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REVISÃO DAS AULAS

Profa. Dra. Luciane Orlando Raffa


PSICOLOGIA SOCIAL

Profa. Dra. Luciane Orlando Raffa


DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

Sem entrarmos na análise das diferentes teorias


psicológicas, podemos dizer que a Psicologia é a ciência
que estuda a subjetividade humana que, por sua vez,
reflete no comportamento, principalmente, do ser humano.
Independentemente das divergências teóricas no tocante
do conceito de "comportamento", basta dizer que é toda e
qualquer ação, seja a reflexa (no limiar entre a psicologia e
a fisiologia), sejam os comportamentos considerados
conscientes que envolvem experiências, conhecimentos,
pensamentos e ações intencionais e, num plano não
observável diretamente, o inconsciente.
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

Assim parece óbvio que a Psicologia Social deve


estudar o comportamento social, porém surge
uma questão polêmica: quando o comportamento
se torna social? Ou então, são possíveis
comportamentos não sociais nos seres humanos?
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

O enfoque da Psicologia Social é estudar o


comportamento de indivíduos no que ele é
influenciado socialmente. E isto acontece desde o
momento em que nascemos, ou mesmo antes do
nascimento, enquanto condições históricas que
deram origem a uma família, a qual convive com
certas pessoas, que sobrevivem trabalhando em
determinadas atividades, as quais já influenciam
na maneira de encarar e cuidar da gravidez e no
que significa ter um filho.
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

Influência sócio-histórica pela linguagem: as


palavras, por meio dos significados atribuídos por
um grupo social, por uma cultura, determinam
uma visão de mundo, um sistema de valores e,
consequentemente, ações, sentimentos e
emoções decorrentes.
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

As leis gerais da Psicologia dizem que se


apreende quando reforçado, mas é a história do
grupo ao qual o indivíduo pertence que dirá o que
é reforçador ou o que é punitivo.
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

Emoções como processo histórico: Da mesma


forma, as emoções que são respostas do
organismo e, como tais, universais, se submetem
às influências sociais ao se relacionarem com o
que nos alegra, nos entristece, nos amedronta.
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

Assim podemos perceber que é muito difícil


encontrarmos comportamentos humanos que não
envolvam componentes sociais, e são,
justamente, esses aspectos que se tornaram o
enfoque da Psicologia Social.
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

Objeto de estudo da Psicologia Social: em outras


palavras, a Psicologia Social estuda a relação
essencial entre o indivíduo e a sociedade, esta
entendida historicamente, desde como seus
membros se organizam para garantir sua
sobrevivência até seus costumes, valores e
instituições necessários para a continuidade da
sociedade.
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

Importância da história para Psicologia Social: porém a


história não é estática nem imutável, ao contrário, ela está
sempre acontecendo, cada época gerando o seu contrário,
levando a sociedade a transformações fundamentalmente
qualitativas. E a grande preocupação atual da Psicologia
Social é conhecer como o homem se insere neste
processo histórico, não apenas em como ele é
determinado, mas principalmente, como ele se torna
agente da história, ou seja, como ele pode transformar a
sociedade em que vive.
COMO NOS TORNAMOS SOCIAIS

O ser humano ao nascer necessita de outras pessoas para


a sua sobrevivência, no mínimo de mais uma pessoa, o
que já faz dele membro de um grupo (no caso, de uma
díade — grupo de dois). E toda a sua vida será
caracterizada por participações em grupos, necessários
para a sua sobrevivência, além de outros, circunstanciais
ou esporádicos.
COMO NOS TORNAMOS SOCIAIS

Assim, desde o primeiro momento de vida, o indivíduo está


inserido num contexto histórico, pois as relações entre o
adulto e a criança recém-nascida seguem um modelo ou
padrão que cada sociedade veio desenvolvendo e que
considera correta. E, quando se fala em "dar o direito",
significa que a sociedade tem normas e/ou leis que
institucionalizam aqueles comportamentos que
historicamente vêm garantindo a manutenção desse grupo
social.
PAPÉIS SOCIAIS COMO NORMAS

Essas normas são o que, basicamente, caracteriza os


papéis sociais, e que determina as relações sociais: os
papéis de pai e de mãe se caracterizam por normas que
dizem como um homem e uma mulher se relacionam
quando eles têm um filho, e como ambos se relacionam
com o filho e esse, no desempenho de seu papel, com os
pais.
PAPÉIS SOCIAIS, INDIVIDUALIDADE
E MANUTENÇÃO DA ORDEM
Podemos fazer todas as variações que quisermos, desde
que as relações sejam mantidas, isto é, aquelas
características do papel que são essenciais para que a
sociedade se mantenha tal e qual.
PAPÉIS SOCIAIS E LIBERDADE

Agora podemos pensar em toda a variedade de situações


que nós vivemos cotidianamente e reconhecermos
situações em que somos mais determinados e outras em
que somos menos determinados, ou seja, "livres". Essa
liberdade de manifestarmos a nossa personalidade
também tem a sua determinação histórica: naquelas
atividades sociais que não são importantes para a
manutenção da sociedade ou, às vezes, até o contrário, a
contravenção é necessária para reforçar o considerado
"correto", "normal" — os grupos considerados "marginais"
reafirmam os sérios e trabalhadores, desde que não
ponham em risco a ordem da sociedade.
PAPÉIS SOCIAIS E LIBERDADE

