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O Existencialismo Europeu

A Fenomenologia de Husserl, o
Existencialismo de Sartre e a analítica do
Dasein de Heidegger
A Fenomenologia de Husserl
• O pensamento de Edmund Husserl (1859-1938) deu origem à
corrente filosófica moderna chamada Fenomenologia.

• Essa corrente influenciou o movimento filosófico e cultural que se


propagou na Europa após o fim da II Guerra Mundial, conhecido
como Existencialismo.

• Fenomenologia e Existencialismo constituem uma das mais


importantes matrizes filosóficas das psicologias do século XX.
• A questão essencial que move o pensamento de Husserl é a de como
fundamentar de modo absolutamente seguro o conhecimento.

• Segundo Husserl, a “atitude natural”, que inclui tanto a atitude científica


quanto a do senso comum, considera as coisas como existentes em si
mesmas, independente de sua relação com uma consciência. Ele diz que é
uma atitude ingênua, pois supõe gratuitamente uma natureza em si, da
qual não é possível ter experiência alguma.

• Então, qual a proposta de Husserl?

• Ele diz que a “atitude fenomenológica” deve-se ater-se apenas àquilo que
se dá à experiência, tal como se dá: o que chamamos de fenômeno.
• Para Husserl:

• Todo objeto é sempre objeto-para-uma-consciência e nunca


objeto em-si

• Toda consciência é sempre consciência-de-um-objeto e nunca


consciência “vazia” ⇢ portanto, sob esse ponto de vista, a
consciência é sempre intencional ⇢ a consciência será sempre
consciência de alguma coisa

• A atitude fenomenológica retorna para as “coisas mesmas”, ou


seja, um objeto-percebido-por-um-sujeito, ou ainda, o
FENÔMENO
• A Fenomenologia de Husserl enfatiza, na obtenção de conhecimento, a
prioridade da intuição sobre o pensamento conceitual.

• O que é intuição? Intuição designa a visão direta e imediata de um ente

• A intuição é a via de acesso ao fenômeno

• O procedimento intuitivo é considerado como elemento essencial da atitude


fenomenológica

• É através da intuição que se dá o âmbito de interesse mais próprio da


Fenomenologia: a correlação entre sujeito e objeto (mundo) ⇢ o estudo dessa
correlação se constitui enquanto análise descritiva das estruturas da consciência, que
não é vista como uma interioridade psíquica, mas remete ao mundo cuja
constituição apenas se dá nessa referência

• A Fenomenologia pode ser compreendida como a descrição das estruturas gerais da


consciência no sentido de possibilidades de experiências humanas nos diversos
níveis e regiões da existência
• Entre os mais famosos expoentes do pensamento fenomenológico de
Husserl, podemos citar:

• Martin Heidegger (1889-1976)

• Jean-Paul Sartre (1905-1980)

• Maurice Merleau-Ponty (1908-1961)

• Paul Ricoeur (1913-2005)


O Existencialismo de Sartre
• O Existencialismo enquanto movimento filosófico e cultural surge no
período entre as duas guerras mundiais, entre 1918 e 1945, no eixo
intelectual entre Alemanha e França.

• Seu principal articulador é o filósofo francês Jean-Paul Sartre.

• O movimento ganha difusão pela Europa e Estados Unidos no pós-guerra,


principalmente na década de 1950.

• O Existencialismo nunca se constituiu como um sistema filosófico


estruturado, valorizando o próprio filosofar enquanto atitude permanente
de estranhamento e interrogação do sentido.
• A oposição tradicional entre os termos “essência” e “existência” derivou a
expressão Existencialismo.

• Grécia antiga (entre séculos IV e V a. C) ⇢ Platão ⇢ diante do


questionamento acerca daquilo que nas coisas constitui o seu verdadeiro
ser, isto é, sua essência ⇢ era aquilo que se mantinha sempre idêntico,
constante, permanente. A essência das coisas, sendo permanente,
pertence ao âmbito suprassensível, portanto, atemporal. Platão
denominou “ideias” essas essências suprassensíveis e eternas que
serviriam como o verdadeiro fundamento para a existência das coisas
sensíveis e temporais ⇢ tradição filosófica do Ocidente é essencialista.

