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2.1.

Ligação Química
Professora Paula Melo Silva
Ligação química
Como se processa a ligação química
DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

O conhecimento da Tabela Periódica e das configurações eletrónicas dos


elementos fornece aos químicos uma base para explicar a formação de moléculas e
compostos.
Os átomos combinam-se para formar moléculas através de ligações químicas.
Estas ligações estabelecem-se devido às interações das cargas elétricas dos
átomos – positivas nos núcleos e negativas nos eletrões.

QUÍMICA 10 • Física e Química A l 10.º ano


DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Se os átomos formam uma molécula, é sempre devido a uma razão


crucial:

Isto deve-se a um princípio fundamental da Natureza: por defeito, um


sistema tenta sempre reduzir a sua energia, para alcançar maior
estabilidade.

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LIGAÇÃO QUÍMICA
Resulta da união de átomos, por interações que decorrem da
cedência, captação ou partilha de eletrões e que lhes permite
adquirir maior estabilidade em consequência, muitas das vezes,
de um octeto de eletrões completo. Essa estabilidade resulta da
menor energia adquirida pelo conjunto de átomos ligados
comparativamente com a energia desses átomos separados.

Exemplos de ligações químicas: iónica no cloreto de sódio


(NaCℓ), covalente na água (H2O) e metálica no ferro (Fe).
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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Na figura observa-se a variação de energia de dois átomos de hidrogénio


isolados, que se aproximam um do outro para formar uma molécula de
hidrogénio.

Variação da energia de dois átomos de hidrogénio em função da distância

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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Vejamos o que acontece nas posições assinaladas na figura.

a) Quando os dois átomos estão muito afastados um do outro, não interagem


entre si e a energia do sistema é zero.

b) À medida que os átomos se aproximam, cada núcleo começa a atrair o


eletrão do outro átomo (a verde). Também há forças de repulsão entre os dois
núcleos (a vermelho) e entre os dois eletrões (a azul), mas são mais fracas. A
energia vai diminuindo, tomando valores cada vez mais negativos.

À medida que os átomos se aproximam, predominam


as forças de atração.

c) Os núcleos atingem uma distância mínima, correspondente a uma energia


mínima, à qual está associado um estado de máxima estabilidade. As nuvens
eletrónicas de cada átomo misturam-se e dá-se a formação da molécula de H2.
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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

d) Se tentássemos aproximar ainda mais os núcleos, as forças de repulsão


entre os núcleos (a vermelho) e os eletrões (a azul) tornavam-se mais
intensas e a energia da molécula aumentava. O sistema tornar-se-ia instável.

Para distâncias menores do que o comprimento de ligação, predominam


as forças de repulsão.

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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

A
Observa-se o mesmo comportamento
na formação de outras moléculas
como, por exemplo, as moléculas de
oxigénio e nitrogénio.

Variação da energia na formação da


molécula de: A. O2; B. N2
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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Na Tabela I encontram-se os valores dos comprimentos de ligação para


algumas moléculas.

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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Energia de ligação

A energia de ligação corresponde à energia que se liberta quando se forma


essa ligação.

Mas o valor da energia de ligação também é igual ao valor da energia de


dissociação, ou seja, a energia que é necessário fornecer para quebrar a
ligação, separando os átomos que a formaram.

Por exemplo, para simbolizar a formação da molécula de H2, podemos


escrever:

E para representar o processo inverso, em que a molécula de hidrogénio se


separa nos dois átomos que a constituem, escreve-se:

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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Regra geral, estas energias são expressas em kJ/mol. Isto significa, por
exemplo, que a energia que se liberta quando se forma uma mole de
moléculas de hidrogénio é 436 000 J; ou que a energia necessária para
dissociar uma mole de moléculas de oxigénio é 498 000 J (Tabela II).

A energia obtida na formação de uma molécula de H2 pode calcular-se


dividindo o valor da energia por mole pelo número de Avogadro:

Assim, a energia que se liberta quando se forma apenas uma molécula de


hidrogénio é 7,24  10-19 J.
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Tipos de Ligação química
Ligações intramoleculares: Covalente, iónica e metálica
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Tipos de ligação

Quando as moléculas se formam, as nuvens eletrónicas dos átomos que as


compõem misturam-se. No entanto, apenas os níveis mais externos dos
átomos estão em contacto, sendo que os eletrões internos (que constituem
o cerne do átomo) quase não sofrem alterações. Logo, são os eletrões de
valência que determinam a ligação química.

Assim, os eletrões de valência dos átomos interagem e é desta interação


que surgem as ligações químicas. Mas há vários tipos de ligações
possíveis, consoante o tipo de interação entre os eletrões dos átomos.

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LIGAÇÃO METÁLICA
Ligação química que resulta de uma rede de iões metálicos
positivos imersos num “mar” de eletrões de valência
deslocalizados partilhados por todos os átomos.

Eletrões deslocalizados numa ligação metálica.

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LIGAÇÃO COVALENTE
Ligação que decorre da partilha de eletrões entre átomos de
elementos de não metais e/ou semimetais.

Partilha eletrónica com formação da molécula de água.

