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Mecanismos de gestão e

financiamento do Sistema Único de


Saúde (SUS)

Simone Herdy
Mecanismos de gestão e financiamento do
SUS

1.ª Parte: Introdução


SUS: mecanismos de gestão e
financiamento - antecedentes

• A partir da Constituição Federal de 1988, o Brasil optou pela


definição de um conjunto de direitos, políticas e serviços sociais de
tipo social-democrata (classificação de Esping-Andersen);
• O sistema de saúde, fruto de ampla mobilização social, passou a ser
organizado de acordo com o modelo do sistema de saúde público
gratuito e universal (SUS);
• Ao lado do sistema público, a Constituição Federal de 1988 manteve
a existência de um sistema privado, que é o 2.º maior do mundo, ao
lado do SUS;
• A manutenção de dois sistemas de saúde, um público, outro privado,
é fenômeno raro no mundo, entre os países desenvolvidos só a
Espanha faz o mesmo.
SUS: mecanismos de gestão e
financiamento - antecedentes
Fatos
Sistemas Públicos Características
Políticos
Financ. - Folha de Salários
1930 - Revolução
1933 - Criação dos IAPs Seguro - Múltiplo (segurados
de 1930
dos IAPs)
Prestação - Privada (IAPs)
1964 - Golpe
Financ. - Folha de Salários
Militar
1966 - Criação do INPS Seguro - Unificado p/
segurados do INPS
Prestação - Pública e
conveniada
1985 - Fim da
Ditadura
1988 - Criação do SUS Financ. - Tributos
Militar
(Const. Federal) Seguro - Universal
Prestação - Pública e
conveniada
SUS: mecanismos de gestão e financiamento -
antecedentes

8.ª Conferência Nacional de Saúde - Resolução 13:

• “ampla mobilização popular para garantir ... que se inscrevam na


futura Constituição:
• a caracterização da saúde de cada indivíduo como de interesse
coletivo, como dever do Estado, a ser contemplado de forma
prioritária por parte das políticas sociais;
• a garantia da extensão do direito à saúde e do acesso igualitário às
ações de serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde;
• a caracterização dos serviços de saúde como públicos e
essenciais.
SUS: Legislação básica

1988 Constituição artigos 196-200.


Federal:
1990 Lei n.º 8.080 Dispõe sobre as condições para a
(Lei Orgânica da promoção, proteção e recuperação da
Saúde) saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes.
1990 Lei n.º 8.142 Dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do Sistema Único
de Saúde (SUS} e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde.
1999 Lei n.º 9.782 Define o Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária e cria a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – ANVISA.
SUS: determinações constitucionais

Art. 196. . A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,
cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também por pessoa física ou
jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único...
Art. 199. a assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
SUS: diretrizes constitucionais

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma


rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de
governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
Lei Orgânica da Saúde (Lei n.º 8.080)

TÍTULO I
• Art. 2.º. A saúde é um direito fundamental do ser humano,
devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu
pleno exercício.
TÍTULO II
• Art. 4.º. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados
por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da Administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema
Único de Saúde (SUS).
Lei Orgânica da Saúde

Campo de Ação do SUS


Art. 6.º. Estão incluídas... no campo de atuação do SUS:
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
...
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e
outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse
para a saúde;
...
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e
tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
...
SUS: princípios (Lei n.º 8.080/90)

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou


conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com
as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes
princípios:
I - universalidade de acesso... em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência... como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos... em todos os níveis de complexidade...;
...
IV - igualdade da assistência à saúde...;
...
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de
recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
...
Lei Orgânica da Saúde
Saúde Indígena (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
...
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das
populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou
individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei.
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,
componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por
esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual
funcionará em perfeita integração.
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
SUS: Participação da comunidade
(Lei n.º 8.142/1990)
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19
de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo
das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
I - a Conferência de Saúde; e
II - o Conselho de Saúde..
...
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão
colegiado composto por representantes do governo, prestadores de
serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de
estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas
decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído
em cada esfera do governo.
Principais órgãos reguladores