• Essa tradição encontrou, no século XIX, dois críticos de grande importância,


considerados os precursores do existencialismo moderno: Friedrich
Nietzshe (1844-1900) e Soren Kierkegaard (1813-1855)
• Para Kierkegaard, o homem não pode ser explicado a partir de
nenhuma essência universal. O ser do homem consiste em sua
própria existência singular, sua subjetividade, que é pura liberdade
de escolha.

• Por isso a filosofia não se reduz à construção de sistemas abstratos, à


especulação conceitual e à descrição das essências ideais; filosofar é
afirmar a existência enquanto liberdade e assumir a
responsabilidade pelas próprias escolhas.
• Sartre publicou em meio à II Guerra Mundial, em 1943, a obra O ser e
o nada.

• Ele divide os entes em duas regiões radicalmente distintas, segundo


os seus modos de ser: o “ser em si” e o “ser para si”.

• “Ser em si”: diz respeito às coisas em si mesmas, fora de qualquer


relação com a consciência e, por isso, fora de qualquer relação de
sentido.

• “Ser para si”: é o mundo da consciência, diz respeito à existência.


Existir é um modo específico de ser relacionado ao ente cujo sentido
nunca está dado a priori – o homem.
Sua essência vem antes da sua existência.
Ser em si.
• No caso do homem, primeiro é preciso ser homem, existir, para
depois pensar sobre isso e atribuir-lhe sentido. O Existencialismo
postula que a existência precede a essência. Por isso, só ele, ao
contrário dos outros entes, não está predeterminado quanto ao seu
sentido, só ele é livre.

• A distinção entre o “Ser em si” e o “Ser para si” possui analogia com
a diferença que o existencialismo estabelece entre “ser” e “existir”: só
o homem existe, enquanto a folha de papel é.
A analítica do Dasein de Heidegger

• Obra mais conhecida Ser e tempo (1927) aborda a questão do ser por
caminhos tradicionalmente diferentes daqueles percorridos até
então, pois não interroga “o que é o ser”, mas qual o “sentido do ser”
⇢ “fenomenologia hermenêutica”

• Segundo Heidegger, a fenomenologia, herdada de seu mestre Husserl,


visa dirigir-se “às coisas elas mesmas – por oposição às construções
soltas no ar...”.

• Esse “às coisas mesmas” nada tem a ver com a coisa “em-si” da
tradição, refere-se a um retorno às “coisas mesmas” tal como elas
aparecem, se dão, para a consciência.
A analítica do Dasein de Heidegger

• Heidegger designa Dasein (ser-aí) o modo de ser do Homem:

• O Dasein não possui uma essência anterior à existência; o que ele


é, seu ser, está sempre em jogo no seu existir.
• O modo de ser do homem é a “existência”, o “ser-aí”, o “ser-no-
mundo” ▶︎ possibilidades de ser
• Ser-no-mundo é a unidade estrutural de existência do Dasein

• O modo de ser dos entes não humanos é denominado “ser


simplesmente dado” porque o que eles são, o seu sentido, nunca está
em jogo.
A analítica do Dasein de Heidegger
A mundanidade
• O Dasein é “mundano”, co-originário ao “mundo”, diferenciando-se dos entes
simplesmente dados, “intramundanos”, mas destituídos de mundo.

• Por exemplo, pedras e árvores estão no mundo, mas não têm mundo, isto é,
não são aberturas de sentido, não se podendo dizer delas que “existem”.
Mundo é estrutura de sentido, contexto de significação.

• O homem, enquanto “ser-no-mundo”, não é encerrado em si mesmo, numa


interioridade psíquica, estando sempre num contexto relacional. Ainda que esteja
no isolamento, é “ser-com”, co-presença. É nesse ser-no-mundo-com-os-outros
que aparece o sentido como desvelamento dos entes que lhe vêm ao encontro.

• Característica do Dasein: estar sempre referido a outro ente.


A analítica do Dasein de Heidegger
O cotidiano impessoal
• Heidegger inicia a análise do Dasein no seu modo de ser cotidiano mais
comum. Ele diz que é na “indiferença mediana”, “impessoal”, que se
encontra, de início e na maior parte das vezes, o existir.