Estrutura do silício.
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LIGAÇÃO IÓNICA
Ligação química que decorre da atração eletrostática entre catiões
e aniões resultantes da cedência e captação de eletrões entre
átomos de metais e não metais, respetivamente.

Esquema ilustrativo, com recurso à notação de Lewis, da cedência e


captação do eletrão na formação de cloreto de sódio.

Estrutura cristalina do cloreto de sódio.


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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Ligação iónica

Estabelece-se por forças eletrostáticas entre iões de sinal contrário,


podendo ser vista como resultado da transferência de eletrões de um
átomo para o outro. Assim, os metais com maior tendência para ceder
eletrões (grupos 1, 2 e ainda os do grupo 13) e os não metais com maior
tendência para receber eletrões (grupos 15, 16 e 17) combinam-se para
formar compostos iónicos, em que os elementos metálicos cedem eletrões
aos elementos não metálicos.

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A ligação iónica ocorre em compostos iónicos, como os sais.

Representação dos compostos iónicos


NaCl e CaF2

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Ligação covalente
Regra do Octeto e Notação de Lewis
LIGAÇÃO COVALENTE

Os mapas de densidade eletrónica das moléculas mostram uma


maior probabilidade de encontrar os eletrões na zona internuclear
o que comprova a partilha localizada de eletrões pelos átomos
unidos.

Mapa de densidade eletrónica da molécula de hidrogénio.


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A ligação covalente resulta de um equilíbrio entre as interações
eletrostáticas atrativas existentes entre os núcleos e os eletrões e
as interações eletrostáticas repulsivas existentes entre núcleos e
entre eletrões.

Interações atrativas e repulsivas na aproximação entre dois átomos.

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1.2. Ligação covalente
Como se caracterizam algumas das principais moléculas existentes na Natureza?
Estruturas de Lewis
Um dos contributos mais importantes para a compreensão da estrutura
das moléculas foi dado por Gilbert Lewis. Em 1916, propôs a designada
notação, representação ou estrutura de Lewis.

Nesta representação apenas participam os


eletrões do último nível (eletrões de valência),
responsáveis pela formação de ligações
covalentes.

Estes eletrões são representados por pontos ou


cruzes à volta do símbolo do elemento químico.
1.2. Ligação covalente
Estruturas de Lewis
A notação de Lewis também é usada na dedução das fórmulas de estrutura
das moléculas. Quando os átomos estabelecem entre si ligações químicas
adquirem configurações eletrónicas semelhantes às de um gás nobre,
completando a última camada eletrónica.
Para prever a forma como os átomos se ligam entre
si pela distribuição dos eletrões, usa-se uma regra
muito útil designada por regra do octeto. Esta é
válida essencialmente para átomos de elementos
do 2.° período da Tabela Periódica.

Regra do octeto – quando se estabelece uma ligação


química, os átomos recebem, cedem ou partilham
eletrões para que o último nível de energia de cada átomo
contenha oito eletrões e, assim, adquira a configuração
eletrónica do gás nobre mais próximo na Tabela Periódica.
1.2. Ligação covalente
Estruturas de Lewis
Os átomos dos elementos hidrogénio, lítio,
berílio e boro constituem exceções à regra do
octeto, pois ao estabelecerem ligações
químicas tendem a completar as respetivas
camadas de valência com 2 eletrões,
atingindo a
configuração
eletrónica do gás
nobre mais
próximo na TP –
o hélio.
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Como a ligação que se estabelece na molécula de H2 resulta da partilha


de apenas um par de eletrões, diz-se que é uma ligação covalente
simples.

Podemos generalizar a partir do caso da molécula de hidrogénio, para


estudar as ligações covalentes que se estabelecem em outras
moléculas.

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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Na Tabela III, exemplifica-se o estabelecimento de ligações covalentes


nas moléculas diatómicas de F2, O2, N2 e HCl.

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1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas diatómicas
De acordo com o número de pares de eletrões partilhados (um, dois ou
três), as ligações covalentes podem ser simples, duplas ou triplas.

Molécula de hidrogénio (H2)


1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas diatómicas
De acordo com o número de pares de eletrões partilhados (um, dois ou
três), as ligações covalentes podem ser simples, duplas ou triplas.

Molécula de hidrogénio (H2)


1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas diatómicas
De acordo com o número de pares de eletrões partilhados (um, dois ou
três), as ligações covalentes podem ser simples, duplas ou triplas.

Molécula de hidrogénio (H2)


1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas diatómicas
De acordo com o número de pares de eletrões partilhados (um, dois ou
três), as ligações covalentes podem ser simples, duplas ou triplas.

Molécula de hidrogénio (H2)


1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas diatómicas
Molécula de flúor (F2)
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas diatómicas
Molécula de oxigénio (O2)
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas diatómicas
Molécula de nitrogénio (N2)
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS

• Em 1916, Gilbert Lewis e Walter Kossel


propuseram, de forma independente, uma
explicação lógica para a formação de
compostos com base na configuração eletrónica
dos gases nobres.

Gilbert Newton Lewis


(1875-1946)
Químico norte-americano
que levou a cabo
investigações no campo das
ligações químicas, da
termodinâmica e da
eletrólise.

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• Os gases nobres são os únicos elementos químicos que, à
temperatura de 273,15 K e pressão de 100,0 kPa, apresentam
átomos estáveis isolados.

