Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Reparação em Sistemas de
Segurança Activa e Passiva
Segurança Passiva
Introdução
A designação sistemas de segurança passiva, que serve de título a este módulo, pretende,
como o próprio nome indica, englobar os vários dispositivos montados num
automóvel e que contribuem para a segurança dos seus ocupantes. Contrariamente
aos sistemas de segurança activa (antiblocagem de rodas durante a travagem – ABS,
controlo electrónico de tracção, etc), que têm por missão auxiliar o condutor em situações
delicadas de condução, os sistemas de segurança passiva foram concebidos
para intervir quando já está a ocorrer um acidente, promovendo a protecção dos
ocupantes
do veículo sem necessidade de qualquer intervenção por parte destes.
Sistemas de Segurança Passiva
• Airbags
• Pré-tensores dos cintos
• Estruturas de deformação programada da carroçaria
• Dos vários sistemas de protecção passiva, dois vão ser objecto de estudo neste manual:
Airbag (termo inglês que significa almofada ou saco de ar);
• Pré-tensores dos cintos de segurança.
• O primeiro destes dispositivos tem como objectivo impedir que os ocupantes do veículo
• embatam, durante o acidente e de forma violenta, contra zonas duras, tais como:
• Volante de direcção (caso do condutor);
• Painel de bordo e/ou pára-brisas (caso do passageiro);
• Portas laterais (caso de colisões laterais ou capotamentos).
1 - AIRBAGS
• O AIRBAG foi introduzido como mais um dispositivo para aumentar a segurança dos
• ocupantes do veículo em caso de acidente. Embora a ideia, que esteve na srcem destes
• sistemas, remonte aos anos 30, só em 1975 foi possível pô-la em prática nos EUA.
• A partir daí, a inclusão destes sacos insufláveis como parte do equipamento dos
automóveis
• foi-se generalizando, não só em termos geográficos (estando actualmente
• difundida em todo o mundo), como também dentro do próprio automóvel (se
inicialmente
• apenas existia o airbag no volante para protecção do condutor num choque frontal,
• actualmente já se fabricam vários tipos de airbags, para protecção em colisões frontais
e/ou laterais dos vários ocupantes do veículo).
1.1 - CONSTITUIÇÃO
Independentemente das diferentes configurações que podem surgir consoante o construtor
automóvel considerado, podemos afirmar que um sistema airbag é basicamente
constituído por três componentes principais:
-Unidade de gestão electrónica;
-Unidade insufladora (ou dispositivo de enchimento);
-Saco.
1.2 - TIPOS DE AIRBAGS FRONTAIS (CONDUTOR E
PASSAGEIRO)
Dependendo do modo como estão montados os vários componentes, podemos distinguir
duas classes de airbags frontais:
Várias soluções estão a ser estudadas para este problema, tendo a Opel apresentado,
recentemente, um sistema misto que combina os dispositivos tradicionais (aqui estudados)
com um cilindro de gás a alta pressão.
O saco é insuflado com este gás por intermédio de uma válvula que torna o enchimento
mais suave e, além disso, permite que o saco permaneça cheio durante mais tempo,
conseguindo assim proporcionar protecção aquando de colisões múltiplas.
1.2.2 – AIRBAGS FRONTAIS TRASEIROS
No que diz respeito ao airbag do condutor, existem duas diferenças fundamentais entre
os veículos com ou sem este dispositivo. Por um lado, tem que ser prevista uma zona
no centro do volante com espaço suficiente para conter o conjunto de airbag e, por outro lado, a coluna de
direcção tem que englobar os componentes para transmissão do sinal eléctrico entre a central electrónica
e o dispositivo de enchimento do airbag.
O conjunto airbag do condutor é composto por:
Europa – Neste caso, os airbags foram concebidos para proteger os ocupantes, sempre
em colaboração com os cintos de segurança, pelo que surgem com volumes menores
que no caso americano. No caso da Renault, Peugeot, etc., utiliza-se o denominado
Eurobag com uma capacidade de, aproximadamente, 35 litros enquanto que outras marcas
optam por airbags ligeiramente maiores (40 a 45 litros).
VOLUME AIRBAG CONDUTOR EUROPA ≅ 30 A 45 LITROS
De referir que, no entanto, existem algumas marcas europeias que utilizam volumetrias
de nível americano (60 litros), como sejam a Volvo, Lancia (nalguns modelos), etc.
