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Crimes Eleitorais

PARTE GERAL E TEMAS PRINCIPAIS DA PARTE ESPECIAL


Crimes Eleitorais – Parte Geral
Objetividade jurídica nos crimes
eleitorais
 Legitimidade das eleições

 Igualdade entre os candidatos

 Liberdade na formação e expressão do sufrágio

 Regularidade dos serviços da Justiça Eleitoral


Objetividade jurídica nos crimes
eleitorais
 A ideia de bem jurídico deve servir como anteparo à pretensão do
legislador em incriminar quaisquer condutas das quais não goste

 Mais do que mero critério de classificação, o bem jurídico confere


ou retira legitimidade do tipo penal

 “Os tipos penais eleitorais, como regra, são objeto de severa crítica
doutrinária, fundamentalmente porque, em sua grande maioria,
traduzem pensamento legislativo defasado e se preocupam com
situações jurídicas distantes das questões efetivamente relevantes à
preservação da higidez do processo eleitoral”. ZILIO, Rodrigo López.
Crimes Eleitorais, p. 26.
Direito Penal como ultima ratio

 O Código Eleitoral reflete pensamento jurídico anterior à


Constituição Federal de 1988, no qual a sanção estatal
praticamente somente se veiculava pela via penal

 Direito Penal utilizado como mero reforço das normas


administrativas

 Subsidiariedade, fragmentariedade e lesividade


A questão das fontes

 Tipos penais espalhados em diversos diplomas legais

 Código Eleitoral
 L. 9.504/97
 L. 6.091/74
 L. 6.996/82
 L. 7.021/82
 L. 9.096/95
 LC 64/90

 Inúmeras normas penais em branco, fazendo referências à necessária


complementação da regulamentação infralegal
A questão das fontes

 Há necessidade da reunião dos tipos penais eleitorais em um único


diploma, o Código Penal?

 A dispersão de tipos penais reduz o poder comunicativo das


normas?

 Existe um microssistema do Direito Penal Eleitoral que justificaria a


separação?

 Há uma Parte Geral própria dos crimes eleitorais?


Classificações dos Crimes Eleitorais

 “Las clasificaciones no son ni verdaderas ni falsas, son serviciales o


inútiles; sus ventajas o desventajas están supeditadas al interés que
guía a quien las formula, y a su fecundidad para presentar un
campo de conocimiento de una manera más fácilmente
comprensible o más rica en consecuencias prácticas deseables”,
CARRIÓ, Genaro. Notas sobre derecho y lenguaje.
Características gerais

 Todos os crimes eleitorais são dolosos

 A Ação Penal será sempre pública incondicionada, mesmo para os


crimes que afetem também a honra de candidato, partido ou
coligação
 O bem jurídico tutelado não é propriamente a honra, o que justifica
sob o ponto de vista da Teoria do Delito a opção

 Aplicam-se as regras da Parte Geral do Código Penal


(CE: Art. 287 - Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras
gerais do Código Penal)
O conceito de “membro e
funcionário da Justiça Eleitoral”
 CE:
Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da
Justiça Eleitoral:
I - os magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam
presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra função por
designação de Tribunal Eleitoral;
II - Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral;
III - Os cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas receptoras ou Juntas
Apuradoras;
IV - Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos indicados
no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública.
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função
em entidade paraestatal ou em sociedade de economia mista.
A fixação do quantum mínimo de
pena restritiva de liberdade
 CE:

Art. 284. Sempre que êste Código não indicar o grau mínimo,
entende-se que será ele de quinze dias para a pena de detenção e
de um ano para a de reclusão.

 Forma antiga de redação, que dispensa explicitar o mínimo de


pena em cada tipo penal
Crimes Eleitorais – Parte Especial
Código Eleitoral

Art. 289. Inscrever-se  Crime comum


fraudulentamente eleitor:

 Aplica-se ao caso da
Pena - Reclusão até cinco anos e transferência de domicílio eleitoral
pagamento de cinco a 15 dias- feita de forma fraudulenta
multa.

 Há que se ter cuidado, uma vez


que o conceito de domicílio
eleitoral é amplo
Código Eleitoral

Art. 289. Inscrever-se  Se utilizado documento falso


fraudulentamente eleitor: como meio, há absorção em
relação ao crime do art. 350 do
CE?
Pena - Reclusão até cinco anos e
pagamento de cinco a 15 dias-
multa.  Crime formal ou material? Basta o
pedido de inscrição ou ela deve
ter sucesso?
Código Eleitoral

Art. 290 Induzir alguém a se inscrever  Crime comum


eleitor com infração de qualquer
dispositivo dêste Código.
 Crime formal, basta o
induzimento, sem que o eleitor
Pena - Reclusão até 2 anos e tenha precisado aceitá-lo
pagamento de 15 a 30 dias-multa.

 Aplica-se também ao caso de


transferência fraudulenta: caso
comum em cidades pequenas

 “Induzir é instigar, persuadir,


aconselhar ou convencer” (ZÍLIO,
p. 90)
Código Eleitoral

Art. 290 Induzir alguém a se inscrever  E quem fornece auxílio a pedido, de


eleitor com infração de qualquer eleitor já decidido a praticar o
dispositivo dêste Código. delito?

Pena - Reclusão até 2 anos e  “o mero auxílio prestado com o fim


pagamento de 15 a 30 dias-multa. de que venha a pessoa a alistar-se
não caracteriza o delito em
questão”. GOMES, Suzana
Camargo. Crimes Eleitorais, 4ª Ed., p.
100.

 Elemento normativo: “com infração


de qualquer dispositivo dêste
Código”:
 E as normas regulamentares?
Código Eleitoral

Art. 291. Efetuar o juiz,  Crime próprio: praticado pelo Juiz


fraudulentamente, a inscrição de Eleitoral
alistando.
Pena - Reclusão até 5 anos e
 Admite o concurso com outras
pagamento de cinco a quinze dias-
pessoas, aplicando-se as regras
multa.
dos arts. 29 e 30 do CP

 Basta o dolo genérico, consistente


no conhecimento da condição
fraudulenta do pedido de
inscrição eleitoral
Código Eleitoral

Art. 292. Negar ou retardar a  Crime próprio: autoridade judiciária


autoridade judiciária, sem fundamento (pessoa com capacidade de julgar
legal, a inscrição requerida: os pedidos de inscrição eleitoral)

Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-  Pode ser praticado na 2ª instância,


multa. ante o prazo de 5 dias que tem o
Tribunal para julgar o recurso a que
se refere o art. 45, §8º do CE

 Crime formal

 Decorre do caráter vinculado do


ato de inscrição eleitoral
Código Eleitoral

Art. 293. Perturbar ou impedir de  Crime comum


qualquer forma o alistamento:

 “Perturbar significa causar transtorno


Pena - Detenção de 15 dias a seis ou incômodo; impedir, de outra
meses ou pagamento de 30 a 60 dias- parte, tem o significado de evitar
multa. que se consume ou, ainda, de
impor empecilho invencível”. ZÍLIO,
p. 95.

 Pode se dar em qualquer das duas


fase do alistamento:
 formulação e entrega do
requerimento
 Análise e deferimento do pedido
Código Eleitoral

Art. 295. Reter título eleitoral contra a  Crime comum (não servidor)
vontade do eleitor:

 Não se confunde com o tipo do


Pena - Detenção até dois meses ou art. 91 da L. 9.504/97, que é crime
pagamento de 30 a 60 dias-multa próprio e mais amplo (não exige
que a retirada ocorra contra a
vontade do eleitor, nem se
restringe apenas ao título)

 Não se exige que a retirada do


título tenha impedido a votação,
até por ser desnecessária sua
apresentação
 Qual o bem jurídico então?
Código Eleitoral

Art. 296. Promover desordem que  Crime comum


prejudique os trabalhos eleitorais;

 “como outros tipos penais já se


Pena - Detenção até dois meses e preocupam em punir atos de
pagamento de 60 a 90 dias-multa. perturbação no alistamento
eleitoral [...], no exercício do
sufrágio [...] e, mesmo, da
propaganda eleitoral, possível
entender que o crime previsto no
art. 296 do CE [...] apresente um
nítido caráter subsidiário”. ZÍLIO, p.
98.
 Qual o bem jurídico?
Código Eleitoral

Art. 296. Promover desordem que  Crime material: exige que


prejudique os trabalhos eleitorais; efetivamente tenha havido
prejuízo aos trabalhos eleitorais

Pena - Detenção até dois meses e


pagamento de 60 a 90 dias-multa.  Não se exige dolo específico de
perturbar ou prejudicar, bastando
que este fim tenha sido atingido
 E a questão da finalidade ínsita à
conduta (Teoria Final da Ação)?
Código Eleitoral

Art. 296. Promover desordem que  “O regime militar que se instalou no


prejudique os trabalhos eleitorais; país em 1964, por força das armas,
abraçou e desenvolveu a ideia de
‘ordem’, com o sentido muito
Pena - Detenção até dois meses e específico de obstar opiniões ou
pagamento de 60 a 90 dias-multa. manifestações contra... o próprio
regime militar”.
 “[...] encontramos, nesse tipo penal
ora em estudo, resquícios dessa
‘ordem’ de viés antidemocrático,
propositada a confundir protesto
com bagunça, pluralidade com
fraqueza ou democracia com
obediência”. GONÇALVES, Luiz
Carlos dos Santos. Crimes Eleitorais e
Processo Penal Eleitoral, p. 39.
Código Eleitoral

Art. 297. Impedir ou embaraçar o  Crime comum


exercício do sufrágio:

 Sufrágio e voto são sinônimos?