TABELA I – CONFIGURAÇÃO ELETRÓNICA DOS GASES NOBRES

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REGRA DO OCTETO DE LEWIS
Refere que um átomo alcançará uma estabilidade equivalente à
de um gás nobre quando o seu último nível de energia possuir oito
eletrões (ou dois caso se trate do nível um). Os átomos com
configuração eletrónica distinta da dos gases nobres unem-se uns
aos outros de forma a ceder, captar ou partilhar eletrões e adquirir
a configuração desses gases.
Apenas os eletrões de valência participam nas ligações químicas.

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NOTAÇÃO DE LEWIS
A estrutura ponto/eletrão de Lewis para um elemento, conhecida
como Notação de Lewis, é constituída pelo símbolo do elemento
rodeado por um ponto por cada eletrão de valência desse
elemento, sendo os quatro primeiros colocados em cada um dos
quatro lados do símbolo, enquanto os restantes são também
distribuídos pelos quatro lados na condição de cada um dos lados
acomodar até dois pontos.

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Notação de Lewis para os elementos dos blocos s e p até ao 4.º período da Tabela Periódica.

• Osátomos dos grupos 1, 2 e 13 têm uma tendência acentuada a


ceder os seus eletrões de valência pois, sem eles, o último nível
de energia passa a ser o anterior, que satisfaz a regra do octeto.
• Os átomos dos elementos dos grupos 15, 16 e 17 apresentam,
de forma geral, uma tendência para captar eletrões de forma a
completar o octeto do último nível de energia. 41
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas

Molécula poliatómica – molécula formada


por mais do que dois átomos.
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Fórmulas de estrutura de Lewis
Molécula de metano (CH4)

O átomo central (carbono) estabelece com cada átomo de hidrogénio


quatro ligações covalentes simples polares, apresentando a seguinte
estrutura de Lewis.
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Fórmulas de estrutura de Lewis
Molécula de amoníaco (NH3)

A partir das configurações eletrónicas destes átomos verifica-se que o átomo


de nitrogénio partilha com cada átomo de hidrogénio dois eletrões, formando
três ligações covalentes simples polares – três pares ou dupletos ligantes.
Como ficam dois eletrões de valência em torno do átomo central que não
estabelecem ligação, estes constituem um par ou dupleto não ligante.
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Fórmulas de estrutura de Lewis
Molécula de água (H2O)

A partir das configurações eletrónicas destes átomos verifica-se que o


átomo de oxigénio partilha com cada átomo de hidrogénio dois eletrões,
formando duas ligações covalentes simples polares (dois pares ou
dupletos ligantes). Dado que ficam quatro eletrões de valência em torno
do átomo central (oxigénio) que não estabelecem ligação, estes constituem
dois pares ou dupletos não ligantes.
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Fórmulas de estrutura de Lewis
Molécula de dióxido de carbono (CO2)

Obedecendo à regra do octeto, o átomo de carbono pode compartilhar


quatro eletrões (dois dupletos) com os átomos de oxigénio, estabelecendo
duas ligações covalentes duplas polares. Em torno de cada átomo de
oxigénio ficam dois pares ou dupletos de eletrões não ligantes.
Ligação covalente
Energia de ligação e comprimento de ligação
1.2. Ligação covalente
Energia de ligação e comprimento de ligação

436 kJ mol–1

A energia de ligação é a energia libertada quando se forma uma mole de


moléculas a partir de átomos isolados, no estado gasoso.

Quanto maior o valor da energia de ligação, mais estável é a ligação e,


consequentemente, a molécula formada. Para a molécula de hidrogénio a
energia de ligação tem o valor de 436 kJ mol–1.
1.2. Ligação covalente
Energia de ligação e comprimento de ligação

Da análise da figura, verifica-se ainda que à energia de ligação corresponde


uma distância de equilíbrio entre os núcleos dos átomos que constituem a
molécula de hidrogénio. Para este exemplo, esse valor é de aproximadamente
0,074 nm (74 pm) e designa-se por comprimento de ligação.

O comprimento de ligação é a distância média entre os núcleos de dois


átomos ligados na posição de maior estabilidade.
1.2. Ligação covalente
Energia de ligação e comprimento de ligação

A análise da tabela sugere que à medida que a energia de ligação aumenta,


o comprimento de ligação diminui.
1.2. Ligação covalente
Energia de ligação e comprimento de ligação

A ligação tripla tem mais energia do que a dupla e esta mais do


que a simples, uma vez que há mais eletrões partilhados entre os
átomos que estabelecem a ligação, logo, a estabilidade aumenta.

Por outro lado, ao aumentar o número de eletrões partilhados, a


ligação fica mais forte, as forças atrativas aumentam, os átomos
aproximam-se mais, logo, o comprimento de ligação diminui.
COMPRIMENTO DE LIGAÇÃO
Distância média entre os centros atómicos envolvidos numa
ligação química, na posição de maior estabilidade.

Comprimento da ligação C−O nas moléculas de dióxido de carbono e monóxido de carbono.

• O comprimento de ligação entre dois átomos diminui à medida


que aumenta a ordem de ligação.

