ALIMENTAÇÃO DO IDOSO • OMS:: • pessoa com 65 anos ou mais (países desenvolvidos) • e 60 anos (países em desenvolvimento). • Em 2000 eram cerca de 14,5 milhões de pessoas idosas 8,6% da população total do País, • Atualmente estima-se que no Brasil vivam 18 milhões idosos 10% população.. • Segundo o IBGE: no Brasil até 2025 –> será 14 % população.. • Nesse contexto, está cada vez mais claro que é preciso compreender as mudanças que ocorrem no envelhecimento e os demais fatores que afetam o consumo alimentar do indivíduo idoso, para auxiliar na sua alimentação e, dessa forma, compensar essas mudanças que são naturais, com o avanço da idade mas, que interferem na qualidade de vida do idoso. OBJETIVO DO PLANEJAMENTO ALIMENTAR NA A TERCEIRA IDADE
• A alimentação e nutrição do idoso tem como
objetivo preservar as funções físicas, psíquicas e sociais, na tentativa de retardar a instalação de incapacidades e atenuar seus efeitos, com a finalidade de agregar não somente “anos à vida” mas, principalmente “vida aos anos”. FATORES QUE AFETAM O CONSUMO DE ALIMENTOS NO IDOSO:
• Os fatores que condicionam o hábito
alimentar na terceira idade são: – as alterações fisiológicas próprias do envelhecimento; – as doenças presentes; – a situação social, econômica e familiar em que vive o idoso. As Alterações Fisiológicas próprias do envelhecimento que interferem diretamente com o consumo alimentar do idoso. • Digestão
• Dificuldades para mastigar devido à presença de cáries, doenças periodontais,
próteses inadaptadas, falta de dentes e dentaduras defeituosas ou em precário estado de conservação. • Menor produção de ácido clorídrico pelo estômago, sendo o esvaziamento gástrico mais lento. • Intestino grosso e cólon há menor motilidade (movimento espontâneo), o que favorece a constipação (intestino preso). • Procurou-se destacar apenas as alterações fisiológicas que afetam diretamente o apetite do idoso. • É prudente observar as condições peculiares de cada idoso, em função da diferenciação no processo de envelhecimento. As Alterações Fisiológicas próprias do envelhecimento que interferem diretamente com o consumo alimentar do idoso. • Sensorial
• Estas mudanças incluem: diminuição e eventual perda na visão,
audição, olfato e percepção do gosto. • Dentre todas estas alterações, o olfato (odor) e o gosto interferem mais no apetite do idoso. • O idoso tende a concentrar o tempero dos alimentos adicionando maior quantidade de sal e de açúcar para ajustá-lo ao paladar que está alterado. • A diminuição da sensibilidade aos gostos e odor dos alimentos pode desencadear um quadro de anorexia (ausência de fome) em maior ou menor grau, dependendo da intensidade. • O apetite do idoso pode ser modificado se a refeição estiver atrativa e saborosa. As Alterações Fisiológicas próprias do envelhecimento que interferem diretamente com o consumo alimentar do idoso. • Sede
• No idoso, a menor sensação de sede ocorre pela disfunção cerebral, ou,
pela diminuição da sensibilidade dos osmorreceptores, que são estruturas do corpo humano que recebem o estímulo da sede. • Pouco consumo de água pelos idosos associado ao uso de diuréticos, leva à desidratação. • A debilidade física também dificulta o acesso do idoso à água, pois nestes casos existe uma certa dependência de outras pessoas. • É fundamental oferecer água ao idoso. – Hidratação: alto grau de importância – 30 ml por Kg/peso atual. Ex. 60 Kg = 1800 ml/dia. – Indicações: água mineral, água de coco, sucos naturais, chás – 8 a 10 copos/dia. B) A Presença de doenças e o hábito alimentar. • Os efeitos secundários que alguns medicamentos de uso habitual em geriatria produzem devem ser considerados nesta análise; os mais frequentes são: – Tranquilizantes e psicofármacos: favorecem o relaxamento e diminuem a absorção intestinal; – Diuréticos