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Plantas Frutíferas
Gelso Marchioro
A - Introdução
Os princípios gerais de disponibilidade de nutrientes no
solo sejam bastante conhecidos, a sua aplicação em
fruticultura enfrenta algumas dificuldades, principalmente
devido ao pouco conhecimento do sistema radicular no
que diz respeito à morfologia, distribuição e absorção dos
nutrientes do solo.
As plantas frutíferas exploram grandes volumes de solo e
se diferenciam das plantas anuais, pois apresentam
estruturas que podem armazenar nutrientes de um ano
para outro, como raízes, caule, ramos e folhas.
A análise química das plantas frutíferas mostra que 17
elementos são considerados essenciais: carbono (C),
hidrogénio (H), oxigénio (O), nitrogénio (N), fósforo (P),
potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S),
boro (B), ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), cobre
(Cu), molibdênio (Mo), cloro (Cl) e sódio (Na).
B - Distribuição do sistema radicular
Plantas herbáceas anuais, o sistema
radicular se desenvolve na camada arável do
solo - Incorporação o fertilizante antes do
plantio é fácil. Plantas perenes, o sistema
radicular se concentra numa faixa que vai de O
a 40cm de profundidade, dificultando a
colocação dos fertilizantes à disposição das
raízes, depois que o pomar esta implantado;
Métodos são:
1 - sintomatologia visual,
2 - análise do solo,
3 - análise foliar,
4 - exportação de nutrientes;
Deficiência Zinco
DEF DE MN
2 – Método análise química do solo
Determina os teores dos macronutrientes e
alguns micro e, principalmente, da acidez
ou alcalinidade do solo.
A análise do solo antes de instalar o pomar,
tem uma importância decisiva, pois é
possível corrigir eventuais deficiências
deste.
Depois de instalado o pomar, há
dificuldades nas práticas de incorporação
de fertilizantes;
Recomenda-se retirar amostras em duas
profundidades: O a 20cm e 20 a 40cm;
De uma maneira geral, todas as tentativas
de correlacionar os valores da análise de
solo com as necessidades de nutrientes,
medidos por outros métodos, não têm
apresentado resultados que permitam
estabelecer uma boa correlação.
Plantio intercalar alternado
Facilitando os tratos;
3 – Método da análise foliar
As folhas são importantes centros
metabólicos e a análise foliar reflete o
estado nutricional da planta com mais
fidelidade. Por isso, a análise foliar é uma
das melhores técnicas disponíveis para
avaliar o estado nutricional dos pomares e
orientar programas de adubação,
juntamente com o conhecimento da
fertilidade do solo e de diversas influências
de ordem técnica e climática.
Apesar de um bom método deve ser aferido
com dados médios da região (tabela).
Exemplo para pessegueiros (a seguir)
As análises foliares podem ser empregadas
também, as vezes, com a finalidade de
previsão, especialmente no que se refere a
doenças fisiológicas de pós-colheita.
LOCAL DE COLETA DE SOLO E FOLHA
Laboratório
4 - Método comportamento das plantas
O comportamento das plantas depende de
vários fatores que estão interrelacionados
(formação de gemas de flor, hábito de
florescimento e frutificação, produção,
crescimento, entre outros). Todos esses
fatores, cuja expressão definem o
comportamento, são influenciados pela poda,
fornecimento de nutrientes, umidade, etc;
Portanto, a avaliação do comportamento das
plantas, apesar de suas características de
subjetividade, pode ser considerado como
prevalente sobre os demais processos utilizados
para o diagnóstico;
Exemplo (pessegueiro) o crescimento médio do
ramo do ano não deve ser inferior a 50cm em
plantas jovens e 35cm em pomares mais
velhos. O crescimento da planta pode ser
avaliado pela circunferência do tronco a 20cm
do solo, já que existe uma relação entre ela e a
capacidade de produção.
COBERTURA VEGETAL DO SOLO
RECOMENDAÇÕES
indigófora
E - Adubação de plantas frutíferas
1– CALAGEM
3 - Plantas em formação e
produção
FORMULA NPK
20 - 10 - 10
AGOSTO NOV. FEV.
---------------------------- g/planta -----------------------------
CALCULE 50 LITROS/PLANTA
F - Distribuição dos fertilizantes
no pomar
Considerações:
Adubos sintéticos – Formas Solúveis
entram logo na solução do solo;
Adubos Orgânicos são estáveis;
Os nitratos se movem livremente, os sais
de potássio e amoniacais bem menos e os
fosfatos quase nada;
A distribuição dos fertilizantes é feita com
o objetivo de colocar o nutriente à
disposição do sistema radicular da planta.
LOCALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES
faixa
F - Sistemas de Distribuição de Nutrientes
1 - Distribuição a lanço
Recomendações:
equipamentos que produzam partículas pequenas;
aplicação no final da tarde ou à noite evita a secagem rápida
da folha, já que o orvalho ajuda a absorção.
Normalmente, aplica-se soluções bastante diluídas (menos
que 1%), para evitar-se queimaduras nas folhas;
Aplicação de micro e macronutrientes via foliar
Pomares em produção 2
aplicações na
florada e nas brotações de
verão;
Pomares em formação 3
pulverizações nas épocas de
vegetação ( ago, nov, jan);
Aproveitando o Programa
Fitossanitário;
H - Fontes de nutrientes
O originados de processos
industriais ou a partir de restos de
culturas, resíduos urbanos tratados,
estercos e resíduos industriais
líquidos, por exemplo, o vinhoto de
cana-de-açúcar.
Fosfatos Naturais
Sintéticos
Recomendações
Cálcio - cinco a dez pulverizações quinzenais com cloreto de
cálcio (CaCl2) a 0,6%, em plantas em produção, para
prevenir deficiências nas frutas (Bitter pit)
Magnésio - duas a cinco pulverizações quinzenais com
sulfato de magnésio (MgSO4) a 2 ou 3%.
Zinco - duas a cinco pulverizações com sulfato de zinco
(ZnSO4) a 0,2% ou fungicidas a base de Zn. Ao aplicar
ZnSÜ4 com altas temperaturas, adicione hidróxido de cálcio
(Ca(OH)2) a 0,2% para evitar fitotoxidez.
Boro - duas a três pulverizações quinzenais com bórax a
0,4% ou solubur a 0,2%.
O magnésio e o boro devem ser aplicados somente quando o
teor foliar for abaixo do normal ou insuficiente. Deve-se
iniciar as pulverizações quando as frutas atingirem Icm de
diâmetro.