Ministério da Saúde:
• Sistema público (SUS) + Sistema Privado

Secretaria de Assistência à Saúde (SAS)


Secretaria de Políticas de Saúde
• Sistema público (SUS)

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)


• Sistema público (SUS) + Sistema Privado

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)


• Sistema Privado
SUS: Marco legal

1988 - Criação Constituição Federal


1990 - LOS - Lei n.º 8.080
Lei n.º 8.142 Governo Collor
1991 - NOB 01/91
1993 - NOB 01/93 Governo Itamar
1996 - NOB 01/96
2001 – NOAS 01/01 Governo FHC
2002 – NOAS 01/02

Obs: Até a NOAS/2001, as questões do financiamento e da forma de repasse


de recursos dominavam o processo de implantação do SUS.
SUS:
A difícil história do seu marco legal
1985 Governo Sarney  1988: criação do SUS;
1990 Governo Collor  Crise do financiamento (gasto
p/c cai de US$ 80 para US$ 44);
1993 Governo Itamar  Extinção do INAMPS;
 Início da recuperação dos níveis de
financiamento;
 fim dos repasses da Previdência Social;
 Instabilidade das fontes de
financiamento
1995 Governo FHC  Bresser Pereira tenta introduzir
medidas neo-liberais no SUS;
 NOB 96 - reação a Bresser – normas de
financiamento e organização mais
próximas dos princípios constitucionais.
2003 Governo Lula  Tentativa de redução dos recursos
federais para a saúde
Mecanismos de gestão e financiamento do
SUS

2.ª Parte:
Mecanismos de Gestão
SUS: base legal da gestão da rede de ações e
serviços

Lei n.º 8.080/90 (Lei Orgânica do SUS):

Art. 7.º (princípios):


IX – descentralização político-administrativa, com direção única em cada
esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
Art. 8º. As ações e serviços ... serão organizados de forma regionalizada e
hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
SUS: regionalização e hierarquização da
rede de ações e serviços

REGIÃO DE SAÚDE

Nível terciário Hospital Geral

Nível secundário Centros de Saúde

Nível primário
(atenção básica) Postos de Saúde

Sistema de Referência
e C. Referência
SUS: organização dos serviços
- o que é uma rede hierarquizada?
PS PS
PS PS

PS CS PS
PS CS PS

PS
PS PS
PS

PS Nível
PS
HG PS PS Quaternário

PS CS PS
PS CS PS

PS
PS PS
PS
SUS: organização dos serviços em
rede hierarquizada – dificuldades

 Dificuldades para a definição das regiões: escala dos municípios


x jurisdição territorial;
 Dificuldade para a adscrição da clientela (moradia ou
trabalho?);
 Precariedade dos sistemas de informação;
 Distribuição inadequada da rede;
 A Complexidade da organização hospitalar torna complicada
uma relação hierárquica entre a direção do Distrito e a direção
do Hospital Geral;
SUS: descentralização – papéis dos estados
e municípios (Lei n.º 8.080/90)
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de
saúde;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de
Saúde (SUS);
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente
ações e serviços de saúde;
...
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e
executar os serviços públicos de saúde;
II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e
hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção
estadual;
SUS: Problemas decorrentes das normas
de gestão

 Sistema de gestão complexo, excessivamente detalhado e centrado


no controle e não em resultados;
 Gestão de base municipal, que coincide com a base político-eleitoral
do país – estimulando a competição predatória;
 Indefinição do papel dos Estados;
 Ausência de mecanismos de regulação regional;
 Implantação insuficiente de mecanismos de regulação de
internações e atenção de urgência e emergência;
 Pouca ênfase no nível secundário do Sistema.
SUS: Problemas decorrentes das normas
de gestão - municipalização
 A municipalização não tem correspondido a uma efetiva
descentralização:
 Regras e financiamento centralizados no governo federal;
 As normas iguais para todo o país, independente das
características de cada região;
 O SUS é o único sistema de saúde público de acesso universal,
com gestão municipal;
 A municipalização dificulta a regionalização;
 Poucos municípios podem ser gestores de um sistema efetivo de
saúde em função do seu porte;
 O sistema político-eleitoral é de base municipal o que incentiva a
competição e não a cooperação.
Todos os municípios como gestores plenos do
Sistema!
Portaria n.º 2.023/GM, de 23 de setembro de 2004:

