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CONSELHOS TUTELARES:
POSSIBILIDADES E
PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO
ESTRUTURA E
FUNCIONAMENTO DO
CONSELHO TUTELAR
Conselho Tutelar
ECA, Art. 131
Por definição legal, o Conselho Tutelar é órgão:
Permanente,
Autônomo,
Não jurisdicional
HABILIDADES DO
CONSELHEIRO
TUTELAR
Acolher: Base da relação de confiança que se espera
construir
Atender física e espiritualmente: Mostrar disponibilidade
corporal, ficar de frente, manter contato visual, fisionomia
receptiva, comunicando disponibilidade e interesse;
Observar é olhar com atenção; escutar com serenidade e
atenção, compreender o que é dito, fazer leitura do sujeito
(aparência, postura, coerência, dificuldades não ditas etc.), e das
interações familiares;
Escutar é captar as mensagens, compreendendo melhor as
pessoas e suas relações com o contexto. Ficar calado, não
interromper, evitar distrações, suspender julgamentos,
preconceitos, padronizações. Atender em local reservado;
É TAMBÉM FUNDAMENTAL:
- Respeitar o próximo a cada passo do atendimento. O respeito é a base
de todo processo dialético e pedagógico.
- Aprender a enxergar além dos problemas e dificuldades enfrentadas
pelas famílias atendidas, identificando também os aspectos positivos e as
potencialidades a serem trabalhadas pela “rede de proteção” à criança e
ao adolescente local (zelando para que isto de fato ocorra).
- Respeitar o “tempo” da criança/adolescente/família atendida, que nem
sempre terá condições de cumprir, ao menos de imediato, aquilo que se
espera deles (daí porque é fundamental a análise da “capacidade” de cada
um, a partir de uma avaliação técnica interdisciplinar criteriosa, bem
como da participação do destinatário da medida na sua definição, assim
como no processo de elaboração do “Plano Individual de Atendimento”).
- Analisar com senso crítico a qualidade e a “forma” como o atendimento
é realizado, pois estas são determinantes para seu êxito ou fracasso.
CAPACIDADE DE
COMUNICAÇÃO
Expor com clareza suas idéias e ouvir
as idéias do outro.
Conduzir com linguagem respeitosa.
Sugestões:
organizar a fala e os argumentos.
usar linguagem clara e objetiva.
ser pontual, educado e objetivo.
registrar por escrito as ocorrências
Importante jamais perder de vista que
os casos atendidos individualmente
deverão ser sempre levados ao
colegiado.
CAPACIDADE DE BUSCAR E REPASSAR
INFORMAÇÕES
É um erro reter informações, bem como
divulgá-las quando incorretas ou de
procedência duvidosa.
Combater a circulação de boatos,
preconceitos.
Sugestões:
confirmar informações;
preservar informações confidenciais;
divulgar informações de interesse coletivo;
registrar em prontuários individuais todos os
atendimentos efetuados;
compartilhar dúvidas e angústias com o
colegiado.
CAPACIDADE DE INTERLOCUÇÃO E
NEGOCIAÇÃO
É necessário saber interagir com pessoas que
tomam decisões (Prefeitos, Secretários,
Conselheiros do CMDCA, Juízes, Promotores etc.)
Saber quando ceder frente as pessoas que tomam
decisões.
Sugestões:
solicitar antecipadamente audiências e reuniões;
antecipar o motivo;
comparecer na hora marcada (de preferência
acompanhado);
ouvir argumentos e apresentar com serenidade os
próprios;
evitar atritos, provocações, insinuações e conflitos.
CAPACIDADE DE ARTICULAÇÃO
Saber agregar pessoas, grupos e todos os agentes do
SGD;
Buscar alianças, parcerias e articulações;
Auxiliar na organização e articulação da “rede de
proteção” à criança e ao adolescente local, inclusive no
que diz respeito à definição de papeis e criação de
“fluxos” e “protocolos” de atendimento
interninstitucional.
Sugestões:
identificar e conhecer pessoas envolvidas;
apresentar-lhes formas viáveis de apoio e participação;
trabalhar em equipe e com disciplina;
prestar contas à população (visibilidade do Conselho);
criar clima saudável e investir na confiança e
solidariedade.
