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ÉTICA E CIDADANIA

WEBCONFERÊNCIA II

Dra. Andressa R. Queiroz


Conceito de razão moral objetiva
• Atualmente, o conceito de moral objetiva está vinculado a autores como
Willian Lane Craig (2011) que articulam a discussão sobre moralidade ao
debate a respeito da existência de Deus. De acordo com tal compreensão,
os valores de “certo” e “errado” estariam definidos para além das vontades
particulares dos indivíduos.
Conceito de razão moral objetiva
• Dentre os argumentos para sustentar a tese de que a moral é objetiva,
costuma-se utilizar:

• A noção histórica de que fatos como os ocorridos durante a Segunda Guerra


Mundial, como, por exemplo, o holocausto, são imorais objetivamente, isto é,
independentes dos resultados que levaram à queda do regime nazista.

• A afirmação de que a noção contrária, isto é, de que a moral seria o resultado da


construção subjetiva e intersubjetiva, não é capaz de sustentar a obrigatoriedade da
ação moral, o que tornaria permissível qualquer tipo de comportamento em
particular.

• Na ausência de Deus e, por conseguinte, na ausência de leis morais objetivas, nada


seria “bom” ou “mau”, pois tudo dependeria da perspectiva definida pelo próprio
observador de acordo com seu ponto de vista em particular.
Conceito de razão moral objetiva
• A noção de moral objetiva esteve presente na discussão filosófica bem
antes do advento da era cristã. Platão já discutia o problema da dicotomia
entre o plano objetivo e subjetivo na medida em que investigava a natureza
do conhecimento.

• Para o filósofo grego, assim como para muitos outros que se seguiram, a
verdade é aletheia, isto é, desvelamento das ilusões e apresentação da
essência real das coisas, de modo objetivo. Em contrapartida, denunciava o
plano subjetivo das opiniões, doxa, enquanto fonte de enganos e trapaças.

• A razão moral objetiva em Platão pode ser entendida como pertencente à


dimensão das leis teóricas que se legitimam dada sua condição de verdade.
Conceito de razão moral objetiva
• Kant (2015), em sua obra Fundamentação da metafísica dos costumes,
afirmava que os imperativos, isto é, as obrigações a serem seguidas, podem
ser definidas em duas categorias distintas:

• Imperativos hipotéticos: ações movidas por interesses que são exteriores aos
indivíduos, e por isso, tem como princípio o desejo subjetivo, pessoal, na obtenção
de alguma finalidade que produza o bem-estar ou felicidade. Temos como exemplos
do cotidiano: cumprir com suas funções profissionais com o desejo de ser
promovido na empresa; evitar o conflito ou a violência com o interesse de não ser
castigado pelas autoridades.

• Imperativos categóricos: ações movidas pela noção esclarecida de sua justificação


universal. Assim, mesmo que determinada ação não atenda aos desejos pessoais do
indivíduo que age, e produza eventualmente algum tipo de consequência
indesejável, ainda é preferível por ter validade objetiva, isto é, para além da
subjetividade dos agentes em questão.
Distinção entre as razões morais objetivas
e as
relações concretas
• Em termos modernos, encontramos em correntes como o empirismo e o
materialismo histórico uma semelhante negação às razões morais
objetivas, tendo por fundamento a premissa de que as fontes de todo
conhecimento e de toda a legislação ética são concretas e dependes da
experiência histórica.
Distinção entre as razões morais objetivas
e as
relações concretas
• No empirismo, de autores como John Locke e
David Hume, a raiz de todo conhecimento é a
experiência empírica, concreta, pela qual o
indivíduo apreende informações do mundo real
e transforma tais impulsos em pensamentos,
inicialmente simples e posteriormente mais
complexos. Assim, mesmo noções
extremamente abstratas, como a concepção de
um Deus, ou qualquer tipo de divindade
transcendente, seriam produto de processos
mentais a partir de elementos que foram
capturados a princípio pela experiência
concreta coma matéria.
Distinção entre as razões morais objetivas
e as
relações concretas
• De acordo com o materialismo histórico, de Karl Marx, as
condições concretas que definem os modos de produção e
consumo, o sistema econômico adotado e as constituições
sociais e políticas desenvolvidos pela cultura ao longo do
tempo, determinam também os valores que são
legitimados enquanto ideologia dominante.

