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IGREJA ANTIGA

MÓDULO FATEV
DATA: 11 a 17 de julho de 2006.
2521-23 – 2. e 3. anos
PROFESSOR: Gerson Fischer
Introdução

 EMENTA: Estudo da dinâmica do


desenvolvimento do cristianismo na era
apostólica e seu desenvolvimento até o
período de Constantino.
Introdução
“O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão,
as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em
parte conhecemos e em parte profetizamos; quando,
porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito
desaparecerá. Quando eu era menino, falava como
menino, pensava como menino e raciocinava como
menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as
coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo
obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a
face. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro,
como em espelho; mas, então, veremos face a face.
Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente,
da mesma forma como sou plenamente conhecido.
Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e
o amor. O maior deles, porém, é o amor” (1 Coríntios
13.8-13).
Introdução

“Pois tudo o que foi escrito no passado, foi


escrito para nos ensinar, de forma que, por
meio da perseverança e do bom ânimo
procedentes das Escrituras, mantenhamos
a nossa esperança” (Romanos 15.4).
A teoria dos paradigmas e a história
do cristianismo - as seis subdivisões
paradigmáticas histórico-teológicas

 O paradigma apocalíptico do cristianismo primitivo;


 O paradigma helenístico do período da patrística;
 O paradigma católico romano medieval;
 O paradigma protestante (da Reforma);
 O paradigma moderno do iluminismo;
 O paradigma ecumênico emergente.
Paradigma no contexto histórico-
teológico

 “Em cada uma dessas eras, os cristãos, a partir de seus


próprios contextos, debateram-se com a questão do que a fé
cristã e, por implicação, a missão cristã significavam para eles.
É supérfluo dizer que todos acreditavam e sustentavam que
sua compreensão da fé e da missão da igreja era fiel ao intento
divino. Isso não quer dizer, porém, que todos pensassem de
forma idêntica e que chegassem às mesmas conclusões. É
claro que sempre houve cristãos (e teólogos!) que achavam
que sua compreensão da fé era “objetivamente” exata e,
deveras, a única interpretação autêntica do cristianismo. Tal
atitude, no entanto, baseia-se em uma perigosa ilusão. Nossos
pontos de vista constituem sempre mera interpretações do que
consideramos ser a revelação divina, não a revelação divina
em si (e essas interpretações são profundamente configuradas
por nossas autocompreensões)”.
Paradigma no contexto histórico-
teológico

 “Sustentei, nos capítulos precedentes, que nem mesmo os


livros bíblicos que examinamos são, como tais, registros da
revelação divina; eles constituem interpretações dessa
revelação. É uma ilusão acreditar que podemos chegar até um
evangelho puro, não afetado por quaisquer acréscimos
culturais ou outros. Inclusive na mais antiga tradição de Jesus,
os ditos de Jesus já eram afirmações sobre Jesus (cf.
Schottroff e Stegemann 1986:2). E se isso é verdadeiro para a
fé cristã em sua fase inicial, certamente deve sê-lo ainda mais
para os períodos subseqüentes. Ninguém recebe o evangelho
de maneira passiva; cada qual, naturalmente, reinterpreta-o.
Não existe, deveras, conhecimento algum em que a dimensão
subjetiva não esteja presente de uma ou outra forma (Hiebert
1985 a: 7). Além disso, e espero que isso fique claro ao longo
de minha argumentação, essa circunstância não é algo que
devamos lamentar; trata-se de uma característica inerente à fé
cristã, porque concerne à Palavra encarnada”.
Paradigma no contexto histórico-
teológico

 “Não é adequado, portanto, falar de “teologia cristã”, mas de


“teologias cristãs”. Toda compreensão individual da revelação
mostra-se condicionada por uma enorme variedade de fatores.
Estes incluem a tradição eclesiástica da pessoa, o contexto
pessoal (sexo, idade, estado civil, educação), a posição social
(“classe” social, profissão, bens, ambiente), personalidade e
cultura (cosmovisão, língua, etc.). Tradicionalmente,
reconhecemos a existência (embora não a validade) só do
primeiro fator, i. é, das diferenças motivadas por tradições
eclesiásticas. Em anos mais recentes, começamos a admitir o
papel da cultura na religião e na experiência religiosa. Mas os
outros fatores são igualmente (se não mais) importantes. Um
trabalhador migrante negro de Johannesburgo, por exemplo,
pode ter uma percepção da fé cristã bem diversa da de um
funcionário público branco da mesma cidade, mesmo que
ambos sejam membros da Igreja Reformada Holandesa. (...) a
autocompreensão do indivíduo desempenha um papel crucial
em sua interpretação e experiência da fé”.
Paradigma no contexto histórico-
teológico