Comprimento da ligação nas moléculas cloreto de hidrogénio e brometo de hidrogénio.


• De uma maneira geral, o comprimento da ligação aumenta à
medida que aumenta o raio dos átomos envolvidos.
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ENERGIA DE LIGAÇÃO OU ENERGIA DE DISSOCIAÇÃO DE
LIGAÇÃO
Energia requerida para quebrar uma dada ligação numa mole de
moléculas no estado gasoso. É uma medida da força da ligação.

TABELA II – COMPARAÇÃO ENTRE O COMPRIMENTO DE LIGAÇÃO


E A ENERGIA DE LIGAÇÃO DE ALGUMAS MOLÉCULAS
Dióxido Monóxido Cloreto de Brometo de
Molécula
de carbono de carbono hidrogénio hidrogénio
Ligação C=O C≡O H – Cℓ H – Br
Comprimento de ligação / pm 117 114 127 141
Energia de ligação / kJ mol-1 799 1072 431 368

• A energia de ligação varia inversamente com o comprimento de


ligação pois, quanto mais afastados estiverem os átomos menor
será a energia requerida para romper a ligação.
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Estruturas de Lewis para as moléculas de flúor, oxigénio e nitrogénio.

• Em moléculas diatómicas
com ligações entre átomos
de dimensões semelhantes,
quanto maior a ordem de
ligação mais forte é a ligação
e, consequentemente, maior
a energia de ligação e menor
o comprimento de ligação.

Diagramas de energia potencial em função da distância


internuclear para o F2, O2 e N2.
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2.1. Ligação Química
Geometria e Polaridade das moléculas
Professora Paula Melo Silva
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Embora as moléculas sejam eletricamente neutras, elas podem ter distribuições de carga elétrica irregulares.

Quando isso ocorre, há um desequilíbrio entre as cargas elétricas numa parte da molécula e o restante, e diz-
se que a molécula é polar. Esta polaridade é equivalente ao surgimento, em dois pontos separados da
molécula:

• de um polo negativo, por maior acumulação de eletrões;

• de um polo positivo, por deficiência de eletrões.

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POLARIDADE DE MOLÉCULAS
DIATÓMICAS
DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Polaridade de moléculas diatómicas


As moléculas diatómicas homonucleares, como as da figura, são formadas por átomos iguais. Como
tal, a atração exercida pelos núcleos sobre os eletrões partilhados é a mesma, pelo que a nuvem
eletrónica da molécula se distribui de forma regular no espaço.
Se não há assimetria na distribuição de cargas elétricas, a ligação química nestas moléculas é uma
ligação apolar.

As nuvens eletrónicas das moléculas diatómicas como H2, O2 , N2 e F2 são


simétricas relativamente ao eixo internuclear.

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Como estas moléculas não apresentam polaridade dizem-se moléculas apolares.

As moléculas diatómicas heteronucleares são formadas por átomos diferentes e de


tamanhos diferentes. A determinação experimental da densidade eletrónica mostra
que, nestes casos, a sua distribuição é assimétrica.

As nuvens eletrónicas das moléculas diatómicas como HF, HCl e ClF


são assimétricas relativamente ao eixo internuclear.

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1.2. Ligação covalente
Polaridade das ligações

Analisando as moléculas de hidrogénio, flúor, oxigénio e nitrogénio, é possível verificar que a distribuição da
carga eletrónica entre os dois átomos é simétrica, pois tratam-se de moléculas formadas por dois átomos
iguais – moléculas diatómicas homonucleares.

A polaridade de uma ligação traduz-se pela assimetria na distribuição da carga elétrica entre os átomos e,
dado que essa assimetria não se verifica nestes casos, conclui-se que nestas quatro moléculas as ligações são
apolares.
1.2. Ligação covalente
Polaridade das ligações

As moléculas diatómicas homonucleares (constituídas por dois átomos iguais) são


apolares, bem como as respetivas ligações.

Sendo os átomos do mesmo elemento, a eletronegatividade de ambos é igual. Dentro da molécula não se
criam polos – molécula apolar.
1.2. Ligação covalente
Polaridade das ligações

Considere-se agora um exemplo de uma ligação covalente


estabelecida entre dois átomos diferentes numa molécula diatómica
– molécula diatómica heteronuclear.

Molécula homonuclear (homo = igual) – molécula constituída por átomos


de um único elemento.
Molécula heteronuclear (hetero = diferente) – molécula constituída por
átomos de elementos diferentes.

A molécula de cloreto de hidrogénio, HCℓ, é constituída por um


átomo de hidrogénio, com 1 eletrão de valência, e um átomo de
cloro, com 7 eletrões de valência. Estes átomos estabelecem entre si
uma ligação covalente simples.
1.2. Ligação covalente
Polaridade das ligações
Molécula de cloreto de hidrogénio (HCℓ)

Sendo os átomos de diferentes


elementos, estes atraem os
eletrões partilhados com forças
de intensidades diferentes,
gerando uma distribuição
assimétrica da nuvem eletrónica.
Dentro da molécula criam-se
polos – molécula polar.
1.2. Ligação covalente
Polaridade das ligações
Molécula de cloreto de hidrogénio (HCℓ)
Ao comparar a distribuição da carga elétrica entre as ligações covalentes
simples das moléculas de H2 e de HCℓ, verifica-se, no caso da molécula de
HCℓ, a existência de uma assimetria na distribuição da carga elétrica entre os
átomos de hidrogénio e de cloro, não observada no caso da molécula de H2.