Pena - Detenção até seis meses e  Aplicação aos casos de referentes
pagamento de 60 a 100 dias-multa. e plebiscitos

 “Impedir é obstaculizar, não


deixar ocorrer; embaraçar é
atrapalhar, dificultar”: um é total,
outro parcial. ZÍLIO, p. 100.
Código Eleitoral

Art. 298. Prender ou deter eleitor,  Crime próprio: autoridade que


membro de mesa receptora, fiscal, tenha poder de prender ou deter
delegado de partido ou candidato, o eleitor (autoridade policial)
com violação do disposto no Art. 236:

 Tipo penal com referência a


Pena - Reclusão até quatro anos norma não penal,
complementando seu sentido

 Proteção da liberdade do sufrágio


contra o abuso de poder
Código Eleitoral

Art. 298. Prender ou deter eleitor, Art. 236. Nenhuma autoridade poderá,
membro de mesa receptora, fiscal, desde 5 (cinco) dias antes e até 48
delegado de partido ou candidato, (quarenta e oito) horas depois do
com violação do disposto no Art. 236: encerramento da eleição, prender ou
deter qualquer eleitor, salvo em
flagrante delito ou em virtude de
Pena - Reclusão até quatro anos sentença criminal condenatória por
crime inafiançável, ou, ainda, por
desrespeito a salvo-conduto.
§ 1º Os membros das mesas receptoras
e os fiscais de partido, durante o
exercício de suas funções, não
poderão ser detidos ou presos, salvo o
caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde
15 (quinze) dias antes da eleição.
Código Eleitoral

Art. 299. Dar, oferecer, prometer,  Crime comum


solicitar ou receber, para si ou para  Na modalidade passiva, exige-se
outrem, dinheiro, dádiva, ou que o autor seja eleitor: crime
qualquer outra vantagem, para impossível
obter ou dar voto e para conseguir
 Não é crime de mão própria,
ou prometer abstenção, ainda que a
podendo ser praticado por
oferta não seja aceita: alguém em nome de candidato

Pena - reclusão até quatro anos e  É a corrupção eleitoral, que se


pagamento de cinco a quinze dias- divide em:
multa.
 Corrupção ativa: dar, oferecer ou
prometer
 Corrupção passiva: solicitar ou
receber
Código Eleitoral

Art. 299. Dar, oferecer, prometer,  É crime formal, não se exigindo a


solicitar ou receber, para si ou para entrega, mas a mera promessa
outrem, dinheiro, dádiva, ou
qualquer outra vantagem, para
obter ou dar voto e para conseguir  Bem jurídico tutelado:
ou prometer abstenção, ainda que a  Liberdade de formação do voto
oferta não seja aceita: do eleitor?
 E a questão da solicitação e
recebimento? (GONÇALVES, p. 45)
Pena - reclusão até quatro anos e
pagamento de cinco a quinze dias-  “Padrão ético que deve permear
multa. as campanhas e as escolhas que
se fazem nos pleitos”? Moralidade
eleitoral?
Código Eleitoral

Art. 299. Dar, oferecer, prometer,  Não se confunde com a promessa


solicitar ou receber, para si ou para eleitoral difusa, dirigida a um
outrem, dinheiro, dádiva, ou eleitor ou grupo de eleitores: o
qualquer outra vantagem, para benefício deve ser pessoal e
obter ou dar voto e para conseguir direto
ou prometer abstenção, ainda que a
oferta não seja aceita:
 O benefício deve ser oferecido
como contrapartida ao voto, não
Pena - reclusão até quatro anos e ao trabalho em campanha: a
pagamento de cinco a quinze dias- situação do cabo eleitoral de
multa. quem o candidato pede o voto
Código Eleitoral

Art. 299. Dar, oferecer, prometer,  A corrupção pode pretender


solicitar ou receber, para si ou para obter o voto favorável ou
outrem, dinheiro, dádiva, ou desfavorável a candidato, partido
qualquer outra vantagem, para ou coligação
obter ou dar voto e para conseguir
ou prometer abstenção, ainda que a
oferta não seja aceita:  “O pedido expresso de voto não é
exigência para configuração do
delito previsto no art. 299 do
Pena - reclusão até quatro anos e Código Eleitoral, mas sim a
pagamento de cinco a quinze dias- comprovação da finalidade de
multa. obter ou dar voto ou prometer
abstenção” (TSE, ED em RESPE
58.245, 02.03.2011)
Código Eleitoral

Art. 299. Dar, oferecer, prometer,  A oferta não necessariamente


solicitar ou receber, para si ou para precisa ser de dinheiro ou bens
outrem, dinheiro, dádiva, ou materiais, mas pode ser de
qualquer outra vantagem, para emprego, bolsa, auxílio,
obter ou dar voto e para conseguir tratamento médico,
ou prometer abstenção, ainda que a odontológico, etc.
oferta não seja aceita:

 A vantagem pode ser devida ou


Pena - reclusão até quatro anos e indevida: pouco importa que o
pagamento de cinco a quinze dias- eleitor já teria direito a ingressar
multa. em programa social, por exemplo,
ou que não tenha sido
ameaçado de exclusão
Código Eleitoral

Art. 299. Dar, oferecer, prometer,  E o caso da “compra” de apoio


solicitar ou receber, para si ou para político de partido, para
outrem, dinheiro, dádiva, ou formação de coligação eleitoral?
qualquer outra vantagem, para
obter ou dar voto e para conseguir
ou prometer abstenção, ainda que a  Ou da compra de apoio político
oferta não seja aceita: de líder local, para que granjeie
novos eleitores?

Pena - reclusão até quatro anos e


pagamento de cinco a quinze dias-  STF decidiu por atípica a conduta
multa. da compra de apoio político:
Inquérito 3963, Rel. Carmen Lúcia,
10.04.2014.
Código Eleitoral

Art. 299. Dar, oferecer, prometer,  Ausência de marco temporal: não


solicitar ou receber, para si ou para se exige proximidade com o pleito
outrem, dinheiro, dádiva, ou  Se o autor não se inscreve
qualquer outra vantagem, para candidato, a conduta é atípica
obter ou dar voto e para conseguir
ou prometer abstenção, ainda que a
oferta não seja aceita:  Concomitância de aplicação da
regra do art. 41-A da L. 9.504/97
Pena - reclusão até quatro anos e  E a questão do ne bis in idem?
pagamento de cinco a quinze dias-
multa.
 O Ministério Público pode optar
por não denunciar o eleitor?
 Ausência de obrigatoriedade de
sinalágma
Código Eleitoral

Art. 300. Valer-se o servidor público  Crime próprio: servidor público


da sua autoridade para coagir  Pena agravada caso o autor seja
alguém a votar ou não votar em membro da Justiça Eleitoral
determinado candidato ou partido:

 Coação é pressão, achaque ou


Pena - detenção até seis meses e intimidação, que restrinja a
pagamento de 60 a 100 dias-multa. liberdade do eleitor

Parágrafo único. Se o agente é  A condição de servidor deve ser


membro ou funcionário da Justiça essencial no ato de coação, para
Eleitoral e comete o crime que se configure o delito
prevalecendo-se do cargo a pena é
agravada.
Código Eleitoral

Art. 301. Usar de violência ou grave  Crime comum


ameaça para coagir alguém a votar,
ou não votar, em determinado
candidato ou partido, ainda que os  Coação com grave ameaça ou
fins visados não sejam conseguidos: violência: tutela da liberdade do
voto
 A violência pressupõe o uso da
Pena - reclusão até quatro anos e força física
pagamento de cinco a quinze dias-
multa.  A grave ameaça implica em um
mal injusto e grave a reduzir o
espaço de decisão do eleitor

 Exige-se o dolo específico de


obtenção do voto favorável ou
contrário: e a abstenção:
Código Eleitoral

Art. 301. Usar de violência ou grave  Não há necessidade de que se


ameaça para coagir alguém a votar, esteja em período eleitoral para
ou não votar, em determinado configuração do delito
candidato ou partido, ainda que os fins
visados não sejam conseguidos:
 Há proibição administrativa no art.
41-A, §2º, de teor semelhante
Pena - reclusão até quatro anos e
pagamento de cinco a quinze dias-
multa.  “É o caso do empregador que
ameaça de demissão seus
funcionários se o seu candidato não
for eleito ou do político que coage
seus funcionários ou pessoas
dependentes da administração
pública a proceder a determinada
escolha”. GONÇALVES, pp. 54-55.
Código Eleitoral

Art. 302. Promover, no dia da eleição,  Crime comum


com o fim de impedir, embaraçar ou
fraudar o exercício do voto a
concentração de eleitores, sob  Parcialmente derrogado pela L.
qualquer forma, inclusive o 6.091/74 na parte relativa ao
fornecimento gratuito de alimento e fornecimento de alimentos e
transporte coletivo: transporte

Pena - reclusão de quatro (4) a seis  Não se confunde com a regra do


(6) anos e pagamento de 200 a 300 art. 39 da L. 9.504/97, que fala em
dias-multa. arregimentação de eleitores, pois
a mera concentração não exige
proselitismo
Código Eleitoral

Art. 302. Promover, no dia da eleição,  Das mais altas penas do Código
com o fim de impedir, embaraçar ou Eleitoral: claramente
fraudar o exercício do voto a desproporcional aos demais tipos
concentração de eleitores, sob penais, especialmente a corrupção
qualquer forma, inclusive o eleitoral ou a fraude na contagem
fornecimento gratuito de alimento e de votos
transporte coletivo:

 Exige dolo específico de “impedir,


Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) embaraçar ou fraudar o exercício
anos e pagamento de 200 a 300 dias- do voto”
multa.

