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A perspectiva enunciativo-discursiva

de linguagem na BNCC:
repercussões para o ensino de
leitura e produção de texto em
língua portuguesa
Grupo:
ADRIANO CÉSAR LIMA DE CARVALHO
MARIA DO SOCORRO DE OLIVEIRA
ANA VERÔNICA CESÁRIO
GLEYDSON
RAY DA SILVA FERREIRA
WALKÍRIA MARIA DE OLIVEIRA
BIOGRAFIA DE ZILA MAMEDE
• Nascimento: setembro de 1928, em Nova
Palmeira/PB

• Encantamento: 13 de dezembro de 1985, em


Natal/RN
BIOGRAFIA DE ZILA MAMEDE
Zila da Costa Mamede foi poeta e bibliotecária. Obteve
destaque nas duas atividades as quais se dedicou.
Como poeta, rompeu o jejum poético potiguar após a
efervescência de Jorge Fernandes. Como bibliotecária,
participou de cursos nos grandes centros brasileiros e
até mesmo fora do Brasil. Não mediu esforços para
construir a biblioteca da UFRN que hoje leva seu nome.
Nasceu na Paraíba, mas ainda na infância mudou para
Currais Novos/RN e na adolescência para Natal/RN,
berço da sua realização artística e profissional.
PARTIDA
Zila Mamede
Quero abraçar, na fuga, o pensamento
da brisa, das areias, dos sargaços;
quero partir levando nos meus braços
a paisagem que bebo no momento.

Quero que os céus me levem; meu


intento
é ganhar novas rotas; mas os traços
do virgem mar molhando-me de abraços
serão brancas tristezas, meu tormento.

Legando-te meus mares e rochedos,


serei tranquila. Rumarei sem medos
de arrancar dessas praias meu carinho.

Amando-as me verás nas puras vagas.


Eu te verei nos ventos de outras plagas:
juntos – o mar em nós será caminho.
Intertextualidades:

Volosinov, Bakhtin, Teoria


Literária e Estudos de
Letramento
Ideias-força:
• Os textos não surgem isoladamente, mas em
relação com outros textos. Escrevemos em
resposta à escrita precedente e, enquanto
escritores, usamos os recursos produzidos por
escritores precedentes (BAZERMAN, 2007);
• Todo texto é um mosaico de citações, é absorção
e transformação de um outro texto (KRISTEVA,
1967);
• Todo texto é um intertexto; outros textos estão
presentes nele, em níveis variáveis, sob formas
mais ou menos reconhecíveis (BARTHES, 1994).
Oque é intertextualidade:
• Qualquer referência ao outro, tomado como posição
discursiva: paródias, alusões, estilizações, citações,
ressonâncias, repetições, reproduções de modelos, de
situações narrativas, de personagens, variantes
linguísticas, lugares comuns, etc. (FIORIN, 2008);
• Outros tipos: paródia, paráfrase, epígrife, pastiche,
bricolagem, tradução etc;
• Interdiscurso é o que chamamos memória discursiva: o
saber discursivo que torna possível todo dizer e que
retorna sob a forma sob a forma do pré-construído, o
já-dito que está na base do dizível, sustentando cada
tomada da palavra (ORLANDI, 2010);
• É preciso não confundir o que é interdiscurso e o que é
intertexto. O interdiscurso é todo o conjunto de
formulações feitas e já esquecidas que determinam o
que dizemos. Para que minhas palavras tenham
sentido é preciso que elas já façam sentido. E isto é o
efeito do interdiscurso: é preciso que o que foi dito por
um sujeito específico, em um momento particular se
apague na memória para que, passando para o
“anonimato”, possa fazer sentido em “minhas”
palavras. No interdiscurso, diz Courtine (1984), fala
uma voz sem nome (ORLANDI, 2010);
• Quando nascemos os discursos já estão em processo e
nós é que entramos nesse processo (ORLANDI, 2010).
Referências:
BARTHES, Roland. Texte (théorie du). In: Ouevres
completes. Tome II (1966-1973).Édition établie et
présentée par Eric Marty. Paris: Seuil, 1994, pp.
1.677-89.
BAZERMAN, C. (orgs). Intertextualidade: Volosinov,
Bakhtin, Teoria literária e estudos de letramento. In:
BAZERMAN, C.; HOFFNAGEL, J.;DIONÍSIO, A. Escrita,
Gênero e Interação Social. São Paulo: Cortez, 2007.
FIORIN, J. L. Interdiscursividade e intertextualidade.
In: BRAIT, Beth (org). Bakhtin: outros conceitos-
chave. 1. ed. São Paulo, Contexto, 2008.
KRISTEVA, Julia. Bakhtine, Le mot, Le dialogue et
Le roman. Critique. Revue générale de
publications. Paris, v. 29, fascículo 239, abr.
1967, pp. 438-65.
ORLANDI, E. P. Análise de discurso: princípios e
fundamentos. 9ª ed. Campinas, Pontes Editores,
2010.
Apesar de Você
Chico Buarque 1970