• Art. 1º Definir que os municípios e o Distrito Federal sejam


responsáveis pela gestão do sistema municipal de saúde na
organização e na execução das ações de atenção básica,
conforme o Anexo desta Portaria, sem prejuízo das
competências definidas na Lei nº 8.080/90.
• Art. 2º Cessar o processo de habilitação de municípios em
Gestão Plena de Atenção Básica - GPAB e Gestão Plena de
Sistema Municipal - GPSM conforme a NOB SUS 01/96, e em
Gestão Plena de Atenção Básica Ampliada - GPAB-A, conforme
a NOAS SUS 2002.
• ...
• Art. 4º Estabelecer como a única modalidade de habilitação
de municípios a Gestão Plena de Sistema Municipal.
SUS: base legal da gestão da rede de serviços

 A partir da Lei Orgânica (n.º 8.080/90), as regras de gestão


do SUS passaram a ser feitas por portarias do Ministério da
Saúde;
 As principais normas foram as NOBs – Normas
Operacionais Básicas;
 As principais NOBs foram as de 1991, 1993 e 1996;
 A partir de 2001, foram acrescentadas as NOAS.
SUS:Normas Operacionais Básicas (NOBs)

NOB 01/91:

 Editada ainda pelo antigo INAMPS;


 Acompanhada por portarias do Ministério da Saúde que criaram
os Sistemas de Informações Hospitalares (SIH/SUS) e
Ambulatoriais (SIA/SUS), com as respectivas tabelas de
remuneração por procedimentos para o pagamento dos
prestadores de serviços públicos ou privados;
 Criou a Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
SUS: Normas Operacionais Básicas (NOBs)
NOB 01/92
• Previu a criação do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e estabeleceu os
critérios de cálculo dos repasses financeiros;
• O número de Autorizações de Internação Hospitalar (AIHs) de cada
estado da Federação é definido a partir de um teto de internações
proporcional à respectiva população;

• A assistência ambulatorial passa a ter duas modalidades de


pagamento: a) produção dos serviços apresentados no SIA/SUS
(lógica do INAMPS); e b) unidade de medida ambulatorial;

• A UCA ( Unidade de Cobertura Ambulatorial). (representava os


recursos financeiros per capita destinados à assistência ambulatorial,
sendo calculada a partir da população, capacidade instalada e das
séries históricas de produção ambulatorial de cada estado.
SUS: Normas Operacionais Básicas (NOBs)
NOB 01/93:
• Condições de gestão para estados e municípios, que poderiam
habilitar-se à gestão incipiente, parcial ou semi-plena;
• Manteve as modalidades de pagamento por produção, mas
introduziu uma estratégia de substituição gradual da lógica do
financiamento por produção, pelas transferências financeiras
globais fundo a fundo (tetos financeiros), sistema defendido
pelo movimento sanitário;
 Este mecanismo de repasse de recursos estabeleceu uma
relação direta entre governo federal e municípios, reduzindo o
papel dos estados nas decisões sobre a distribuição dos
recursos.
SUS: Normas Operacionais Básicas (NOBs)
NOB 01/96:
• Modificou as condições de habilitação à gestão do Sistema (Gestão
Plena da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema);
• Instituiu o Piso de Atenção Básica (PAB) – montante de recursos
repassados a estados e municípios para a execução de ações básicas
de saúde, com um valor per capita nacional;
• Introduziu o conceito de “teto financeiro” – montante máximo de
recursos transferidos para estados e municípios;
• Criou a Programação Pactuada Integrada (PPI): método de
definição negociada dos objetivos, metas e recursos (ou “tetos
financeiros”) transferidos pelo governo federal aos estados e
municípios, realizado pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT),
na esfera nacional, e pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB), na
esfera estadual.
SUS: Norma Operacional de Assistência à
Saúde (NOAS)