Então a ordem é: façam como quiserem, sabendo que o


"querer" é limitado; porém, naquelas situações, as quais
podem abalar todo o sistema de produção da
sobrevivência social, a liberdade se restringe a um "estilo"
(ser mais ou menos sorridente, mais ou menos sério, mais
expansivo ou mais tímido, entre outros). O viver em grupos
permite o confronto entre as pessoas e cada um vai
construindo o seu "eu" nesse processo de interação, por
meio de constatações de diferenças e semelhanças entre
nós e os outros. É nesse processo que desenvolvemos a
individualidade, a nossa identidade social e a consciência-
de-si-mesmo.
IDENTIDADE COMO FENÔMENO
SOCIAL
Características peculiares dizem respeito à maneira de
cada um se relacionar com os outros, sendo
características que foram sendo apreendidas nas relações
grupais; sejam familiares e/ou de amigos, por meio do
desempenho de papéis diversificados. E é nessa
diversidade que eles vão se descobrindo um indivíduo
diferente, distinto dos outros.
IDENTIDADE SOCIAL

Pode ser definida pelo conjunto de papéis que


desempenhamos. Como vimos, esses papéis atendem,
basicamente, à manutenção das relações sociais
representadas, no nível psicológico, pelas expectativas e
normas que os outros envolvidos esperam sejam
cumpridas ("sou expansiva, brincalhona" ou,
simplesmente, "simpático, extrovertido").
CONSCIÊNCIA DE SI

Identidade social e papéis sociais criam ilusão de que os


papéis socialmente e historicamente estabelecidos são
NATURAIS e NECESSÁRIOS, e a identidade é
consequência de OPÇÕES LIVRES: quando, de fato, são
as condições sociais decorrentes da produção da vida
material que determinam os papéis e a nossa identidade
social.
CONSCIÊNCIA DE SI COMO FENÔMENO
HISTÓRICO, SOCIAL E POLÍTICO

Se questionarmos o quanto a nossa história de vida é


determinada pelas condições históricas do nosso grupo
social, ou seja, como esses papéis que aprendemos a
desempenhar foram sendo definidos pela nossa
sociedade, poderemos constatar que, em maior ou menor
grau, eles foram sendo engendrados para garantir a
manutenção das relações sociais necessárias para que as
relações de produção da vida se reproduzam sem grandes
alterações na sociedade em que vivemos.
CONSCIÊNCIA DE SI COMO FENÔMENO
HISTÓRICO, SOCIAL E POLÍTICO

Apenas quando formos capazes de, partindo de um


questionamento desse tipo, encontrar as razões históricas
da nossa sociedade e do nosso grupo social que explicam
por que agimos hoje da forma como o fazemos é que
estaremos desenvolvendo a consciência de nós mesmos.
CONSCIÊNCIA DE SI COMO FENÔMENO
HISTÓRICO, SOCIAL E POLÍTICO

Deste modo entendemos que a consciência de si poderá


alterar a identidade social, na medida em que, dentro dos
grupos que nos definem, questionamos os papéis quanto à
sua determinação e funções históricas — e, na medida em
que os membros do grupo se identifiquem entre si quanto
a esta determinação e constatem as relações de
dominação que reproduzem uns sobre os outros, é que o
grupo poderá se tornar agente de mudanças sociais. "A
consciência individual do homem só pode existir nas
condições em que existe a consciência social”.
CONSCIÊNCIA DE SI COMO FENÔMENO
HISTÓRICO, SOCIAL E POLÍTICO

Porém este processo não é simples, pois os grupos e os


papéis que os definem são cristalizados e mantidos por
instituições que, pelo seu próprio caráter, estão bem
aparelhadas para anular ou amenizar os questionamentos
e ações de grupos, em nome da "preservação social".
PRINCIPAIS TENDÊNCIAS EM
PSICOLOGIA SOCIAL: PSICOLOGIA
SOCIAL PSICOLÓGICA, PSICOLOGIA
SOCIAL SOCIOLÓGICO E PSICOLOGIA
SOCIAL CRÍTICA

Profa. Dra. Luciane Orlando Raffa


PSICOLOGIA SOCIAL

Existem três tradições ou formas de se produzir


conhecimento:
 Psicologia Social Psicológica;
 Psicologia Social Sociológica; e
 Psicologia Social Crítica.
PSICOLOGIA SOCIAL PSICOLÓGICA

Tradição Amplamente difundida nos EUA.


