Sei sulla pagina 1di 39

Noção Geral de Actos de

Comércio

Artigos: 2º; 3º e 230º do Código


Comercial

Docente: Dr. João Gomes


Discentes: João Portugal Dos Reis
Artigo 1º do Código Comercial

Art. 1.º Objecto da lei comercial

“ A lei comercial rege os actos de


comércio sejam ou não comerciantes
as pessoas que neles intervêm”
Direito Comercial

 O Direito Comercial regula as relações


situadas numa posição jurídica equivalente
às do Direito Civil, sempre que essas
relações derivam do comércio. Por isso se
diz que é um direito privado especial –
porque se afasta das regras do direito
comum e estabelece um regime
diferenciado para uma classe específica de
relações jurídicas.
Evolução Histórica

 Regras no mundo Antigo:


- Babilónia 1700 a.C. - Código de Hamurabi
(normas sobre sociedade, juro, depósito,
empréstimo, comissão);
- Fenícios – normas de Direito Marítimo;
- Gregos – regras de Direito Marítimo;
- Romanos – Não criaram regras específicas
do Dto comercial.
Evolução Histórica

É na Idade Média que adquire expressão própria,


com o desenvolvimento das cidades comercias
de Itália, na Flandres e na Alemanha
 Aparecimento e desenvolvimento das feiras;
 Comerciantes enriquecem.

Toda esta Actividade normativa desenvolveu-se


mais com o impulso dos descobrimentos, que
activaram o comércio marítimo.
Evolução Histórica

 Na Idade Moderna, as corporações


perdem importância face à afirmação
crescente do poder real.
 Em Portugal, as corporações
subsistiram até ao século XIX, ao
mesmo tempo que os governantes
dão mais atenção às questões
comerciais.
Evolução Histórica
Portugal:
Foram criadas duas compilações com normas
mercantis:
 1673 sobre comércio terrestre:
 1681 sobre comércio marítimo

Lei da Boa Razão – mandou suprir os casos


omissos das leis internas através do
recurso às “leis económicas, mercantis e
marítimas das nações civilizadas”.
Evolução Histórica

 Em consequência do movimento
edificado, constituiram-se os Códigos
Comerciais, surgindo também em
1899 o Código das Falências.
 Os tribunais de comércio de 1932 que
só tratavam de acções comerciais,
foram extintos trazendo
consequências negativas.
 Perdeu-se solenidade porque deixou
de haver tribunal especializado.
Evolução Histórica

 Jurisdição comercial actual:


 Criaram-se tribunais marítimos só para
problemas do foro marítimo, no entanto,
actualmente só existe o de Lisboa;
 Relação do tribunal de comércio, lei 3/99
de 3 de Janeiro mas que não alcança a
totalidade das matérias que lhe dizem
respeito e limita-se a determinadas
matérias nomeadamente sociedades
comercias;
Lei n.º 3/99, de 13 de Janeiro
Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais: SUBSECÇÃO VI -
Tribunais de comércio

Artigo 89.º Competência


1 – Compete aos tribunais de comércio preparar e julgar:
a) Os processos especiais de recuperação da empresa e de falência;
b) As acções de declaração de inexistência, nulidade e anulação do
contrato de sociedade;
c) As acções relativas ao exercício de direitos sociais;
d) As acções de suspensão e de anulação de deliberações sociais;
e) As acções de dissolução e de liquidação judicial de sociedades;
f) As acções de declaração em que a causa de pedir verse sobre
propriedade industrial, em qualquer das modalidades previstas no Código da
Propriedade Industrial;
g) As acções a que se refere o Código do Registo Comercial;

h) As acções de anulação de marca.


Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais
Judiciais

2 – Compete ainda aos tribunais de comércio julgar:


a) Os recursos de decisões que, nos termos previstos no
Código da Propriedade
Industrial, concedam ou recusem qualquer dos direitos privativos
nele previstos;
b) Os recursos dos despachos dos conservadores do registo
comercial;
c) Os recursos das decisões do Conselho da Concorrência
referidas no n.º 1 do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 371/93, de 29
de Outubro, e os recursos das decisões do Conselho da
Concorrência e da Direcção-Geral do Comércio e da
Concorrência, em processo de contra-ordenação, nos termos do
artigo 38.º do mesmo diploma.
Evolução Histórica
 1977 – criada uma comissão que
permite uma concepção de estrutura
de Direito de Empresa;
 Estabelecimento Comercial;
 Lei 53/04 – definida como toda a
organização de factores de produção
de actividade agrícola, comercial,
industrial ou prestação de serviços;
 O comércio electrónico deriva das
inovações tecnológicas dos meios de
comunicação.
Direito Comercial

O Direito Comercial é o Direito dos Actos


Comerciais, das Empresas e dos
Comerciantes - Artigo 1º, 2º, 230º e 463º

O Direito Comercial delimitou-se primeiro


pelos sujeitos depois pelos actos de
comércio
Artigo 2º Código Comercial

Noção de actos de comércio


“Serão considerados actos de comércio todos
aqueles que se acharem especialmente
regulados neste Código, e, além deles,
todos os contratos e obrigações dos
comerciantes, que não forem de natureza
exclusivamente civil, se o contrário do
próprio acto não resultar.”
Art.º2 – Noção de actos de comércio

 Não há um conceito homogéneo ou


genérico de acto de comércio.