Objetivos:

 Processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos


serviços de saúde;
 Plano Diretor de Regionalização (PDR) em cada Estado, como
instrumento de ordenamento do processo de regionalização, deve
definir:
 regiões;
 microrregiões de de saúde;
 módulos assistenciais.
 Plano Diretor de Investimentos (PDI) que viabilize a
implantação gradual do PDR;
 Mecanismos de relacionamento intermunicipal com organização
dos fluxos de referência e contra-referência.
SUS: Norma Operacional de Assistência à
Saúde (NOAS)
Níveis de Estrutura Municípios
Complexidade de de
da Atenção Regionalização Referência

 Alta  Região  Município-pólo;

 Média  Município-sede de
 Microrregião
micrrorregião;

 Média  Módulo
 Município-sede de
Assistencial
módulo assistencial;
 Básica  Demais munic.
NOAS (01/2001):
assistência hospitalar
 Hospitais Regionais - com 100 leitos destinados a garantir atenção de maior
complexidade, tanto em clínicas básicas como em clínicas especializadas ...
tratamento intensivo e serviço de atenção às urgências clínicas e cirúrgicas, com
plantão nas 24 h. Cada região de saúde deve contar com pelo menos uma
unidade hospitalar desse porte para atendimento de referência, sendo que mais
de 10% de seus atendimentos se destina à população proveniente dos
municípios dessa região que não conta com os mesmos recursos;
 Hospitais microrregionais - de 50 a 100 leitos – para atenção nas 04 clínicas
básicas, com Centro de Recuperação pós-anestésico e estrutura para atenção às
urgências clínicas e cirúrgicas nas 24 h.;
 Hospitais locais de pequeno porte ou de sede de módulo assistencial – de 30 a
50 leitos – em regime de internação em clínica médica, pediátrica e obstétrica
(parto normal) e assistência
ambulatorial de referência para o restante da rede básica
local nas situações de pequenas urgências e/ou que necessitam observação por
mais de 24 h.
NOAS (01/2001):
assistência ambulatorial

Atenção Básica:
Atividades a serem assumidas e desenvolvidas por todos os
municípios do país nas seguintes áreas estratégicas:
 controle da tuberculose;

 eliminação da hanseníase;

 controle da hipertensão;

 controle da diabetes mellitus;

 ações de saúde bucal;

 ações de saúde da criança; e

 ações de saúde da mulher.


NOAS (01/01) Exemplo de PDR:
Estado do Rio de Janeiro
SUS: Mecanismos de gestão
Conferência Conferência Conferência
Nacional de Estadual de Municipal de
Órgãos de Saúde Saúde Saúde
Participação Conselho Conselho Conselho
Nacional de Estadual de Municipal de
Saúde Saúde Saúde
Órgãos de Comissão Comissões
Programação Intergestores Intergestores
Tripartite Bipartite
Órgãos de MS SES SMS
Gestão
Plano Nacional Plano Estadual Plano Municipal
de Saúde de Saúde de Saúde
Mecanismos
e fluxo de Orçamento Orçamento Orçamento
Planejamento e Nacional Estadual Municipal
Financiamento
Fundo Nacional Fundo Estadual Fundo Municipal
de Saúde de Saúde de Saúde
Mecanismos de gestão e financiamento do
SUS