Procura explicar os sentimentos, pensamentos e
comportamentos do indivíduo na presença real ou
imaginada de outras pessoas.
Ênfase principalmente nos processos intraindividuais
responsáveis pelo modo pelo qual os indivíduos
respondem aos estímulos sociais.
PSICOLOGIA SOCIAL PSICOLÓGICA
NA AMÉRICA DO NORTE
 Forma de produção de conhecimento e cultura americana.
 Psicologia Social separada da Psicologia e Sociologia.
 Influência do Comportamentalismo.
 Allport: estudo experimental do indivíduo, grupo apenas como
um dos estímulos do ambiente social.
 Allport: Psicologia Social Psicológica como uma disciplina
objetiva, de base experimental e focada no indivíduo.
 Década de 20 e 30: estudo de atitudes, influência social
interpessoal e dinâmica de grupos. Desenvolvimento de
técnicas tomando tais constructos como fenômeno mental.
 Influência de imigrantes europeus: Muzar Sheriff e Kurt Lewin
(gestaltismo).
PSICOLOGIA SOCIAL PSICOLÓGICA
NA AMÉRICA DO NORTE
 Lewin: estudo sobre os estilos de liderança e clima grupal
sobre o comportamento. dos membros dos grupos
 Décadas subsequentes, II Guerra Mundial e Pós-Guerra:
Temas predominantes atitudes e percepções de pessoas.
 Década de 50 e 60: influência social e processos intergrupais.
 Década de 70 e 80: Ascensão progressiva do cognitivismo no
campo da Psicologia Social Psicológica.
CRISE DA PSICOLOGIA SOCIAL NA
AMÉRICA DO NORTE
 Diferença Behaviorismo x Cognitivismo.
 Da pesquisa-ação de Lewin para métodos voltados para
processos intraindividuais.
 Crítica do Método: Positivismo (ciência natural, ―neutra‖
experimental, desconsiderando a sociedade e a cultura).
 Individualização da Psicologia Social.
 Ciência que não dava conta das contradições da sociedade.
TENDÊNCIAS ATUAIS NA PSICOLOGIA
SOCIAL DA AMÉRICA DO NORTE
1. Temas:
 Cognição Social: síntese de diversas microteorias
sobre como as pessoas pensam sobre si mesmas e
coisas, formam impressões e explicam
comportamentos e eventos.
 Self.
 Atitudes: avaliações duradouras positivas ou
negativas dos objetos do mundo social. Envolvem
crenças, valores, opiniões, cognição e afeto.
 Processos Grupais.
TENDÊNCIAS ATUAIS NA PSICOLOGIA
SOCIAL DA AMÉRICA DO NORTE
2. Vertentes:
 Neurociência Social: determinados mecanismos
neurocerebrais são responsáveis pelo raciocínio
social.
 Psicologia Social Evolucionista.
PSICOLOGIA SOCIAL SOCIOLÓGICA

 Tradição Europeia.
 Já a Psicologia Social Sociológica, segundo
Stephan e Stephan (1985), tem como foco o estudo
da experiência social que o indivíduo adquire a
partir de sua participação nos diferentes grupos
sociais com os quais convive.
 Privilégio a fenômenos que emergem dos diferentes
grupos e sociedades.
PSICOLOGIA SOCIAL EUROPEIA

 Psicologia Social Sociológica.


 Estudos partiram da Sociologia.
 Preocupação com a estrutura social.
PSICOLOGIA SOCIAL EUROPEIA

1. Temas:
 Identidade Social: Henri Tajfel - enfatiza a dimensão
social do comportamento individual e grupal, ao
postular que o indivíduo é moldado pela sociedade
e pela cultura. Nesse sentido, defende que as
relações intergrupais estão intimamente
relacionadas a processos de identificação grupal e
de comparação social.
PSICOLOGIA SOCIAL EUROPEIA

2. Postulados da identidade social:


 Autoconceito é derivado da identificação e pertença
grupal;
 Pessoas são motivadas a manter uma autoestima
positiva.
 Identidade social positiva mediante comparação
com grupo e exogrupos.
PSICOLOGIA SOCIAL EUROPEIA

Representações Sociais:
 Moscovici: as representações sociais englobam um
conjunto de conceitos, imagens e explicações que se
originam do senso comum, no contexto das interações e
comunicações interpessoais. Nesse sentido, elas vão se
modificando à medida que novos significados vão sendo
acrescentados à realidade. Ainda de acordo com
Moscovici (1984) a função das representações sociais é
dar sentido ao desconhecido, transformando o não
familiar em algo familiar. Para tanto, apoia-se nos
processos de ancoragem e objetivação.
PSICOLOGIA SOCIAL EUROPEIA

Teoria da Autocategorização:
 Postula-se, assim, que a depender da força da
pressão social presente em determinadas
situações, as pessoas deixarão de lado suas
características idiossincráticas (autopercepção) e
ativarão suas identidades sociais, o que as levará
ao engajamento em ações coletivas. Portanto, as
identidades sociais consistem em categorias
socialmente construídas que se mostram mais ou
menos salientes, em função das características da
situação social.
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA

 Vertente forte na América Latina.

Psicologia Social Histórico-Crítica


 Abarca diversas perspectivas teóricas:
socioconstrucionismo, psicologia discursiva,
psicologia marxista, pós-modernismo.
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA

 Tais perspectivas guardam em comum o fato de


adotarem uma postura crítica em relação às
instituições, organizações e práticas da sociedade
atual, bem como do conhecimento até então
produzido pela Psicologia Social a esse respeito.
Nesse sentido, colocam-se contra a opressão e a
exploração presentes na maioria das sociedades e
têm como um de seus principais objetivos a
promoção da mudança social como forma de
garantir o bem-estar do ser humano.
PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA
LATINA
 Influência da Psicologia Social Americana.
 Questionamento de tais pressupostos.
 Tentativa de construção de uma Psicologia Social
mais contextualizada: voltada para os problemas
sociais e políticos da região.
PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA
LATINA
Martin-Baró: conscientização
 Urge, portanto, que os psicólogos sociais contribuam
para a construção de identidades pessoais, coletivas
e históricas capazes de romper a situação de
alienação das maiorias populares oprimidas e
desumanizadas que vivem à margem da sociedade
dominante e, consequentemente, levar à mudança
social. Trata-se, assim, de desenvolver um saber
psicológico historicamente construído que se mostre
capaz de compreender e contribuir para sanar os
problemas que atingem as maiorias populares e
oprimidas.
PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA
LATINA
Maritza Monteiro:
 Caracteriza principalmente por questionar os modos de
produção de conhecimento e prática da Psicologia e
perseguir a transformação social e a relevância social da
pesquisa e intervenção sobre os problemas sociais que
assolam o país. Para tanto, coloca-se contra as abordagens
positivistas e experimentais, a neutralidade científica e as
perspectivas individualistas de abordagem dos fenômenos
psicossociais, defendendo, ao contrário, a produção de um
conhecimento contextualizado, participante e co-construído
por pesquisadores e atores sociais, como forma de contribuir
para a solução dos problemas sociais que vivenciam e
transformar sua realidade social.
PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL

 No Brasil, assim como em quase toda a América


Latina, nas décadas de 1960 e 1970, a
psicologia social seguia um rumo muito próximo
à forma de psicologia social importada dos
Estados Unidos. A transposição e replicação
das teorias e métodos norte-americanos fica
evidente em algumas obras de psicologia social
da época.
PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL

 Tal posicionamento colonialista, em que a


importação desenfreada e acrílica de posturas
teóricas estava muito presente, levou alguns
psicólogos sociais latino-americanos, no final da
década de 1970, a constatar o período que se
chamou de a “crise da psicologia social”. Ou a
“crise de referência”. Vale retomar que essa
crise era europeia já na década de 1960.
PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL

Crise da Psicologia Social na década de 1970.


 A Abrapso surge em 1980 no Brasil por meios da mãos de
alguns pesquisadores, dentre tantos outros, Silvia Lane. Lane
e Codo organizam em 1984 a obra marco da ruptura da
psicologia social brasileira: Psicologia social: o homem em
movimento. Aqui o rompimento com a psicologia social norte-
americana está claramente colocado. A discussão de fundo é
como extrair entidades psicológicas de fenômenos sociais. O
materialismo histórico dialético ditava as discussões da
época. Também conhecida como a psicologia marxista, tal
perspectiva no Brasil rompe de vez com a psicologia social
cientificista (norte-americana).
 - Psicologia Social latino americana e ditaduras.
A REVISÃO CRÍTICA

 A repressão militar e o movimento universitário


de 1968 obrigam a reflexão crítica da
universalidade e o papel social da produção de
conhecimento.
 A questão era: como a Psicologia Social poderia
dar subsídios para uma transformação social?
 A crítica só foi possível anos depois, em
disciplinas do curso de pós-graduação, por meio
de revisões de pesquisas indexadas no
Psychological Abstracts.
NOVAS PERSPECTIVAS DE ESTUDO

1. A Psicologia da Linguagem: algo dinâmico


construído historicamente pela sociedade
desempenhando um papel fundamental no
desenvolvimento dos indivíduos como na inserção em
grupos sociais.
 Vygotsky: mediação fundamental que a linguagem
exercia na constituição do psiquismo humano, na
consciência.
 Presença de ideologia nos significados, e por meio
da reflexão crítica desencadeavam avanços da
consciência.
NOVAS PERSPECTIVAS DE ESTUDO

2. A identidade Social: conceito básico da


Psicologia Social que Ciampa faz uma crítica a um
modelo funcionalista e retoma o interacionismo de
Mead, e dos estudos de Goffman, procurando
uma concepção de sujeito transformador e autor
da história social.
NOVAS PERSPECTIVAS DE ESTUDO

3. Processo grupal: partindo das teorias de


técnicas da dinâmicas de grupo, constatou-se que
os estudos reproduziam, como ciência, a ideologia
embutida nos papéis sociais, principalmente o de
líder, coesão social e técnicas de harmonização
para tornar o grupo mais produtivo.
NOVAS PERSPECTIVAS DE ESTUDO

 Surge a necessidade de uma metodologia de


pesquisa que permitisse captar o indivíduo,
situado historicamente e multideterminado.
 A pesquisa participante aparece como
metodologia que permitia acompanhar o
movimento histórico de um grupo social e as
transformações que ocorriam.
NOVAS PERSPECTIVAS DE ESTUDO

Outras estratégias metodológicas:


 Observação participante (de processos grupais);
 Estudo de caso (relato de história de vida);
 Foi criado o núcleo de psicologia comunitária
com a participação de vários países da América
Latina, na busca de bases epistemológicas e
metodológicas comprometida com uma prática
transformadora. Trabalho de Martin-Baró.
TEORIA E PRÁTICA

 A indissociabilidade entre a teoria e prática era


o desafio da psicologia social.
 Por meio de pesquisas sobre o comportamento
político, buscaram-se formas de atuação para
que houvesse transformações significativas
para as populações desfavorecidas da América
Latina (Psicologia Comunitária).
TEORIA E PRÁTICA

 O que seria uma comunidade? Bairros,


instituições, agrupamentos?
 Trabalhos como de Euclides Sanches, em
Caracas constatam que pessoas se unem em
grupo e resolvem ser sujeitos de sua história e
encontrando uma assessoria qualificada,
conseguem avançar em direção a relações
sociais democráticas.
TEORIA E PRÁTICA