e laxantes: ocasionam desidratação e depleção de eletrólitos como magnésio, potássio e zinco; – Antibióticos: alteram a absorção intestinal por destruição da flora; – Glicocorticóides: predispõem à gastrite, osteoporose (interfere na absorção do cálcio) e hiperglicemia; – Analgésicos: favorecem a gastrite e úlceras. C)Influência da situação social, econômica e familiar do idoso no consumo de alimentos • Os hábitos alimentares nessa fase da vida estão muito condicionados aos chamados fatores psicossociais: disponibilidade de alimentos, integração social, capacidade de deslocamento, capacidade cognitiva e independência econômica. • Grande parte dos idosos acaba consumindo alimentos de menor custo, em função dos insuficientes recursos econômicos provenientes de aposentadorias e/ou pensões, o que também favorece a monotonia alimentar (alimentação pouco variada). Em geral, a renda mensal "per capita" dos idosos é inferior à dos adultos jovens C)Influência da situação social, econômica e familiar do idoso no consumo de alimentos • A integração social é um fator que tem papel relevante na alteração do consumo alimentar do idoso. A solidão familiar e social predispõe o idoso à falta de preocupação consigo, fazendo com que se alimente mal e pouco há uma tendência ao desestímulo para preparar alimentos variados e nutritivos. • Verifica-se com frequência, elevado consumo de produtos industrializados, como doces e massas, ou de fácil preparo como chás e torradas. Essa modificação no comportamento alimentar certamente afeta a adequação de nutrientes ao organismo e o coloca em risco de má-nutrição. • O estado de ânimo do idoso para ingerir o alimento é, muitas vezes, modificado por atitudes simples, como sentar o idoso confortavelmente à mesa em companhia de outras pessoas. C)Influência da situação social, econômica e familiar do idoso no consumo de alimentos • A má nutrição do idoso pode também ser decorrente de sua progressiva incapacidade para realizar sozinho as atividades cotidianas. Nessas circunstâncias, a aquisição de alimentos como ir ao supermercado e a preparação das refeições podem se tornar uma tarefa muito difícil faz com que o idoso dê preferência aos alimentos menos nutritivos, de fácil preparo, evitando os que possam causar dificuldades de manipulação durante as refeições. • Em geral, verifica-se o excesso no consumo de produtos de panificação (pães, biscoitos, roscas, bolos), massas e doces. • Deve-se também estar atento a outros fatores como: perda do cônjuge e depressão pois, ambos levam a perda do apetite ou a recusa do alimento. Por outro lado, a ansiedade pode desencadear o aumento excessivo de peso (obesidade). Recomendações nutricionais • Energia: Diminuir em 10% do VET dos 60 aos 69 anos. Para os 70 anos ou mais sugere-se outra redução de 10% (FAO/OMS). • Carboidratos: de 55% a 75% do VET, preferir os CHO complexos. • Fibra alimentar: 27 a 40g/dia + líquidos. • Proteínas: de 12% a 15% do VET, de alto valor biológico. • Lipídios: de 15% a 30% do VET, saturadas < que 10%, os polinsaturados estejam entre 3 a 7% do VET, colesterol < que 300mg/dia. Vitaminas • Vitamina A: efeitos antioxidantes; diminui risco de doenças crônicas-degenerativas. • Vitamina D: Baixa concentração plasmática (ingestão dietética inadequada, menor exposição ao sol). • Vitamina E: fortalece o sistema imunológico, é antioxidante; • Vitamina C: previne enfermidades cardiovasculares, é antioxidante; • B6, B12 e Ácido fólico: alterações fisiológicas no processo de digestão podem prejudicar a absorção dessas vitaminas. Minerais • Cálcio: previne osteoporose (perda de massa óssea), cuidados na suplementação de cálcio ↓absorção de Fe e Mg; • Zinco: muitas medicações interferem na absorção ou no uso de zinco pelo organismo sua deficiência reduz o apetite