3.ª Parte:
Mecanismos de
Financiamento
SUS:
Bases legais do seu financiamento

Evolução das regras de financiamento


1988 Criação (Const. Federal) Orçamento da Seguridade Social;
1990 Leis Orgânicas
(N.º 8.080 e 8.142) OSS e regras de transferência;
1991 NOB 01/91 Financiamento pelo modelo do INAMPS;
1993 Extinção do INAMPS Transferência Fundo a Fundo e regras
(NOB 01/93) de habilitação para a gestão do Sistema
1997 NOB 01/96 - início PAB (Atenção Básica); Programação Pactuada e
da vigência Integrada
2001 EC 29 - início Regras mais estáveis de Financiamento
da vigência
2004 EC 29 – vigência plena
SUS: Evolução das fontes de recursos

• O Art. 195 da C.F. define que a seguridade social (onde se inclui a


saúde) deve ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, com base nas contribuições sociais e loterias;
• As principais contribuições sociais são: Contribuição sobre a folha
de salários (dos empregadores e dos trabalhadores;
FINSOCIAL/COFINS; CLL;
• Desde 1993, o MPAS deixou de repassar recursos da previdência
(contribuição sobre a folha de salários para o financiamento da
saúde;
• A partir de 1997, definiu-se que a arrecadação da CPMF financiaria
diretamente a saúde.
SUS: Evolução das fontes de recursos

Collor e o “desfinanciamento” da saúde


Anos US$ Hab/ano Governo
1987 80,30 Sarney
1988 72,10 "
1989 79,70 "
1990 65,90 Collor
1991 53,90 "
1992 44,30 "
1993 49,60 Itamar
1994 67,97 "
1995 98,53 FHC
1996 100,29 "

Fonte: Levcovtiz, 1998 (tese de doutoramento - IMS)


SUS: Evolução das fontes de recursos
Evolução da participação das fontes
de recursos federais - 85/96
80
70
60 CFS
50 Tesouro
COFINS
40
CLL
30 FSE/FEF
20
10
0
85 90 93 96
Fonte: Levcovtiz, 1998 (tese de doutoramento - IMS)
SUS:
Bases legais do seu financiamento

Constituição Federal
At. 198.
Parágrafo único. O sistema único de saúde será financiado, nos
termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade
social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, além de outras fontes.
SUS:
Bases legais do seu financiamento

Lei n.º 8.080/90 – origem e fundos especiais


Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema
Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os
recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos
em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a
participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência
Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS)
serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua
atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos
Conselhos de Saúde.
SUS:
Bases legais do seu financiamento
Lei n.º 8.080/90 – transferência de recursos:
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a
Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos
seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:
I - perfil demográfico da região;
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;
...
§ 1.º. Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será
distribuída segundo o quociente de sua divisão pelo número de
habitantes, independentemente de qualquer procedimento prévio.
...
SUS:
Bases legais do seu financiamento
Lei n.º 8.142/90 – regras para repasse de recursos:
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os
Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:
I - Fundo de Saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o
Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
III - plano de saúde;
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do
art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários
(PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
Norma Operacional Básica n.º 01/91
(NOB 01/91)

Aplica ao SUS a lógica do INAMPS:


 Repasse por produção de serviços;
 Transferências negociadas;
 Tabela do INAMPS paga a prestadores privados
estendida para as unidades públicas.
NOB 01/93
 criou diferentes critérios para a habilitação dos
estados e municípios à gestão do SUS:
 não-habilitado;
 incipiente;
 Parcial; e
 semiplena
 os estados e municípios em gestão semi-plena
recebiam montante global de recursos financeiros
para custear as ações de saúde;
 os demais continuavam a receber por serviços;
 até 1997, apenas 177 municípios estavam
habilitados em gestão semi-plena.
NOB 01/96
 Modificou os critérios de habilitação de estados e municípios, para:
gestão plena da assistência básica; e gestão plena do sistema;
 Criou o PAB* (Piso Ambulatorial Básico) para todos os municípios
habilitados à gestão plena da assistência básica, visando a
transferência de recursos para procedimentos como: vacinas,
curativos, vigilância sanitária e epidemiológica;
 Com relação aos procedimentos compreendidos no SIH/SUS e
SIA/SUS, os municípios habilitados à gestão plena do sistema
recebem montante global de recursos, os demais continuam a
receber pelos procedimentos executados, com intermediação dos
estados e através de comprovação de despesas;
NOB 01/96 (cont.)
 Permitiu a passagem fundo a fundo de recursos para o
pagamento de procedimentos de média complexidade
(exames de laboratório, radiodiagnóstico, ultra-sonografia,
etc.), desde que exista no estado uma programação
ambulatorial integrante da Programação Pactuada e Integrada
definida pela Comissão Intergestora Bipartite;
 Criou um incentivo para a avaliação de resultados;
 Municípios habilitados em fevereiro de 1999:
- gestão plena da atenção básica - 4.710 (85,5%)
- gestão plena do sistema - 464 (8,4%)
SUS:
Bases legais do seu financiamento

