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- - Projeto Distúrbios do Desenvolvimento -

Auto e Heteroagressividade na
Adolescência e na Modernidade
PUC-SP; junho de 2019

Francisco B. Assumpção Jr.


cassiterides@bol.com.br
06/13/11
ADOLESCÊNCIA

É impossível falarmos na adolescência sem considerarmos:

a) O processo evolutivo da criança que a leva da total


heteronomia em direção à autonomia ( O adolescente não
surge do Nada...)

b) A questão adaptativa dentro da perspectiva citada no “Efeito


Baldwin” que refere que “o comportamento é o marca-passo
da evolução”, ou seja, que qualquer comportamento que
implique numa vantagem evolutiva é reforçado pela seleção de
determinantes genéticos de tal comportamento

06/13/11
CONSEQUÊNCIAS EVOLUÇÃO ADAPTAÇÃO

MECANISMOS Seleção Natural LIMITAÇÕES


ou sucesso genética
reprodutivo diferenciado meio
ambiente história

CONDIÇÕES VARIAÇÃO HEREDITARIEDADE COMPETIÇÃO

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ADOLESCÊNCIA

Desenvolvimento -

Período de Operações Formais ( acima de 11 anos)

Pensamento formal e capacidade de raciocínio


sobre hipóteses abstratas
Possibilidades existenciais com advento das
noções de liberdade e responsabilidade
Espaço vivido e de significados
Tempo vivido
Projetos existenciais
Angústia e culpa

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- mundo biológico, ambiental, natural, inclui as
necessidades, impulsos e instintos básicos, constituindo-se
na esfera mais importante na criança, quanto menor for a
sua idade, atenuando-se essa prioridade em função do
próprio desenvolvimento cognitivo; representa "a priori", a
finitude e a limitação do local onde o ser humano, em
particular, a criança é lançado.

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- mundo dos seres - das inter-relações que se tornam
cada vez mais complexas na medida em que a criança
cresce. Inicia-se no primeiro ano de vida, com o período de
socialização elementar e a formação da díade mãe-filho,
seguida pela socialização familiar (2-3 anos) e da
socialização comunal ( após os 4 anos). Relações tornam-
se cada vez mais complexas, criando-se sistemas onde a
relação de cada indivíduo determina seu significado no
grupo (O mundo existe e eu me adapto à ele e não o
contrário).

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- mundo próprio - das relações do indivíduo consigo
mesmo, pressupondo a autoconsciência e a auto-
relação. Não se constitui somente como experiência
interior e subjetiva, mas dá ao real a perspectiva
própria.

Determina-se mais claramente, a partir da aquisição de


operações formais de pensamento, com a elaboração
do projeto existencial e do significado atribuído às
coisas e às pessoas em função dele.

Essas três instâncias se interrelacionam,


representando, aspectos diferentes dá mesma realidade
do "ser-no-mundo."

06/13/11
O QUE DESEJAMOS PARA
OS NOSSOS
ADOLESCENTES?

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O QUE QUEREMOS PARA OS NOSSOS ADOLESCENTES E
AS GERAÇÕES FUTURAS?

“eudaimonia”
“[...] algo próximo do sentir-se realizado e pleno, o fim ultimo, o
bem maior e supremo, que só poderia ser alcançado pela
prática das virtudes”.

Ensinamento para que se alcançasse o objetivo proposto, a


prática da virtude durante a vida inteira.

Aristóteles diz que “[...] a essência da felicidade estaria na


atividade virtuosa, sendo todos os demais bens condições
necessárias e contributivas para ela”.
Realização das potencialidades humanas.
Como estamos em plena “pós modernidade”, desejamos

“Qualidade de vida” (QV): ideia veiculada baseada em


conceitos vagos e obscuros.

