• De modo geral, campanhas publicitárias apresentam
abordagens distintas ao target
• Alguns anúncios são mais explícitos em suas intenções
persuasivas, indo “direto ao ponto”
• Outros adotam mecanismos mais sofisticados,
enaltecendo o produto/marca contextualmente, por meio de associações, analogias, emoções HARD SELL X SOFT SELL
• Na tradição de pesquisa norte-americana, esses “estilos” se
tornaram conhecidos como hard sell e soft sell
• Ambas as tradições buscavam soluções para a descoberta da
eficácia dos anúncios em geral e, com o advento da televisão, dos filmes publicitários
• Grosso modo, hard sell privilegia O QUE DIZER
• Por sua vez, soft sell valoriza o COMO DIZER
HARD SELL X SOFT SELL
• HARD SELL HARD SELL X SOFT SELL
• SOFT SELL HARD SELL X SOFT SELL
• Historicamente, as correntes se mostraram prevalentes em
determinados períodos nos EUA: - 1890 – 1919: Hard - Albert Lasker e Claude Hopkins - 1920 – 1929: Equilíbrio - Thompson - 1930 – 1945: Soft - Raymond Rubican - 1946 – 1959: Hard – Rosser Reeves - 1960 – 1973: Soft – Ogilvy, Burnett - 1974 – 1983: Hard – concentração e fusões - 1984 – 1990: Soft – butiques criativas fora da Madison Avenue - 1991 – 2000: Hard e Soft HARD SELL X SOFT SELL
• 1890 – 1919: Hard - Albert Lasker e Claude Hopkins
- Privilégio do estilo direto na redação dos textos
- Uso de linguagem coloquial, com frases curtas e ordem direta - Passagem da ênfase na escolha da mídia para a ênfase no anúncio propriamente dito - Lasker: propaganda são “vendas no papel”; assim, o conteúdo deve determinar a forma - Hopkins: clássico do hard sell – propaganda não é arte, é para vender, daí a relevância da “argumentação” explícita - Hopkins é autor de Ciência da Propaganda - Hopkins: defensor da frequência – repetição do mesmo anúncio HARD SELL X SOFT SELL
• 1920 – 1929: Equilíbrio – Thompson
- J. W. Thompson como principal agência
- Agências começam a equilibrar eficiência administrativa e
valorização do trabalho criativo
- Thompson inicia, pioneiramente, um programa de trainee
- Agências começam a incorporar acadêmicos e profissionais de
pesquisa em seus quadros HARD SELL X SOFT SELL
• 1930 – 1945: Soft - Raymond Rubican
- Mercado esfria devido à crise de 1929, mergulhando as produções num período hard
- Porém, as contribuições de Rubican foram decisivas para a
primazia do soft sell no período
- Valorização do humor, do uso de ilustrações e de campanhas
com anúncios diferenciados (contraponto a Hopkins)
- Rubican contrata pesquisador Gallup – hábitos de leitura,
importância das histórias em quadrinho (gerando anúncios) HARD SELL X SOFT SELL
• 1946 – 1959: Hard – Rosser Reeves
- Período de bonança nos EUA (pós-guerra) - Valorização mais intensa das pesquisas - Fortalecimento da relevância da TELEVISÃO na cultura norte- americana - Não havia necessidade de “floreios”: se há imagem, basta mostrar o produto – frieza objetiva característica do hard sell - Reeves: redator-ícone do hard sell - o humor e outros apelos “distraem” - USP (proposição única de venda) – ao se descobrir o USP, o aspecto mais importante do produto, bastava descrevê-lo e demonstrá-lo (grande afinidade com a televisão) HARD SELL X SOFT SELL
• 1960 – 1973: Soft – Ogilvy, Burnett
- Período de ruptura cultural, contracultura e continuação da prosperidade econômica dos EUA
- “Escola de Chicago” – Leo Burnett – arquétipos da cultura dos
EUA (ex.:cowboy de Malboro), prevalência da imagem sobre a palavra
- Ogilvy – começou soft, passou a hard
HARD SELL X SOFT SELL
• 1971 – 1980 – hard
- Crises do petróleo, recessão dos anos 1970
- Uma “década de 1930 sem Rubican”
- Agências voltadas para a criação perdem contas importantes
- Conceito de posicionamento centraliza atenções
HARD SELL X SOFT SELL
• 1981 – 1990 – soft
- Diretores de cinema produzindo comerciais
- Volta à valorização do humor
- Pesquisas começam a ser usadas para auxiliar o processo
criativo
- Valorização do profissional de formação mais equilibrada –
habilidades artísticas articuladas a conhecimento científico da publicidade HARD SELL X SOFT SELL
• 1991 – 2000 – hard e soft
- Década começa com retrocesso na criatividade: exageros non-sense comprometeram a confiança de anunciantes - Produções muito intelectualizadas às vezes nem sequer mostravam o produto - Pêndulo oscilou para o hard, mas logo foram surgindo agências que voltaram a obter resultados com a criatividade - Jon Steel, criador de campanhas memoráveis, lança Truth, lies and advertising – bíblia do soft sell - Finalmente surge contraponto teórico à escola do hard sell, que sempre gostou de publicar regras, estilo “receita de bolo” HARD SELL X SOFT SELL
• OK, ENTÃO HARD OU SOFT?
- A abordagem DIRETA vem sendo mais utilizada no varejo, particularmente quando o varejista conhece muito sobre o produto e pouco sobre o comprador (shopper) - São produtos de alta circulação e baixo valor agregado, frequentemente disponíveis ao público em lojas de autosserviço - Também muito comum é que atendam a compras por impulso ou baixo nível de reflexão, eventualmente passando, no processo de decisão, do reconhecimento da necessidade para a compra – pulando a busca de informações e a avaliação de alternativas HARD SELL X SOFT SELL
• OK, ENTÃO HARD OU SOFT?
- Abordagem indireta: privilegia NICHOS e CONTEXTOS INICIAIS - Trabalha-se a marca mais do que o produto - A orientação para a qualidade é bem mais realçada do que para a quantidade - A empresa dispõe de grande conhecimento do target, de seus valores, necessidades e desejos, direta ou indiretamente relacionados ao produto/serviço anunciado - Por serem produtos de alto valor agregado, também são de custo elevado – resultando em processo mais complexo de busca por opções. Daí a necessidade de sofisticação dos anúncios - “Quando os argumentos de venda são sempre os mesmos, a solução é a venda indireta” (ARMANDO SANT’ANNA) HARD SELL X SOFT SELL
• Frequentemente, as abordagens indiretas precedem as diretas
• Marketing em IES: primeiro constrói marca, depois vende o
serviço
• Produtos/serviços de nichos específicos na internet (cauda
longa) – comum recorrerem a marketing de conteúdo para atrair o público
• Marketing eleitoral: mesma lógica (seduz – construindo imagem
e propostas – para, então, pedir o voto) HARD SELL X SOFT SELL
• Mas há casos em que as propostas mais agressivas
ocorrem antes ou simultaneamente às indiretas
• Lançamentos de produtos/serviços oferecem
descontos e outras vantagens promocionais, inclusive para difundir a marca (e só então esta é trabalhada)