Portuguesa- Recursos Educativos As figuras de estilo são recursos utilizados para melhorar, embelezar, o texto. Servem para sugerir ideias, interpretações. Os escritores utilizam-nos como estratégia. Com a utilização dos recursos estilísticos criam-se imagens e associações impossíveis de concretizar de outra forma. São indispensáveis à compreensão e estética literária.
Luís Sérgio - Espaço 7 Língua
Portuguesa- Recursos Educativos METÁFORA – É a mais corrente de todas as figuras de estilo. Consiste em associar,numa única expressão, duas realidades diferentes através de algo que lhes é comum. A expressão “cabelos de ouro” é uma metáfora, porque associa a cor e o brilho dos cabelos à cor e ao brilho do ouro. Trata-se, portanto, de uma comparação condensada,abreviada. Tenta perceber as associações operadas nas metáforas seguintes: Ele foi para a guerra flor da idade Naquela tarde o céu era chumbo
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Portuguesa- Recursos Educativos COMPARAÇÃO – Esta figura associa duas realidades diferentes, neste caso através de um elemento de comparação ou equivalente (por exemplo, o verbo “parecer”). “O rei Rodrigo é tão feroz como o urso da montanha” é uma comparação, porque compara explicitamente o rei Rodrigo a um animal feroz, através do elemento que por excelência estabelece a comparação, que é “como”. Eis mais três comparações: Passamos pela vida como os rios passam … A Rute é astuta como uma raposa
Os seus olhos pareciam duas fontes, de tanto chorar.
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Portuguesa- Recursos Educativos PERSONIFICAÇÃO – Consiste em atribuir características e qualidades humanas a entidades (animais, objectos, conceitos…) que o não são. Há certos tipos de texto que são por inteiro construídos com base na personificação: estás a lembrar-te das fábulas,as narrativas cujas personagens são animais que falam e interagem uns com os outros como se de humanos se tratasse. Repara nas seguintes personificações: As árvores olharam-me com amargura.
As rãs do charco exclamavam: “- Dai-nos sol! Dai-nos sol!”
Naquela noite de tempestade, a lua sentia-se tristemente sozinha
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Portuguesa- Recursos Educativos Enumeração Consiste na apresentação sucessiva de vários elementos. Exemplos: "Professor, médico, comerciante, todos se vendiam.” (Fernando Namora)
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Portuguesa- Recursos Educativos Eufemismo Consiste em dizer de forma suave uma ideia ou realidade desagradável. Exemplos: "- Coitado quem se vai deste mundo! – suspirou a mulher..." (Vitorino Nemésio); Cabo da Boa Esperança em vez de Cabo das Tormentas.
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Portuguesa- Recursos Educativos Hipérbole Consiste no emprego de termos exagerados, para realçar determinada realidade. Exemplos: "Ela só viu as lágrimas em fio que duns e doutros olhos derivadas se acrescentavam em largo rio" (Camões)
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Portuguesa- Recursos Educativos Imagem Consiste no recurso a aspetos sensoriais para, a partir daí, provocar uma forte evocação afetiva e os seus consequentes efeitos sugestivos e emocionais. Exemplos: "Os teus olhos são dois lagos encantados onde o céu se mira como num espelho" (Érico Veríssimo); "Vejo a verdade naufragar, imersa nas palavras que correm como um rio." (Carlos Queirós). Nota: A imagem inclui, frequentemente, várias figuras que resultam de processos de analogia ou equivalência: Comparação, metáfora, personificação, etc.
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Portuguesa- Recursos Educativos Ironia Consiste em exprimir uma ideia dizendo precisamente o seu contrário. A ironia só se consegue identificar no seu contexto. Exemplos: Bonito resultado! (Afirmação frequente dos pais perante uma nota negativa.); "Tão sábias medidas fizeram com que na aldeia do Minho deixasse inteiramente de haver justiça." (Ramalho Ortigão).
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Portuguesa- Recursos Educativos Anáfora Consiste na repetição de uma palavra ou palavras no início de frases ou versos sucessivos. Exemplos: "Ela só, quando amena.../Ela só viu as lágrimas.../ Ela viu as palavras...“ (Camões).
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Portuguesa- Recursos Educativos Animismo Consiste em atribuir vida a seres inanimados. É diferente da personificação, porque, no animismo, os seres não são elevados à categoria de pessoas. Exemplos: "Plácida, a planície adormece, lavrada ainda de restos de calor." (Virgílio Ferreira).
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Portuguesa- Recursos Educativos Metonímia Consiste em designar uma realidade por meio de uma outra que com ela mantém uma relação objetiva (o continente pelo conteúdo, o lugar pelo produto, o autor pela sua obra). Exemplos idiomáticos: Beber um copo ( Beber um copo de vinho); Beber um Porto (Beber um cálice de vinho do Porto); Ando a ler Camões (Ando a ler a obra de Camões); Comprei uns ténis (Comprei uns sapatos para jogar ténis.). Exemplos poéticos: "Os madeireiros trabalham nesta praça contra a clorofila." (Carlos Oliveira); "O excomungado não tem queda para as letras." (Aquilino Ribeiro).
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Portuguesa- Recursos Educativos Onomatopeia Consiste na utilização de uma palavra ou de palavras, cujo significante coincide com o significado, isto é, reproduzem sons do mundo físico. Exemplos: Os verbos que designam as vozes dos animais – cacarejar, pipilar, grasnar, roncar, coaxar...; "Bramindo o negro mar de longe brada" (Camões);
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Portuguesa- Recursos Educativos Paradoxo Consiste em aplicar a uma mesma realidade termos inconciliáveis, destacando assim a sua complexidade. Exemplos: "Que puderam tornar o fogo frio" (Camões); "- Meu amargo prazer, doce tormento!" (Carlos Queirós).
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Portuguesa- Recursos Educativos Pleonasmo Consiste no emprego de uma palavra ou palavras que reforçam uma ideia já expressa. Exemplos: Entra cá para dentro; "O que me deu a mim alento e esperança" (Camilo).
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Portuguesa- Recursos Educativos Perífrase Consiste em exprimir por diversas palavras o que poderia exprimir-se por uma única. Exemplos: "Tenho estado doente. Primeiramente estômago – e depois, um incómodo, um abcesso naquele sítio em que levam os pontapés." Eça de Queirós.
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Portuguesa- Recursos Educativos Sinédoque Consiste em tomar todo pela parte, a parte pelo todo, o plural singular, o singular pelo plural. Trata-se de uma variante da metonímia. Exemplo: "ocidental praia Lusitana" (Camões). Existe aqui uma referência a Portugal.
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Portuguesa- Recursos Educativos Alegoria Consiste na expressão verbal de uma determinada coisa, com o fim de que as palavras ou imagens empregadas sugiram outra. A alegoria apresenta-se, muitas vezes, através de uma sucessão de comparações, metáforas e imagens. A função principal da alegoria é de tornar claras e evidentes realidades abstratas como o Amor, a Justiça, a Glória, o Inferno, o céu, as virtudes e os defeitos dos homens, a existência do homem, funcionamento do mundo, etc. Exemplos: alegoria da caverna de Platão, alegoria dos peixes do Padre António Vieira, Auto da Alma de Gil Vicente...
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