Notícia do Estadão, sobre o manifesto pelas eleições Amanhã vai ser outro dia
diretas para presidente, movimento conhecido como Amanhã vai ser outro dia
Diretas Já, São Paulo, abril de 1984. Amanhã vai ser outro dia

Hoje você é quem manda


Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
A foto intencional de Alfredo Rizzutti, na notícia veiculada no jornal, Água nova brotando
claramente dialoga com o texto da música de Chico Buarque, encontrado E a gente se amando sem parar
em faixa no meio da manifestação.
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Esse samba no escuro
Canção do exílio Canto de regresso à pátria Análise do poema de Oswald de Andrade
Gonçalves Dias 1843 Oswald de Andrade 1925
No poema de Oswald de Andrade, na primeira estrofe,
Minha terra tem palmeiras Minha terra tem palmares há uma quebra com os elementos que estão presentes
Onde canta o Sabiá, onde gorjeia o mar
no poema gonçalvino. Ao se referir a "palmares" no
As aves, que aqui gorjeiam, Os passarinhos daqui
Não gorjeiam como lá. Não cantam como os de lá
lugar de "palmeiras", faz uma alusão a Zumbi dos
Palmares, escravo fugido, símbolo da abolição,
Nosso céu tem mais estrelas, Minha terra tem mais rosas construindo assim uma referência crítica à escravidão
Nossas várzeas têm mais flores, E quase que mais amores no Brasil, uma mancha na história nacional. Quando o
Nossos bosques têm mais vida, Minha terra tem mais ouro poeta refere-se a "passarinhos" substituindo o termo
Nossa vida mais amores. Minha terra tem mais terra "aves" do poema gonçalvino, ele está rompendo com a
norma estética do Romantismo, uma forma de
Em cismar, sozinho, à noite, Ouro terra amor e rosas aproximar a linguagem da forma mais livre e simples
Mais prazer encontro eu lá; Eu quero tudo de lá possível, característica marcante da primeira geração
Minha terra tem palmeiras, Não permita Deus que eu morra modernista da literatura brasileira.
Onde canta o Sabiá. Sem que volte para lá

Minha terra tem primores, Não permita Deus que eu morra


A segunda estrofe é estruturada a partir das virtudes
Que tais não encontro eu cá; Sem que volte pra São Paulo da "terra", mostrando uma semelhança com o poema
Em cismar – sozinho, à noite – Sem que veja a Rua 15 romântico, porém, no segundo verso, é de um realismo
Mais prazer encontro eu lá; E o progresso de São Paulo desconcertante, conseguido pelo ?quase? que
Minha terra tem palmeiras, antecede o advérbio ?mais?".
Onde canta o Sabiá.
A terceira estrofe do poema modernista confirma a
Não permita Deus que eu morra, ideia de Gonçalves dias, a súplica a Deus para que não
Sem que eu volte para lá; o deixe morrer sem voltar a sua terra.
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Evidenciado na última estrofe, onde reside uma grande
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
diferença entre os dois poemas, o referencial espacial,
o poema romântico refere-se ao Brasil, o de Oswald de
Andrade refere-se à São Paulo, símbolo do progresso
do país.
PARÓDIA

Pressupõe uma relação de


ambivalência entre dois textos ou
segmentos textuais. A Paródia
desconstrói o sentido original e o
reconstrói.

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