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A sociedade do espetáculo

GUY DEBORD
1967
Nosso tempo

 Nosso tempo... prefere a imagem à coisa, a cópia ao


original, a representação à realidade, a aparência ao
ser.

 Nosso tempo... considera que a ilusão é sagrada e a


verdade, profana.
A separação consumada

 Sociedades com as modernas condições de produção:


imenso acúmulo de mercadorias/espetáculos .
 Tudo o que era vivido diretamente tornou-se
representação.
 As imagens destacaram-se de cada aspecto da vida e
fundiram-se em um fluxo comum no qual a unidade
da vida já não pode mais ser restabelecida.
 A realidade considerada parcialmente apresenta-se
em sua unidade geral como um pseudomundo à
parte e objeto de mera contemplação.
O que é o espetáculo

 O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma


relação social entre pessoas mediada por imagens.
 Uma visão de mundo que se objetivou.
 O espetáculo apresenta-se como a própria sociedade, parte
da sociedade e seu instrumento de unificação. O espetáculo
é o setor que concentra todo olhar e toda consciência.
 A realidade parece surgir no espetáculo ao mesmo tempo
que esse parece real: alienação recíproca; a base e a
essência da sociedade existente.
 É a afirmação da aparência e de toda vida humana como
simples aparência.
 Nada mais é que economia desenvolvendo-se por si mesma.
É a afirmação da escolha onipresente já feita na produção e
o consumo que decorre dessa escolha.
Dominação da Economia sobre a Vida Social

 Primeira Fase: degradação do ser para o ter (revolução


industrial).
 Fase Atual: deslizamento do ter para o parecer.
 Todo “ter efetivo” deve extrair seu prestígio imediato e sua
função última.
 Toda realidade individual tornou-se social.
 O espetáculo é herdeiro da fraqueza do projeto filosófico
ocidental dominado pelas categorias do ver e da incessante
exibição da racionalidade técnica.
 No espetáculo, o fim não é nada, o desenrolar é tudo.
 O espetáculo não deseja chegar a nada além dele mesmo.
 “O que é bom aparece, o que aparece é bom”.
A mercadoria como espetáculo

 O crescimento da produtividade por meio do


refinamento incessante da divisão do trabalho.
 Trabalhar para um mercado cada vez mais ampliado.
 Separação generalizada entre o trabalhador e o que
ele produz, perdendo-se o ponto de vista unitário
sobre a atividade realizada e dissolvendo-se o senso
crítico.
 O ESPETÁCULO É O CAPITAL EM TAL GRAU DE
ACUMULAÇÃO QUE SE TORNOU IMAGEM.
 A especialização do poder encontra-se na raiz do
espetáculo.
A vitória da mercadoria sobre o mundo

 Toda a economia se tornou o que a mercadoria mostrou


ser: um processo de desenvolvimento quantitativo.
 O trabalho humano tornou-se trabalho-mercadoria.
 O espetáculo é o momento em que a mercadoria ocupou totalmente
a vida social (tanto pública quanto privada).
 O consumo alienado torna-se um dever suplementar à produção
alienada.
 A necessidade do desenvolvimento econômico infinito e a fabricação
ininterrupta de pseudonecessidades para a manutenção do reino da
economia sobre o social (é a privação tornando-se rica).
 Quanto mais o espectador aceita reconhecer-se nas imagens
dominantes da necessidade, menos compreende sua própria
existência e seu próprio desejo.
 A atual “liberação do trabalho”, o aumento do lazer, não significa de
modo algum a liberação do trabalho ou de um mundo moldado por
ele.
Divisão Mundial da funções espetaculares

 As sociedades portadoras do espetáculo dominam as áreas


subdesenvolvidas como sociedade do espetáculo e não
apenas pela hegemonia econômica, definindo o programa
das classes dirigentes e presidindo sua formação.
 Através do consumo alienado reforça-se o
movimento de banalização quantitativa.
 A vedete do espetáculo, a representação espetacular do ser
humano vivo, concentra em si essa banalidade.
 As pessoas admiráveis em quem o sistema se personifica
são conhecidas por aquilo que não são (Kennedy não
escreveu os discurso cujo estilo tanto o fizeram ser
reconhecido).
O reino da mercadoria

 A mudança não é mais uma faculdade da juventude


nem do adulto, mas sim do sistema econômico, do
dinamismo do capitalismo; são as coisas que reinam
e são jovens, se excluindo e se substituindo sozinhas.
O espetacular concentrado

 Característico do capitalismo burocrático, das


economias mistas mais atrasadas e dos governos
autoritários: a imagem imposta do bem existe
oficialmente e, em seu espetáculo, é concentrada em
um único homem – a vedete absoluta com quem
todos devem identificar-se magicamente ou
desaparecer.
O espetáculo difuso

 Acompanha a abundância de mercadoria e o


desenvolvimento não perturbado do capitalismo
moderno.
 Cada mercadoria é considerada separadamente e
justificada em nome da grandeza produtiva.
 As atividades de um país são um espetáculo
de um catálogo de produtos.
 Afirmações inconciliáveis se chocam no palco do
espetáculo unificado da economia abundante.
O show tem que continuar

 A imagem da unificação feliz da sociedade pelo


consumo é ilusória.
 A satisfação que a mercadoria abundante já não pode
oferecer no uso começa a ser procurada no
reconhecimento de seu valor como mercadoria em si: é
o uso da mercadoria bastando a si mesmo.
 São as ondas de entusiasmo por determinado produto
lançado por todos os meios de comunicação,
propagando-se com grande rapidez.
 É apenas o sistema que tem de continuar (Stalin
tanto quanto a mercadoria fora de moda são denunciados por
aqueles mesmos que os impuseram).
Tempo e História