 Martin-Baró e Maritza Montero: Psicologia


Política objetiva entender o porquê da alienação
de nossos povos.
 Tanto a Psicologia Comunitária como Psicologia
Politica encontram na metodologia Pesquisa
Participante seu veio mais profícuo.
 Bader Sawaia: a partir de uma pesquisa com
mulheres faveladas permite sistematização da
pesquisa participante.
PRÁXIS DA PSICOLOGIA SOCIAL

 A ciência psicológica é relativa: se o ser humano


se constitui em função de sua história social e
cultural, seu saber será necessariamente
particular. Superação da dicotomia
Subjetividade X Objetividade, pois a primeira se
objetiva nas ações do homem sobre o meio,
assim como o meio se subjetiva no psiquismo
humano.
PRÁXIS DA PSICOLOGIA SOCIAL

 A dialética pressupõe que por meio da


pesquisa, o saber e o pensamento têm suas
raízes na realidade, portanto a comprovação da
teoria se dá mediante a transformação da
realidade.
 Leontiev: partindo desse pressuposto
sistematiza três categorias fundamentais do
psiquismo humano: atividade, consciência e
personalidade.
QUESTÕES METODOLÓGICAS

 Procedimentos que não sejam meras interpretações


se tornam o desafio metodológico.
 Investigação da consciência: estudo de caso,
relatos de história de vida, estudo do cotidiano- no
discurso livre que o indivíduo faz de si e do mundo,
constituem dado empírico e, por meio do
procedimento análise de discurso, podem permitir
detectar o ideológico, as contradições e o
pensamento que engendrou o discurso. (análise
gráfica de discurso)
ATIVIDADE DE PESQUISA EM
PSICOLOGIA SOCIAL
 Como pensar na imagem tradicional do cientista na
Psicologia Social que tem a sociedade e o social
como objeto de estudo?
 Psicologia Social: diálogo com as Ciências Sociais
(às vezes, mais próximo do que com a Psicologia).
 Portanto, pode-se concluir que a separação entre
processos sociais e individuais talvez não seja fruto
das características do objeto de estudo da
psicologia, mas das diferentes formas como
abordamos a produção do conhecimento em
Psicologia.
ATIVIDADE DE PESQUISA EM
PSICOLOGIA SOCIAL
 Separação entre indivíduo e social não ocorre
apenas na Psicologia, Durkheim também o faz na
sociologia.
ATIVIDADE DE PESQUISA EM
PSICOLOGIA SOCIAL
 A definição de que o estudo do indivíduo é do âmbito da
psicologia tornou necessário, também, adequar esses
estudos ao formato do modelo de ciência vigente, pautado
nos parâmetros das ciências físicas e naturais, cujos
métodos e procedimentos deveriam se estender a todo o
domínio do conhecimento que pretendesse ser qualificado
como científico. Essa concepção de ciência que rege a
fundação da Psicologia como disciplina independente, a
qual propõe que os chamados processos psicológicos
sejam passíveis de experimentação, objetivação e
generalização, procurando romper com um certo
romantismo filosófico que acompanhou os estudos sobre o
sujeito e o subjetivo ao longo da história.
ATIVIDADE DE PESQUISA EM
PSICOLOGIA SOCIAL
 Influência da concepção de ciência norte-americana
(positivismo) nas pesquisas em Psicologia Social e nas
produções brasileiras até a década de 70.
Crise da Psicologia Social
 Pensar a produção de conhecimento em psicologia social
requer pensá-la de forma estratégica, sempre vinculada a
alguma forma de prática social e política capaz de articular as
questões da teoria com os aspectos empíricos, os objetivos
da produção do conhecimento com as transformações
sociais. As vertentes da psicologia social derivadas desta
perspectiva estão bem representadas nas chamadas
psicologia política e psicologia social histórico-crítica,
fortemente influenciadas pelo materialismo histórico.
ATIVIDADE DE PESQUISA EM
PSICOLOGIA SOCIAL
 Crise leva ao questionamento da concepção de
pesquisa em Psicologia Social: neutralidade (para
quem?).
 Pesquisa como política e voltada para manutenção
da ordem e/ou transformação.
 Questionamento à objetividade científica pelo seu
questionamento enquanto verdade.
 Separação entre teoria e prática social na
pesquisa?
ATIVIDADE DE PESQUISA EM
PSICOLOGIA SOCIAL
 Década de 90: complexificação, a pluralidade teórico-
metodológica (rompendo o falso dilema de evocar UM
objeto, de almejar UMA unicidade para dar conta da
complexidade do real), a intersecção de diferentes áreas
do conhecimento e a prática interdisciplinar e, ainda, uma
preocupação ética em relação aos seus compromissos
sociais e políticos. Desta forma, relativiza o tensionamento
entre o científico e o político, a teoria e a prática. Do
mesmo modo, relativiza a importância da separação entre
o indivíduo e o coletivo por meio da redefinição da noção
de subjetividade e de uma concepção de homem em que
as dimensões individual e social se interpenetram.
DECORRÊNCIAS METODOLÓGICAS

 Subordinação das estratégias metodológicas às teorias


explicativas escolhidas pelo pesquisador.
 Como nos aponta (FRIGOTTO, 1989, p. 77) - “[...] o
método está vinculado a uma concepção de realidade e de
vida em seu conjunto” e “[...] método é instrumento,
caminho, procedimento e por isso nunca vem antes da
concepção de realidade.”
DECORRÊNCIAS METODOLÓGICAS