• Tais valores se tornam a base para as distinções morais que,


segundo esta perspectiva, não teriam existência
independente da dinâmica concreta, objetiva, mas seriam o
produto mais sofisticado dos modos de vida que foram
assumidos pela sociedade.
Diferenciação entre as razões morais
objetivas e subjetivas
• Friedrich Nietzsche (2007), filósofo alemão do século XIX, em sua obra
Sobre a verdade e a mentira, afirma que a verdade, assim como os valores
morais vinculados ao que se afirma enquanto verdadeiro, isto é, “certo” e
“errado”, “justo” e “injusto”, “bem” e “mal”, foram desenvolvidos ao longo
do tempo, a partir das relações concretas dos indivíduos.

• As verdades são determinadas pelo discurso que se impôs como mais forte
sobre os demais, seja ele um discurso político, ético ou científico.
Diferenciação entre as razões morais
objetivas e subjetivas
• No contexto plural da atualidade, é possível encontrar diferentes tipos de
construção dessa tensão entre as razões morais objetivas e subjetivas.

• Tendências à defesa do subjetivismo extremo, no qual a individualidade se


tornou o bem mais precioso da espécie e os indivíduos estariam dispostos a
assumir, de forma radical e absoluta, a fragmentação social dos valores
convencionais, contrasta com a tendência inversa, em que grupos subjugam
completamente os desejos e anseios dos integrantes em nome de certo
ideal, político, social ou religioso.
Diferenciação entre as razões morais
objetivas e subjetivas
• Vivemos em um mundo de tensões e antagonismos.

• Assim como as tendências ao extremismo ideológico são encontradas


facilmente (cada vez mais facilitado pelas novas tecnologias), também
encontramos misturas curiosas que, de modos distintos, combinam as
oposições e constroem modos de vida e concepções sobre a vida muito
particulares.

• Conceitos como pluralidade e diversidade, se chocam e se combinam com


outros como universalidade e unidade. No fundamento das discussões que
envolvem, em última instância, a questão de direitos e deveres, está o
problema da objetividade em relação à subjetividade.
Ética e política
• A marca característica da ética na Antiguidade era a sua
indissociabilidadeda política. Para Platão, a constituição da polis deve
passar por governantes sábios, justos e virtuosos. Aristóteles, sendo
discípulo de Platão, seguiu ideia do seu mestre.

• Platão, em A república, no Livro II, afirma que o homem justo se


assemelhará à cidade justa. É nessa concepção que Platão compara a ideia
de justiça tanto para o indivíduo quanto para a sociedade, sendo harmônica
essa relação. Essa relação compreende o estudo tanto da ética quanto da
constituição da polis.
Ética e política
• Essa relação entre ética e política estava ligada diretamente ao conceito de
justiça. Tanto para Platão quanto Aristóteles, justiça (dikaiosýne) é também
uma virtude (areté), uma vez que a justiça é tanto a ordem da comunidade
dos cidadãos quanto a virtude individual de cada cidadão, indicando para
eles o discernimento do que é justo e injusto.

• À luz dessa filosofia de Platão e Aristóteles, é inconcebível pensar o projeto


individualista do liberalismo moderno, uma vez que, para os gregos, a
liberdade se situa, sobretudo, na esfera política.

• Para os gregos, ética e política não poderiam ser dissociadas. Essa


dicotomia surgiu com o liberalismo moderno, que acabou por romper os
laços com a polis, uma vez que buscou fortalecer a dimensão do
individualismo humano.
Ética e política
• Em O príncipe, Maquiavel, não rejeita os
princípios éticos, somente defende a
autonomia da política em relação à ética,
devendo o príncipe saber usar de artifícios
estratégicos que contrastem, por exemplo,
com a moral, se quiser manter o seu poder.
Ética na política brasileira frente à Lei da
Ficha Limpa
• Com todas as instituições em xeque, inclusive o judiciário, o sentimento de
desesperança impera entre a população, que busca em políticos demagogos e até
mesmo autoritários uma segurança que não consegue encontrar mais nem no
judiciário, que sofre devido ao fenômeno de politização.

• Nesse momento de crise, não só política, mas das instituições, impõe-se a


necessidade de reflexão a respeito de ética e política.