 Somente pode ocorrer no dia da


eleição: e se realizado antes da
abertura ou após o fechamento das
urnas?
Código Eleitoral

Art. 303. Majorar os preços de  GONÇALVES entende que o tipo


utilidades e serviços necessários à não foi recepcionado pela CF88,
realização de eleições, tais como “por incompatibilidade com as
transporte e alimentação de disposições sobre livre iniciativa e
eleitores, impressão, publicidade e ordem econômica”, p. 56.
divulgação de matéria eleitoral.

 “Se a majoração de preços for


Pena - pagamento de 250 a 300 dias- artificial e em benefício de
multa. candidato ou partido, em
detrimento de outros, poderá
ocorrer a figura do abuso de
poder econômico”, p. 57.
Código Eleitoral

Art. 304. Ocultar, sonegar  Crime comum


açambarcar ou recusar no dia da
eleição o fornecimento,
normalmente a todos, de utilidades,  Representa espécie de abuso de
alimentação e meios de transporte, poder econômico
ou conceder exclusividade dos
mesmos a determinado partido ou
candidato:  Somente pode ocorrer no dia da
eleição

Pena - pagamento de 250 a 300 dias-


multa.  A recusa há de ser injustificada,
sendo plausível a exclusividade
fixada em contrato
Código Eleitoral

Art. 305. Intervir autoridade estranha  Crime próprio: somente pode ser
à mesa receptora, salvo o juiz cometido por “autoridade
eleitoral, no seu funcionamento sob estranha à mesa receptora”
qualquer pretexto:

 Crime formal, não exige prejuízo


Pena - detenção até seis meses e aos trabalhos eleitorais
pagamento de 60 a 90 dias-multa.

 “No país do ‘sabe com quem


você está falando’, essa proteção
penal é particularmente
adequada”. GONÇALVES, p. 59.
Código Eleitoral

Art. 306. Não observar a ordem em  Demonstração do excesso de


que os eleitores devem ser tipos penais no Código Eleitoral
chamados a votar:

 Trata-se de mera irregularidade


Pena - pagamento de 15 a 30 dias- administrativa: “é a famosa
multa. criminalização da ‘furada de fila’,
exemplo perfeito da vulgarização
do uso do Direito Penal”.
GONÇALVES, p. 59.

 “Não ostenta gravidade mínima


apta a afetar quaisquer dos bens
jurídicos tutelados pelo Direito
Eleitoral”. ZÍLIO, p. 121.
Código Eleitoral

Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula  Crime próprio: membros das


oficial já assinalada ou por qualquer mesas receptoras de votos
forma marcada:

 Somente pode ocorrer no caso de


Pena - reclusão até cinco anos e votação manual
pagamento de 5 a 15 dias-multa.

 Assinalada significa já “votada”

 Marcada implica possibilidade de


identificação do eleitor
Código Eleitoral

Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula  Crime próprio: membros das


oficial em outra oportunidade que mesas receptoras de votos
não a de entrega da mesma ao
eleitor.
 Somente pode ocorrer no caso de
votação manual
Pena - reclusão até cinco anos e
pagamento de 60 a 90 dias-multa.
 Busca evitar que cédulas aptas a
receber votos – rubricadas –
circulem antecipadamente e
permitam a fraude eleitoral
Código Eleitoral

Art. 309. Votar ou tentar votar mais  Crime próprio (nos verbos votar ou
de uma vez, ou em lugar de outrem: tentar votar mais de uma vez) ou
comum (na figura do voto em
lugar de outrem)
Pena - reclusão até três anos.

 Resguarda o princípio do “one


man, one vote”

 Crime que preocupa a


autoridade eleitoral, mas que
tende a reduzir sensivelmente
com a adoção da identificação
biométrica
Código Eleitoral

Art. 309. Votar ou tentar votar mais  A redação do tipo penal equivale
de uma vez, ou em lugar de outrem: a figura consumada (votar) da
tentada (tentar votar)
 Problema de proporcionalidade?
Pena - reclusão até três anos.
 “Conquanto a punição em
abstrato seja cominada
igualitariamente ao crime
consumado e tentado, o julgador,
ao concretizar a pena, deve
sopesar diversamente a conduta
consumada da mera tentativa,
pois inadmissível que um ato
tentado tenha punição em
concreto equivalente ao delito
consumado”. ZÍLIO, p. 126.
Código Eleitoral

Art. 310. Praticar, ou permitir membro  Crime comum (no caso do verbo
da mesa receptora que seja praticar) ou crime próprio do
praticada, qualquer irregularidade membro da mesa receptora (na
que determine a anulação de modalidade de “permitir que se
votação, salvo no caso do Art. 311: pratique)

Pena - detenção até seis meses ou  Equivalência entre a conduta


pagamento de 90 a 120 dias-multa. comissiva (praticar) e omissiva
(permitir que se pratique)

 A anulação deve ser aquela de


toda a votação da seção, uma
das hipóteses dos arts. 220 a 222
do CE
Código Eleitoral

Art. 310. Praticar, ou permitir membro  Crime material: deve haver a


da mesa receptora que seja anulação
praticada, qualquer irregularidade
que determine a anulação de
votação, salvo no caso do Art. 311:  Há dupla remissão a outros artigos
do CE: arts. 220 a 222 e, em
seguida, arts. 135, 145 e 237
Pena - detenção até seis meses ou
pagamento de 90 a 120 dias-multa.
 GONÇALVES entende que a falha
na redação torna inconstitucional
o tipo, “por ofensa à reserva de lei
penal” para a descrição da
conduta criminosa. P. 64.
Código Eleitoral

Art. 311. Votar em seção eleitoral em  Crime próprio do eleitor


que não está inscrito, salvo nos casos
expressamente previstos, e permitir, o
presidente da mesa receptora, que o  Crime material
voto seja admitido:

 O presidente da mesa receptora


Pena - detenção até um mês ou apenas o comete dolosamente,
pagamento de 5 a 15 dias-multa ciente da ausência de inscrição
para o eleitor e de 20 a 30 dias-multa do eleitor naquela seção eleitoral
para o presidente da mesa.

 Há parca dignidade penal a


justificar a incriminação
Código Eleitoral

Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo  Crime comum


do voto:

 Preserva o sigilo do voto,


Pena - detenção até dois anos. elemento essencial na
Democracia, com amparo
constitucional

 Basta a violação, o acesso ao


conteúdo do voto, sem
necessidade de divulgação
Código Eleitoral

Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo  Como a divulgação não é verbo
do voto: do tipo, não pratica o crime
aquele que, ciente do conteúdo
do voto que não violou, o divulga
Pena - detenção até dois anos.

 Há equivalência entre as
modalidades consumada (violar)
e tentada (tentar violar)
Código Eleitoral

Art. 313. Deixar o juiz e os membros da  Crime próprio: juiz e os membros da


Junta de expedir o boletim de Junta
apuração imediatamente após a
apuração de cada urna e antes de
passar à subseqüente, sob qualquer  GONÇALVES entende que está
pretexto e ainda que dispensada a revogado pelo art. 87 da L. 9.504/97
expedição pelos fiscais, delegados ou
candidatos presentes:
 Trata-se do caso de “mapismo”, a
manipulação de resultados eleitorais
Pena - pagamento de 90 a 120 dias- na apuração e totalização
multa.

