de parte dos intelectuais que constituíam a
formação do regime. Eles buscavam encontrar nesses
traços algo que identifique o espírito brasileiro.
O filme exibe as obras e a infraestrutura da cidade de Recife no segundo aniversário da
administração de Sergio Lorêto, governador do Estado. O porto de Recife, que esteve até abril de
1922 sob a responsabilidade da Societé de Construction du Port de Pernambuco, passou então à
dependência direta do Estado. Destacam-se também os armazéns, alguns ainda em construção; o
cais, capacitado para receber navios como o Ayuruoca, do Lloyd Brasileiro, e o transatlântico
Gelria, do Lloyd real Hollandez; e o trabalho nas pedreiras de Comportas, de onde são extraídas
as pedras para as obras do porto.
 A CONSTRUÇÃO DE IMAGENS

Símbolos Nacionais
Getúlio Vargas
 Bandeira Nacional
 Fé e religião
 Massas
Dom Sebastião Leme

Altar da Pátria
O projeto político assumido pelo
regime identificava-se com o
paradigma pedagógico, de
caráter conservador, sustentando
pela Igreja Católica no Brasil. A
Igreja Católica buscava
recompor as forças que haviam
perdido com a Velha República.
Na luta contra o laicismo, a ela se
alinha com regime
desempenhando um papel
importante na sociedade. Jornal do Recife, 18 de novembro de 1937, p. 1
(ALMEIDA, 2001, p. 69).
 1940 - Sinopse: Inauguração da Exposição pelo Ministro do Trabalho, Indústria e
Comércio. Vistas gerais dos estandes de diversas empresas e destaque para o Pavilhão de
Pernambuco.
 O filme retrata as principais realizações econômicas dos Estados brasileiros através da
feira homônima, projeto do interventor pernambucano. Unindo as interventorias numa
exaltação do projeto político nacional.
QUARENTA HORAS DE VIBRAÇÃO CÍVICA

 O filme retrata a visita do chefe da nação a Recife, de 18 a 20 de


outubro de 1940, portando mensagens de progresso, trabalho, ordem e
paz social propiciada pelo Estado Novo. Compõem imagens desta obra
o desfile cívico-militar, recepção festiva e calorosa do povo
pernambucano ao presidente, sua visita à Penitenciaria Agrícola de
Itamaracá, a inauguração de sede da Destilaria Central do I.A.A., a
homenagem de operários da Cia. de Tecidos Paulista e a despedida do
presidente.

 Esta película encontra-se na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.


Trata-se de um material realizado em 35 mm, em preto e branco,
produzido pela Meridional, sob a direção de Firmo Neto.
A reception being thrown for
President Vargas. (Recife, 1940).
Photographer-Hart Preston. Size-926
x1280 pixels (12.9x17.8 inches)
Revista Life
O CINEMA SONORO PERNAMBUCANO

Manuel Firmo da Cunha Neto


 Durante o Estado Novo, cineastas como Firmo Neto foram
contratados para produzir comerciais e propagandas que
exaltavam os feitos do governo. Firmo foi um dos
principais nomes da trajetória do cinema pernambucano.
Amazonense nascido em Providência chegou ao Recife
durante o primeiro ano de regime estado-novista. Em
1939, passou a trabalhar na Companhia Cinematográfica
Meridional Filmes, onde realizou trabalhos de fotografia,
direção e cinegrafia. No início da década de 1940, junto a
Meridional, Firmo Neto realizou alguns experimentos de
sonorização dos filmes, que serviram de inspiração para a
concretização do primeiro longa-metragem sonoro de
Pernambuco: o filme Coelho Sai (1942) que teve sua única
cópia perdida em um incêndio.
Acervo do Museu da Imagem e do Som de
Pernambuco
OBRIGADO!

arthurlira31@gmail.com

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