O conceito de Qualidade de Vida na sociedade atual, não é


proveniente nem da Filosofia nem da Teologia nem da Ética,
mas sim da Sociologia e da Economia, a partir da idéia de
liberdade que coloca o homem de maneira antropocêntrica e o
considera capaz de mudar a si mesmo e, em conseqüência, a
própria sociedade (Gracia-Guillén;1996)
Empregado, pela primeira vez por Lyndon Johnson em seu
discurso de posse, a expressão Qualidade de Vida se referia a
que “[...] os objetivos não podem ser medidos através do
balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos, através da
qualidade de vida que proporcionam às pessoas”.

Grupo de Qualidade de Vida, da OMS – Organização Mundial


de Saúde (WHOQOL GROUP, 1995) -, define-a como “[...] a
percepção do individuo de sua posição na vida no contexto da
cultura e do sistema de valores, nos quais ele vive e em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações”.
“Infelizmente, até o momento, o que se consegue perceber é a
dificuldade em se avaliar essa condição, pois sob a insígnia
de ‘qualidade de vida’ jazem as mais variadas concepções,
desde capacidade física até desempenho social, passando por
ideias subjetivas de bem estar e inserção satisfatória num
contexto cultural” (Assumpção; 2000).
Em suas raízes históricas e filosóficas, é um índice de
progresso na consciência social da pessoa, que deve
influenciar a esfera da prática médica.
“uma pessoa inteligente deve saber viver de modo a
preservar sua saúde, e valer-se dos conhecimentos
próprios assim que ela estiver ameaçada. Pois
uma coisa é óbvia: existe bem mais precioso do que
a saúde? O médico deve saber dizer o que havia
antes. Deve perceber o que ocorre no presente. E
deve prever o que virá no futuro. É esta a arte
que ele deve exercer.”(Hipócrates)
O QUE SIGNIFICA ENTÃO
SER UM ADOLESCENTE
SAUDÁVEL?

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1. Que goza de boa saúde, física ou
mental

2 Que é bom para a saúde.

3 Que é benéfico ou útil.


(Dicionário Aurélio)

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1. Que goza de boa saúde, física ou mental: para criar
filhos assim, vou ter que controlar a forma pela qual
nascem ou crescem. “Vou fabricá-los”–
Eugenia: termo criado em 1883 por Galton significando
"bem nascido". Galton a definiu como "o estudo dos
agentes sob o controle social que podem melhorar ou
empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações
seja física ou mentalmente". Tema controverso após o
surgimento da eugenia nazista. Mesmo com a maior
utilização de técnicas de melhoramento genético
usadas em plantas e animais, existem questionamentos
éticos quanto a seu uso com seres humanos. O termo é
anterior ao termo “ genética", pois este último só foi
cunhado em 1908, pelo cientista William Bateson.

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3. Que é benéfico ou útil.
Pós-humanismo: como sinônimo de transumanismo,
designando um estado em que a espécie humana é capaz
de superar suas limitações intelectuais e físicas através do
controle tecnológico de sua própria evolução biológica.
O pós-humanismo e a tecnologia evoluíram de mãos dadas
(Estamos fabricando?).

1º. Movimento: Extensões do corpo: Redes sociais,


smartphones e etc.
2º. Movimento: Aparência do corpo: técnicas de Body
building e body modification
3º. Movimento: Implantes ou próteses que corrigem ou
ampliam funções orgânicas (Santaella; 2010)

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TENDÊNCIAS

“Mas a civilização industrial só é


possível quando não existe renúncia. É
necessário desfrutar até os limites máximos
impostos pela higiene e pela economia. De
outro modo as engrenagens param de
funcionar.

(Admirável Mundo Novo. A. Huxley )


 Considerando-se que
 Pos-Modernidade: existe a necessidade de grande preparação
profissional para que esse indivíduo, quando adulto, consiga entrar
em um mercado de trabalho extremamente competitivo e
globalizado (Competir para se adaptar).

 Consequencias – prolongamento da adolescência (até depois do


Mestrado? Quando ela termina?)
 Aumento da dependência dos pais que tem que ser
ativos e produtivos muito mais tempo.
 Diminuição da autonomia, da independência e da
capacidade decisória.
 Aumento do medo do fracasso, do nível de exigências
e da ansiedade.