Assim, a ligação covalente simples estabelecida entre a molécula de


hidrogénio é apolar, enquanto que a ligação entre os átomos que constituem
a molécula de cloreto de hidrogénio é polar.
1.2. Ligação covalente
Polaridade das ligações
Molécula de cloreto de hidrogénio (HCℓ)

As moléculas diatómicas heteronucleares (constituídas por dois átomos


diferentes) são polares, bem como as respetivas ligações.
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Esta assimetria justifica-se pelo facto de, nestas ligações, os eletrões


partilhados não serem atraídos de igual modo pelos átomos que
participam na ligação. Diz-se, por isso, que se trata de uma ligação
polar.

Como há mais carga negativa junto a um dos átomos do que junto do


outro, estas moléculas são sempre polares.

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POLARIDADE DE MOLÉCULAS
POLIATÓMICAS
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Geometria e polaridade das moléculas poliatómicas

A geometria molecular depende essencialmente das interações


eletrostáticas entre os eletrões de valência dos átomos que estabelecem
as ligações formando a molécula.

Os ângulos que as ligações estabelecem entre si, para que a molécula


atinja o estado de energia mínima, definem a geometria da molécula.
A estabilidade da molécula depende do equilíbrio entre as repulsões
entre pares de eletrões: ligantes-não ligantes, ligantes-ligantes e não
ligantes-não ligantes.
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Geometria e polaridade das moléculas poliatómicas
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Geometria e polaridade das moléculas poliatómicas
Molécula de metano (CH4)
Como a molécula de metano apresenta quatro pares de eletrões ligantes,
sem a presença de qualquer par de eletrões não ligantes sobre o átomo
central, há apenas a considerar as repulsões do tipo par ligante-par ligante.
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Geometria e polaridade das moléculas poliatómicas
Molécula de amoníaco (NH3)
A existência do dupleto não ligante gera uma assimetria na distribuição dos
átomos de hidrogénio em torno do átomo de nitrogénio, dado existir, para
além das repulsões eletrónicas par ligante-par ligante, repulsões
eletrónicas par ligante-par não ligante.
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Geometria e polaridade das moléculas poliatómicas
Molécula de água (H2O)
Nesta molécula há a considerar dois pares de eletrões ligantes e dois pares
de eletrões não ligantes no átomo central. Para além das repulsões do tipo
par ligante-par ligante e par ligante-par não ligante, existem ainda as
interações eletrónicas mais intensas de todas, as do tipo par não ligante-par
não ligante.
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Geometria e polaridade das moléculas poliatómicas
Molécula de dióxido de carbono (CO2)
Analisando a estrutura de Lewis desta molécula, é possível verificar a
existência de quatro pares de eletrões ligantes, estabelecendo-se duas
ligações covalentes duplas. Dada a simetria existente, a maior estabilidade
da molécula verifica-se quando os três átomos se posicionam em linha reta.
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Geometria e polaridade das moléculas poliatómicas
1.2. Ligação covalente
Ligações covalentes em moléculas poliatómicas
Geometria e polaridade das moléculas poliatómicas

Uma molécula constituída por ligações covalentes polares não é


necessariamente uma molécula polar – por exemplo, a molécula de
dióxido de carbono é apolar. O estudo da polaridade da molécula
depende também da sua geometria.

Assim, dadas as suas geometrias, as moléculas de amoníaco e água


são polares, enquanto as moléculas de metano e dióxido de carbono
são apolares.
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Geometria molecular e polaridade de moléculas poliatómicas

À primeira vista, poderia parecer que as ligações polares estariam na


origem de moléculas polares e que as ligações apolares estariam na
origem de moléculas apolares. Mas isso só é verdade para as
moléculas diatómicas.

Em moléculas com mais de dois átomos, o conhecimento da geometria


molecular é indispensável para prever a polaridade da molécula.

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DOMÍNIO 2 | PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

As moléculas com geometria angular (AX2, como H2O) e piramidal


(AX3, como NH3) são polares, pois a forma como as ligações se
distribuem faz com que a polaridade de cada ligação não seja
compensada.

Pelo contrário, as moléculas com geometria linear (AX2, como CO2),


com dois átomos iguais ligados ao átomo central, e tetraédrica (AX4,
como CH4), com quatro átomos iguais ligados ao átomo central,
triangular plana (AX3, como BF3), com três átomos iguais ligados ao
átomo central permitem que as ligações polares se distribuam
simetricamente em torno do átomo central.
Deste modo a sua polaridade pode ser compensada. Neste caso, estas
moléculas resultam apolares. Quando os átomos em torno do átomo
central não são iguais, não há compensação e as moléculas são
polares.

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Na Tabela VII apresentam-se alguns exemplos.

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De notar que, nos exemplos da Tabela VII, todas as ligações (H-O, C=O,
H-N, H-C) são polares, por serem ligações entre átomos diferentes, mas
as moléculas podem ser apolares devido à forma como estas ligações se
distribuem espacialmente.