 Existe ainda um outro fator importante – e relacionado – que


afeta a maneira como as pessoas interpretam e experimentam
a fé cristã: “o quadro de referência” geral em que se criaram,
sua experiência e compreensão globais da realidade e de seu
lugar no universo, a época histórica em que lhes coube viver e
que, em grande parte, moldou sua fé, experiências e processos
de raciocínio. As diferenças entre as seis subdivisões da
história do cristianismo enumeradas por Küng têm a ver, em
grande parte, com as diferenças no quadro geral de referência
entre uma era e outra e somente em um grau menor com
diferenças pessoais, confessionais e sociais per se. O “mundo”
do cristianismo helenístico do século 2 e seguintes era
qualitativamente diverso do “mundo” do cristianismo primitivo,
que ainda se encontrava bastante impregnado pelo etos do
Antigo Testamento hebraico. E há disparidades comparáveis
entre as outras épocas mencionadas acima.
Paradigma no contexto histórico-
teológico

 “Em cada era, os cristãos do período compreenderam e


experimentaram sua fé de um modo apenas parcialmente
comensurável com a compreensão e a experiência dos crentes de
outras eras. (......) Hoje se aceita amplamente, em todas as ciências
(...), que a objetividade completa é uma ilusão e que o conhecimento
pertence a uma comunidade e é influenciado pela dinâmica operante
nela. Isso significa que não se testam somente “dados científicos”,
mas também as próprias pesquisadoras. (......) ...existem, nesse
sentido, diferenças significativas entre a teologia e as ciências
naturais. Nestas, por exemplo, o novo paradigma, geralmente,
substitui o velho de maneira definitiva e irreversível. Após a revolução
newtoniana, simplesmente não é mais possível compreender o
universo em categorias copernicanas, muito menos em ptolemaicas.
Na teologia (...) “velhos” paradigmas podem continuar vivos. De
quando em quando, inclusive acontece que haja um reavivamento de
um paradigma anterior, quase esquecido. Isso se evidencia, inter alia,
na “redescoberta” da Carta de Paulo aos Romanos por Agostinho, no
século 4, por Martinho Lutero, no 16, e por Karl Barth, no 20 ...”
Paradigma no contexto histórico-
teológico

 “Também, em um outro sentido, o “velho” paradigma raras


vezes desaparece completamente. Em seu diagrama de
mudanças de paradigma na teologia (1984:25; 1987:157),
Küng indica que o paradigma helenístico do período patrístico
ainda vive em partes das igrejas ortodoxas, o paradigma
católico romano medieval, no tradicionalismo católico romano
contemporâneo, o paradigma da Reforma protestante, no
confessionalismo protestante do século 20, e o paradigma
iluminista, na teologia liberal. Brauer nos lembra que, em
quase todas as denominações hodiernas, encontramos, lado a
lado, crentes fundamentalistas, conservadores, moderados,
liberais e radicais (1984:12). A questão torna-se ainda mais
complexa pelo fato de que as pessoas, freqüentemente, estão
comprometidas com mais de um paradigma ao mesmo tempo”.
Paradigma no contexto histórico-
teológico

 “... não se deveria pensar, em qualquer pesquisa, seja na teologia


seja nas ciências naturais ou sociais, em termos das categorias
mutuamente excludentes do “absoluto” e do “relativo”. Nossas
teologias são parciais e influenciadas cultural e socialmente. Elas
jamais podem reivindicar serem absolutas. Isso, contudo, não as torna
relativistas, como se estivéssemos a sugerir que na teologia – uma
vez que jamais podemos, em realidade, conhecer “de forma absoluta”
– tudo seja válido. É verdade que só vemos parcialmente, mas é certo
que vemos (Hiebert 1985 a: 9). Estamos comprometidos com nossa
compreensão da revelação, mas igualmente mantemos uma distância
crítica quanto a ela. Em outras palavras, mostramo-nos, em princípio,
abertos para outros pontos de vista, uma atitude que, no entanto, não
se opõe a um compromisso total com nossa própria compreensão da
verdade. Introduzimos nossas observações com “Eu acredito que...”
ou “Em meu entender...” (Hiebert 1985 a: 9). Trata-se de um equívoco
pensar que o compromisso e uma atitude autocrítica se excluam
reciprocamente”.
Paradigma no contexto histórico-
teológico