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Pensando-se a cultura,
PODEMOS OBSERVAR...

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O MAL ESTAR CONTEMPORÂNEO

Apologia a performance individual e condenação dos laços de


solidariedade social e da construção coletiva.

Contradição entre valores disseminados e experiências do


cotidiano.

Depressão, drogas, violência, frustração de não ter, de não


poder prover, de não ser um vencedor.
A criança e o jovem na sociedade contemporânea –
transição complexa para o mundo adulto

a família
•Instituição principal da socialização: aprendizado de valores
(Terceirização da criação de filhos)
•valores pós modernos ( neo liberais): auto-realização, prazer,
apologia à performance individual, consumo, privilegiamento da vida
privada e escancaramento da intimidade, condenação da política e
do espaço público (gênios incompreendidos, inconformados e
insatisfeitos);
•espaço social concreto de sobrevivência e da reprodução social:
afrouxamento de laços familiares em função das dificuldades de
inserção social.
A criança e o jovem na sociedade contemporânea –
transição complexa para o mundo adulto

a escola
•Agência de socialização responsável pela educação: desestruturada
pela ausência do Estado e da família(AIE)
•Os jovens encontram-se ao sabor do mercado globalizado: grande
regulador das relações entre o capital e o trabalho e das escolhas
profissionais (Ter em lugar de Ser)
•Horizonte de formação escolar: trabalho terceirizado, flexível,
autônomo (Insegurança)
•Queda das profissões antes valorizadas: questionamento da
necessidade da educação formal como perspectiva de inserção
social (Medo)
A criança e o jovem na sociedade contemporânea –
transição complexa para o mundo adulto – algumas
consequencias:

o mal estar de ter que ser o “number-one”?


a descoberta da rua: socialização entre iguais?
Trabalho precoce: melhoria da renda familiar? desejo de consumo e
autonomia?
Evasão escolar: livre da humilhação de fracassos?
Depressão, pânico, consumo de drogas: remédio para a
inadaptação? Resposta ao hedonismo? Falta de projeto
existencial?
Gravidez juvenil: necessidade de projeto existencial?
Violência: resposta entre o desejar e o ter?
Temos que pensar como esse indivíduo se situa
existencialmente, antes de estabelecermos meros
diagnósticos descritivos posto que

a filosofia do “Ser e o Nada” sartreano transformou-


se no “Ser é o Nada!” contemporâneo (C. Parreira)

Talvez seja o “dilema contemporâneo”

06/13/11
POR QUE O
ADOLESCENTE É MAIS
VULNERÁVEL?

06/13/11
Porque

1. Possui um corpo que não consegue controlar


corretamente e que não conhece adequadamente;

2. Tem um instrumental cognitivo extremamente


sofisticado e eficiente porém sem real capacidade de
utilização por imaturidade e falta de preparo~, não lhe
permitindo ver suas reais possibilidades e limites;

3. Tem uma interação social sofisticada porém que lhe


exige e demasia

Essas condições lhe acarretam MEDO diante de um


futuro desconhecido e ameaçador, o que pode mimetizar toda
uma sintomatologia específica

06/13/11
SUA RESPOSTA MAIS
FREQUENTE?

06/13/11
ANSIEDADE

Conceito -

“Reação do organismo frente a situações de ameaça, que


se caracteriza por vivências desagradáveis, com formas
de expressão diversas através de sintomas e sinais
somáticos ou comportamentos variados, com valor
defensivo, dinamizante, organizador e evolutivo, que se
aprende e constitui na infância.”

(Sacristán, 1995)

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O ALTRUÍSMO

1. Altruísmo em benefício da prole: favorecido pela seleção


natural em prol do aumento do bem estar e das chances de
sobrevivência da prole e do próprio genótipo;

2. Tratamento preferencial dos parentes próximos (seleção de


parentesco): favorecidos pela seleção natural por favorecer genótipos
similares e a própria inclusão adaptativa;

3. Altruísmo entre membros do mesmo grupo social: família


extensa e “imigrantes”. Parecem favorecidos pela seleção natural,
embora não se saiba se os sentimentos de amizade e cooperação
são diretamente proporcionais ao grau de parentesco.

