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A Teoria da Variação e

Mudança Linguística:
noções básicas – PARTE 1

PROFA ANA ELIZABETH FÉLIX


REFLEXÃO INICIAL

• Linguagem e sociedade estão ligadas entre si


de modo inquestionável. Mais do que isso,
podemos afirmar que essa relação é a base
da constituição do ser humano (ALKMIN, 2001,
p. 21).
NOS ESTUDOS ANTERIORES...

• Vimos que há diversas propostas no âmbito da


linguística contemporânea que rejeitam a
abordagem associal dos estudos estruturalistas e
gerativistas.
AGORA VEREMOS...

• De agora em diante, vamos discutir com mais vagar


sobre uma dessas propostas: a da Sociolinguística
Variacionista, fundada principalmente sobre as
pesquisas do linguista estadunidense William Labov
(que, por sua vez, como vimos, se inspirou em certas
ideias de Meillet).
O CAPÍTULO CONTÉM

• alguns dos principais conceitos teóricos da proposta


laboviana, que nos ajudarão a compreender qual é
exatamente o olhar sobre a língua(gem) que ela assume
– bem como sobre a complexa relação entre
língua(gem) e sociedade –, de que formas ela se opõe
a certas concepções (até hoje) vigentes em linguística e
como ela se concretiza em uma análise empírica de
dados linguísticos.
AS PROPOSTAS... E LABOV

• Como já vimos, as duas abordagens teóricas de maior


projeção na linguística, pelo menos até a década de
1960, foram o estruturalismo e o gerativismo. De fato, a
concepção estruturalista de língua de Ferdinand de
Saussure fez muito no sentido de elevar a linguística à
posição de campo científico pleno, com objeto e
método definidos.
AS PROPOSTAS... E LABOV

• Chomsky sofisticou ainda mais os objetivos dessa


ciência ao propor que a faculdade da linguagem é
um componente universal e inato da espécie
humana, cujas regras poderiam ser descritas a partir
da análise das construções gramaticais (aceitáveis)
de línguas diversas.
AS PROPOSTAS... E LABOV

• No entanto, tanto estruturalistas quanto gerativistas


deixam de lado as possíveis influências externas
(históricas, sociais, ideológicas etc.) sobre a estrutura
linguística, assumindo uma perspectiva pela qual as
regras e relações internas dos componentes da
gramática são suficientes para uma descrição
adequada do objeto.
AS PROPOSTAS... E LABOV

• De acordo com essas propostas, o sistema a ser


descrito pela linguística era um construto homogêneo,
ou seja, não eram consideradas eventuais variações ou
influências típicas da fala sobre os elementos da língua.
Desse modo, a variabilidade (o fato de que pode haver
mais que uma forma expressando o mesmo significado),
o valor social das formas linguísticas e o estudo empírico
das mudanças na língua ficavam excluídos da agenda.
A OBRA
A PARTIR DA OBRA
• É a partir desse contexto que se posiciona, desde a década de
1960, o linguista William Labov, questionando e propondo um novo
olhar sobre a estrutura das línguas e especialmente sobre os
fenômenos da variação e da mudança linguísticas. Em seu livro
Padrões sociolinguísticos (Sociolinguistic patterns, 1972), Labov
apresenta os principais postulados teóricos e a metodologia de
trabalho empírico com a linguagem dessa nova proposta.
Conforme já adiantamos inicialmente, a proposta teórico-
metodológica de Labov surge como uma reação aos modelos
saussureano e chomskiano.
CRÍTICAS DE LABOV EM SAUSSURE
• Como todos os falantes possuem um conhecimento da
langue (que é a parte social da linguagem), é possível
estudar o aspecto social da linguagem pela observação
de um único indivíduo. No entanto, o estudo da parole
(que é a parte individual da linguagem) só pode ser feito
pela observação dos indivíduos interagindo
linguisticamente, ou seja, pela observação da linguagem
em seu contexto social. A isso se chama paradoxo
saussureano;
CRÍTICAS DE LABOV EM SAUSSURE

• Os fatos linguísticos são explicados através de outros


fatos linguísticos. Trata-se do princípio da imanência. Em
outras palavras, tudo o que acontece na língua é
motivado e explicado por meio da própria estrutura da
língua, pela atuação de forças internas, sem influência de
nenhuma força externa;
CRÍTICAS DE LABOV EM SAUSSURE
• A fala só opera sobre um estado de língua e as
mudanças que ocorrem entre os estados não têm nesses
nenhum lugar. O primeiro aspecto (estado de língua)
constitui a realidade verdadeira e única. Os fatos
evolutivos (diacrônicos) não são percebidos pela massa
falante e não fazem parte do sistema da língua, que é
estático. Portanto, há um emparelhamento: de um lado,
sincronia e fato estático e, de outro, diacronia e fato
evolutivo; ambos os lados são mutuamente
incompatíveis.
A VISÃO DE LABOV
CRÍTICAS DE LABOV EM CHOMSKY

• O objeto da linguística é uma comunidade de


fala abstrata, homogênea, composta por um
falante-ouvinte ideal;
CRÍTICAS DE LABOV EM CHOMSKY