 “Entendo que minha abordagem teológica é um “mapa” e que um


mapa jamais constitui o “território” em si (cf. Hiebert 1985b:15; Martin
1987:373). Embora creia que meu mapa seja o melhor, aceito que
haja outros e que, pelo menos em teoria, um desses mapas possa ser
melhor que o meu, visto que só tenho acesso a um conhecimento
parcial (cf. 1 Co 13.12). Para a pessoa cristã, isso significa que
qualquer mudança de paradigma só pode ocorrer com base no
evangelho e por causa do evangelho, porém jamais contra ele (cf.
Küng 1987:194). Ao contrário das ciências naturais, a teologia se
relaciona não só com o presente e o futuro, mas também com o
passado, a tradição, o testemunho primordial de Deus aos seres
humanos (p. 191s.). Não há dúvida de que a teologia sempre precisa
ser relevante e contextual (p. 200-203), contudo nunca se pode
buscar isso a expensas da revelação de Deus na história de Israel e
através dela e, principalmente, no evento de Jesus Cristo (p. 203-
206). Os cristãos levam a sério a prioridade epistemológica de seu
texto clássico, as Escrituras”.
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

– Período de estudo: séculos + ou - 03 a 06.


– Releitura da revelação cristã à luz de percepções religiosas e
filosóficas gregas. Exemplo de releitura: doutrinas da trindade e
da divindade de Cristo.
– A passagem do cristianismo do mundo hebreu para o mundo
grego apresentou vários elementos impactantes:
 O que principiou como movimento se transformou em
instituição antes do fim do primeiro século.
 A igreja abandonou gradualmente seu caráter apocalíptico-
escatológico e afastou-se de sua esperança em uma
parusía eminente de Cristo.
 O pregador itinerante foi substituído pelo monge em áreas
ainda não evangelizadas.
 O impacto missionário deste período, a exemplo do período
judaico do cristianismo, foi a linguagem do amor – em lábios
e vida – dos cristãos.
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

– Estima-se que “por volta de 300 d.C., aproximadamente metade


da população urbana em, pelo menos, algumas das províncias
do vasto Império Romano se convertera à fé cristã”.
– Elementos e conceitos relacionados ao culto ao imperador, da
área castrense, das religiões gregas de mistérios, do teatro e da
filosofia platônica tornaram-se comuns no culto e na doutrina
cristã.
– O cristianismo foi visto como a consumação de outras religiões.
– Justino e Clemente adotaram uma atitude amigável frente ao
melhor do paganismo e consideravam a filosofia grega um
“pedagogo” que conduzia pessoas pagãs a Cristo.
– Clemente de Alexandria, Orígenes e outros introduziram uma
nova tradição, a do erudito cristão, sofisticado e capaz de fazer
frente a qualquer filósofo pagão, sobretudo porque podiam
utilizar-se do mesmo tipo de argumento empregado pelos
professores gregos.
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

– A missão tornou-se um movimento de cima para baixo.


As crenças não-cristãs eram inferiores ao cristianismo,
não – primordialmente – por motivos teológicos, mas por
razões socioculturais.
– Tese do autor: nenhum movimento de massa para dentro
da fé cristã se desenvolveu numa cultura estática e rica
em conteúdo. Isso sempre ocorreu apenas em
sociedades que haviam perdido seu viço e estavam em
desintegração.
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

– A filosofia grega teve uma influência crescente na tendência


cada vez maior de se definir a fé e sistematizar a doutrina. Esta
realidade teve conseqüências profundas para a compreensão
de Deus, da cristologia, da salvação e das Escrituras. “Refletir
sobre o que Deus é em si passou a ser mais relevante do que
pensar sobre a relação das pessoas com Deus. Atrás de tudo
isso, encontra-se a noção de que a idéia abstrata é mais real
que o histórico” (p. 243). “...a idéia original do conhecimento
através da experiência deu cada vez mais lugar àquela do
conhecimento racional. (...) Não mais se compreendia a
revelação de Deus como a autocomunicação de Deus em
acontecimentos, mas como a comunicação de verdades sobre o
ser de Deus em três hipóstases e a pessoa una de Cristo em
duas naturezas” (p. 243). Como exemplo, pode-se citar o Credo
Niceno, que “faz uma série de afirmações doutrinárias e nada
declara sobre a conduta do crente” (p. 243).
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