 Apenas pode ocorrer na votação


manual
Código Eleitoral

Art. 314. Deixar o juiz e os membros da  Crime próprio


Junta de recolher as cédulas apuradas
na respectiva urna, fechá-la e lacrá-la,
assim que terminar a apuração de  Somente pode ocorrer no caso de
cada seção e antes de passar à votação manual
subseqüente, sob qualquer pretexto e
ainda que dispensada a providencia
pelos fiscais, delegados ou candidatos  Trata-se de reforço criminal à norma
presentes: administrativa que impõe uma
Pena - detenção até dois meses ou ordem de passos no procedimento
pagamento de 90 a 120 dias-multa. de apuração de votos
Parágrafo único. Nas seções eleitorais
em que a contagem dos votos fôr
procedida pela mesa receptora
incorrerão na mesma pena o
presidente e os mesários que não
fecharem e lacrarem a urna após a
contagem.
Código Eleitoral

Art. 315. Alterar nos mapas ou nos  Crime próprio: somente pode ser
boletins de apuração a votação praticado por quem participa da
obtida por qualquer candidato ou apuração
lançar nesses documentos votação
que não corresponda às cédulas
apuradas:  É o caso clássico de “mapismo”, a
alteração material da votação
Pena - reclusão até cinco anos e
pagamento de 5 a 15 dias-multa.  Pode ocorrer na alteração, para
mais ou para menos, dos votos
obtidos por candidato, partido ou
coligação

 É crime material, sendo consumado


no momento em que alterados os
dados
Código Eleitoral

Art. 315. Alterar nos mapas ou nos  A L. 6.996/82 ampliou a aplicação


boletins de apuração a votação deste tipo ao processamento
obtida por qualquer candidato ou eletrônico da votação:
lançar nesses documentos votação  Art. 15 - Incorrerá nas penas do art.
que não corresponda às cédulas 315 do Código Eleitoral quem, no
apuradas: processamento eletrônico das
cédulas, alterar resultados,
qualquer que seja o método
Pena - reclusão até cinco anos e utilizado.
pagamento de 5 a 15 dias-multa.

 GONÇALVES entende que há


concurso com o crime do art. 72
da L. 9.504/97 (p. 69)
Código Eleitoral

Art. 316. Não receber ou não  Crime próprio: da autoridade com


mencionar nas atas da eleição ou da competência para anotar os
apuração os protestos devidamente protestos formulados ou de
formulados ou deixar de remetê-los à remetê-los à instância superior
instância superior:

 Como o Direito Eleitoral adota


Pena - reclusão até cinco anos e firmemente a ideia da preclusão
pagamento de 5 a 15 dias-multa. das nulidades não questionadas,
a falta de registro de um protesto
pode impedir sua análise posterior
Código Eleitoral

Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo  Crime comum


da urna ou dos invólucros.

 Diferencia-se do tipo do art. 312,


Pena - reclusão de três a cinco anos pois lá a violação diz respeito a
um único voto

 Pode ocorrer tanto em relação à


urna em papel, quanto eletrônica

 A violação dos invólucros antes


da votação configura o delito?
Código Eleitoral

Art. 318. Efetuar a mesa receptora a  Crime próprio: membros da mesa


contagem dos votos da urna quando receptora
qualquer eleitor houver votado sob
impugnação (art. 190):
 Obrigação da mesa receptora de
resolver as impugnações aos
Pena - detenção até um mês ou eleitores antes da apuração
pagamento de 30 a 60 dias-multa.

 Norma sem dignidade penal, que


poderia ser objeto de
regulamentação meramente
administrativa
Código Eleitoral

Art. 319. Subscrever o eleitor mais de  Crime próprio, que só pode ser
uma ficha de registro de um ou mais praticado por eleitor
partidos:

 Trata-se da tentativa de burlar a


Pena - detenção até 1 mês ou exigência de apoiamento mínimo
pagamento de 10 a 30 dias-multa. na criação de partido político,
com a assinatura de mais de uma
ficha de filiação

 Com as novas regras


administrativas de controle,
questiona-se se não se trata hoje
de crime impossível
Código Eleitoral

Art. 319. Subscrever o eleitor mais de  Abrange a hipótese do eleitor que


uma ficha de registro de um ou mais apoia como fundador a criação
partidos: de mais de um partido
 Inconstitucionalidade ante a
expressa previsão da pluralidade
Pena - detenção até 1 mês ou partidária: qual o bem jurídico
pagamento de 10 a 30 dias-multa. aviltado quando o eleitor deseja
que dois ou mais novos partidos
sejam criados e participa de sua
fundação?
 Não há previsão de período no
tempo. E o eleitor que fundou o PT
e dele saiu para fundar o PSOL,
por exemplo?
Código Eleitoral

Art. 320. Inscrever-se o eleitor,  Crime próprio do eleitor filiado


simultaneamente, em dois ou mais
partidos:
 Já houve sentido na incriminação,
em período no qual o sistema de
Pena - pagamento de 10 a 20 dias- registro, falho, não permitia ao
multa. partido e à Justiça Eleitoral
acessar com rapidez a listagem
de filiados

 Com o FiliaWeb, o crime deixa de


ter sentido, já que não há
hipótese do eleitor usar a dupla
filiação para ludibriar o partido
Código Eleitoral

Art. 320. Inscrever-se o eleitor,  Com a alteração do art. 22 da L.


simultaneamente, em dois ou mais 9.096/95 pela L. 12.891/13, a
partidos: questão não é sequer ilícito
administrativo, sendo resolvida
diretamente pelo Juiz Eleitoral
Pena - pagamento de 10 a 20 dias-
multa.
 Ante o caráter fragmentário e
subsidiário do Direito Penal, não se
justifica a manutenção do tipo
Código Eleitoral

Art. 321. Colher a assinatura do eleitor  Crime comum


em mais de uma ficha de registro de
partido:
 Vinculado ao delito do art. 319 do
CE: auxílio material
Pena - detenção até dois meses ou
pagamento de 20 a 40 dias-multa.
 Carência de dignidade penal
Código Eleitoral

Art. 323. Divulgar, na propaganda,  Objeto de análise em aula própria


fatos que sabe inverídicos, em
relação a partidos ou candidatos e
capazes de exercerem influência
perante o eleitorado:

Pena - detenção de dois meses a um


ano, ou pagamento de 120 a 150
dias-multa.
Código Eleitoral

Art. 324. Caluniar alguém, na  Crime comum


propaganda eleitoral, ou visando fins
de propaganda, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime:  Afeta a honra objetiva de alguém,
imputando falsamente fato
criminoso
Pena - detenção de seis meses a dois
anos, e pagamento de 10 a 40 dias-
multa.  Em relação à calúnia comum
agrega-se os seguintes elementos:
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem,
sabendo falsa a imputação, a propala  Seu emprego na propaganda
ou divulga. eleitoral

 Visando fins de propaganda (dolo


específico)
Código Eleitoral

§ 2º A prova da verdade do fato  Exceção da verdade e hipóteses


imputado exclui o crime, mas não é nas quais ela não é admitida
admitida:
I - se, constituindo o fato imputado
crime de ação privada, o ofendido,
não foi condenado por sentença
irrecorrível;
II - se o fato é imputado ao
Presidente da República ou chefe de
governo estrangeiro;
III - se do crime imputado, embora de
ação pública, o ofendido foi
absolvido por sentença irrecorrível.
Código Eleitoral

Art. 325. Difamar alguém, na  Crime comum


propaganda eleitoral, ou visando a
fins de propaganda, imputando-lhe
fato ofensivo à sua reputação:  Cabem as mesmas considerações
quanto aos elementos eleitorais
feitos à calúnia (na propaganda
Pena - detenção de três meses a um ou com fins de propaganda)
ano, e pagamento de 5 a 30 dias-
multa.
 Há exigência de que o “fato
ofensivo à reputação” sejam
Parágrafo único. A exceção da também falso, sob pena de
verdade somente se admite se cercear o ambiente de debate
ofendido é funcionário público e a eleitoral e a informação ao eleitor
ofensa é relativa ao exercício de suas
funções.
Código Eleitoral

Art. 326. Injuriar alguém, na  Crime comum


propaganda eleitoral, ou visando a
fins de propaganda, ofendendo-lhe
a dignidade ou o decôro:  Cabem as mesmas considerações
quanto aos elementos eleitorais
feitos à calúnia (na propaganda
Pena - detenção até seis meses, ou ou com fins de propaganda)
pagamento de 30 a 60 dias-multa.

 Ofende a honra subjetiva: os


candidatos devem suportar um
limite maior de ofensas do que as
demais pessoas? Incompetente,
ladrão, corrupto, são expressões
aceitáveis?
Código Eleitoral

§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a  Atenção especial ao perdão


pena: judicial do §1º, I, uma vez que a
provocação, no cenário eleitoral,
I - se o ofendido, de forma reprovável, pode ter se dado em outra
provocou diretamente a injúria; circunstância (comício, panfleto,
II - no caso de retorsão imediata, que etc.)
consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência  Como justificar o perdão, se o bem
ou vias de fato, que, por sua natureza jurídico tutelado não é a honra
ou meio empregado, se considerem subjetiva do candidato?
aviltantes:
Pena - detenção de três meses a um
ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa,
além das penas correspondentes à
violência prevista no Código Penal.
Código Eleitoral

Art. 327. As penas cominadas nos  E o Presidente da República que é


artigos. 324, 325 e 326, aumentam-se candidato? Paridade de armas?
de um terço, se qualquer dos crimes
é cometido:
 Para GONÇALVES, os incisos I e II
I - contra o Presidente da República
não se coadunam com a ordem
ou chefe de governo estrangeiro;
constitucional (pp. 87-88)
II - contra funcionário público, em
razão de suas funções;
 Praticamente todo crime contra a
III - na presença de várias pessoas, ou
honra, praticado no âmbito
por meio que facilite a divulgação
eleitoral, pretende ter ampla
da ofensa.
divulgação (inc. III)
Código Eleitoral

Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar  Crime comum


meio de propaganda devidamente
empregado:
 Proteção do direito do candidato
de fazer propaganda eleitoral e
Pena - detenção até seis meses ou do eleitor em recebê-la
pagamento de 90 a 120 dias-multa.