06/13/11
O ALTRUISMO

Ajuda Mútua: reforça a coesão grupal pela


retribuição de favores. Observada entre o mesmo grupo e
grupos diferentes (peixes lixeiros)

Comportamento em relação a estranhos: raramente


são comportamentos altruístas, uma vez que grupos
distintos competem (genocídios?). É um comportamento
ético. Não nascemos com ele. Não é produzido
automaticamente pela evolução. O altruísmo inato é
direcionado, culturalmente, para os estranhos. (Ensinamos
isso no cotidiano e na prática ou só no discurso
“políticamente correto” – PARADOXO)

06/13/11
CONCEITO
AGRESSÃO - comportamento capaz de
desencadear dano a outrem (dano esse real ou
simplesmente uma ameaça), físico ou
psicológico, sendo seu alvo alguém da mesma
espécie.

Engloba um espectro de comportamentos que


envolve desde a briga até a ameaça ou a
submissão.

06/13/11
Mecanismos que levam à luta:

1. Disputa Territorial

2. Disputa de alimentação

3. Disputa pela fêmea

06/13/11
Bases Sociológicas
• Fatores de interferência

a) Privação econômica e pobreza


b) Desorganização familiar e social
c) Nível de brutalidade e violência familiar e social
d) Nível de desmoralização do grupo social considerado

06/13/11
Bases Epidemiológicas
• Continuidade entre violência infantil e agressividade do
adulto
a) Fatores individuais (impulsividade elevada, baixo nível
cognitivo)
b) Fatores familiares
c) Fatores sociais (criminalidade parental, maus-tratos,
família disruptiva, pobreza, moradia em regiões
agressivas, pertencer a gangues, relacionamentos com
outros delinqüentes)

06/13/11
Bases Etológicas
• conduta objetiva mas com uma intencionalidade sub-
entendida (defesa, afirmação territorial, hierarquia social)
a) posturas de ameaça antes da luta
b) comportamentos de combate (diferentes intra – não uso
de suas melhores armas - e extra-espécies – uso de
dentes e garras)
c) atitudes de submissão (apresentação do ponto fraco)

06/13/11
Clínica da Agressividade: condutas violentas

• Pré adolescentes ( 10-13 anos)

violência material: destruição de objetos, próprias de


“gangues”, mais freqüentes em ambientes desfavoráveis.

impulsivas e não premeditadas, como um jogo;

premeditadas e organizadas, como atitude anti-social


(roubos, violações) – condutas pré delinqüenciais

06/13/11
Comportamentos auto/ heteroagressivos e
quadros de agitação podem ser manifestações
de praticamente todos os diagnósticos
psiquiátricos: transtornos de conduta e opositivo-
desafiador, transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade, autismo, retardo mental, psicoses,
transtornos de humor (TH), abuso ou intoxicação
por drogas e transtornos
conversivos/dissociativos.

06/13/11
Determinará o diagnóstico - sintomas
associados e história prévia da
criança/adolescente, que devem ser avaliados
após o controle das alterações de
comportamento

Alteração aguda de comportamento: manifesta-


se por auto ou heteroagressividade e pode ser
resultado de reagudização de transtorno pré-
existente ou a primeira crise que determina o
início de um quadro psiquiátrico.

06/13/11
COMPORTAMENTOS
AUTO-LESIVOS

06/13/11
Divergências relativas à definição dos CAL,
sobretudo no que diz respeito à sua
intencionalidade (ou não) suicidária,
distinguindo-se 2 grandes grupos:

• Deliberate self-harm: não diferencia se o


comportamento é ou não uma tentativa de
suicídio, Inclui todos os métodos de autolesão
(p. ex. sobredosagens ou cortes na superfície
corporal) e evita a questão da intencionalidade
(ou falta desta).

06/13/11
• Non suicidal self-injury: apenas destruição do
tecido corporal do próprio na ausência de
intencionalidade de morrer, incluindo cortes (self-
cutting) e comportamentos associados (p. ex.
queimaduras, arranhões, etc.).

