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Rawls e as tarefas de uma

filosofia política
Três posições sobre a filosofia política (1971)

• Leo Strauss, "PHILOSOPHY AS RIGOROUS SCIENCE AND POLITICAL PHILOSOPHY*.


Interpretation, 2:1 (Summer 1971), 1–9

• Norberto Bobbio, “As relações possíveis entre filosofia política e ciência política”. Bari:
Laterza, 1971, 23-37.
• Norberto Bobbio, “Considerações sobre a filosofia política”, Rivista Italiana di Scienza
Politica,1971, 2, 367-379.

• John RAWLS, UMA TEORIA da JUSTIÇA, Cambridge, MA, 1971


• John RAWLS, Liberalismo político, New York: Columbia University Press. Paperback edition,
1996[1993]
• John RAWLS, Lei/Direito dos Povos. Cambridge, MA, 1999.
• John RAWLS, Justiça como Equidade. Uma reformulação. Ed. E. Kelly. Cambridge, MA, 2001.
Leo Strauss sobre a situação da filosofia
política (1971)

• Whoever is concerned with political philosophy must face the fact that in
the last two generations political philosophy has lost its credibility.
• Political philosophy has lost its credibility in proportion as politics itself
has become more philosophic than ever in a sense. (….)
• In our age on the other hand politics has in fact become universal. Unrest
in what is loosely, not to say demagogically, called the ghetto of an
American city has repercussions in Moscow, Peking, Johannesburg, Hanoi,
London, and other far away places and is linked with them; whether the
linkage is admitted or not makes no difference. Simultaneously political
philosophy has disappeared. (p. 1)
Bobbio: tipos de filosofia política (1971)

• 1. construção de um modelo ideal de Estado


• 2. busca do fundamento último do poder: legitimidade do poder
político; natureza e função do dever de obediência política.
Autores: Hobbes, Locke, Rousseau, Kant, De Maistre, Hegel.
• 3. determinação do conceito geral de “política” como actividade
autónoma. Maquiavel, Croce?
• 4. a filosofia política como discurso crítico sobre os pressupostos e
condições de verdade da ciência política; redução a uma análise
da linguagem política?
Rawls.2001. quatro tarefas da filosofia política

• 1. A sua função prática resultante de conflitos políticos irreconciliáveis e


da necessidade de resolver o problema da ordem. (1)
• 2. Função de orientação: no espaço (conceitual) de, digamos, todos os
possíveis fins, individuais e associativos, políticos e sociais. (3)
• 3. Função de reconciliação, destacada por Hegel em Filosofia do direito
(1821). (4)
• 4. “A quarta função é uma variação da anterior. Entendemos a filosofia
política como realisticamente utópica: ou seja, como exame dos limites
da possibilidade política praticável.” (5)
Rawls. 2001. Primeira tarefa

• Na história de toda sociedade há longos períodos durante os quais


certas questões básicas provocam conflitos agudos e profundos e
em que parece difícil, se não impossível, encontrar qualquer base
comum razoável para um acordo político. Para ilustrar, uma das
origens históricas do liberalismo foram as guerras religiosas nos
séculos XVI e XVII após a Reforma; essas cisões inauguraram uma
longa controvérsia sobre o direito de resistência e a liberdade de
consciência, que acabou levando à formulação e aceitação muitas
vezes relutante de alguma forma de princípio de tolerância.
• .... (p. 1)
Rawls. 2001. Primeira tarefa

• Supomos, portanto, que uma das tarefas da filosofia política - sua


função prática, digamos - é a de enfocar questões profundamente
controversas e verificar se, a despeito das aparências, é possível
descobrir alguma base subjacente de acordo filosófico e moral.
Ou, se tal base de acordo não puder ser encontrada, talvez a
divergência de opiniões filosóficas e morais que se acham na raiz
das diferenças políticas irreconciliáveis possa ao menos ser
reduzida para que ainda se mantenha a cooperação social com
base no respeito mútuo entre cidadãos. (p. 2)
Rawls. 2001. Segunda tarefa

• … a possível contribuição da filosofia política para o modo de um


povo pensar o conjunto de suas instituições políticas e sociais,
assim como suas metas e aspirações básicas enquanto sociedade
com uma história - uma nação - em contraposição a suas metas e
aspirações enquanto indivíduos, ou enquanto membros de famílias
e associações. Além disso, os membros de qualquer sociedade
civilizada precisam de uma concepção que lhes permita
compreenderem-se a si mesmos como membros com um certo
status político - numa democracia, o da cidadania igual - e
compreender como esse status afeta a relação que têm com o seu
mundo social. (p. 3)
Rawls. 2001. Segunda tarefa

