O Processo de Aconselhamento.

Patterson, LE & Eisenberg, S.

Capítulo 1: Algumas perspectivas sobre ajuda efetiva
Fundamentos teóricos

O objetivo do aconselhamento, concebido amplamente, é capacitar o cliente



a dominar situações da vida, a engajar-se em atividades que produza

crescimento e a tomar decisões eficazes.


Portanto, vemos o aconselhamento como um processo genérico, que inclui



essencialmente os mesmos elementos, mesmo se realizado numa clínica

comunitária de aconselhamento, centro de reabilitação, escola, hospital ou em
qualquer outro tipo de agência.


O modelo genérico de aconselhamento apresentado, deve ser visto como



uma abordagem que visa o insigtht no aconselhamento, porque o controle do

cliente sobre seu próprio destino aumenta à medida que ele passa a ter maior
compreensão das relações entre o eu e o ambiente. O modelo apresentado
enfoca problemas cognitivos e afetivos. A capacidade para solucionar problemas
cognitivos aumenta à medida que há um estado afetivo seguro, e o progresso real
na solução de problemas cognitivos, fará com que o cliente se sinta melhor.
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O modelo de ajuda tem três fases:
A primeira fase enfatiza a qualidade da relação do aconselhamento e baseia-se
fundamentalmente no trabalho de Carl Rogers.
A Segunda fase do Aconselhamento concentra-se em ajudar o cliente a adquirir
compreensões mais profundas do próprio eu.
A terceira fase do aconselhamento envolve planejamento da ação.


* Princípios fundamentais da ajuda efetiva



1º preceito – A qualidade da relação: A qualidade da relação de ajuda é

importante para propiciar um clima para crescimento.
2º preceito – Compreensão: Para ser verdadeiramente efetivo, o conselheiro
deve ter uma compreensão total do comportamento humano e ser capaz de
aplica-la à série particular de problemas ou circunstâncias de cada cliente.
3º preceito – Um processo sequencial: O Aconselhamento é um processo que
ocorre numa sequência bastante previsível e que se caracteriza pelo movimento
em direção a resultados identificáveis.
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O Aconselhamento tem um começo , um meio e um fim.



*A princípio, o cliente e o conselheiro discutem as preocupações do primeiro.



O conselheiro procura saber, do modo mais próximo possível, o que o cliente

está sentindo e o que o trouxe ao aconselhamento. Enquanto escuta procura
desenvolver uma apreciação do mundo objetivo do cliente.


* Nessa fase o cliente passa por um processo de exploração em profundidade,



no qual o conselheiro procura ajuda-lo a compreender a si mesmo e às condições

de sua vida relacionadas às preocupações sobre as quais escolheu trabalhar. O
escutar atento, a reflexão cuidadosa e a confrontação ocasional caracterizam a
contribuição do orientador nesta fase do processo.


*Na fase final do Aconselhamento, orientado e orientador trabalham juntos



para pensar meios de alcançar objetivos desejados. Desenvolvem

procedimentos alternativos e o cliente testa novos comportamentos.
Finalmente, avaliam se os meios são adequados, ou não, para alcançar os
objetivos.
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4º preceito – Auto revelação e confrontação: O processo doaconselhamento

consiste primariamente na auto-revelação e autoconfrontação pelo cliente,
facilitadas pela interação com o conselheiro.
Autorevelação- O indivíduo revela seus pensamentos e sentimentos a um
conselheiro perceptivo, através do que diz, da emoção com que diz, e pelo
que escolhe ocultar em seu material verbal. Quanto maior for à revelação do
eu, mais o orientador poderá ajuda-lo a descobrir novos modos de lutar.
Autoconfrontação pelo cliente - consiste no processo de examinar-se sob uma
perspectiva ampla que possibilite o desenvolvimento de novas percepções
sobre o eu. O conselheiro ajuda a ampliar a perspectiva sobre o eu,
proporcionando um feedback sincero.
5º preceito – Uma intensa experiência de trabalho : O aconselhamento é uma
intensa experiência de trabalho para os participantes.
Para o conselheiro além das atividades intelectuais (escuta, atenção,
levantamento de hipóteses, etc), a experiência afetiva de preocupar-se com o
outro a ponto de ser tocado por suas emoções sem perder-se nelas. Para o
cliente, trabalho ardúo de compreensão do que é difícil compreender, conflito ,
Aconselhamento
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6º preceito - Conduta ética: Assumir o serviço profissional de ajuda a pessoas obriga o
orientador a agir de modo ético. Códigos de ética publicados por associações
profissionais importantes servirão para fixar alguns parâmetros necessários.
A prática ética pode ser definida como aquela que proporciona, com interesse e esforço
consciencioso, um serviço de ajuda para o qual se foi preparado adequadamente. A
prática não ética ocorre sob três condições: quando profissionais se envolve com clientes
cujos problemas estão além de seu preparo; quando exploram sua posição para arrecadar
taxas ou um salário por serviço incompetente; ou quando não compreendem sua obrigação
de respeitar os direitos do cliente à privacidade e à livre escolha.