 Abrange as propagandas
partidária, intrapartidária e
eleitoral
Código Eleitoral

Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar  O elemento normativo


meio de propaganda devidamente “devidamente empregada” faz
empregado: crer que pode o cidadão inutilizar,
alterar ou perturbar a propagada
que ele acredite estar em
Pena - detenção até seis meses ou desacordo com a
pagamento de 90 a 120 dias-multa. regulamentação

 Possibilidade de prática da
conduta de exercício arbitrário
das próprias razões (art. 345 do
CP)
Código Eleitoral

Art. 332. Impedir o exercício de  Crime comum


propaganda:

 Discrepância com a pena do art.


Pena - detenção até seis meses e 331.
pagamento de 30 a 60 dias-multa.  Multa maior para quem apenas
altera a propaganda do que para
quem impede seu exercício, ainda
que no caso do art. 332 seja
cumulativa

 O tipo penal não exige que a


propaganda impedida estivesse
sendo empregada de forma
devida
Código Eleitoral

Art. 334. Utilizar organização  Crime comum


comercial de vendas, distribuição de
mercadorias, prêmios e sorteios para
propaganda ou aliciamento de  Inovação do uso da pena de
eleitores: “cassação do registro” do
candidato
 Como a pena somente tem efeito
Pena - detenção de seis meses a um com o trânsito em julgado,
ano e cassação do registro se o dificilmente chega a ser aplicada
responsável fôr candidato.
Código Eleitoral

Art. 334. Utilizar organização  Trata-se de hipótese de abuso de


comercial de vendas, distribuição de poder econômico
mercadorias, prêmios e sorteios para
propaganda ou aliciamento de
eleitores:  Não basta a mera realização de
propaganda em estabelecimento
comercial, mas sua adesão a uma
Pena - detenção de seis meses a um campanha com o fim de
ano e cassação do registro se o aliciamento de eleitores
responsável fôr candidato.

 Abrange ainda a distribuição,


mesmo que sem envolvimento de
organização comercial, de
prêmios, mercadorias ou sorteios
Código Eleitoral

Art. 334. Utilizar organização  Ao contrário da hipótese do art.


comercial de vendas, distribuição de 299, contudo, não há
mercadorias, prêmios e sorteios para necessidade que a distribuição
propaganda ou aliciamento de seja feita em troca de voto, mas
eleitores: sim que tenha finalidade de
propaganda eleitoral

Pena - detenção de seis meses a um


ano e cassação do registro se o  Exige-se, portanto, o dolo
responsável fôr candidato. específico: finalidade de
propaganda ou de aliciamento
de eleitores
Código Eleitoral

Art. 335. Fazer propaganda, qualquer  Crime comum


que seja a sua forma, em língua
estrangeira:
 Delito absolutamente
inconstitucional, ainda mais em
Pena - detenção de três a seis meses um cenário de recepção de
e pagamento de 30 a 60 dias-multa. imigrantes de outros países, que
não se obrigam a falar o
Português para poder se integrar
Parágrafo único. Além da pena à sociedade brasileira
cominada, a infração ao presente
artigo importa na apreensão e perda
do material utilizado na propaganda.  Reflete a preocupação com a
influência de Moscou, nos tempos
da Guerra Fria
Código Eleitoral

Art. 336. Na sentença que julgar ação  Hipótese precursora de inserção da


penal pela infração de qualquer dos responsabilidade penal da pessoa
artigos 322, 323, 324, 325, 326,328, 329, jurídica no ordenamento brasileiro
331, 332, 333, 334 e 335, deve o juiz
verificar, de acôrdo com o seu livre
convencionamento, se diretório local  Diretório Local é aquele da eleição
do partido, por qualquer dos seus na qual realizado o delito, não
membros, concorreu para a prática de necessariamente o municipal
delito, ou dela se beneficiou
conscientemente.
 Não tem sido aplicada, por falta de
Parágrafo único. Nesse caso, imporá o
tradição em nossa dogmática
juiz ao diretório responsável pena de
penal
suspensão de sua atividade eleitoral
por prazo de 6 a 12 meses, agravada
até o dôbro nas reincidências.
Código Eleitoral

Art. 336. Na sentença que julgar ação  Para que fosse aplicada, necessária
penal pela infração de qualquer dos seria a chamada do Diretório para
artigos 322, 323, 324, 325, 326,328, 329, participar do processo, na condição
331, 332, 333, 334 e 335, deve o juiz de réu
verificar, de acôrdo com o seu livre
convencionamento, se diretório local
do partido, por qualquer dos seus  Questionamento quanto à teoria a
membros, concorreu para a prática de embasar a responsabilidade da
delito, ou dela se beneficiou pessoa jurídica: atribuição ou fato
conscientemente. próprio
Parágrafo único. Nesse caso, imporá o
juiz ao diretório responsável pena de
 Dificuldade para conceber a ideia
suspensão de sua atividade eleitoral
de culpabilidade da pessoa jurídica
por prazo de 6 a 12 meses, agravada
até o dôbro nas reincidências.
Código Eleitoral

Art. 337. Participar, o estrangeiro ou  Crime próprio


brasileiro que não estiver no gôzo dos
seus direitos políticos, de atividades
partidárias inclusive comícios e atos de  Entendemos por incompatível este
propaganda em recintos fechados ou artigo com a ordem constitucional
abertos: de 1988
Pena - detenção até seis meses e
pagamento de 90 a 120 dias-multa.
 A limitação decorrente da
Parágrafo único. Na mesma pena cassação ou suspensão de direitos
incorrerá o responsável pelas emissoras políticos não abrange o exercício
de rádio ou televisão que autorizar da liberdade de expressão
transmissões de que participem os
mencionados neste artigo, bem como
o diretor de jornal que lhes divulgar os  De igual modo ao estrangeiro não
pronunciamentos. falece o direito de se manifestar no
cenário político
Código Eleitoral

Art. 338. Não assegurar o funcionário  Crime próprio


postal a prioridade prevista no Art.
239:
 Ainda que o art. 239 do CE
garanta a propalada “prioridade
Pena - Pagamento de 30 a 60 dias- postal”, não há lei que defina o
multa. que significa tal característica

 Por esta razão é de se ter por


inconstitucional o tipo, eis que
carente de definição mínima e de
dignidade penal
Código Eleitoral

Art. 339 - Destruir, suprimir ou ocultar  Crime comum


urna contendo votos, ou
documentos relativos à eleição:
 Refere-se apenas à urna
convencional, uma vez que há
Pena - reclusão de dois a seis anos e tipo específico para a urna
pagamento de 5 a 15 dias-multa. eletrônica (art. 72, III, da L.
9.504/97)

Parágrafo único. Se o agente é


membro ou funcionário da Justiça  Pode haver concurso com o crime
Eleitoral e comete o crime do art. 317, se além de destruída,
prevalecendo-se do cargo, a pena é suprimida ou ocultada a urna,
agravada. houver violação de seu sigilo
Código Eleitoral

Art. 340. Fabricar, mandar fabricar,  Crime comum


adquirir, fornecer, ainda que
gratuitamente, subtrair ou guardar
urnas, objetos, mapas, cédulas ou  Objetiva evitar que o aparato
papéis de uso exclusivo da Justiça material que viabiliza a realização
Eleitoral: das eleições seja replicado ou
desviado para fins privados, o que
Pena - reclusão até três anos e
poderia permitir a realização de
pagamento de 3 a 15 dias-multa.
fraudes
Parágrafo único. Se o agente é
membro ou funcionário da Justiça
Eleitoral e comete o crime  É um tipo penal de antecipação
prevalecendo-se do cargo, a pena é de perigo: pune atos
agravada. preparatórios para futuras fraudes
Código Eleitoral

Art. 341. Retardar a publicação ou  Crime próprio


não publicar, o diretor ou qualquer
outro funcionário de órgão oficial
federal, estadual, ou municipal, as  Delito sem dignidade penal,
decisões, citações ou intimações da representando reforço criminal a
Justiça Eleitoral: normas de caráter meramente
administrativo

Pena - detenção até um mês ou


pagamento de 30 a 60 dias-multa.  Pode ter algum efeito em relação
a servidores de cartórios eleitorais
que retardem a realização de
citações ou intimações em
benefício de candidatos
Código Eleitoral