• Há uma tendência para o “encobrimento”, isto é, o Dasein foge de si,


esquecendo-se do seu “ser próprio”, relacionando-se com ele como algo
que já possui uma configuração preestabelecida ⇢ modo de ser do Dasein
“decadente” e “inautêntico”.

• É essa compreensão “mediana” que, quase sempre, dita e regula suas


possibilidades de ser ⇢ o Homem torna-se um ente cujo modo de ser já
estivesse previamente dado, não realizando suas possibilidades mais
próprias e singulares.
A analítica do Dasein de Heidegger
Compreensão e disposição
• O ser-em significa que o Dasein e o mundo são coexistentes. Um jamais
antecede o outro, são cooriginários.

• O Dasein é abertura de sentido, e as dimensões essenciais dessa abertura


são denominadas de “compreensão” e “disposição”.

• A abertura compreensiva não é algo afetivamente neutro, que se restringe


ao campo intelectual. Toda compreensão já é dotada de uma “coloração”
afetiva, de um “humor” ou “disposição”.

• Disposição e compreensão constituem o modo de ser da abertura.


A analítica do Dasein de Heidegger
Compreensão e disposição

• Mesmo o Dasein sendo abertura de sentido, no seu modo cotidiano e


mediano de ser, tende ao fechamento ▶︎ toma o sentido de si
mesmo e dos outros entes como simplesmente dado.

• Surge a angústia diante do nada, da falta de sentido, do “vazio” de


significação.
A analítica do Dasein de Heidegger
Compreensão e disposição

• A angústia é a “disposição compreensiva” na qual o Dasein está


aberto para si mesmo, para seu ser-no-mundo. A angústia revela,
portanto, o poder-ser mais próprio, a pura abertura de significações,
retirando o Dasein de sua decadência por romper com a familiaridade
cotidiana.

• Surge, então, o “estranhamento”, que faz com que os entes não mais
apareçam como simplesmente dados, e, consequentemente, a
responsabilidade, até então “esquecida”, de assumir a liberdade de
poder-ser de diferentes maneiras.
A analítica do Dasein de Heidegger
O ser-para-a-morte e o poder-ser em sentido próprio
• Característica fundamental do Dasein: poder-ser (possibilidades de ser) e, por isso, o
Dasein resiste a uma apreensão total, já que deve, em podendo ser, ainda não ser
algo.

• O Dasein jamais alcança sua totalidade, permanecendo em constante inconclusão.

• Se não podemos falar em totalidade enquanto reunião de todas as possibilidades,


podemos falar de totalidade enquanto aquilo que circunscreve a um limite, a um fim.
Ao morrer, o Dasein não é mais no mundo, findam-se suas possibilidades.

• Portanto, apreendê-lo como um todo é um empreendimento que requer o


esclarecimento do fenômeno da morte, entendido de forma ontológica como o seu
poder-ser mais próprio. Enquanto existe, o Dasein é ser-para-a-morte.
A analítica do Dasein de Heidegger
O ser-para-a-morte e o poder-ser em sentido próprio
• O Dasein é para-a-morte, sempre já foi, pois já se antecipou para ela
desde o seu primeiro suspiro de vida.

• A morte é encarada como um fenômeno do qual é preciso desviar-se.

• A tendência cotidiana a fugir da angústia da morte encobre o “ser-


para-a-morte” mais próprio.
A analítica do Dasein de Heidegger
O ser-para-a-morte e o poder-ser em sentido próprio
• O projeto existencial de um “ser-para-a-morte” em sentido próprio
deve, portanto, elaborar os momentos desse ser que o constituem
como compreensão da morte, no sentido de um ser para a
possibilidade caracterizada, que nem foge, nem encobre.

• É somente “antecipando” que o Dasein desentranha a possibilidade


de “ser-para-a-morte”, enquanto modo próprio de “ser-no-mundo”,
em que sempre está em jogo o seu existir, e, desta forma, volta-se
para suas possibilidades mais singulares, determinadas a partir de sua
finitude, desvencilhando-se do impessoal.

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