Direta de Ressonância Magnética Nuclear de um Aduto 1:1 de Proteína e Fulereno
Matteo Calvaresi et all
Apresentado por Abraão Zuza
O artigo busca visualizar a estrutura do complexo C60@Lisozima.
A interação de nanopartículas de carbono
com proteínas pode ser usada para criar materiais funcionais que podem ser usados desde a área biomédica até a dispositivos eletrônicos.
C60 é o tipo de nanopartícula de carbono
escolhida para o estudo da interação entre uma nanopartícula e uma proteína.
C60 é conhecido como Fulereno, e se trata de
uma nanopartícula bastante estudada. Nanopartículas de carbono podem ser usadas para produção e carreamento de fármacos.
Proteínas agregadas a nanopartículas podem
melhorar a sua dispersão em nanocompósitos, como por exemplo, para uso em células de energia solar
Fulereno já foi usado em pesquisa para inibir a
ação da HIV-protease, preenchendo as cavidades hidrofóbicas dos sítios de ligação.
Sua interação também foi estudada com
enzimas (proteases), anticorpos, acetilcolinesterase, albumina, lisozima, entre outras.
Atividade antimicrobiana por meio de
desestruturação de membranas celulares 60 átomos de carbono, 32 faces, sendo 20 hexagonais e 12 pentagonais
Carbonos com hibridização sp2
Lisozima é uma proteína encontrada nas lágrimas e no muco dos seres humanos, destrói a camada protetora de muitas bactérias, pela hidrólise das ligações glicosídicas em esqueletos de peptideoglicanos. Tem um domínio alfa, com 4 alfa-hélices e um domínio beta com três folhas beta anti-paralelas e um loop. Objetivos:
Observar o sítio de ligação do C60 com a
lisozima
Verificar se a formação do aduto gera
alteração estrutural A amostra foi preparada através da mistura de fulereno C60 em pó, adquirido comercialmente, em uma solução de 3 mL de lisozyma.
A amostra foi colocada num banho de gelo
e passou por sonicação durante 60 minutos, depois do que o fulereno se dispersou na solução formando uma mistura marrom escura.
Esta mistura foi centrifugada a 5.000 g
durante 10 minutos, e o sobrenadante foi recolhido, a fim de maximizar a concentração do sistema. O estado de agregação entre o fulereno e a lisozima foi monitorado por gel eletroforese com gel de poliacrilamida.
Cromatografia de exclusão de tamanho foi
utilizada com tampão de eluição de fosfato de sódio.
Espectroscopia de ressonância magnética
nuclear foi utilizada para determinação da estrutura e suas mudanças, assim como do sítio de ligação.
Medições fotofísicas foram realizadas pela
medição da absorção do espectro UV.
Ensaio de atividade enzimática foi realizado
para avaliar a função da enzima com e sem fulereno. Observou-se a formação de uma relação estequiométrica com o fulereno.
A espectrometria revela que a lisozima
mantém sua estrutura tridimensional enquanto interage com o fulereno.
O sistema C60@lisozima reduz em 47% a
atividade da enzima.
As consequencias desse estudo podem levar
a formação de novos compostos entre nanopartículas de carbono e proteínas, além do seu uso para inibição de atividade enzimática, além da arquitetura de novas nanopartículas para uso funcional.