A Emenda Constitucional n.º 29/00


 A partir e 2000, a EC nº 29 passa a assegurar maior
estabilidade das fontes de recursos para o SUS
vinculando as despesas a:
 Evolução do PIB – União;
 Arrecadação de impostos – estados e municípios;
 O efeito da emenda foi progressivo (entre 2001 e 2004;
 Até hoje não foi regulamentada, permitindo que
diversas despesas sejam lançadas na rubrica da saúde,
exemplos:
 Governo federal: Fome Zero;
 Governo do ERJ: Restaurante popular.
EC 29 – Evolução da vinculação

ANO Municípios Estados


2000 7% 7%
2001 8,6% 8%
2002 10,2% 9%
2003 11,8% 10%
2004 15,0% 12%
EC n.º 29 – receitas vinculadas

RECEITAS ESTADUAIS (12%) RECEITAS MUNICIPAIS (15%)

I Receitas de Impostos: ICMS (75%); V Receitas de Impostos: ISS; IPTU;


IPVA (50%); ITCMD Simples; ITBI; ICMS (25%); IPVA (50%).
II Receitas de Transferências da VI Receitas de Transferências da
União: Quota-parte do FPE; Quota- União: Quota parte do FPM; Quota-
parte do IPI - Exportação (75%); Parte do IPI - Exportação (25%); Quota-
Transferências Lei Complem. 87/96-Lei Parte do ITR; Transferências Lei
Kandir (75%) Complementar 87/96-Lei Kandir (25%)
III Imposto de Renda Retido na Fonte VII Outras Receitas Correntes
IV Outras Receitas Correntes: Receita Receita da dívida ativa de impostos,
da dívida ativa de impostos, multas, multas, juros de mora e
juros de mora e correção monetária de correção monetária de impostos
impostos

VIII - Total vinculado à saúde = (I + II + III + IV) X 0,12 + (V + VI + VII ) x 0,15


O impacto da EC n.º 29 – participação %
dos entes federados

60 56,2
48,6 2001
50
2004 e stim.
40

30 27,2
23,1 24,3
20,6
20

10

0
União Estados Municípios
O impacto da EC n.º 29 – despesas por
entes federados

Crescimento do Gasto Público com Saúde por Esfera de Governo


Índice: 2000 = 100 - Em Moeda Constante (R$ 2003)
Fonte: SIOPS/MS

170
Índice: 2000 = 100

150
130
110
90
2000 2001 2004 Estimativ a EC 29

Ano

União Estados Municípios


CNS: Resolução n.º 322, de 08/05/03
Não são consideradas como despesas com saúde:

 pagamento de aposentadorias e pensões;


 assistência à saúde que não atenda ao princípio da
universalidade (clientela fechada);
 merenda escolar;
 saneamento básico, mesmo o previsto no inciso XII da Sexta
Diretriz, realizado com recursos provenientes de taxas ou
tarifas e do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, ainda
que excepcionalmente executado pelo Ministério da Saúde,
pela Secretaria de Saúde ou por entes a ela vinculados;
CNS: Resolução n.º 322, de 08/05/03