• Universo político não pode ser reduzido simplesmente ao campo da ética ou da


moral, uma vez que os valores políticos transcendem os valores éticos, já que a
política é muito mais do que simplesmente o agir de forma proba, com caráter,
pois a política liga as relações sociais.
Ética na política brasileira frente à Lei da
Ficha Limpa
• Na política brasileira, há inúmeros escândalos de corrupção, que, por mais
que pareçam surgir com determinado partido ou grupo político, sempre
existiram no Brasil, o que mostra a necessidade de um exercício histórico-
crítico.

• Privataria tucana;
• Mensalão;
• Operação lava jato;
Lei da Ficha Limpa

• Movimento de combate à corrupção;


• Associação brasileira de magistrados;
• Procuradores e promotores eleitorais;
• Central única dos trabalhadores (CUT);
• Ordem dos advogados do brasil (OAB);
• Diversas organizações não governamentais.
Lei Complementar nº. 135/2010 (BRASIL,
2010) trouxe foram:
• Aumento no rol dos crimes;
• Quando houver rejeição das contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas ou a ação do agente
for dolosa, exige anulação ou suspensão da decisão pelo poder judiciário, não apenas o ajuizamento da ação
judicial;
• Inelegibilidade para os condenados por captação ilícita de sufrágio;
• Previsão de inelegibilidade para os excluídos do exercício da profissão;
• Aplicação de inelegibilidade aos condenados que simularam a cessação do vínculo conjugal ou da união
estável para evitar a inelegibilidade em razão de parentesco;
• Exclusão da incidência da lei que estabelece casos de inelegibilidade sobre os crimes culposos, os de menor
potencial ofensivo, os de ação penal privada e a renúncia para fins de desincompatibilização;
• Abolição da exigência do trânsito em julgado da decisão judicial para fins de inelegibilidade, bastando
decisão proferida por órgão judicial colegiado;
• Prioridade na tramitação dos processos que versarem sobre desvio ou sobre abuso do poder econômico ou
do poder de autoridade;
• Possibilidade de suspensão cautelar da inelegibilidade por decisão proferida do órgão colegiado
competente;
• Aumento do prazo das inelegibilidades para 8 anos.
Código de Ética e Decoro Parlamentar do
Senado Federal e da Câmara dos
Deputados
• Ética e política vêm estabelecendo um exame de comunhão na aplicação do debate
político;

• Os códigos de ética e decoro parlamentar nas diferentes casas legislativas, como


resposta ao anseio popular de cada vez mais buscar uma política transparente e menos
corrupta, no mesmo passo do surgimento do projeto de lei de iniciativa popular
conhecido como lei da ficha limpa.

• O decoro está inserido paralelamente à moral.

• O decoro é a decência, a honradez e a dignidade, enquanto norma de conduta social


que deve orientar a atividade parlamentar.

• A quebra desse decoro pode ser punida com a perda do mandato de forma temporária
ou definitiva.
Código de Ética e Decoro Parlamentar do
Senado Federal e da Câmara dos
Deputados
• Dentro do parlamento brasileiro, tanto a Câmara dos Deputados quanto o
Senado Federal têm as suas atividades regidas por um Código de Ética e
Decoro Parlamentar próprio para cada Casa Legislativa, que dispõe sobre
os deveres e os atos incompatíveis e atentatórios contra o decoro
parlamentar, impondo penalidades e demais sanções.
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
• Nas duas Casas Legislativas, há um Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
que, entre outras atribuições:

• busca observar os preceitos éticos;


• preservar a dignidade parlamentar
• responder consulta à mesa diretora, comissões parlamentares e deputados acerca
de matérias de sua competência.

