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1933

Casa Grande & Senzala Se somos todos uns Livro que à ciência alia
Grande livro que fala Octoruns A profunda poesia
Desta nossa leseira Que importa? É lá Que o passado evoca
Brasileira desgraça? E nos toca
Mas com aquele forte Essa história de raça, A alma do brasileiro,
cheiro e sabor do Raças más, raças boas Que o portuga femeeiro
Norte – Diz o Boas – Fez e o mau fado quis
Com fuxicos danados É coisa que passou Infeliz!
E chamegos safados Com o franciú
De mulecas fulôs com Gobineau.
sinhôs. Pois o mal do mestiço
A mania ariana Não está nisso
Do Oliveira Viana, Está em causas sociais,
Leva aqui sua lambada De higiene e outras
Bem puxada. coisas que tais
Se nos brasis abunda, Assim pensa, assim fala
Jenipapo na bunda, Casa Grande & Senzala
A mestiçagem como questão nacional e distintiva de nossa singularidade.

“ Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma quando


não na alma e no corpo, a sombra ou pelo menos a pinta, do indígena e ou
do negro (FREYRE, 2006, p. 367)
Freyre é o último pensador de um período e o primeiro de uma
nova safra, dado pelo abandono do discurso jurídico e
adoção do discurso sociológico.
Semana da arte moderna de 1922, uma revolução estética que
denuncia a ingenuidade do ufanismo e busca a valorização
das “coisas do país”.
 As mobilizações sociais dos trabalhadores e a fundação do
Partido Comunista Brasileiro.
 As ideias católicas em larga circulação que representa uma
reação tradicionalista.
 Plano de imigração brasileiro e tentativa de definição de um
povo.
Estes processos marcam o desgaste do pacto oligárquico e a chegada
do industrialismo no Brasil com a chegada do Estado Novo. 1937
 Formou-se no Brasil uma sociedade
condicionada pelo sistema de produção
monocultor latifundiário.
 Sistema “Semi-feudal”.
 A civilização do açúcar não é europeia é “mais-
que-europeia”, da junção do oriente com o
ocidente em Portugal, transplantou-se para cá
uma nova civilização e um desafio de se
construir uma civilização nos trópicos.
 Casa Grande mantém a coesão patriarcal e religiosa:
base da coesão nacional.
 Um patriarcalismo absorvente, e uma família extensa.
 Visão conservadora: o patriarcalismo amparava os
escravos. (p.51)
 Família e propriedade se unem. A moderna
propriedade capitalista e o impessoalismo advindo
com a modernidade é desequilibradora da ordem
social, pois é destruidora da autoridade que lhe é
constitutiva. A autoridade mantém a coesão social, a
lealdade pessoais e as obrigações entre as pessoas.
(BASTOS, 2006 p.186)
Sadismo, masoquismo, sifilização, prostituição e
onanismo.
 A vida sexual aparece em seu cotidiano, com os
simbolismos sexuais nos nomes de doces: papo de
anjo, barriga de freira, suspiros-de freira.
 A Sifilização e a Civilização (p.115)

 Aparece a predileção do branco pelas mulatas, e


as relações promiscuas do senhor com suas
escravas. (p.456)
 Um comportamento sádico dos senhores que se
perpetua em nossas classes dominantes. (p. 114)
 Inspirado em Franz Boas, Freyre se afasta das
ideias de determinação racial. Considera
“fundamental a diferença entre raça e cultura”.
 Influência lamarckiana. 1 o meio determina as
raças. 2 as características adquiridas são
passadas para as futuras gerações.
 Miscigenação afeta toda a sociedade brasileira,
não é apenas sexual.
“Foi o estudo de antropologia do professor
Boas que primeiro me relevou o negro e o
mulato em seu justo valor – separados dos
traços de raça os efeitos do ambiente ou da
experiência cultural. Apreendi a considerar
fundamental a diferença entre raça e cultura; a
discriminar entre os efeitos e relações
puramente genéticas e os de influencias
sociais, de herança cultural e de meio. Nesse
critério de diferença fundamental de raça e
cultura assenta todo o plano deste ensaio.
Também na diferença entre hereditariedade de
raça e hereditariedade de família.” P 32.
-Passado étnico português, entre a Europa e a África
lhe confere uma plasticidade.

- Enquanto os anglo-saxões preocupavam-se com a


raça, o português esquecia a raça e preocupava-se
com a religião do indivíduo.
- A influência africana “amolece as instituições”
 A história social da casa-grande é a história
íntima de quase todo brasileiro: da sua vida
doméstica, conjugal sob o patriarcalismo
escravocrata e polígamo; da sua vida de
menino; de seu cristianismo reduzido à religião
de família e influenciado pelas crendices da
senzala... P.44
 Equilíbrio de antagonismos p. 116

 Um amolecimento da língua e dos costumes nos trópicos,


dado pelo caráter plástico do português em contato com
índios e negros. P. 414

 O “&” que liga Casa Grande e Senzala significa


interpenetração de tipos. A interpenetração
dominação/submissão concorre para a estabilidade da
sociedade brasileira. (BASTOS, 2006 p179)

 Discurso sociológico torna-se discurso político dentro do


pacto de 1930.
 A centralidade da família como espaço da
manutenção da tradição contra a degradação
da modernidade burguesa.

 O termo também oferece uma visão idílica e


pessoalista de passado.
 O pensamento conservador nega a
possibilidade do escravo ter sido agente de sua
liberdade.
 As revoltas do século XIX não são pensadas
como formas embrionárias da luta de classes.
Gilberto vê nessas rebeliões e erupções de
violência psicológica, que logo apagariam num
quadro de ordem e equilíbrios sociais.
 É no quadro do patriarcalismo que Freyre encontra o fundamento
à afirmação da não existência dos antagonismos de classe. Os
elementos que poderiam apresentar-se como antagonismos
irreconciliáveis são vistos como constitutivos de um conjunto: a
cultura patriarcal. Este pano de fundo servira reiteradamente na
historia do pensamento brasileiro para dar conta da “ordem
social”. Todavia, ao afirmar a unidade cultural básica da formação
brasileira, carrega a contrabando a reafirmação da
indissolubilidade das relações sociais. Afirmar a unidade cultural
é não admitir que cada grupo possa elaborar modos próprios de
expressão dos antagonismos. Implica negar que as formas
culturais existentes no escravo, no agregado, possam ser
expressões não organizadas de protesto sobre sua condição de
vida e trabalho. E, ainda, negligenciar a rejeição por parte dos
subordinados, de certos símbolos e ritos constitutivos da cultura
dos que detém o domínio social como uma forma de expressão
do conflito social.( BASTOS 189)
 O Brasil é um país tolerante.
 Os preconceitos de cor estariam mais
vinculados à questão de diferença de renda do
que a um racismo étnico.
 Contexto de 1930/40: Brasil torna-se exemplo
para o mundo de uma nação que soube
equacionar seus problemas raciais.
 Contexto de 1960/70: Ideologia oficial do
Estado ditatorial
 BASTOS, Elide Rugai. As criaturas de Prometeu: Gilberto Freyre e
a formação da sociedade brasileira. São Paulo, Global, 2006.

 Freyre, Gilberto. Casa Grande & Senzala: Formação da família


Brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51ª edição. São
Paulo, Global, 2006.

 ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira & Identidade Nacional. 5ª


edição, São Paulo, Brasiliense, 2003.

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