Como facilmente se compreende, a opção por uma almofada de ar mais volumosa, implica
um sistema de enchimento de maiores dimensões e, por conseguinte, um volante
esteticamente menos conseguido, pois fica com uma zona central relativamente grande.
Num futuro próximo prevê-se a existência dos denominados airbags frontais adaptativos,
que não são mais do que dispositivos airbag que se adaptam à maior ou menor violência/
desaceleração sentida numa colisão. Tal sistema foi recentemente apresentado em
estreia mundial pela Renault.
O princípio de funcionamento é semelhante ao dos airbags
convencionais, mas pode processar-se em dois estágios. Para tal, são utilizados dois
detonadores e um saco de ar cujo volume é variável graças à presença de uma costura
intermédia . Em colisões até 45 Km/h, dispara apenas um detonador que provoca
o enchimento do saco até um volume de 40 litros. Se a violência do choque for elevada
(velocidade superior a 45 Km/h), dispara também o segundo detonador, cujo acréscimo
de pressão rasga a costura intermédia e permite o enchimento do airbag do condutor
até aos 60 litros.
1.3.1 - CONTACTO ROTATIVO
Como já se referiu anteriormente, tem que estar prevista a ligação eléctrica entre o gerador
de gás (contido na zona central do volante) e a central electrónica de comando exterior
ao volante. Para que o sistema airbag esteja sempre operacional, aquela ligação
eléctrica deve estar sempre assegurada, independentemente da posição em que se
encontre o volante. Tal objectivo é conseguido à custa de um órgão chamadocontacto
rotativo , constituído por dois rotores , que não são mais do que elementos de forma circular
que rodam entre si.
De referir que o contacto rotativo, além de garantir a ligação eléctrica ao gerador de gás
do airbag, é também responsável pela transmissão do sinal a todos os outros comandos
que possam estar contidos no volante (buzina, autorádio, telemóvel, cruise-control, etc
1.4 - AIRBAG DO PASSAGEIRO
Os vários elementos que compõem o sistema airbag Dos passageiros são idênticos aos do condutor,
Pelo que tambem temos:
- suporte metálico
- Dispositivo de enchimento (gerador de gás e respectivo detonador)
– Almofada de ar (devidamente dobrada)
- cobertura plástica
Na existência, em alguns casos, de dois geradores de gás (permitindo, assim, o rápido enchimento de almofadas
maiores).
Também aqui, a cobertura do painel de bordo apresentaranhuras para facilitar
o desdobramento da almofada e o seu enchimento aquando do funcionamento do sistema
Regra geral, o disparo do airbag do passageiro implica a deformação e a danificação das suas fixações, pelo que
obriga frequentemente à substituição do painel de bordo e a um aumento considerável do custo de reparação.
Este tipo de airbag vai ter como função preencher o espaço vazio entre o passageiro e a superfície à sua frente
(painel de bordo) evitando, assim, o choque directo entre eles e, por outro lado, amortecendo a desaceleração
sofrida durante a colisão.
O espaço, neste caso, é muito maior que o existente no lado do condutor (que tem a coluna de direcção e o
volante à sua frente), pelo que o volume do airbag do passageiro também é maior (cerca de três a cinco vezes
relativamente ao do condutor). Além disso, a sua forma não é circular mas rectangularMais uma vez os
americanos são diferentes dos europeus (pelas razões já apontadas no
subcapítulo 1.3), surgindo nos EUA airbags para o passageiro com cerca de 160 litros
(chamados Fullsize airbags), enquanto na Europa têm aproximadamente 90 a 100 litros.
Este componente constitui o cérebro de todo o sistema airbag, pois é o responsável não só pelo seu diagnóstico e
autocontrolo, bem como pela tomada de decisão da sua entrada ou não em funcionamento. Compreende-se que
tenha de ser electrónico, pois a detecção do choque e a correspondente ordem para actuar têm que ser
extremamente rápidas, a fim de proteger os ocupantes em tempo útil.
A colocação desta unidade de gestão tem que obedecer a duas regras essenciais:
Tem que estar fixada rigidamente à estrutura do veículo, para evitar
quedas de tensão ou actuação em falso do sistema, resultantes de
uma deficiente fixação;
– Microprocessador responsável pela amplificação e tratamento do sinal eléctrico proveniente do sensor piezoeléctrico,
tendo que decidir da intervenção, ou não, do airbag em função do sinal recebido.