• O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar somente atua mediante


provocação da mesa diretora das Casas Legislativas para instaurar processo
disciplinar contra deputado ou senador que tenha agido de forma a violar o
Código de Ética e Decoro Parlamentar.
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
• Os trabalhos dos Conselhos de Ética, tanto da Câmara dos Deputados
quanto do Senado Federal, são regidos por regulamentos próprios e
especificidades de cada casa legiferante.
O que é cidadania?
A palavra cidadania vem de civitas, que, do latim, refere-se ao indivíduo que
habita a cidade. Assim, com o início da vida na cidade, em coletividade, surge
a necessidade de os indivíduos exercerem seu papel de cidadãos — com
direitos e deveres;

• Na Grécia Antiga, o conceito de cidadania resumia-se aos direitos políticos,


e, ainda assim, nem todos eram considerados cidadãos;

• Na Roma Antiga, o conceito de cidadania está ligado à classe social à qual o


indivíduo pertencia. Havia três classes sociais: os patrícios, descendentes
dos fundadores; os plebeus, descendentes dos estrangeiros; e os escravos,
prisioneiros das diversas guerras e, também, aqueles que não pagavam
seus débitos.
O que é cidadania?
• Exercer a cidadania significa viver em constante luta por melhorias na
qualidade de vida — individuais e coletivas —, em busca de liberdade,
dignidade e igualdade.

• Rousseau, Montesquieu, Diderot e Voltaire, já defendiam essa ideia de


cidadania, onde existiria um governo democrático e ampla participação
popular, findando os privilégios de classe e inaugurando os ideais de
liberdade e igualdade como direitos fundamentais dos homens (Manzini-
Covre, 2010).
O que é cidadania?
• É a prática do indivíduo em exercer seus direitos e deveres, no âmbito de
uma sociedade do Estado.

• Não se restringe somente ao ato de votar e ser votado, como pensado por
muitos, mas envolve viver em sociedade, cumprir seus deveres e ter seus
direitos garantidos, por meio da justiça social (PEREIRA, 2011).

• A cidadania, pois, deve garantir a plena emancipação dos indivíduos que,


por meio de seus deveres com a sociedade, têm seus direitos inerentes à
vida— como saúde, assistência social, educação, moradia, renda,
alimentação, entre outros, garantidos pelas políticas sociais.
O que é cidadania?
A cidadania brasileira, nesse sentido, permanece em uma constante
construção, num movimento de ampliação e encolhimento das políticas
sociais, à medida que, em muitos momentos históricos, inclusive atualmente,
muitos indivíduos não têm o direito de ter suas necessidades básicas
garantidas ou, nem mesmo, o mínimo necessário para sua subsistência e da
família (PEREIRA, 2011).
O que é cidadania?
• É por meio do exercício de cidadania, assumindo o papel de cidadãos, que
se dará a ampliação dos direitos mediante políticas sociais. As ações
coletivas, nesse sentido, são mais eficazes do que as individuais, e o que é
conquistado por meio do coletivo fortalece a cidadania de todos.
O desenvolvimento das políticas sociais
a partir da concepção de cidadania

• Desenvolvimento das políticas sociais está diretamente relacionado à


concepção de cidadania, com cidadãos portadores de direitos e deveres.

• A conquista da cidadania perpassa a efetivação dos direitos sociais,


políticos e civis, dentro de uma perspectiva de universalização dos direitos,
por meio das políticas sociais
O desenvolvimento das políticas sociais
a partir da concepção de cidadania

• A partir do momento em que os indivíduos reconheceram-se como


cidadãos pertencentes a um grupo social e ansiando pela sua condição de
cidadania, passaram a enfrentar, sobretudo em coletivo, a forma de
organização e produção da sociedade, sendo que os padrões de proteção
social e as políticas sociais são as respostas para esses enfrentamentos.

• As condições de trabalho e vida dos cidadãos têm forte relação com o


surgimento das primeiras iniciativas de proteção social e políticas sociais, já
que estas têm correlação direta com a luta de classes, ou seja, relação
capitalismo versus trabalhador.
O desenvolvimento das políticas sociais
a partir da concepção de cidadania

• É importante ressaltar algumas das políticas sociais que marcam o período, por
ordem cronológica, quase sempre em resposta às lutas coletivas pelos direitos
sociais. São elas:

• 1923 – Lei Eloy Chaves, que cria as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP), para os
trabalhadores ferroviários
• 1933 – Criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs)
• 1942 – Criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA), destinada ao atendimento de
pessoas pobres, com apoio à maternidade e infância
• 1943 – Promulgação das Consolidações das Leis Trabalhistas (CLT)
• 1960 – Aprovação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS)
• 1966 – Criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)
• 1988 – Promulgação da Constituição Federal do Brasil, a chamada Constituição Cidadã

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