• Os dados linguísticos analisados correspondem


às próprias intuições do linguista e/ou dos falantes
sobre a linguagem. São eles que fazem
julgamentos acerca da (a)gramaticalidade das
sentenças, e esses dados intuitivos são usados na
construção de teorias.
VISÃO DE LABOV
A PROPOSTA DA TEORIA DA VARIAÇÃO E
MUDANÇA LINGUÍSTICA
• O ponto fundamental na abordagem proposta
por Labov é a presença do componente social na
análise linguística. Com efeito, a Sociolinguística se
ocupa da relação entre língua e sociedade e do
estudo da estrutura e da evolução da linguagem
dentro do contexto social da comunidade de fala.
A PROPOSTA DA TEORIA DA VARIAÇÃO E
MUDANÇA LINGUÍSTICA
• Ao eleger como objeto de estudo a estrutura e
a evolução linguística, Labov rompe com a
relação estabelecida por Saussure entre estrutura
e sincronia de um lado e história evolutiva e
diacronia de outro, aproximando igualmente a
sincronia e a diacronia às noções de estrutura e
funcionamento da língua.
OBRAS BASILARES NESTE CAMPO

• Duas obras foram fundamentais para a proposição e


consolidação desse novo programa de estudos: o texto
Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança
linguística (Empirical foundations for a theory of language
change), publicado em 1968 por Uriel Weinreich, William
Labov e Marvin Herzog (ou ainda WLH, 2006 [1968]), e o já
mencionado Padrões sociolinguísticos (Sociolinguistic
patterns), publicado por Labov em 1972.
A PARTIR DESTES ESTUDOS

• A partir de então, Labov desenvolveu inúmeros


trabalhos voltados para o estudo da língua em seu
contexto social, focalizando especialmente a variação
fonológica na língua inglesa. Seu grupo de pesquisa,
sediado na Universidade da Pensilvânia/USA, tornou-se o
centro irradiador dessa nova e instigante abordagem da
língua.
A OUTRA OBRA
SOCIOLINGUÍSTICA NO BRASIL

• No Brasil, as pesquisas na área da Sociolinguística laboviana


tiveram início na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na
década de 1970, sob a orientação do professor Anthony
Naro. Desde então, as linhas de pesquisa que se ocupam da
descrição de fenômenos variáveis no português do Brasil (PB)
se multiplicaram, espalhando-se pelas diferentes regiões do
país.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ÁREA –
CONCEPÇÃO DE LÍNGUA COMO SISTEMA
HERETOGÊNEO

• Na abordagem laboviana, vale lembrar que o fato de a


variação ser inerente às línguas está ligado diretamente à
noção de heterogeneidade – as línguas são sistemas
heterogêneos (e não homogêneos, conforme postulam
Saussure e Chomsky).
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ÁREA –
CONCEPÇÃO DE LÍNGUA COMO SISTEMA
HERETOGÊNEO

• No entanto, como ainda estamos falando em sistema, somos


levados a assumir que a variação pode ser sistematizada. Não se
trata, portanto, de um caos linguístico. Uma evidência de que a
heterogeneidade é organizada ou sistematizada é o fato de os
indivíduos de uma comunidade se entenderem, se comunicarem,
apesar das variações ou diversidades linguísticas. A partir desse
postulado teórico, a Teoria da Variação e Mudança fornece um
instrumental metodológico que permite analisar e sistematizar os
diferentes tipos de variação linguística.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ÁREA –
CONCEPÇÃO DE LÍNGUA COMO SISTEMA
HERETOGÊNEO

• Então, mesmo que a princípio se possa pensar que


heterogeneidade implica ausência de regras, a língua é dotada
de heterogeneidade estruturada, portanto há regras, sim. Só que,
enquanto a língua concebida como sistema homogêneo contém
somente regras categóricas, ou obrigatórias, ou invariantes (i.e.,
que sempre se aplicam da mesma maneira por todos), a língua
concebida como um sistema heterogêneo comporta, ao lado de
regras categóricas, também regras variáveis.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ÁREA –
CONCEPÇÃO DE LÍNGUA COMO SISTEMA
HERETOGÊNEO

• Um exemplo de regra que é categórica no português é a da


colocação do artigo em relação ao nome que ele determina – o
artigo sempre aparece antes do nome; assim, dizemos a casa, mas
nunca *casa a. O fenômeno cujo comportamento a
Sociolinguística busca desvendar são as regras variáveis da língua:
as regras que permitem que, em certos momentos, em certos
contextos linguísticos e sociais, falemos de uma forma, e, em outros
contextos, de outra forma.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ÁREA –
CONCEPÇÃO DE LÍNGUA COMO SISTEMA
HERETOGÊNEO

• O aparato teórico e metodológico da Sociolinguística


surgiu, e até hoje vem sendo construído para que, com cada
vez mais precisão, essa realidade até então posta de lado
nos estudos linguísticos seja compreendida, levando-se em
conta a influência não só dos elementos internos da língua,
mas dos elementos externos a ela (o componente social
mencionado acima).
POR HOJE É SÓ...

• RELEIA ESTA PARTE DO CAPITULO 2 ABORDADA NA


AULA DE HOJE, EM SEGUIDA, CONTINUE A LEITURA
DO RESTANTE DO CAPÍTULO QUE SERÁ TRATADA NA
AULA DA PRÓXMA SEMANA.

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