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Ligações
intermoleculares

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As forças de interação entre moléculas, forças intermoleculares, são


forças atrativas, de natureza essencialmente eletrostática, que se
estabelecem entre as moléculas e que permitem a formação de líquidos e
sólidos, por exemplo.

Enquanto as forças intramoleculares mantêm os átomos de uma molécula


unidos, as forças intermoleculares mantêm coesas as moléculas que
constituem uma dada substância.

Em geral, as forças intermoleculares são menos intensas do que as


forças intramoleculares. Isto porque, ao contrário das ligações químicas
entre átomos, as ligações entre moléculas não correspondem nem a partilha
nem a troca de eletrões.

O tipo de forças intermoleculares que se estabelecem entre as moléculas de


uma substância determina as propriedades macroscópicas dessa
substância.

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Ligações de Van der Waals

As interações moleculares que podem estabelecer-se entre moléculas


são determinadas pelo facto de as moléculas serem ou não polares.

As ligações (ou forças) de Van der Waals são o nome genérico dado às
interações entre moléculas com diferentes polaridades. Estas ligações
podem ser de três tipos, por ordem decrescente da sua intensidade.

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Ligações entre moléculas polares

Quando as moléculas são polares, a sua densidade eletrónica é, como já


vimos, assimétrica. Neste caso, estabelece-se uma atração eletrostática
entre polos de sinais opostos que assegura a ligação intermolecular: os
polos positivos das moléculas atraem os polos negativos de outras
moléculas, e vice-versa.
Como ambas as moléculas possuem dipolos, chamam-se ligações dipolo
permanente-dipolo permanente.

No cloreto de hidrogénio, a ligação entre os polos positivos (átomos de H) das


moléculas e os seus polos negativos (átomos de Cl) é bastante intensa. O mesmo
sucede no brometo de hidrogénio (HBr) e no iodeto de hidrogénio (HI).
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As ligações intermoleculares nas moléculas de sulfureto de hidrogénio são


entre dipolos permanentes porque há concentração de cargas negativas em
redor do átomo de enxofre, criando um polo negativo. Embora esta molécula
tenha uma estrutura semelhante à da água, o tipo de ligações que se
estabelecem na água é, como veremos, um caso particular.

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Ligações com um dipolo induzido

Em misturas entre moléculas polares (ou compostos iónicos) e moléculas


apolares, a existência de polos bem definidos provoca deslocações das cargas
elétricas nas moléculas apolares. Os eletrões da molécula apolar tendem a
aproximar-se do polo positivo e a molécula apolar deixa de ter uma distribuição
simétrica de cargas.

Uma molécula polar, próxima de uma A molécula apolar fica com uma polaridade
molécula apolar, vai exercer forças de induzida. Parte das suas cargas negativas
atração/repulsão sobre as suas cargas desloca-se para próximo do polo positivo da
elétricas, que inicialmente estão distribuídas molécula polar. A distribuição de cargas deixa de
de forma simétrica. ser simétrica e surgem dois polos.

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As moléculas polares induzem assim o aparecimento de um dipolo nas


moléculas apolares – dizemos que estas adquiriram um dipolo induzido,
que é momentâneo e desaparecerá quando a distância entre moléculas
aumentar.
A estas ligações chama-se também ligações dipolo permanente-dipolo
induzido.
Um exemplo deste tipo de ligação é a que se estabelece entre o cloreto de
hidrogénio (HCl) e as moléculas de cloro (Cl2).

Representação da ligação dipolo permanente–dipolo induzido


entre as moléculas de HCl e Cl2: A. Os pares não ligantes da
molécula de Cl2 estão distribuídos inicialmente de forma
simétrica, e a molécula é apolar. B. Mas a proximidade dos
polos do HC’ distorce a distribuição de carga e as moléculas
de Cl2 adquirem um dipolo induzido, através do qual se ligam,
por atração eletroestática, ao HCl.

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Ligações entre dipolos instantâneos e dipolos induzidos

Mesmo entre moléculas apolares há a possibilidade de existirem ligações,


ainda que mais fracas do que as que vimos até aqui.

O que se passa é que os eletrões não estão imóveis nas moléculas, estando
sim em constante movimento. É assim possível que, de forma espontânea e
durante um breve momento, se concentrem mais eletrões numa dada zona
de uma molécula apolar.

Quando isto acontece a distribuição de cargas na molécula deixa de ser


simétrica e ela ganha um dipolo instantâneo. Este dipolo vai induzir dipolos
em moléculas apolares vizinhas e assim estabelecem-se ligações dipolo
instantâneo-dipolo induzido ou forças (de dispersão) de London.

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As ligações que se estabelecem entre


as moléculas apolares de CO2, CH4 e
F2 são exemplos de forças de London.

De referir que as forças de dispersão de London estão sempre presentes, tanto nas
moléculas polares como nas apolares. No entanto, só são predominantes entre
moléculas apolares, com algumas exceções.
É também este tipo de interações que se estabelece entre os átomos dos gases
nobres, como o hélio ou o néon. Como essas interações são muito fracas, estes
gases têm temperaturas de condensação próximas do zero absoluto (-273 °C).
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LIGAÇÕES INTERMOLECULARES
As ligações intermoleculares resultam das interações
eletrostáticas atrativas que existem entre as moléculas obrigando-
-as a permanecer próximas umas das outras, principalmente no
estado sólido e líquido.