• Essa é uma necessidade a que a filosofia política tenta responder, e denomino-a


função de orientação. (…)
• a filosofia política, enquanto obra da razão, faz isso especificando princípios
que permitam identificar fins razoáveis e racionais daqueles vários tipos, e
mostrando como esses fins podem se articular numa concepção bem-articulada
de uma sociedade justa e razoável. Tal concepção pode oferecer um quadro
unificado dentro do qual as respostas propostas a questões controversas se
podem harmonizar, e os entendimentos obtidos a partir dos diferentes tipos de
casos podem ser relacionados entre si e estendidos a outros. (pp 3-4)
Rawls. 2001. Terceira tarefa: a da reconciliação

• Essa função da filosofia política diz- nos respeito em vários


sentidos. Acredito que uma sociedade democrática não é e não
pode ser uma comunidade, entendendo por comunidade um corpo
de pessoas unidas por uma mesma doutrina abrangente, ou
parcialmente abrangente. O facto do pluralismo razoável, que
caracteriza uma sociedade com instituições livres, torna isso
impossível. Esse facto consiste em profundas e irreconciliáveis
diferenças nas concepções religiosas e filosóficas, razoáveis e
abrangentes, que os cidadãos têm do mundo, e na ideia que eles
têm dos valores morais e estéticos a serem alcançados na vida
humana. (p. 4)
Rawls. 2001. Terceira tarefa: a da reconciliação

• …em que sentido os cidadãos de uma democracia podem ser livres?


• Pode-se tentar responder a essa questão considerando a sociedade política de uma certa
maneira, por exemplo, como um sistema equitativo de cooperação que se perpetua de uma
geração para outra, em que aqueles que cooperam são vistos como cidadãos livres e iguais
e membros normais e cooperativos da sociedade ao longo de toda a vida.
• Tentamos em seguida formular princípios de justiça política tais que, se a estrutura
básica da sociedade - as principais instituições políticas e sociais e a maneira como
interagem formando um esquema de cooperação - satisfizer esses princípios, podemos
dizer em sã consciência que os cidadãos são, de facto, livres e iguais. (p. 5)
Rawls. 2001. Quarta tarefa

• . Entendemos a filosofia política como realisticamente utópica: ou


seja, como exame dos limites da possibilidade política praticável. A
nossa esperança para o futuro da nossa sociedade apoia-se na crença
de que o mundo social admite pelo menos uma ordem política
decente, de tal forma que um regime democrático razoavelmente
justo, embora não perfeito, seja possível. Por isso perguntamos: Como
seria uma sociedade democrática justa em condições históricas
razoavelmente favoráveis, mas ainda assim possíveis, condições essas
possibilitadas pelas leis e tendências do mundo social? (p.6)
Rawls. 2001. Quarta tarefa

• Que ideais e princípios tal sociedade tentaria realizar tendo


em vista as circunstâncias da justiça numa cultura democrática tal como as
conhecemos? Destas circunstâncias faz parte o facto do pluralismo razoável. Esta é
uma condição permanente na medida em que persiste indefinidamente em meio a
instituições democráticas livres. (…)
• Reconheço que há problemas a respeito de como discernir os limites do praticável
e quais são, de fato, as condições de nosso mundo social; o problema, a esse
respeito, é que ,os limites do possível não são dados pelo existente, pois podemos,
em maior ou menor grau, mudar as instituições políticas e sociais e muito mais.
(p. 6)
Reformulando a universalidade

• Novo uso do termo “universal” aplicado a uma filosofia política e


suas componentes teóricas fundamentais.
• - aplicabilidade, diferenciada, em todas as esferas relevantes.
• Ex. liberalismo político_ extensão progressiva a círculos mais
amplos de sociedades bem ordenadas

• A filosofia política não é entendida como aplicação prática de


princípios ou regras universais (no sentido tradicional).
Ideias básicas

• A) A idéia mais fundamental nessa concepção de justiça é a idéia de


sociedade como um sistema equitativo de cooperação social que se
perpetua de uma geração para a outra (Teoria, § 1). Esta é a ideia
organizadora central que utilizamos para tentar desenvolver
uma concepção política de justiça para um regime democrático. (p 7)
• B) a ideia de cidadãos (os que cooperam) como pessoas livres e iguais
(§ 7);
• C) e a ideia de uma sociedade bem-ordenada, ou seja, uma sociedade
efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça (§ 3).
(p.7)
Algumas interrogações

• - o conceito de política
• – sentido da imparcialidade, neutralidade
• - pluralismo (razoável), consenso por sobreposição
• - tolerância
• - razão pública

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