 No caso de psicologia social tais teorias explicativas


geralmente estão fundadas em uma concepção de
natureza humana, de relação indivíduo-sociedade e de
necessidade e (im)possibilidade de transformação social.
A PESQUISA-AÇÃO E A PESQUISA
PARTICIPANTE
 O ponto comum entre as duas modalidades é
o envolvimento efetivo da população
pesquisada em todas as etapas do
desenvolvimento da investigação, desde a
formulação do problema até a divulgação dos
conhecimentos produzidos.
A PESQUISA-AÇÃO E A PESQUISA
PARTICIPANTE
A PESQUISA-AÇÃO E A PESQUISA
PARTICIPANTE
 O objetivo de mudança ou transformação
social – pela sua ambiguidade contempla
diferentes concepções do que seja mudança
ou transformação social, podendo incluir
efeitos transformadores, reformistas,
conservadores ou até reacionários.
PSICOLOGIA SOCIAL
COMUNITÁRIA

Profa. Dra. Luciane Orlando Raffa


“A construção e o
fortalecimento de uma profissão
faz-se também pelo grau de
vinculação e de
comprometimento que ela
passe a ter com a realidade
concreta do cotidiano da sua
gente”
TRABALHAR EM PSICOLOGIA
COMUNITÁRIA...
É buscar formas na vida concreta que
MAXIMIZEM uma saúde melhor da população,
e essa saúde emana diretamente das
POSSIBILIDADES REAIS que essa população
possa ter para estudar, comer, morar, fazer
cultura e, pelo menos, para transformar as
coisas do seu cotidiano, ou seja, trabalhar.
PRÁTICA DA PSICOLOGIA EM
COMUNIDADE NAS ÚLTIMAS DÉCADAS
1. A entrada da Psicologia na vida das comunidades:
psicologia na comunidade:
DÉC 60:
 Somar esforços e colaborar para tornar a mais próxima
da população; as práticas foram ganhando uma
significação política de mobilização e de transformação
sociais.
 Trabalho voluntário, não remunerado e firmemente
convicto do seu papel político e social.
 Referenciais Teóricos e Metodológicos: da Sociologia,
da Antropologia, da História, da Educação Popular e do
Serviço Social.
PRÁTICA DA PSICOLOGIA EM
COMUNIDADE NAS ÚLTIMAS DÉCADAS
2. Construção de práticas diferentes: a psicologia
comunitária:
DÉC 70:
 Os trabalhos defendiam a deselitização da Psicologia,
bem como um claro envolvimento e participação
políticas junto aos movimentos populares.
 Trabalho voluntário, mas já uma aproximação com a
Universidade.
 Desenvolviam Atividades como: promoção de reuniões e
discussões acerca das necessidades; levantamento de
dados e descrições das condições de vida.
PRÁTICA DA PSICOLOGIA EM
COMUNIDADE NAS ÚLTIMAS DÉCADAS
3. Construção de práticas diferentes: a psicologia
comunitária:
DÉC 80:
 Maior divulgação e discussão dos trabalhos desenvolvidos
em comunidades, criando mais espaços para repensar e
discutir a problemática em torno do trabalho comunitário
sendo não remunerado e voluntário.
 Iniciam-se debates a respeito dos aspectos metodológicos
usados;
 Debates acerca da falta de definição e de especificidade
da prática da Psicologia em comunidade.
PRÁTICA DA PSICOLOGIA EM
COMUNIDADE NAS ÚLTIMAS DÉCADAS

4. Os espaços de atuação adquirem


reconhecimento institucional: a psicologia da
comunidade.
DÉC 90:
 Expansão dos trabalhos dos psicólogos junto
a diversos setores e segmentos da
população.
PRÁTICA DA PSICOLOGIA EM
COMUNIDADE NAS ÚLTIMAS DÉCADAS