Não são consideradas como despesas com saúde:

 limpeza urbana e remoção de resíduos sólidos (lixo);


 preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos
órgãos de meio ambiente dos entes federativos e por entidades
não governamentais;
 ações de assistência social não vinculadas diretamente a
execução das ações e serviços referidos na Sexta Diretriz e não
promovidas pelos órgãos de Saúde do SUS;
 ações e serviços públicos de saúde custeadas com recursos que
não os especificados na base de cálculo definida na primeira
diretriz.
Fundo de Ações Estratégicas e de
Compensação - FAEC
Portaria GM/MS N.º 627, de 26 de abril de 2001
O FAEC foi criado com a finalidade de financiar os procedimentos
de alta complexidade em pacientes com referência interestadual,
próprios da Câmara Nacional de Compensação. Posteriormente
acrescentaram-se as ações estratégicas, cuja responsabilidade
direta é do Ministério da Saúde. Ex:

 Programa de combate ao Câncer de colo uterino;


Transplantes;

 Prostatectomias;
 Cirurgias de varizes;
 Alguns procedimentos de neurocirurgia e cirurgias
cardíacas.
Como circulam os recursos do SUS

Conceitos gerais:
• Conceito chave: teto financeiro - calculado pela média
histórica das transferências, ao longo de 6 meses ou 1 ano -
corresponde ao valor máximo que o governo federal pode
repassar;
• Nos municípios em gestão plena do sistema o valor do teto é
integralmente repassado fundo a fundo;
• Nos demais casos, quando os recursos são transferidos para
pagar serviços executados, o teto é o limite máximo pago pelo
governo federal;
• Há recursos extra-teto para pagamento de procedimentos
considerados estratégicos (ex: transplantes).
Como circulam os recursos do SUS

Transferências fundo a fundo:


• Os recursos transferidos fundo a fundo financiam as ações e serviços
de saúde da:
• atenção básica dos municípios habilitados na Gestão Plena da
Atenção Básica e dos Municípios não habilitados, quando realizadas
por estados habilitados na Gestão Avançada do Sistema Estadual;
• assistência de média e alta complexidade realizada por Estados e
Municípios habilitados na Gestão Plena do Sistema Estadual.
Como circulam os recursos do SUS

Remuneração por serviços produzidos:


• Transferência caracterizada pelo pagamento direto aos prestadores
de serviços da rede cadastrada do SUS nos Estados e Municípios não
habilitados em Gestão Plena de Sistema (Rede Cadastrada).
• Destina-se ao pagamento de:
 faturamento hospitalar registrado no Sistema de Informações
Hospitalares – SIH; e
 produção ambulatorial registrada no Sistema de Informações
Ambulatoriais – SAI;
• Contempla ações de Assistência de Média e Alta Complexidade,
também observados os tetos financeiros dos respectivos Estados e
Municípios;
• O pagamento é feito mediante apresentação de fatura calculada
com base na tabela de serviços do SIA e do SIH.
Como circulam os recursos do SUS

Recursos de Convênios:
• São celebrados com órgãos ou entidades públicas, entidades
filantrópicas, ONGs;
• Financiam a realização de ações e programas de
responsabilidade mútua do órgão Condedente (ou
transferidor) e do Convenente (recebedor).
• Repasse dos recursos de acordo com o cronograma físico-
financeiro aprovado como parte do Plano de Trabalho e com a
disponibilidade financeira do concedente;
• O depósito dos recursos é feito em contas especialmente
abertas para convênio.
Fluxo dos recursos do SUS

Orçamento Ministério da Saúde


Impostos e Contribuições
Fundo Nacional de Saúde

Os Recursos para o Custeio da Assistência são alocados como Tetos


Estaduais e Municipais
Transferências Fundo a Fundo Estados e
Municípios
Convênios

Estabeleci-mentos
Remuneração por Prestação de
de Saúde
Serviços

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