e o paladar • Ferro: previne anemia causada pela alimentação inadequada; ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA PROMOVER A SAÚDE DO IDOSO • Servir a refeições em local agradável, pois, esta atitude melhora o estado de ânimo do idoso. Isso significa que o ambiente onde se realiza as refeições deve ser limpo, arejado, de preferência de cor clara, piso não derrapante, com mobiliário adequado (mesa e cadeira confortáveis, feitas de material resistente) e com espaço de circulação entre as mesas. Pode-se também colocar um fundo sonoro neste ambiente, desde que a opção seja por músicas suaves adequadas à faixa etária. • Sentar o idoso confortavelmente à mesa em companhia de outras pessoas: (familiares, amigos, residentes de asilos, grupos de terceira idade, dentre outras pessoas). ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA PROMOVER A SAÚDE DO IDOSO • Disciplinar o consumo de alimentos, estabelecendo horários. • Fracionar a alimentação diária, ou seja, oferecer ao idoso refeições menos volumosas, mais vezes ao dia. O cardápio pode ser fracionado em seis refeições, assim distribuídas: desjejum, colação, almoço, lanche, jantar, e ceia (lanche noturno leve). • Utilizar com moderação os óleos vegetais para preparar as refeições. Evite as frituras e dê preferência à preparação cozida, assada ou grelhada. Não use gordura animal (banha, toucinho). • Deve ser evitado o excesso de vegetais flatulentos (agrião, couve, couve-flor, repolho, brócolis, pepino, pimentão, etc), porque o acúmulo de gases pode provocar dores e males digestivos, além de problemas circulatórios ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA PROMOVER A SAÚDE DO IDOSO • Oferecer refeições atrativas e saborosas. Para que a refeição seja atrativa é necessário oferecer aos idosos cardápios que fazem ou fizeram parte de seu cotidiano, desde que os mesmos façam parte de um hábito alimentar saudável. Deve-se também, combinar bem os alimentos oferecendo refeições coloridas (várias fontes), prática esta que possibilita uma maior variedade entre a oferta de nutrientes. Os pratos podem ser mais saborosos e para isso, use os temperos que são benéficos à saúde como: alho, cebolinha, cebola, salsa, cheiro verde, orégano e outros. • Evite pele de frango ou de outras aves e, miúdos (rico em colesterol); • Substituir o leite integral por leite desnatado. ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA PROMOVER A SAÚDE DO IDOSO • Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras. Procure incluir em cada refeição, fontes de alimentos ricos em fibras. Dê preferência às frutas, legumes e verduras frescas e, caso haja possibilidade, pode também ser incluído no cardápio cereais (arroz), massas e produtos de panificação integrais. • Reduzir o consumo de açúcar (refinado, cristal), gordura, sal, café e alimentos industrializados. • Oferecer água, sucos (natural), chás ao idoso para aumentar o consumo de líquidos, visto que a sensação de sede está diminuída nesta faixa etária. Evite refrigerantes e sucos artificiais. • Retire a gordura visível das carnes. As carnes podem ser servidas na forma cozida, assada ou grelhada; IMC ADEQUADO PARA A TERCEIRA IDADE
HOMENS: 22 A 27 Kg/m2 MÉDIA: 25 Kg/m2
MULHERES: 23 a 30 kg/m2 MÉDIA: 27 Kg/m2 Exercícios • Caracterização do indivíduo: • Nome:M.A.G.; • Idade: 69 anos; • Sexo: feminino; • Altura:1,62 m; • Peso atual: 60 kg; • Atividade física leve; Calcule o IMC; Determine o VET • Entreviste um idoso e verifique as características próprias do envelhecimento que ele apresenta. Tenha muito cuidado na abordagem dos assuntos para não ferir a sensibilidade do entrevistado. • Calcule o IMC e o VET. Referência bibliográfica • GALISA, Mônica S. et al. Nutrição, Conceitos e Aplicações. São Paulo. M. Books do Brasil Editora LTDA,2008.