 Actos de comércio serão num


primeiro momento os regulados pelo
próprio Código Comercial;
A palavra acto, usada no art.º 2º, deve ser
tomada numa acepção muito mais ampla do
que a correspondente à conduta humana.
Abrange não só todo o facto jurídico (em sentido
amplo) ocorrido no âmbito da actividade
mercantil e ao qual sejam atribuídos efeitos
jurídicos, como aos factos jurídicos naturais ou
involuntários, actos jurídicos lícitos ou ilícitos,
negócios jurídicos, designadamente contratos,
bem como ainda factos jurídicos isolados ou
ocasionais.
Artigo 2º
Neste artigo estão presentes dois critérios distintos e
alternativos para que o intérprete possa determinar
quais são os actos de comércio:
a) actos objectivos - os que estiverem regulados
no código comercial e em outras leis comerciais
avulsas;
b) actos subjectivos - os que forem praticados por
comerciantes, presumindo-se (juris tantum) que não
têm natureza exclusivamente civil e que são
praticados em conexão com o exercício do comércio.
As regras próprias dos actos de comércio são:

1. Forma - princípio da consensualidade (artigos


96º e 97º do C. Com);
2. Solidariedade passiva (artigo 100º do C.
Com.);
3. Prescrição (artigo 317º - b) do C. Civil);
4. Onerosidade (artigo 102º do C. Com.).
Classificação dos actos de
comércio
Classificação mais consensual na doutrina:

1. Actos objectivos vs. actos subjectivos;


2. Actos absolutos (por natureza) vs. actos
acessórios (por conexão – objectivos vs
subjectivos);
3. Actos causais vs. actos abstractos;
4. Actos puros (bilateralmente comerciais) vs.
actos mistos (unilateralmente comerciais).
5. Actos substânciais vs actos formais;
Capacidade para a prática de actos de
comércio

Artigo 7º Código Comercial - Toda a


pessoa, nacional ou estrangeira, que for
civilmente capaz de se obrigar, poderá
praticar actos de comércio em qualquer
parte destes reinos e seus domínios, nos
termos e salvas as excepções do presente
código.
Artigo 230º Código Comercial
“Haver-se-ão por comerciais as empresas, singulares ou colectivas, que se propuserem:
1.º Transformar, por meio de fábricas ou manufacturas, matérias-primas, empregando para
isso, ou só operários, ou operários e máquinas;
2.º Fornecer, em épocas diferentes, géneros, quer a particulares, quer ao Estado, mediante
preço convencionado;
3.º Agenciar negócios ou leilões por conta de outrem em escritório aberto ao público, e
mediante salário estipulado;
4.º Explorar quaisquer espectáculos públicos;
5.º Editar, publicar ou vender obras científicas, literárias ou artísticas;
6.º Edificar ou construir casas para outrem com materiais subministrados pelo empresário;
7.º Transportar, regular e permanentemente, por água ou por terra, quaisquer pessoas,
animais, alfaias ou mercadorias de outrem.
1.º Não se haverá como compreendido no n.º 1.º o proprietário ou o explorador rural
que apenas fabrica ou manufactura os produtos do terreno que agriculta acessoriamente à
sua exploração agrícola, nem o artista industrial, mestre ou oficial de ofício mecânico que
exerce directamente a sua arte, indústria ou ofício, embora empregue para isso, ou só
operários, ou operários e máquinas.
2.º Não se haverá como compreendido no n.º 2.º o proprietário ou explorador rural que
fizer fornecimento de produtos da respectiva propriedade.
3.º Não se haverá como compreendido no n.º 5.º o próprio autor que editar, publicar ou
vender as suas obras.”
Artigo 230º C. Com.

 O Direito Comercial disciplina tanto o comércio


propriamente dito, como, de um modo geral, todas as
actividades que o legislador considerou deverem
beneficiar do regime específico do Direito Comercial,
através das normas qualificadoras, que caracterizam
como comercial certa matéria jurídica, dizendo:
 quais das empresas são mercantis,
 que negócios são comerciais,
 que pessoas são comerciantes.
Artigo 230º C. Com.

“ Haver-se-ão por comerciais as empresas,


individuais ou colectivas, que se
propuserem:”
- Enumeração de várias actividades;

Alcance Actos de comércio objectivos


Artigo 230º C. Com.
 A doutrina diverge quanto ao alcance desta norma:

José Tavares o alcance do artigo 230º seria de


carácter subjectivo: ele consistiria em atribuir a
qualidade de comerciante ao titular de qualquer
das empresas ali mencionadas.
Fernando Olavo considera que o artigo 230º
qualifica como comerciais as actividades a que se
dediquem as empresas nele enumeradas.
Artigo 230º C. Com.
Actividades abrangidas pelo art. 230º Ccom

actos de comércio, por não terem “natureza


essencialmente civil”

A actividade comercial

encadeado de actos interligados


Artigo 230º C. Com.