CAPACIDADE DE ADMINISTRAR O
TEMPO
Saber administrar eficientemente o tempo
(conciliar vida particular).
Aprimorar a produtividade.
Sugestões:
arquivar o que não é de uso constante e
facilitar o acesso a documentos e materiais
de uso constante.
não deixar bagunça para o dia seguinte.
identificar pontos críticos de desperdício e
planejar.
reservar tempo para leituras e estudos.
CAPACIDADE DE REALIZAR REUNIÕES
EFICAZES
É fundamental saber organizar e conduzir reuniões
(instrumentos poderosos para troca de
experiências, decisões, soluções), tanto no âmbito
do colegiado (para discussão e descoberta de
solução para os casos atendidos individualmente
pelos Conselheiros) como junto a outros órgãos
públicos.
Sugestões:
definir pauta clara, curta e objetiva;
dimensionar tempo (evitar reuniões longas);
informar com antecedência;
criar disciplina e buscar concisão;
estimular participação e fazer sínteses.
CAPACIDADE DE ELABORAÇÃO DE
TEXTOS
Clareza, linguagem correta, objetiva e elegância.
Ser sucinto e ir direto ao assunto (evitar rodeios e
cerimônias).
Sugestões:
ter claro o objetivo e as informações essenciais.
elaborar pequeno roteiro.
utilizar frases curtas, ordem direta das idéias.
evitar adjetivação ofensiva, gírias, jargões e
repetição de palavras (sinônimos), salvo quando
utilizadas pela própria pessoa atendida.
Para Refletir:
“O Conselheiro Tutelar precisa acreditar no que faz, precisa vestir
a 'camisa de conselheiro tutelar', sentir orgulho de sua função e
trabalhar com autoestima.”
“As situações que se enquadram na esfera de atribuições do
Conselho Tutelar devem ser resolvidas pelo Conselho Tutelar,
não podendo ser este um mero ‘degrau’ para que o caso chegue
ao conhecimento da autoridade judiciária ou Ministério Público.”
“O Conselho Tutelar deve ter voz no CMDCA e possuir
articulação com os demais Conselhos deliberativos de políticas
públicas.”
“O Conselho Tutelar é um órgão político, porém não partidário.
Sua bandeira é a criança e o adolescente”.
“O Conselho Tutelar é, acima de tudo, um agente de
transformação da realidade de descaso, abandono e violência em
que vive uma significativa parcela das crianças e adolescentes
brasileiras”.
Mensagem final:
“A esperança tem duas filhas
lindas: a indignação e a coragem.
A indignação nos ensina a não
aceitar as coisas como estão;
a coragem, a lutar para mudá-las”.
(Santo Agostinho).
Tenhamos todos a coragem de lutar para mudar
aquilo que nos deixa indignados, não perdendo
jamais a esperança de construir um mundo melhor
para nossas crianças e adolescentes.
Referências
CURY, Munir de et al. Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado: comentários
jurídicos sociais. 9ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.
BRASIL. Lei nº 8.069/90. Estatuto da Criança e do Adolescente.
CONANDA. Resolução nº 139 de 17 de Março de 2010.
NOGUEIRA NETO, Wanderlino de et al. Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do
Adolescente. 2ª Ed. Minas Gerais: SEDESE, 2006.
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Tutelar: orientações
para criação e funcionamento / Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Brasília: Conselho
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA, 2007.
DIGIÁCOMO, Murillo José. Conselho Tutelar: parâmetros para a interpretação do
alcance de sua autonomia e fiscalização de sua atuação. Disponível em: . Acesso em
06/10/2011.
KOZEN, Afonso Armando. A Autonomia do Conselho Tutelar. Disponível em: . Acesso em
06/10/2011.
LIMA, Márcia Rosa. Limite de Autonomia Administrativa dos Conselhos Tutelares.
Disponível em: Acesso em 06/10/2011.
Sítios: www.crianca.mppr.mp.br
www.promenino.org.br.
www2.portoalegre.rs.gov.br/conselhos_tutelares
Apresentação adaptada por Murillo José Digiácomo, Procurador de Justiça do MPPR a partir de
power-point originalmente elaborado por Ranyere Mendes Vargas, Analista em Psicologia do MPMG.