Art. 342. Não apresentar o órgão do  Crime próprio: órgão do Ministério


Ministério Público, no prazo legal, Público
denúncia ou deixar de promover a
execução de sentença
condenatória:  A não apresentação da denúncia
ou promoção da execução de
sentença devem ser injustificadas
Pena - detenção até dois meses ou
pagamento de 60 a 90 dias-multa.
 Difícil compatibilidade com a
liberdade funcional dada ao
Ministério Público pela CF88

 Trata-se de espécie de
prevaricação
Código Eleitoral

Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto  Crime próprio: juiz


no § 3º do Art. 357:

 Pune o juiz que não representa


Pena - detenção até dois meses ou contra o membro do Ministério
pagamento de 60 a 90 dias-multa. Público que supostamente
comete o crime do art. 342
Código Eleitoral

Art. 344. Recusar ou abandonar o  Crime próprio: somente pode ser


serviço eleitoral sem justa causa: cometido por quem tenha sido
convocado a prestar serviço
eleitoral
Pena - detenção até dois meses ou
pagamento de 90 a 120 dias-multa.
 Não se aplica ao servidor estável
da Justiça Eleitoral que falta ao
serviço

 É o caso do mesário que não


comparece ou que vai embora
no meio da eleição
Código Eleitoral

Art. 344. Recusar ou abandonar o  O serviço eleitoral, compulsório,


serviço eleitoral sem justa causa: não pode ser negado ou
abandonado sem justa causa –
que somente pode ser avaliada e
Pena - detenção até dois meses ou aceita pelo Juiz Eleitoral
pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Código Eleitoral

Art. 345. Não cumprir a autoridade  Crime próprio


judiciária, ou qualquer funcionário
dos órgãos da Justiça Eleitoral, nos
prazos legais, os deveres impostos por  De constitucionalidade
êste Código, se a infração não questionável, ante a enorme
estiver sujeita a outra penalidade: abertura semântica

Pena - pagamento de trinta a  Trata-se de clara infração


noventa dias-multa. administrativa, à qual se pretende
dar reforço criminal
Código Eleitoral

Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:  Art. 377. O serviço de qualquer
repartição, federal, estadual,
municipal, autarquia, fundação
Pena - detenção até seis meses e do Estado, sociedade de
pagamento de 30 a 60 dias-multa. economia mista, entidade
mantida ou subvencionada pelo
poder público, ou que realiza
Parágrafo único. Incorrerão na pena, contrato com êste, inclusive o
além da autoridade responsável, os respectivo prédio e suas
servidores que prestarem serviços e dependências não poderá ser
os candidatos, membros ou diretores utilizado para beneficiar partido
de partido que derem causa à ou organização de caráter
infração. político.
Código Eleitoral

Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:  Crime próprio

Pena - detenção até seis meses e  É o caso clássico de uso da


pagamento de 30 a 60 dias-multa. máquina pública, que encontra
tipificação no âmbito
administrativo nas condutas
Parágrafo único. Incorrerão na pena, vedadas dos arts. 73 a 77 da L.
além da autoridade responsável, os 9.504/97
servidores que prestarem serviços e
os candidatos, membros ou diretores
de partido que derem causa à  Pena excessivamente baixa e
infração. desproporcional à lesividade da
conduta
Código Eleitoral

Art. 347. Recusar alguém  Crime comum


cumprimento ou obediência a
diligências, ordens ou instruções da
Justiça Eleitoral ou opor embaraços à  É o crime de desobediência no
sua execução: âmbito eleitoral: protege-se a
jurisdição eleitoral

Pena - detenção de três meses a um


ano e pagamento de 10 a 20 dias-  A ordem emanada deve ser
multa. clara, concreta, individualizada e
direta e pessoalmente
comunicada ao destinatário
Código Eleitoral

Art. 347. Recusar alguém  Não se configura o crime se


cumprimento ou obediência a houver outra sanção menos grave
diligências, ordens ou instruções da prevista na própria ordem:
Justiça Eleitoral ou opor embaraços à astreinte
sua execução:

Pena - detenção de três meses a um


ano e pagamento de 10 a 20 dias-
multa.
Código Eleitoral

Art. 348. Falsificar, no todo ou em  Crime comum


parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro, para
fins eleitorais:  Trata-se da falsidade material
eleitoral
Pena - reclusão de dois a seis anos e
pagamento de 15 a 30 dias-multa.
§ 1º Se o agente é funcionário  “Protege-se a confiança que os
público e comete o crime eleitores, os candidatos e partidos
prevalecendo-se do cargo, a pena é e, na verdade, todo o sistema da
agravada. Justiça Eleitoral depositam nos
documentos e informações que
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-
lhes são levados”. GONÇALVES, p.
se a documento público o emanado
113.
de entidade paraestatal inclusive
Fundação do Estado.
Código Eleitoral

Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte,  Deve haver:


documento público, ou alterar  Dolo
documento público verdadeiro, para
fins eleitorais:  Alteração da verdade
Pena - reclusão de dois a seis anos e  Fato juridicamente relevante sobre o
pagamento de 15 a 30 dias-multa. qual a verdade tenha sido alterada

§ 1º Se o agente é funcionário público  Potencialidade lesiva


e comete o crime prevalecendo-se do  Finalidade eleitoral
cargo, a pena é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se
a documento público o emanado de  Falsificação grosseira, sem
entidade paraestatal inclusive capacidade de iludir?
Fundação do Estado.
 Não se configura o crime se cabe à
Justiça Eleitoral a verificação dos
dados e informações
Código Eleitoral

Art. 349. Falsificar, no todo ou em  Crime comum


parte, documento particular ou
alterar documento particular
verdadeiro, para fins eleitorais:  Trata-se da falsidade material de
documento particular para fins
eleitorais eleitoral
Pena - reclusão até cinco anos e
pagamento de 3 a 10 dias-multa.
Código Eleitoral

Art. 350. Omitir, em documento público  Crime comum (próprio no caso do


ou particular, declaração que dêle parágrafo único)
devia constar, ou nele inserir ou fazer
inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, para fins  É o caso da falsidade ideológica
eleitorais: eleitoral
Pena - reclusão até cinco anos e
pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o
documento é público, e reclusão até  E a questão da prestação de
três anos e pagamento de 3 a 10 dias- contas eleitoral e dos documentos
multa se o documento é particular. que lhe dão suporte (notas fiscais e
afins)?
Parágrafo único. Se o agente da
falsidade documental é funcionário
público e comete o crime  E a questão da declaração de bens
prevalecendo-se do cargo ou se a do candidato no pedido de registro
falsificação ou alteração é de de candidatura?
assentamentos de registro civil, a pena
é agravada.
Código Eleitoral

Art. 350. Omitir, em documento público  Não haveria crime no caso da


ou particular, declaração que dêle declaração de bens, pois que
devia constar, ou nele inserir ou fazer interessa ao próprio candidato,
inserir declaração falsa ou diversa da para se preservar da acusação de
que devia ser escrita, para fins enriquecimento no cargo
eleitorais:  E o uso eleitoral da informação do
Pena - reclusão até cinco anos e candidato mais rico ou mais pobre?
pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o
documento é público, e reclusão até
três anos e pagamento de 3 a 10 dias-  Não há exigência de atualização
multa se o documento é particular. dos valores inseridos na declaração
de bens, por falta de suporte legal
Parágrafo único. Se o agente da para tanto
falsidade documental é funcionário
público e comete o crime
prevalecendo-se do cargo ou se a
falsificação ou alteração é de
assentamentos de registro civil, a pena
é agravada.
Código Eleitoral

Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 Art. 353. Fazer uso de qualquer dos
e 350) para os efeitos penais, a fotografia, o documentos falsificados ou alterados, a que
filme cinematográfico, o disco fonográfico se referem os artigos. 348 a 352:
ou fita de ditafone a que se incorpore
declaração ou imagem destinada à prova
de fato juridicamente relevante. Pena - a cominada à falsificação ou à
alteração.

Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no


exercício da função pública, firma ou letra Art. 354. Obter, para uso próprio ou de
que o não seja, para fins eleitorais: outrem, documento público ou particular,
material ou ideologicamente falso para fins
eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e
pagamento de 5 a 15 dias-multa se o
documento é público, e reclusão até três Pena - a cominada à falsificação ou à
anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o alteração.
documento é particular.
Lei 9.504/97

Art. 33. [...]  Crime comum

§4º A divulgação de pesquisa  Efeitos das pesquisas: bandwagon


fraudulenta constitui crime, punível x underdog
com detenção de seis meses a um
ano e multa no valor de cinquenta
mil a cem mil UFIR.  Difere-se da pesquisa sem registro:
aqui há “falsificação da
realização, dos dados obtidos, do
método empregado, do sistema
de controle e outros itens”.
GONÇALVES, p. 125
Lei 9.504/97

Art. 33. [...]  Fraude x Erro: a questão do


intervalo de confiança

§4º A divulgação de pesquisa


fraudulenta constitui crime, punível  O verbo típico é divulgar: exige-se
com detenção de seis meses a um o dolo quanto ao caráter
ano e multa no valor de cinquenta fraudulento
mil a cem mil UFIR.
Lei 9.504/97

Art. 34. vetado  Crime comum


§ 2º O não-cumprimento do disposto neste
artigo ou qualquer ato que vise a retardar,
impedir ou dificultar a ação fiscalizadora dos  Trata-se da restrição à ação de
partidos constitui crime, punível com fiscalização dos partidos políticos sobre
detenção, de seis meses a um ano, com a as pesquisas:
alternativa de prestação de serviços à § 1º Mediante requerimento à Justiça
comunidade pelo mesmo prazo, e multa no Eleitoral, os partidos poderão ter acesso ao
valor de dez mil a vinte mil UFIR. sistema interno de controle, verificação e
§ 3º A comprovação de irregularidade nos fiscalização da coleta de dados das
dados publicados sujeita os responsáveis às entidades que divulgaram pesquisas de
penas mencionadas no parágrafo anterior, opinião relativas às eleições, incluídos os
sem prejuízo da obrigatoriedade da referentes à identificação dos
veiculação dos dados corretos no mesmo entrevistadores e, por meio de escolha livre e
espaço, local, horário, página, caracteres e aleatória de planilhas individuais, mapas ou
outros elementos de destaque, de acordo equivalentes, confrontar e conferir os dados
com o veículo usado. publicados, preservada a identidade dos
respondentes.
Lei 9.504/97

Art. 34. vetado  Para que se configure o crime é preciso


que tenha sido deferido o acesso, pela
§ 2º O não-cumprimento do disposto neste Justiça Eleitoral, aos dados
artigo ou qualquer ato que vise a retardar,
impedir ou dificultar a ação fiscalizadora dos
partidos constitui crime, punível com
detenção, de seis meses a um ano, com a
alternativa de prestação de serviços à
comunidade pelo mesmo prazo, e multa no
valor de dez mil a vinte mil UFIR.
§ 3º A comprovação de irregularidade nos
dados publicados sujeita os responsáveis às
penas mencionadas no parágrafo anterior,
sem prejuízo da obrigatoriedade da
veiculação dos dados corretos no mesmo
espaço, local, horário, página, caracteres e
outros elementos de destaque, de acordo
com o veículo usado.
Lei 9.504/97

Art. 35. Pelos crimes definidos nos arts.  Naturalmente que isso somente
33, § 4º e 34, §§ 2º e 3º, podem ser pode ocorrer se os critérios de
responsabilizados penalmente os imputação objetiva e subjetiva
representantes legais da empresa ou forem observados
entidade de pesquisa e do órgão
veiculador.
 Não há responsabilidade objetiva
no âmbito criminal
Lei 9.504/97

Art. 39. [...]  Crime comum


§ 5º Constituem crimes, no dia da
eleição, puníveis com detenção, de
seis meses a um ano, com a alternativa  Jornada de reflexão: proibição da
de prestação de serviços à realização de propaganda no dia
comunidade pelo mesmo período, e das eleições
multa no valor de cinco mil a quinze mil
UFIR:
 Incisos I e II praticamente absorvidos
I - o uso de alto-falantes e na redação do inciso III: qualquer
amplificadores de som ou a promoção espécie
de comício ou carreata;
II - a arregimentação de eleitor ou a
propaganda de boca de urna;  Não há crime em “deixar a
propaganda” ou “omitir-se” em sua
III - a divulgação de qualquer espécie retirada
de propaganda de partidos políticos
ou de seus candidatos.  Propaganda na madrugada
 Propaganda na internet
Lei 9.504/97

Art. 40. O uso, na propaganda  Crime comum


eleitoral, de símbolos, frases ou
imagens, associadas ou semelhantes
às empregadas por órgão de  Evitar que os candidatos se
governo, empresa pública ou associem ao prestígio de órgãos
sociedade de economia mista públicos, programas, etc., com
constitui crime, punível com possibilidade de iludir o eleitor
detenção, de seis meses a um ano,
com a alternativa de prestação de
serviços à comunidade pelo mesmo  O que não se permite é o
período, e multa no valor de dez mil apossamento
a vinte mil UFIR.

 Não abrange uso de bandeiras e


da imagem da urna
Lei 9.504/97

Art. 57-H. [...]  Crime comum


§ 1º Constitui crime a contratação direta ou
indireta de grupo de pessoas com a
finalidade específica de emitir mensagens  Tentativa de barrar a propaganda
ou comentários na internet para ofender a negativa na internet
honra ou denegrir a imagem de candidato,
partido ou coligação, punível com
detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e  Modalidades ativa e passiva divididas
multa de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a R$ em tipos diversos
50.000,00 (cinquenta mil reais).
§ 2º Igualmente incorrem em crime, punível  Exige dolo específico: para ofender ou
com detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) denegrir
ano, com alternativa de prestação de
serviços à comunidade pelo mesmo período,
e multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
30.000,00 (trinta mil reais), as pessoas  Exige-se que a contratação seja de
contratadas na forma do § 1º. “grupo de pessoas”
Lei 9.504/97

Art. 68. [...]  Crime próprio: Presidente da Mesa


Receptora

§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é


obrigado a entregar cópia do boletim  Tem efeito na votação eletrônica
de urna aos partidos e coligações
concorrentes ao pleito cujos
representantes o requeiram até uma  Exige dolo: atraso por circunstâncias
hora após a expedição. alheias à vontade do agente,
negligência ou imperícia não
configuram o delito
§ 2º O descumprimento do disposto no
parágrafo anterior constitui crime,
punível com detenção, de um a três  Discutível dignidade penal: controle
meses, com a alternativa de prestação administrativo
de serviço à comunidade pelo mesmo
período, e multa no valor de um mil a
cinco mil UFIR.
Lei 9.504/97

Art. 72. Constituem crimes, puníveis com  Crime comum


reclusão, de cinco a dez anos:
I - obter acesso a sistema de tratamento
automático de dados usado pelo serviço  Mais grave crime eleitoral: possibilidade
eleitoral, a fim de alterar a apuração ou a de alteração de resultado global de
contagem de votos; eleições: peculato informático

II - desenvolver ou introduzir comando,


instrução, ou programa de computador  Abrange:
capaz de destruir, apagar, eliminar, alterar,
gravar ou transmitir dado, instrução ou  o acesso com fim de alterar apuração
programa ou provocar qualquer outro ou contagem
resultado diverso do esperado em sistema  Desenvolvimento ou introdução de
de tratamento automático de dados usados programa com capacidade específica
pelo serviço eleitoral;
 Dano físico ao equipamento da
III - causar, propositadamente, dano físico ao votação eletrônica
equipamento usado na votação ou na
totalização de votos ou a suas partes.
Lei 9.504/97

Art. 72. Constituem crimes, puníveis com  Se houver a efetiva alteração do


reclusão, de cinco a dez anos: resultado eleitoral, ocorre concurso com
o crime do art. 315 do CE
I - obter acesso a sistema de tratamento
automático de dados usado pelo serviço
eleitoral, a fim de alterar a apuração ou a
contagem de votos;  Desproporção entre as sanções dos
incisos I e II e a do inciso III: mero dano a
II - desenvolver ou introduzir comando, uma urna
instrução, ou programa de computador
capaz de destruir, apagar, eliminar, alterar,
gravar ou transmitir dado, instrução ou
programa ou provocar qualquer outro
resultado diverso do esperado em sistema
de tratamento automático de dados usados
pelo serviço eleitoral;
III - causar, propositadamente, dano físico ao
equipamento usado na votação ou na
totalização de votos ou a suas partes.
Lei 9.504/97

Art. 87. Na apuração, será garantido aos fiscais e  Crime próprio


delegados dos partidos e coligações o direito de
observar diretamente, a distância não superior a
um metro da mesa, a abertura da urna, a abertura
e a contagem das cédulas e o preenchimento do  Busca punir de forma autônoma o ato
boletim . preparatório de fraude eleitoral: negativa de
fiscalização
§ 2º Ao final da transcrição dos resultados apurados
no boletim, o Presidente da Junta Eleitoral é
obrigado a entregar cópia deste aos partidos e  Caso de antecipação de perigo
coligações concorrentes ao pleito cujos
representantes o requeiram até uma hora após sua
expedição.
 Tem aplicação no caso da votação manual
§ 3º Para os fins do disposto no parágrafo anterior,
cada partido ou coligação poderá credenciar até
três fiscais perante a Junta Eleitoral, funcionando
um de cada vez.
§ 4º O descumprimento de qualquer das
disposições deste artigo constitui crime, punível com
detenção de um a três meses, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade pelo mesmo
período e multa, no valor de um mil a cinco mil UFIR.
Lei 9.504/97

Art. 90. Aos crimes definidos nesta Lei,  Aplicação subsidiária das regras
aplica-se o disposto nos arts. 287 e do Código Penal também aos
355 a 364 da Lei nº 4.737, de 15 de crimes da L. 9.504/97
julho de 1965 - Código Eleitoral.