 O artigo 230° do Código Comercial diz que haver-


se-ão por comerciais as empresas, singulares ou
colectivas, que se dedicam às actividades ali
mencionadas.
 Estas “empresas” não constituem uma terceira
categoria de comerciante, são equiparadas aos
comerciantes, integrando-se em qualquer das duas
categorias referidas no art. 13°, consoante se trate
de empresas singulares (comerciantes em nome
individual) ou de empresas colectivas (sociedades
comerciais).
Artigo 230º C. Com.
Em suma o artigo 230º é uma norma
qualificadora importante, todos os
actos praticados no exercício de uma
das actividades abrangidas por este
artigo, serão sempre actos de
comércio por não terem “natureza
exclusivamente civil” (2ª parte do art.
2º) e por serem praticados por um
comerciante no âmbito do seu
comércio
Teoria do Acessório

Partindo da constatação de que certos actos,


civis pelas suas características, podem
tornar-se comerciais por serem praticados
em ambiente comercial. Segundo a teoria
do acessório, são actos de comércio
acessórios os actos praticados por um
comerciante no exercício do seu comércio,
e além disso, os actos ligados a um acto
de comércio absoluto.
Artigo 3.º do Código Comercial

 “Se as questões sobre direitos e


obrigações comerciais não puderem ser
resolvidas, nem pelo texto do direito
comercial, nem pelo seu espírito, nem
pelos casos análogos nele prevenidos,
serão decididos pelo Código Civil”.
Considerações a Relembrar
 Direito Comercial como direito privado especial

regula as actividades jurídicas que derivam do


exercício do comércio e de actividades afins;

O Direito Comercial tem o seu âmbito limitado

pelos seus próprios comandos decorrentes da letra, do


espírito e/ou da analogia das respectivas normas;
Artigo 3.º do C. Com.

 Os princípios e regras presentes no Código


Comercial podem estar ou não em sintonia
com os princípios e regras do Código Civil –
tem pontos de contacto e pontos de
divergência;

 No essencial o Código Comercial tem os


mesmos princípios estruturais que o Direito
Privado.
Regime a aplicar
1.º Definir se determinada relação jurídica é ou não
comercial (objectiva ou subjectivamente)

Normas delimitadoras
2.º Sendo um acto ou relação jurídica comercial há que
definir o regime. Sendo comercial, em princípio,
aplica-se o C. Comercial

Poderão surgir questões de interpretação e integração


Artigo 3.º Código Comercial
A interpretação das normas de Direito Comercial não
levanta muitas questões, pelo que se deverá
apenas ter em conta o art.º 9º C. Civil
(interpretação da lei).

A integração de lacunas divide-se entre o recurso à


analogia e a aplicação do direito civil comum

De acordo com o art.º 3º do C. Com se as questões


sobre direitos e obrigações comerciais não
puderem ser resolvidas pelo C. Com. recorre-se ao
direito civil como direito subsidiário
Normas Delimitadoras
Sendo um dto. especial, tem fronteiras e é através do
próprio Código e das normas delimitadoras que se
determinam as tais fronteiras.

- Normas delimitadoras gerais: estabelecem


fronteiras para as matérias gerais (art. 1º, 2º e 230º
C.Com.),

- Normas delimitadoras especiais: estabelecem


fronteiras para casos concretos (ex: contrato de
compra e venda, mandato).
Analogia
 As normas de Direito Comercial formam um corpo
autónomo, o que torna possível a sua aplicação
analógica dentro do campo do direito mercantil, o
que não sucedaria se fosse normas excepcionais –
art.º 11 Código Civil

 Dois aspectos essenciais:


► decorrente da lei mercantil;
► supõe que previamente está respondida a
questão de saber se os direitos e obrigações são
ou não de natureza comercial.
Analogia
 A analogia pode ser de dois tipos distintos:

► “Legis” – quando é aplicada uma determinada


disposição legal estabelecida para um caso
semelhante;

► “Juris” – quando é aplicado um princípio geral


do Direito Comercial construído a partir da
conjugação de várias disposições da Lei
Comercial.
Integração de lacunas

De acordo com o artigo 3º não é necessário


esgotar todas as possibilidades de
analogia dentro do código Comercial, pois
as normas de direito comercial não gozam
de precedência sobre as normas de direito
civil.
Deverá sempre em primeiro lugar ter-se em
conta a hipótese que regule da melhor
forma o caso omisso em apreço.
Conclusão
 O Direito Comercial é o Direito dos Actos
Comerciais, das Empresas e dos
Comerciantes - Artigo 1º, 2º, 230º

 Artigo 3º nenhuma questão dentro do


âmbito do direito comercial fica sem
resposta – direito civil como direito
subsidiário.
Bibliografia
- Manual de Direito Comercial, Miguel
J. A. Pupo Correia
- Manual de Direito Económico, Ana
Roque
- Site na
internet:www.direitoeconomia.com
- Código Comercial anotado
- Dicionário Jurídico, Ana Prata
- Código Civil

Potrebbero piacerti anche