– Sistema de programação
Além destes componentes, encontram-se na unidade de gestão electrónica blocos de memória onde ficam registadas
ocorrências anormais com o sistema. Podemos considerar dois blocos:
Memória de avarias
Memória de colisão
Durante o funcionamento normal do veículo, a central electrónica de comando faz circular,
através de todo o sistema (central, detonadores das unidades insufladoras e circuitos
de ligação), uma corrente eléctrica de muito baixa intensidade por forma a verificar a
sua continuidade, bem como a de todos os seus componentes. Como a corrente é muito
fraca, não ocorre o perigo de provocar a activação dos geradores de gás dos airbags
nesta situação de simples diagnóstico do sistema.
Quando o valor registado se aproxima do valor limite, a partir do qual há activação dos airbags,
todo o conteúdo informativo da memória de avarias é transferido para a memória de colisão. Se
se chegar a
atingir o limiar de intervenção do sistema, o microprocessador dá ordem de activação
dos dispositivos de enchimento das almofadas, ficando esta ordem registada na memória
de colisão.
1.7 – AIRBAGS LATERAIS
O armário referido nos dois pontos anteriores deve ser metálico, resistente a pancadas, fechado à chave e com
aberturas para permitir ventilação natural; além disso, não deve ser utilizado para guardar outros materiais
(nomeadamente inflamáveis) e deve possuir no exterior e em zona visível tabuletas indicativas do seu conteúdo
(PERIGO - EXPLOSIVOS - INTERDITO O USO DE CHAMA
- PROIBIDA A ABERTURA POR PESSOAS NÃO AUTORIZADAS).
Os dispositivos airbag não devem ser armazenados por períodos superiores a 3 meses;
Após um acidente em que não houve disparo dos airbags (porque não foi atingido o
limiar accionamento), deve-se ter em atenção o seguinte:
-Devem ser controlados e substituídos todos os componentes que se
apresentam danificados visualmente ou em que sejam detectadas
deficiências aquando do diagnóstico com os aparelhos de teste;
-Os componentes dos airbags, quando desmontados do veículo,
devem ser imediatamente colocados no armário respectivo;
Se se tiver que dar baixa do veículo acidentado, este nunca deverá
ser enviado para a sucata sem antes lhe terem sido retirados os dispositivos de enchimento dos airbags não accionados;
Das diversas intervenções a que a viatura equipada com airbag pode ser sujeita, algumas
há que exigem o cumprimento de determinadas normas. De facto, antes de se iniciarem:
Trabalhos de reparação (por exemplo, intervenções ao nível do escape
ou da carroçaria) que exijam o recurso a martelos e pancadas ao
nível do piso do veículo;
Trabalhos de soldadura;
Intervenções ao nível do sistema airbag,
Devem desligar-se ambos os terminais da bateria, isolá-los convenientemente e aguardar,
pelo menos, 15 minutos. Só depois se devem iniciar estas intervenções.
NOTA: Não esquecer que o corte da alimentação a determinados componentes de um
veículo (auto-rádio, por exemplo) quando se desliga a bateria, faz com que se percam as
configurações de funcionamento que estavam memorizadas e, mais importante, obriga
muitas vezes a conhecer o código de desbloqueio para que voltem a funcionar.
Quanto a operações ao nível da pintura dos veículos, não existem quaisquer restrições,
dado que os sistemas airbag resistem às temperaturas atingidas no exterior do veículo
aquando da secagem em estufa.
Além disso, a instalação de acessórios que, pela sua natureza, provoquem campos magnéticos
(exemplo: altifalantes, alarmes, etc.), deve ser tal, que eles não fiquem próximos
da caixa electrónica de comando dos airbags.
Por último, referir que nos veículos que dispõem de airbag, se encontram diversos autocolantes
(no habitáculo, no pára-brisas, nos diversos componentes do sistema airbag,
etc.) que alertam para a existência desse dispositivo, para os prazos de validade a respeitar,
etc.. Não esquecer de colocar os novos autocolantes sempre que se verifique a
substituição de componentes do sistema.
Embora se saiba que os componentes airbag têm um tempo de vida limitado (que, para
o caso do mercado português, deverá ser inferior ao tempo de utilização da maioria dos
veículos), os fabricantes, até agora, não têm feito qualquer alusão a este aspecto, muito
possivelmente por se tratar de um assunto pouco popular.