– Outro elemento de mudança, com conseqüências para a


compreensão das afirmações centrais da fé cristã, é a mudança
de uma percepção mais auditiva das coisas, para uma mais
visual. “Enquanto os semitas... tinham aversão à arte plástica,
os gregos sobressaíam nessa forma artística” (p. 244).
– “...na cristologia paulina, Cristo não representa tanto o
cumprimento das promessas de Deus quanto a garantia e a
corroboração dessas promessas (cf. Rm 4.16 e 15.8). Cristo
não “cumpriu” o Antigo Testamento, mas o “ratificou” (p. 245).
Já dentro da cultura grega “a fé nas promessas de Deus ainda
por serem cumpridas foi substituída pela fé no já consumado
reino eterno de Cristo. Sua ressurreição passou a ser vista
como um evento findo...” (p. 245).
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 “Foi em consonância com essa evolução


que se desconsiderou a continuidade
histórica entre o Antigo e o Novo
Testamento e se ignorou a inerente
conexão histórico-hermenêutica entre os
dois testamentos. O Antigo Testamento foi
gradualmente de-historicizado e tornou-se
um prelúdio alegórico para o evento de
Cristo” (p. 245-246).
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 Houve também, em função de todas estas mudanças, uma


transformação na maneira como os crentes esperavam a vinda do
Reino de Deus. No paradigma apocalíptico da primeira hora do
cristianismo esperava-se a nova era, que seria totalmente oposta à
presente era, de maneira que tal esperança fortalecia os mesmos a
lutar para que esse presente fosse mais parecido com a futura. No
cristianismo da era grega, porém, houve uma inversão sutil. A
verticalização da relação entre tempo e eternidade (típica da
filosofia grega) levou a que se idealizasse a vida na terra em função
da perfeição da vida na outra era. “A “baixa” cristologia dos
protocristãos judaicos, que valorizavam muito o Jesus histórico, deu
lugar à preocupação do cristianismo helenístico com o Cristo
exaltado, que passou a ser identificado como o Logos atemporal...,
uma abordagem que implicou uma radical espiritualização do
evento-Cristo” (p. 246). “A expectativa escatológica original foi ainda
mais desvitalizada pelo misticismo, ou talvez mais exatamente, pela
pneumatologia, isto é, pela noção de que, mediante a habitação do
Espírito, a alma torna-se espiritual e, por fim, ingressa na ordem
angelical” (p. 246).
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

– Outra conseqüência foi a mudança da compreensão da soteorologia. A


salvação deixou de ser salvação para este mundo e passou a ser
assimilada como salvação deste mundo. “De maneira crescente,
enfatizou-se a imortalidade da alma...” (p. 247). “A hóstia da eucaristia
tornou-se... um remédio da (ou para a) imortalidade” (p. 247). A
salvação passou, assim, por um intenso processo de individualização.
– Esta perspectiva soteorológica, diferente da compreensão que se tinha
no paradigma apocalíptico, ajudou a introduzir a idéia de “recompensas
para as pessoas que faziam o bem e ganhariam o céu como prêmio por
sua perseverança”. “Para escapar da ameaça perpétua do inferno, era
preciso realizar muitas obras boas, orar bastante e invocar a intercessão
de muitos santos” (p. 247). A escatologia apocalíptica, porém, não
desapareceu por completo. “Em tempos de opressão e perseguição,
quando a batalha se mostrava difícil e as baixas eram pesadas, os
crentes necessitavam mais do que um ensinamento sobre a ascensão
gradual da alma para o céu e a imortalidade” (p. 248). Essa escatologia
sobreviveu especialmente no movimento monástico.
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 A maior inimiga da cristologia do período


helenístico foi o gnosticismo docético. Para este
movimento “Cristo não era um ser humano real,
mas apenas parecia sê-lo. Esse dualismo
ontológico onipresente manifestava-se em pares
infinitos de opostos: o temporal e o eterno, o físico
e o espiritual, o terreno e o celestial, o aqui e o
além, a “carne aqui embaixo” e o “espírito lá em
cima”...(p. 249). A igreja, porém, rejeitou “essa
forma extrema de helenização do cristianismo,
assim como também rechaçou a extrema
semiticização” (p. 249).
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 Resumo: “A filosofia grega proveu a igreja das ferramentas