 São trabalhos desenvolvidos quando se


trabalha ou ocupa um cargo que tem como
objetivos ampliar e democratizar o
fornecimento dos serviços, de diversas
áreas, para a população em geral.
 Atividade que surge associada ao contexto,
onde o psicólogo tem um papel de
trabalhador social.
PRÁTICA DA PSICOLOGIA EM
COMUNIDADE NAS ÚLTIMAS DÉCADAS
5. Os primeiros anos da década de 90 têm
presenciado uma diversidade:
 TEÓRICA;
 EPSTEMOLÓGICA;
 METODOLÓGICA
 Tais elementos apontam a necessidade de serem
identificados, discutido e analisados os
paradigmas que estão presentes nos trabalhos
desenvolvidos em comunidade pelos profissionais
de psicologia.
VERTENTES QUE INFLUENCIARAM A
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NO BRASIL
 EDUCACIONAL:
1. Formação da Consciência Política e
Alfabetização;
2. Compromisso político-ideológico;
3. EDUCAÇÃO COMO MOLA PROPULSORA DO
PROGRESSO ECONÔMICO E SOCIAL (Paulo
Freire).
VERTENTES QUE INFLUENCIARAM A
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NO BRASIL
 SOCIOLÓGICA:
1. Crítica ao Positivismo e Adoção da Pesquisa-
Participante.
2. Novas Propostas Metodológicas: TEORIA E
PRÁTICA, SIGNIFICADO POLÍTICO E SOCIAL
DOS CONHECIMENTOS.
VERTENTES QUE INFLUENCIARAM A
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NO BRASIL
CONTRIBUIÇÕES DE SÍLVIA LANE
DÉC 60 e 70:
 PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA: Pressupõe o trabalho com
categorias analíticas como CONSCIÊNCIA, IDENTIDADE e
ATIVIDADE, entrecruzadas numa triangulação dialética.
Propõe:
 Analisar a consciência socialmente constituída;
 Empregar a categoria IDENTIDADE;
 Encontrar na categoria ATIVIDADE o correlato para a PSO do
conceito de TRABALHO marxista;
 Acrescentar às análises microestruturais dos processos
psicossociais os elementos emocionais como mediação
fundamental.
VERTENTES QUE INFLUENCIARAM A
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NO BRASIL
CONTRIBUIÇÕES DE MARTÍN-BARÓ
DÉC 80:
 PSICOLOGIA POLÍTICA/PSICOLOGIA DA
LIBERTAÇÃO: análise psicossocial para a
compreensão do indivíduo HISTORICAMENTE
DETERMINADO, de tal modo que se torne
possível a construção de um novo poder social
por meio de práticas cotidianas transformadoras.
VERTENTES QUE INFLUENCIARAM A
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NO BRASIL
Propõe:
 Uma análise sobre o papel social da Psicologia na América
Latina;
 Avaliação dos aspectos epistêmicos e práxicos presentes
no contato do homem concreto com a sua realidade;
 Ciência comprometida com os problemas sociais;
 Recupera os aspectos processuais presentes na
construção desse homem novo (identidade, consciência e
poder social);
 Analisa a transformação de uma psicologia popular em
uma psicologia política.
VERTENTES QUE INFLUENCIARAM A
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NO BRASIL
CONTRIBUIÇÕES DE MARITZA MONTERO
DÉC 80:
 PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA: Ênfase
nos aspectos PSICOSSOCIAIS, para
compreender o indivíduo em seu cotidiano, em
termos de processos psicossociais e de conduta
derivados deles, procurando desnudar que
elementos transformam-no em um ser mais ou
menos participante e crítico da sua realidade.
VERTENTES QUE INFLUENCIARAM A
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA NO BRASIL
Propõe:
 Uma análise sobre as condições concretas de vida dos
indivíduos e suas influências;
 Análise em termos de ganhos e de afiliações, acontecidas
nos planos pessoais e comunitários;
 Análise em termos psicossociais presentes nas relações
com ideologia, materializando-se no cotidiano das
pessoas;
 Aponta para a análise da consciência, enquanto processo
de si para si, e da identidade social e individual, como
momentos necessários para uma compreensão sobre as
possibilidades de desideologização e de desalienação.
O PAPEL DO PSICÓLOGO
SOCIAL PARA MARTIN-
BARÓ

Profa. Dra. Luciane Orlando Raffa


“O trabalho profissional e o papel
social do psicólogo devem ser
orientados em função da
SITUAÇÃO HISTÓRICA e das
NECESSIDADES DA
POPULAÇÃO A QUE SE PROPÕE
ATENDER” (MARTÍN-BARÓ,1996).
SITUAÇÃO DOS POVOS DA AMÉRICA
LATINA

 Injustiça Estrutural: gerando miséria


estrutural.
 Perda da Soberania Nacional.
 Guerras ou Quase-Guerras
Revolucionárias.
O PAPEL DO PSICÓLOGO

 Resolução de conflitos dos povos centro-americanos: de


um lado o psicólogo não é chamado a intervir nos
mecanismos socioeconômicos que articulam as estruturas
de injustiça, por outro, é chamado a intervir nos processos
subjetivos que sustentam e viabilizam essas estruturas
injustas.
 Psicologia como ideologia de reconversão: resolução de
problemas sociais nos indivíduos.
 Voltar nossa atenção para esse CONTEXTO, sem
presumir que o fato de fazermos parte dele torna-o
suficientemente conhecido.
O PAPEL DO PSICÓLOGO

 Se não cabe ao psicólogo conciliar as


forças e interesses sociais em luta,
compete a ele ajudar a encontrar
caminhos para substituir hábitos violentos
por hábitos mais racionais, o psicólogo
pode contribuir para a formação de uma
identidade, pessoal e coletiva, que
responda às exigências mais autênticas
do povo.
TRÊS GRANDES DESAFIOS PARA O
PSICÓLOGO LATINO-AMERICANO
1. O saber psicológico deve ser confrontado com os
problemas do povo e com as questões que lhe são
apresentadas. (não se pode continuar com a inércia dos
esquemas teóricos já conhecidos ou das formas de atuar
habituais);
2. É urgente assumir a perspectiva das maiorias populares.
(sociologia do conhecimento – o que se vê da realidade e
como se vê, depende de que forma essencial do lugar social
de onde se olha);
TRÊS GRANDES DESAFIOS PARA O
PSICÓLOGO LATINO-AMERICANO