06/13/11
• Comportamentos autolesivos: sem
intencionalidade suicida envolvendo atos
autolesivos intencionais (cortar-se ou saltar de
um local relativamente elevado; ingerir fármacos
em doses superiores às posologias terapêuticas
reconhecidas; ingerir droga ilícita ou substância
psicoativa com propósito autoagressivo; ingerir
substância ou objeto não ingeríveis).

• Atos suicidas: Tentativas de suicídio e suicídio


consumado

06/13/11
∘ Tentativa de suicídio: Ato levado a cabo por um
indivíduo e que visa a sua morte, mas que, por
razões diversas, geralmente alheias ao indivíduo,
resulta frustrado.

∘ Suicídio consumado: Morte provocada por um


ato levado a cabo pelo indivíduo com intenção de
pôr termo à vida, incluindo a intencionalidade de
natureza psicopatológica (p. ex. precipitação no
vazio de esquizofrénico delirante e alucinado,
obedecendo a vozes de comando).

06/13/11
Perfil clínico do adolescente com
comportamentos autolesivos
Sexo feminino associado a níveis menores de
educação.

Psicopatologia geral: ansiedade, depressão,


impulsividade e agressividade. Associados em
cerca de 90% dos casos a diagnóstico psiquiátrico
(doença afetiva).

Alterações de personalidade dos tipos borderline,


esquizotípica, dependente e evitante, com mais
sintomas depressivos e ansiosos são frequentes.

06/13/11
Impulsividade, baixa autoestima e abuso de
drogas foram também associados aos CAL.

Observam-se patologias do eixo I da DSM-IV:


perturbação de conduta; perturbação de
oposição desafio; depressão major; transtorno
de estresse pós-traumático; abuso ou
dependência de cannabis.

06/13/11
Experiências traumáticas na infância foram
associadas:problemas psicológicos parentais;
separação dos pais; afastamento precoce ou
prolongado de um dos pais; experiências infantis
de negligência emocional, psicológica ou abuso
físico, especialmente do tipo sexual.

Disfunção familiar tem sido fortemente associada


a estes comportamentos.

Alexitimia (déficit na expressão emocional)


também mais frequente nestes adolescentes.

06/13/11
Parecem estar relacionados com a utilização
de estratégias não adaptativas, especialmente
quando confrontados com situações percebidas
como impossíveis de resolver.

Temperamento, um possível marcador


hereditário/biológico, ainda pouco estudado, tem
sido também associado sendo o temperamento
irritável um fator de risco para suicídio e os
temperamentos ciclotímico, ansioso e
depressivo associados ao sentimento de
desesperança.

06/13/11
Clínica da agressividade: automutilações
impulsivas
• secundárias a frustração com intolerância
marcante estados de cólera acompanhados
de agitação, hetero-agressividade,
automutilações (limite impreciso com
tentativas de suicídio)

06/13/11
Clínica da agressividade: tentativas de
suicídio
• Epidemiologia: raros, 10% abaixo de 12 anos,
predominância de meninos, quanto menor mais violento,
intoxicações frequentes (entre 8-10 anos)

• Família: desorganizadas, violentas, problemas crônicos de


saúde, situação sócio-econômica degradada, problemas
sociais e judiciários

• Significado: “parar de sofrer”, “fugir do desprazer”

• Psicopatologia: associações com depressão, baixa auto-


estima, desorganização de consciência de Eu,
organizações neuróticas e psicóticas

06/13/11
Comportamento suicida Suicídio e comportamento
suicida (CS) associados a transtornos psiquiátricos como
TH, transtornos alimentares (TA), psicoses e transtorno de
conduta (TC).

Podem estar relacionados a situações de desajuste


familiar e patologias físicas crônicas.

Na avaliação do risco de suicídio é necessário se


considerar que o conceito de morte e de autoextermínio se
modifica de acordo com o desenvolvimento. A intenção de
morrer pode ser explícita e forte ou ambígua e indefinida.