Moléculas de água nos três estados físicos: as ligações intramoleculares mantêm-se intactas.
89
LIGAÇÕES DE HIDROGÉNIO
É a mais intensa das interações intermoleculares; resulta de uma
partilha pouco significativa de eletrões de um par não ligante de
um átomo como o flúor, oxigénio ou nitrogénio de uma molécula
com um átomo de hidrogénio, de outra molécula, ligado
covalentemente a um elemento com muita tendência para atrair
eletrões (como F, O ou N). Estabelece-se nas moléculas de água,
e amoníaco ou de fluoreto de hidrogénio, por exemplo.

Ligações de hidrogénio nas moléculas de água.


90
As moléculas que não reúnem condições
para estabelecer ligações de hidrogénio
interatuam por ligações de van der Waals.

Johannes Diderik van der Waals


(1837-1923)
Prémio Nobel da Física em 1910
pelo seu trabalho na equação de
estado para gases e líquidos.

LIGAÇÃO DIPOLO-DIPOLO
Estabelece-se por atração
eletrostática entre as cargas
opostas dos dipolos
permanentes de duas Ligação dipolo-dipolo nas moléculas
de cloreto de hidrogénio.
moléculas polares vizinhas.
91
LIGAÇÃO DIPOLO-DIPOLO INDUZIDO
Estabelece-se por atração eletrostática entre o dipolo
permanente de uma molécula polar e o dipolo induzido
resultante da distorção da nuvem eletrónica da molécula apolar
vizinha.

Ligação dipolo-dipolo induzido entre moléculas de água e oxigénio. 92


FORÇA DE DISPERSÃO DE LONDON
Também chamada de ligação dipolo
instantâneo-dipolo induzido, explica as
interações entre moléculas apolares e gases
nobres. Consiste na atração eletrostática entre
dipolos instantâneos, formados por
deformação da nuvem eletrónica, e dipolos
induzidos, resultantes da polarização induzida Fritz Wolfgang London
em moléculas vizinhas. (1900-1954)
Físico alemão que, baseado
na mecânica quântica e com
a colaboração de Walter
Heitler, descobriu uma forma
eficiente de explicar a
ligação que ocorre na
molécula de hidrogénio (H2)
que pode ser utilizado para
elucidar a estrutura de
substâncias semelhantes.

93
As forças de dispersão de London:
• são tanto mais intensas quanto maior a nuvem eletrónica pois,
mais polarizável é a molécula;
• justificam que moléculas apolares ou substâncias atómicas,
como os gases nobres, possam ser liquefeitas a baixas
temperaturas;
• existem também em moléculas polares somando-se às atrações
entre as distribuições assimétricas de carga.

Comparação da intensidade das ligações intermoleculares.

94
MISCIBILIDADE DE LÍQUIDOS
De uma maneira geral, para que duas substâncias moleculares
sejam miscíveis é necessário que as intensidades das ligações
intermoleculares na mistura sejam próximas das intensidades das
ligações intermoleculares em cada uma das substâncias
isoladamente.

Miscibilidade entre água e álcool (etanol).


95
MISCIBILIDADE DE LÍQUIDOS
De uma maneira geral, para que duas substâncias moleculares
sejam miscíveis é necessário que as intensidades das ligações
intermoleculares na mistura sejam próximas das intensidades das
ligações intermoleculares em cada uma das substâncias
isoladamente.

Imiscibilidade entre água e óleo.


96
ESTRUTURAS DE MOLÉCULAS
ORGÂNICAS E BIOLÓGICAS

COMPOSTOS ORGÂNICOS OU COMPOSTOS DE CARBONO


Compostos formados por carbono e hidrogénio.

A gasolina,
Com fórmulasmistura
mais cujo componente
complexas, principalvitaminas
há proteínas, é o octano
e (C 8H18), é um
hormonas,
O vinagre
álcool (C(CH H
dos combustíveis
presentes 2 6O)
4O2) é um
existe tempero
em habitual
bebidas
mais usados.
em medicamentos,
2 e é na
muito alimentação.
usado na indústria.
plásticos, corantes, tecidos, detergentes, etc.
97
HIDROCARBONETOS
Compostos formados exclusivamente por carbono e hidrogénio.
Um hidrocarboneto pode ser classificado:
• quanto à forma da cadeia: se for uma cadeia carbonada aberta
será um hidrocarboneto acíclico, se for uma cadeia carbonada
fechada será um hidrocarboneto cíclico;

Fórmula de estrutura e modelo 3D de hidrocarbonetos de cadeia aberta e de cadeia fechada.

98
• quanto à disposição dos átomos: se existe uma única cadeia
de carbonos será um hidrocarboneto linear ou normal, mas se
para além da cadeia principal de carbonos se identificam outras
cadeias secundárias será um hidrocarboneto ramificado;

Fórmula de estrutura e modelo 3D de hidrocarbonetos linear e ramificado.