3. A Psicologia é a disciplina cujo objetivo


está em examinar o quê de IDEOLÓGICO
há no comportamento humano, pois toda
ação humana se propõe a articular os
interesses individuais.
QUAL EFEITO OBJETIVO QUE A
ATIVIDADE PSICOLÓGICA PRODUZ EM
UMA DETERMINADA SOCIEDADE?
 Deleule (1997 apud Martin-Baró, 1996): A
proliferação da psicologia se devia (nas
décadas de 60 a 80) à função que estava
assumindo na sociedade contemporânea, ao
converter-se em IDEOLOGIA DE
RETROVERSÃO: A Psicologia oferecia uma
alternativa para os conflitos sociais: tratava-se
de mudar o indivíduo preservando a ordem
social.
QUAL EFEITO OBJETIVO QUE A
ATIVIDADE PSICOLÓGICA PRODUZ EM
UMA DETERMINADA SOCIEDADE?
CRÍTICAS
 A maioria dos psicólogos dedica sua atenção
predominantemente, quando não exclusiva, aos setores
sociais mais ricos;
 Sua atividade tende a centrar de tal maneira atenção nas
raízes sociais dos problemas, que se esquecem dos
fatores sociais:
 O contexto social converte-se em uma espécie de
“natureza”, um pressuposto inquestionado, frente a cujas
exigências “objetivas” o indivíduo deve buscar a solução
para seus problemas de modo individual e “subjetivo”.
QUAL EFEITO OBJETIVO QUE A
ATIVIDADE PSICOLÓGICA PRODUZ EM
UMA DETERMINADA SOCIEDADE?
CRÍTICAS
 COM ESSE ENFOQUE E COM ESSA CLIENTELA A
PSICOLOGIA SERVE AOS INTERESSES DA ORDEM
SOCIAL ESTABELECIDA, ISTO É, SE CONVERTE EM
UM INSTRUMENTO ÚTIL PARA A REPRODUÇÃO DO
SISTEMA.
QUAL EFEITO OBJETIVO QUE A
ATIVIDADE PSICOLÓGICA PRODUZ EM
UMA DETERMINADA SOCIEDADE?
ALERTA
 Examinar O QUE SOMOS, O QUE PODERÍAMOS TER SIDO
e, sobretudo, O QUE DEVERÍAMOS TER SIDO, frente às
necessidades de nossos povos; independentemente de
contarmos ou não com modelos para isso.
CONSCIENTIZAÇÃO
 Na medida em que a Psicologia tome como seu objetivo
específico os processos da consciência humana, deverá
atender ao saber das pessoas sobre si mesmas, enquanto
indivíduos membros de uma coletividade;
 O saber mais importante do ponto de vista psicológico é o
inserido na PRÁXIS COTIDIANA.
QUAL EFEITO OBJETIVO QUE A
ATIVIDADE PSICOLÓGICA PRODUZ EM
UMA DETERMINADA SOCIEDADE?
TRÊS ASPECTOS DA CONSCIENTIZAÇÃO
1. O SER HUMANO TRANSFORMA-SE AO MODIFICAR
SUA REALIDADE;
2. MEDIANTE A GRADUAL DECODIFICAÇÃO DO SEU
MUNDO, A PESSOA CAPTA OS MECANISMOS QUE A
OPRIMEM E DESUMANIZAM;
3. O NOVO SABER DA PESSOA SOBRE SUA REALIDADE
CIRCUNDANTE A LEVA A UM NOVO SABER SOBRE SI
MESMA E SOBRE SUA IDENTIDADE SOCIAL.
QUAL EFEITO OBJETIVO QUE A
ATIVIDADE PSICOLÓGICA PRODUZ EM
UMA DETERMINADA SOCIEDADE?
 A conscientização não consiste, portanto, em uma simples
mudança de opinião sobre a realidade, em uma mudança da
subjetividade individual que deixe intactas a situação objetiva.
O comportamento deve ser visto à luz de seu significado
pessoal e social, do saber que põe de manifesto, do sentido
que adquire a partir de uma perspectiva histórica.
 Ao assumir a conscientização como horizonte do que fazer
psicológico, reconhece-se a necessária centralização da
psicologia no âmbito do pessoal (não oposto ao social), mas
DIALÉTICO. “Não há pessoa sem família, aprendizagem sem
cultura, loucura sem ordem social, um saber sem um sistema
simbólico, uma desordem que não se remeta a normas
morais e a uma normalidade social.”
QUAL EFEITO OBJETIVO QUE A
ATIVIDADE PSICOLÓGICA PRODUZ EM
UMA DETERMINADA SOCIEDADE?
REFLEXOS DA CONSCIENTIZAÇÃO
1. Conscientização responde à situação de injustiça,
promovendo uma consciência crítica sobre as raízes,
objetivas e subjetivas, da alienação social.
2. O processo mesmo de conscientização supõe abandonar a
mecânica reprodutora das relações de dominação-
submissão, visto que só pode ser realizado por meio do
diálogo.
QUAL EFEITO OBJETIVO QUE A
ATIVIDADE PSICOLÓGICA PRODUZ EM
UMA DETERMINADA SOCIEDADE?
Conscientização x Vitimização e Fatalismo
3. O processo dialético que permite ao indivíduo
encontrar-se e assumir-se como pessoa supõe
uma mudança radical das relações sociais.
4. A tomada de consciência aponta diretamente ao
problema da identidade tanto pessoal como social,
grupal e nacional.
ASSIM...
Não se pode fazer psicologia hoje na América
Latina sem assumir uma “séria responsabilidade
histórica, isto é, sem tentar contribuir para mudar
todas as condições que mantém as maiorias
populares desumanizadas, alienando sua
consciência e bloqueando o desenvolvimento de
sua identidade histórica”. Isso, é claro, a partir da
especificidade da Psicologia.

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