 Os representantes legais de
§ 1º Para os efeitos desta Lei, partidos e coligações apenas
respondem penalmente pelos respondem na medida de sua
partidos e coligações os seus culpabilidade
representantes legais.

 Regra específica de incremento


§ 2º Nos casos de reincidência, as de pena de multa no caso de
penas pecuniárias previstas nesta Lei reincidência: apenas nos crimes
aplicam-se em dobro. da L. 9.504/97
Lei 9.504/97

Art. 91. [...]  Crime próprio: leitura sistemática


aponta que somente o servidor
da Justiça Eleitoral pode praticar
Parágrafo único. A retenção de título
eleitoral ou do comprovante de
alistamento eleitoral constitui crime,  Não exige que a retenção seja
punível com detenção, de um a três contra a vontade do eleitor
meses, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade
por igual período, e multa no valor  Tinha com objetivo evitar o “voto
de cinco mil a dez mil UFIR. de cabresto”, já que era
obrigatório o título para a
votação: há dignidade penal
hoje?
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral: Art. 3º Até cinqüenta dias antes da data do
pleito, os responsáveis por todas as
repartições, órgãos e unidades do serviço
I - descumprir, o responsável por órgão, público federal, estadual e municipal
repartição ou unidade do serviço público, o oficiarão à Justiça Eleitoral, informando o
dever imposto no art. 3º, ou prestar, número, a espécie e lotação dos veículos e
informação inexata que vise a elidir, total ou embarcações de sua propriedade, e
parcialmente, a contribuição de que ele justificando, se for o caso, a ocorrência da
trata: exceção prevista no parágrafo 1º do art. 1º
desta Lei.

Pena - detenção de quinze dias a seis meses


e pagamento de 60 a 100 dias - multa; Art. 1º [...]
§ 1º Excetuam-se do disposto neste artigo os
veículos e embarcações em número
justificadamente indispensável ao
funcionamento de serviço público
insusceptível de interrupção.
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral:  Crime próprio

I - descumprir, o responsável por  Excesso de referências a outras


órgão, repartição ou unidade do normas
serviço público, o dever imposto no
art. 3º, ou prestar, informação inexata
que vise a elidir, total ou  Modalidade omissiva (deixar de
parcialmente, a contribuição de que informar) ou comissiva (informar
ele trata: de modo inexato, com dolo
específico de elidir)

Pena - detenção de quinze dias a


seis meses e pagamento de 60 a 100
dias - multa;
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral: Art. 2º Se a utilização de veículos


pertencentes às entidades previstas
no art. 1º não for suficiente para
II - desatender à requisição de que atender ao disposto nesta Lei, a
trata o art. 2º: Justiça Eleitoral requisitará veículos e
embarcações a particulares, de
preferência os de aluguel.
Pena - pagamento de 200 a 300 dias-
multa, além da apreensão do
veículo para o fim previsto;
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral:  Crime próprio: daquele que teve
veículo requisitado

II - desatender à requisição de que


trata o art. 2º:  Constitucionalidade duvidosa,
uma vez que a requisição de bem
particular somente pode ocorrer
Pena - pagamento de 200 a 300 dias- em caso de “iminente perigo
multa, além da apreensão do público”: art. 5º, XXV
veículo para o fim previsto;
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral: Art. 5º Nenhum veículo ou


embarcação poderá fazer transporte
de eleitores desde o dia anterior até
III - descumprir a proibição dos artigos o posterior à eleição, salvo:
5º, 8º e 10º;
I - a serviço da Justiça Eleitoral;
II - coletivos de linhas regulares e não
Pena - reclusão de quatro a seis anos fretados;
e pagamento de 200 a 300 dias-
III - de uso individual do proprietário,
multa (art. 302 do Código Eleitoral);
para o exercício do próprio voto e
dos membros da sua família;
IV - o serviço normal, sem finalidade
eleitoral, de veículos de aluguel não
atingidos pela requisição de que
trata o art. 2º.
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral:  Crime comum

III - descumprir a proibição dos artigos  Proíbe quase de forma absoluta o


5º, 8º e 10º; fornecimento por particulares de
transporte a eleitores desde a
véspera até o dia seguinte às
Pena - reclusão de quatro a seis anos eleições
e pagamento de 200 a 300 dias-
multa (art. 302 do Código Eleitoral);
 Há necessidade de dolo
específico: finalidade de aliciar
eleitores
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral:  Artigo revogado pela L. 9.096/95,


que disciplina o uso do fundo
partidário e não prevê sua
III - descumprir a proibição dos artigos utilização para compra de
5º, 8º e 10º; refeição a eleitores pela Justiça
Eleitoral

Pena - reclusão de quatro a seis anos


e pagamento de 200 a 300 dias- Art. 8º Somente a Justiça Eleitoral
multa (art. 302 do Código Eleitoral); poderá, quando imprescindível, em
face da absoluta carência de
recursos de eleitores da zona rural,
fornecer-lhes refeições, correndo,
nesta hipótese, as despesas por
conta do Fundo Partidário.
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral:  Crime próprio

III - descumprir a proibição dos artigos  Permanece a proibição do


5º, 8º e 10º; transporte: voltado à zona urbana

Pena - reclusão de quatro a seis anos Art. 10. É vedado aos candidatos ou
e pagamento de 200 a 300 dias- órgãos partidários, ou a qualquer
multa (art. 302 do Código Eleitoral); pessoa, o fornecimento de transporte
ou refeições aos eleitores da zona
urbana.
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral:  Crime comum

IV - obstar, por qualquer forma, a  O que é “obstar, por qualquer


prestação dos serviços previstos nos forma”?
arts. 4º e 8º desta Lei, atribuídos à
Justiça Eleitoral:
 Falta de taxatividade que conduz á
inconstitucionalidade do dispositivo
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos;
Art. 4º Quinze dias antes do pleito, a
Justiça Eleitoral divulgará, pelo órgão
competente, o quadro geral de
percursos e horários programados para
o transporte de eleitores, dele
fornecendo cópias aos partidos
políticos.
Lei 6.091/74

Art. 11. Constitui crime eleitoral:  Crime comum


V - utilizar em campanha eleitoral, no
decurso dos 90 (noventa) dias que
antecedem o pleito, veículos e  Modalidade de uso da máquina
embarcações pertencentes à União, pública: referência aos arts. 346 e
Estados, Territórios, Municípios e 377 do CE
respectivas autarquias e sociedades de
economia mista:
 Sanção ao candidato que não é
Pena - cancelamento do registro do tipicamente penal: cancelamento
candidato ou de seu diploma, se já do registro ou diploma
houver sido proclamado eleito.
 E o mandato?
Parágrafo único. O responsável, pela
guarda do veículo ou da embarcação,  Apenas pode ser aplicada ao
candidato se ele anuir ao menos:
será punido com a pena de detenção, inexistência de responsabilidade
de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e objetiva
pagamento de 60 (sessenta) a 100
(cem) dias-multa.
Lei 7.021/82

Art. 5º Constitui crime eleitoral  Crime comum


destruir, suprimir ou, de qualquer
modo, danificar relação de
candidatos afixada na cabina  Garantia de acesso à informação
indevassável. aos eleitores que comparecem à
seção para votar e precisam ter
acesso ao rol de candidatos, com
Pena - detenção, até seis meses, e respectivos números
pagamento de sessenta a cem dias-
multa.
 Duvidosa dignidade penal:
reforço de norma administrativa
Lei Complementar 64/90

Art. 25. Constitui crime eleitoral a  Crime próprio: apenas quem tem
argüição de inelegibilidade, ou a capacidade postulatória para
impugnação de registro de impugnar pedido de registro
candidato feito por interferência do
poder econômico, desvio ou abuso
do poder de autoridade, deduzida  A interferência do “poder
de forma temerária ou de manifesta econômico, desvio ou abuso do
má-fé: poder de autoridade” são
elementares da conduta do
agente?
Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, e multa de 20 (vinte) a 50
(cinqüenta) vezes o valor do Bônus  Temeridade: dolo eventual ou
do Tesouro Nacional (BTN) e, no caso culpa?
de sua extinção, de título público  A questão da reckless disregard for
que o substitua. truth
Lei Complementar 64/90

Art. 25. Constitui crime eleitoral a  O advogado que assina a inicial,


argüição de inelegibilidade, ou a sabedor da situação de
impugnação de registro de temeridade, responde pelo
candidato feito por interferência do delito?
poder econômico, desvio ou abuso
do poder de autoridade, deduzida
de forma temerária ou de manifesta  Como deduzir a temeridade:
má-fé: qualidade da inicial permite
inferir?

Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2


(dois) anos, e multa de 20 (vinte) a 50
(cinqüenta) vezes o valor do Bônus
do Tesouro Nacional (BTN) e, no caso
de sua extinção, de título público
que o substitua.
Obrigado pela atenção!
Fernando Neisser
neisser@gmail.com

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