(e mais do que apenas das ferramentas) para analisar toda
espécie de aberração, examinar questões críticas de grande
complexidade, distinguir a verdade da fantasia, rechaçar
magia, superstição, fatalismo, astrologia e idolatria, debater
com seriedade questões epistemológicas que produziram
uma explicação fundamentalmente racional de como os
seres humanos alcançam um conhecimento adequado de
Deus, e fazer tudo isso combinando rigor intelectual e um
profundo compromisso de fé; em resumo, para ser tanto
“crítica” quanto “visionária”...” (p. 250).
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 No paradigma helenístico a “eclesiologia se tornou tão


predominante que tanto a escatologia quanto a
peneumatologia foram englobadas nelas” (p.250). “....a igreja
era a cidadela da reta doutrina contra os hereges” (p. 251).
E, mesmo no movimento missionário do período, o
monasticismo, qualquer ação missionária “necessitava da
sanção oficial e da supervisão do bispo” (p. 251). A tarefa
dos missionários era incorporar convertidos à igreja. “A “alta”
cristologia da igreja implicava que se apresentasse Cristo
cada vez mais em termos reminiscentes do culto ao
imperador. (......) “Cristo tornou-se um rei majestoso que
concedia audiência na liturgia, em uma basílica monumental
cuja arquitetura e decorações expressavam sua glória”.” (p.
252).
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 No paradigma helenístico, a ação da igreja se fundamenta no


amor de Deus. De modo que temas como catolicidade,
unidade e vida lhe são intrínsecos. “Não se considera Deus,
primordialmente, como sói acontecer na teologia ocidental, o
Justo que julga os pecadores e os injustos; o que se realça é
seu amor, e não sua justiça” (p. 259). “Os protestantes, em
especial, são desafiados pela missiologia ortodoxa (...). Eles
são questionados quanto a suas estruturas missionárias
excessivamente pragmáticas, à sua tendência de descrever
a missão em categorias quase exclusivamente verbalistas e
à ausência de espiritualidade missionária em suas igrejas, o
que, muitas vezes, empobrece drasticamente todos os seus
louváveis esforços na área da justiça social” (p. 263).
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 Revelação cristã X percepções religiosas e filosóficas gregas:


doutrinas da trindade e da divindade de Cristo.
 Movimento X Instituição.
 Abandono gradual do caráter apocalíptico-escatológico.
 O pregador itinerante X o monge.
 Impacto missionário: a linguagem do amor.
 Adoção de elementos e conceitos do culto ao imperador, da
área castrense, das religiões gregas de mistérios, do teatro e
da filosofia platônica.
 Cristianismo como a consumação de outras religiões.
 A filosofia grega um “pedagogo” que conduzia pessoas a
Cristo.
 Uma nova tradição: a do erudito cristão.
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 Missão como um movimento de cima para baixo.


 Influência da filosofia grega: definir a fé e
sistematizar a doutrina.
 Refletir sobre o que Deus é X pensar sobre a
relação das pessoas com Deus.
 Conhecimento através da experiência X
conhecimento racional.
 Autocomunicação de Deus em acontecimentos X
comunicação de verdades sobre o ser de Deus.
 Credo Niceno: afirmações doutrinárias sem
nenhuma declaração sobre a conduta do crente.
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 De uma percepção mais auditiva das coisas, para uma mais visual.
 Cristologia paulina:, Cristo, a garantia do cumprimento das promessas
do AT X cristologia no período helenístico: fé no já consumado reino
eterno de Cristo. Ressurreição como um evento findo.
 Antigo Testamento de-historicizado: um prelúdio alegórico para o
evento de Cristo.
 Paradigma apocalíptico: esperava-se a nova era, totalmente oposta à
presente era.
 A esperança fortalecia para lutar para que esse presente fosse mais
parecido com a futura.
 Na era grega idealizou-se a vida na terra em função da perfeição da
vida na outra era.
 Espiritualização do evento-Cristo: a alma torna-se espiritual.
O paradigma helenístico do período da
patrística comparado ao paradigma
apocalíptico do cristianismo primitivo

 Mudança na compreensão da soteorologia: de salvação para este


mundo para salvação deste mundo.
 Introdução da idéia de recompensas para as pessoas que faziam o
bem.
 A escatologia apocalíptica sobreviveu especialmente no movimento
monástico.
 Inimiga da cristologia do período helenístico: o gnosticismo docético -
dualismo entre o temporal e o eterno, o físico e o espiritual, o terreno
e o celestial, o aqui e o além, a “carne aqui embaixo” e o “espírito lá
em cima.”
 A filosofia grega proveu a igreja das ferramentas (e mais do que
apenas das ferramentas) para analisar toda espécie de aberração,
examinar questões críticas de grande complexidade, distinguir a
verdade da fantasia, rechaçar magia, superstição, fatalismo, astrologia
e idolatria.
 A igreja era a cidadela da reta doutrina contra os hereges: “Cristo
tornou-se um rei majestoso que concedia audiência na liturgia, em
uma basílica monumental cuja arquitetura e decorações expressavam
sua glória”.

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