 O tempo cíclico é dominante na experiência dos povos


nômades.
 Religiões semi-históricas estabeleceram um ponto de partida
qualitativo para o tempo (nascimento de Jesus, a fuga de
Maomé, etc.), mas possuem sua natureza invertida em
contagem regressiva – a espera pelo fim dos tempos (O reino
de Deus está próximo...). A eternidade saiu do tempo cíclico.
 Monarquias : monopolização da vida histórica pelo Estado.
 Sociedade Burguesa: a duração está ligada ao tempo do
trabalho – o trabalho é quem transforma as condições
históricas.
 Com o desenvolvimento do capitalismo, o tempo irreversível
se unificou globalmente em torno do mercado mundial, do
espetáculo mundial.
O tempo-mercadoria

 Tempo pseudo-cíclico: acumulação infinita (linear) de


intervalos equivalentes e associados ao tempo da produção,
tempo-mercadoria (tempo consumível): dia e noite;
trabalho e descansos semanais; férias e feriados.
 Para levar os trabalhadores ao status de produtores de
consumidores livres do tempo-mercadoria, a condição
prévia foi a expropriação violenta do tempo deles.
 Trata-se da banalização do tempo.
 A realidade do tempo foi substituída pela publicidade do
tempo.
Tempo como campo de transcendência

 Tempo, segundo Hegel, é a alienação necessária,


o meio em que o sujeito se realiza ao se perder,
tornando-se outro para tornar-se a verdade de si
mesmo
 Na atualidade, tempo tornou-se justamente o
contrário disso.
A banalização do espaço

 A produção capitalista unificou o espaço que já não mais é


limitado por sociedade externas.
 A força de homogeneização foi a artilharia pesada que fez cair
todas as muralhas da China.
 Turismo tornou-se subproduto da circulação de mercadorias:
circulação humana considerada como consumo que se resume
ao lazer de ir ver o que se tornou banal.
 A mesma modernização que retirou da viagem o tempo,
retirou-lhe também a realidade do espaço.
 Urbanismo: atomização dos trabalhadores que as mesmas
condições urbanas de produção haviam perigosamente
reunido.
A banalização do espaço e o poder

 A integração no sistema deve recuperar os indivíduos


isolados como indivíduos isolados em conjunto: as
fábricas e os centros culturais, os clubes de férias e os
“condomínios residenciais” são organizados de
propósito para os fins dessa pseudocoletividade que
acompanha também o indivíduo isolado na célula
familiar – o emprego generalizado de aparelhos
receptores da mensagem espetacular faz com que
esse isolamento seja povoado pelas imagens
dominantes, imagens que adquirem sua plena força
por causa desse isolamento.
O Fim da história da cultura

 A luta entre tradição e inovação, que é o princípio do


desenvolvimento interno da cultura das sociedades
históricas, só pode prosseguir através da vitória
permanente da inovação.
 A cultura tornada integralmente mercadoria,
transformando-se na vedete da sociedade
espetacular.
 O espetáculo tem como função fazer esquecer a
história da cultura através de constantes
pseudonovidades.
O espetáculo e o fim do tempo

 A supressão dos limites do verdadeiro e do falso pelo


recalcamento de toda verdade vivida diante da
presença real da falsidade garantida pela
organização da aparência.
 O espetáculo é a ideologia materializada.
 Quando a ideologia, tornada absoluta pela posse do
poder absoluto, transforma-se de conhecimento
parcelar em mentira totalitária, o pensamento da
história fica tão aniquilado que a própria história, no
nível do conhecimento empírico, já não pode existir.
O espetáculo e o fim da história

 O primeiro intuito da dominação espetacular era fazer


sumir o conhecimento histórico geral.
 O espetáculo organiza com habilidade a ignorância do
que acontece e, logo a seguir, o esquecimento do pouco
que conseguiu ser conhecido.
 O domínio da história era o memorável, a totalidade dos
acontecimentos cujas consequências se manifestariam
por muito tempo. Esse conhecimento deveria durar e
ajudar a compreender, pelo menos em parte, o que
acontecesse de novo: a história era a medida da
verdadeira novidade. Quem vende a novidade tem todo o
interesse em fazer desaparecer o meio de aferi-la.
O espetáculo e o fim da consciência histórica

 Aquilo de que o espetáculo deixa de falar por três


dias é como se não existisse.
 A autoridade espetacular pode negar qualquer coisa,
uma vez, três vezes, e afirmar que não falará mais
disso e conversar sobre outra coisa.
O espetáculo integrado

 Caracterizado por:
 1) incessante renovação tecnológica
 2) fusão econômico-estatal
 3) segredo generalizado
 4) mentira sem contestação (a vitória da farsa)
 5)presente perpétuo
A utopia de Guy Debord

 A teoria crítica do espetáculo só se torna verdadeira ao unificar-


se à corrente prática da negação da sociedade.
 A teoria crítica deve comunicar-se em sua própria linguagem: a
linguagem da contradição que deve ser dialética na forma como o
é no conteúdo.
 O desvio é a linguagem fluida da anti-ideologia.
 Sua própria coerência em si mesmo e com os fatos praticáveis
pode confirmar o antigo núcleo de verdade que ele traz de volta.
 O que apresenta-se abertamento como desviado desmente toda
autonomia durável.
A utopia de Guy Debord

 Na linguagem da contradição, a crítica da cultura


se apresenta unificada, porque domina toda a
cultura e já não se separa da crítica da totalidade
social. É essa crítica teórica unificada, e apenas ela,
que vai ao encontro da prática social unificada.

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