99
• quanto ao tipo de ligações: se possui apenas ligações simples
entre os átomos de carbono será um hidrocarboneto saturado,
mas se possui uma ou mais ligações múltiplas entre os átomos de
carbono será um hidrocarboneto insaturado.

Fórmula de estrutura e modelo 3D das moléculas de etano, eteno e etino.


TABELA IV – COMPRIMENTO E ENERGIA DA LIGAÇÃO CARBONO-CARBONO
PARA O ETANO, ETENO E ETINO
Comprimento de Energia de
Molécula Ligação C – C
ligação / pm ligação / kJ mol-1
Etano C–C 153,5 345
Eteno C=C 132,9 612
Etino C≡C 120,3 809 100
• Num hidrocarboneto podemos encontrar quatro tipos de átomos de
carbono: primários, secundários, terciários ou quaternários,
consoante se ligam a um, a dois, a três ou a quatro outros átomos
de carbono, respetivamente.

Átomos de carbono primários, secundários, terciários e quaternários.

101
ALCANOS
Hidrocarbonetos formados exclusivamente por ligações simples
entre os átomos de carbono. Nesses compostos as ligações
dizem-se saturadas porque não se podem adicionar mais átomos
de hidrogénio.
• Fórmula molecular – apenas indica o tipo de átomos ligados e
a proporção em que se ligam. C4H10
• Fórmula estrutural condensada – evidencia a disposição dos
átomos na molécula. CH3CH2CH2CH3
•Fórmula estrutural – fornece também a
informação de como esses átomos estão
ligados entre si na molécula.

•Modelo 3D - mostra exatamente a forma


da molécula apresentando o seu arranjo
espacial.
102
TABELA V – NOMENCLATURA DE ALCANOS DE CADEIA LINEAR

Número de Fórmula Fórmula estrutural


Nome
carbonos molecular condensada

1 CH4 Metano CH4


2 C2H6 Etano CH3CH3
3 C3H8 Propano CH3CH2CH3
4 C4H10 Butano CH3(CH2)2CH3
5 C5H12 Pentano CH3(CH2)3CH3
6 C6H14 Hexano CH3(CH2)4CH3

GRUPOS ALQUILO
Cadeias laterais derivadas dos alcanos com menos um hidrogénio
no local da ligação à cadeia principal.
Os nomes dos grupos alquilo obtêm-se substituindo o sufixo -ano
por -ilo, embora o o final seja sempre suprimido no nome de um
alcano ramificado. 103
Exemplo de um alcano para nomeação.

• Começar por selecionar a cadeia principal que será a cadeia que


contém o maior número de átomos de carbono ou, em caso de
igualdade, a que tiver maior número de cadeias laterais.
• De seguida, deve numerar-se os átomos de carbono da cadeia
principal começando a numeração pela extremidade da cadeia
que atribui os números mais baixos aos átomos de carbono onde
estão ligadas as cadeias laterais.
104
Exemplo de um alcano para nomeação. metil
3 etil etil metil
2 metil pentano
3 metil pentano
• O nome das cadeias laterais antecede o nome da cadeia
principal.
• Os grupos alquilo são ordenados alfabeticamente e são
antecedidos pelo número do átomo de carbono da cadeia principal
a que estão ligados.

105
Exemplo de um alcano para nomeação. 3 3-etil-2,3-dimetilpentano
etil 2 metil 3 metil pentano
•Havendo duas ou mais ramificações iguais usam-se os prefixos
di-, tri-, tetra-, etc. para indicar o número de vezes que essa
ramificação se repete (esses prefixos não contam para a ordem
alfabética).
• Os números, que indicam as posições dos substituintes na
cadeia principal, são separados entre si por vírgulas e separados
das letras por hífens.
106
CH(CH3)3
metilpropano

CH3(CH2)2CH(CH3)2
3-metilpentano 2,2,4-trimetilpentano
2-metilpentano

propano dimetilpropano metilbutano

2-cloro-propano

HALOALCANOS
Derivados halogenados dos alcanos, isto é, alcanos em que um
ou mais átomos de hidrogénio foram substituídos por átomos de
halogéneos. 107
GRUPO FUNCIONAL
Grupo de átomos ligados na molécula de forma específica e que
confere reatividade e propriedades químicas próprias à molécula
orgânica.

• Álcoois: grupo hidroxilo

Glicerina: fórmula estrutural, modelo 3D e exemplo de aplicação.

108
• Aldeídos: grupo carbonilo ligado a um
átomo de carbono

Formaldeído ou metanal: fórmula estrutural, modelo 3D e exemplo de aplicação.

• Cetonas: grupo carbonilo ligado a dois


átomos de carbono

Acetona ou propanona: fórmula estrutural, modelo 3D e exemplo de aplicação. 109


• Ácidos carboxílicos: grupo carboxílico

Ácido valérico ou pentanóico: fórmula estrutural, modelo 3D e exemplo de aplicação.

• Aminas: grupo funcional deriva do amoníaco por


substituição de 1, 2 ou 3 átomos de
hidrogénio por grupos alquilo.

Trimetilamina: fórmula estrutural, modelo 3D e exemplo de aplicação. 110


• Podem ainda combinar-se os grupos funcionais…

Glicina ou ácido aminoetanóico: fórmula estrutural, modelo 3D e sua manifestação.

111

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