7º preceito – Mudança do cliente: o objetivo final da experiência do Aconselhamento é



ajudar o cliente a operar algum tipo de mudança que ele julga satisfatória.
O Processo de Aconselhamento.
CARACTERÍSTICAS DO CONSELHEIRO EFICIENTE


* Os conselheiros eficientes inspiram sentimentos de segurança, credibilidade e confiança nas

pessoas a quem ajudam.
* Os conselheiros eficientes são capazes de introversão e extroversão.
* Os conselheiros eficientes transmitem interesse pelas pessoas que estão procurando ajuda.
*Os conselheiros eficientes gostam de si mesmos, respeitam-se e não usam as pessoas, a quem
estão tentando ajudar, para satisfazer suas próprias necessidades.
* Os conselheiros eficientes tem conhecimentos específicos em alguma área que será de especial
valor para a pessoa que está sendo ajudada.
*Os conselheiros eficientes procuram compreender o comportamento das pessoas a quem
tentam ajudar, sem impor julgamentos de valor.
* Os conselheiros eficientes são capazes de pensar em termos de sistema.
* Os conselheiros eficientes são contemporâneos e tem uma visão global dos acontecimentos
humanos.
*Os conselheiros eficientes são capazes de identificar padrões de comportamento
contraproducentes e procuram ajudar as pessoas a substituí-los por padrões mais gratificantes.
* Os conselheiros eficientes conseguem ajudar o outro a olhar a si mesmo e responder não
defensivamente a pergunta : “Quem sou eu”
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 Aconselhamento como processo



 Aconselhamento- Definição
O Aconselhamento é um processo interativo, caracterizado por uma relação


única entre conselheiro e cliente , que leva este último a mudanças em uma ou
mais das seguintes áreas:
1) Comportamento


2) Constructos pessoais (modo de elaborar a realidade, incluindo o eu) ou



preocupações emocionais relacionadas a essas percepções.

3) Capacidade para ser bem sucedido nas situações da vida, de forma a


aumentar o máximo as oportunidades e reduzir ao mínimo as condições

ambientais adversas.
4) Conhecimento e habilidades para tomar decisões.


Objetivos resultantes do aconselhamento:



Deve ocorrer mudança – Muitos conselheiros acreditam que mudanças de



pensamento e atitudes devem preceder mudanças de comportamento e

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Comportamento livre e responsável


Liberdade é poder determinar suas próprias ações, fazer as próprias escolhas

e tomar as próprias decisões. A responsabilidade de considerar a liberdade do
outro, ao determinarmos nossas ações, limita nossa liberdade. Não é possível
fazer exatamente tudo o que desejaríamos nem como gostaríamos. Para
profissionais que trabalham com jovens é difícil saber até onde pode apoiar a
livre escolha.


 * Compreensão e domínio da ansiedade



Um dos objetivos do aconselhamento é ajudar as pessoas a compreenderem

suas ansiedades e a reduzirem.
Convencionalmente se classifica a ansiedade em real, moral e neurótica.
A ansiedade real é o medo de perigo real e é uma defesa essencial para uma
vida e situações limite.
A ansiedade moral é o medo de fazer alguma coisa que seja moralmente errada.
A ansiedade neurótica é o medo de perigos ou humilhações imaginários e não é
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Objetivos processuais do Aconselhamento- Os objetivos resultantes são os

resultados pretendidos pelo aconselhamento, descrito nos termos do que o
cliente deseja alcançar como consequência das suas discussões com o
conselheiro. Os objetivos processuais são aqueles acontecimentos futuros que o
orientador considera úteis ou instrumentais para “provocar” os objetivos
resultantes.