06/13/11
Relativamente raro antes dos 15 anos de
idade (taxa de 0,5/100.000 em meninas e
0,9/100.000 em rapazes, entre os 5-14 anos)
aumentando de frequência entre os 15-24 anos
(5,6/100.000 em meninas e 19,2/100.000 em
rapazes).

O peso das «mortes de causa indeterminada»


pode ser um fator que leve a uma subestimação
do verdadeiro peso do problema.

06/13/11
Clínica da agressividade: inibição grave,
masoquismo

Crianças que evitam qualquer situação agressiva,


independentemente do medo de punição ou castigo.

submissos, não protestam e mostram-se incapazes de


se defenderem.

são objetos de exclusão, risos, roubos, eternas vítimas.

observadas em organizações limites e desarmônicas


(Pq. Francesa) (NÃO COMPETEM)
Independente da faixa etária a ser abordada, O
atendimento envolve a assimilação e o exercício
dos princípios da Ética

(idéia antiquada e desvalorizada em nosso


momento atual... por parte do Estado, da
sociedade e dos indivíduos.)
Decisão ética implica em se eleger uma atitude de acordo
com valores e meios que foram adquiridos no transcurso da
vida (CRAUSMAN, 1996). A questão da vivência, seja aquela
passada, responsável pela construção de nossos valores, seja
pela vida que se escolhe viver, parece indissociável da ética.

“À indagação moral corresponde à pergunta: ‘ como


devo agir?’. E à reflexão ética cabe responder à outra:
‘ que vida eu quero viver?’” (LA TAILLE, 2006:29).
Decisão ética se realiza livremente, sendo a obrigação
moral um conceito primário. Aplicação dos valores bons em si
mesmos com o sacrifício do individual em prol do coletivo para
que se obtenha um bem maior sendo compreensível.
Visão kantiana de que todos têm os mesmos direitos
(FURNHAM, 1997).

Homem ético kierkegaardiano.

Estabelece-se, assim, uma ontologia moral, ou seja, uma


teoria do bem com conexão entre esse e a identidade
(CREMASCHI, 2000)

06/13/11
CONSIDERAÇÕES...
Vertente científica e vertente humana, dentro do aforisma de
que é "ciência e arte de curar“ - Alterar o tamanho do
busto ou a altura entra aqui?

Práticas científicas devem sempre ser éticas e, em


consequência, a verdade e a honestidade passam a ser
qualidades essenciais (e não acessórias) em seu exercício.

Pensá-la é refletir sobre os paradigmas da cura e do cuidado,


sobre o relacionamento médico-paciente, a compreensão da
vida enquanto qualidade, a questão da dor e do sofrimento,
a filosofia dos cuidados e, finalmente, os códigos
institucionais.

06/13/11
Perspectivas distópicas com predomínio do
individualismo e da busca da ascenção social ultrapassando
a dimensão afetiva e as trocas de intimidade. Vigilância
constante e perda da privacidade. Solidão. Falta de redes de
suporte. Exigência de flexibilidade para a vida conforme as
expectativas.

Perspectivas utópicas com valorização das relações


afetivas, maximização dos papeis, busca do companheirismo
e da intimidade. Exige-se tudo da família, amor-paixão,
educação, promoção dos filhos, manutenção de rede de
afeição exclusiva e prolongada. Prolongamento da
adolescência e dependência das figuras parentais.

06/13/11
06/13/11
Enquanto na Utopia se fala do que o adolescente
deve “SER”, “TER”, “PRECISAR”, no mundo real,
Distópico, estes indivíduos sofrem com a falta de
suporte familiar e social, de orientação para o estudo
e o trabalho, num adestramento moral que os impede
de exercer o principal ato a que sua imagem é
frequentemente associada: “FORMAR-SE
ENQUANTO SER HUMANO DENTRO DE UM
PROJETO EXISTENCIAL SIGNIFICATIVO” ( adapt. apud
DEL PRIORE, 2002).
Muito obrigado pela atenção!

cassiterides@bol.com.br

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