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ESTRUTURAÇÃO E EFEITOS DAS

ABORDAGENS INTERDISCIPLINARES
EM CASOS DE ADOÇÃO
Bianca Milani dos Santos, João Pedro Neres Rodrigues e Teresa Gomes Cafolla
biancamilani.santos@usp.br; owjoao@usp.br; tcafolla99@usp.br;

OBJETIVOS E MÉTODOS Além disso, existem relatos de psicólogos jurídicos


que denunciam a estrutura hierarquizada do Sistema
Este trabalho, iniciado na disciplina de Direito Civil: Judiciário que visa apenas a obedecer à lei,
Famílias, tem por objetivo analisar como se orquestram influenciando nos laudos produzidos e no
os instrumentos e dispositivos dados pela Constituição encaminhamento de cada caso e, consequentemente,
Federal de 1988 e pelo Estatuto da Criança e do limitando a atuação do psicólogo.
Adolescente que possibilitaram a participação disciplinar
de profissionais nos processos de adoção. Para tal, CONCLUSÕES
foram usadas, em um método indutivo de pesquisa, A mudança de eixo que deslocou o enfoque nos
fontes bibliográficas de referência tanto da área de adotantes para os adotados foi essencial para otimizar
Direito como também de Psicologia. a assistência à criança (e, consequentemente, aos
RESULTADOS pais) — fazendo com que, assim, seu “melhor
interesse” seja preservado. Essa assistência
As pesquisas bibliográficas mostraram em uníssono o materializa-se na figura do psicólogo jurídico, que
importante papel dos pareceres dados pelos psicólogos transcende o papel de mero auxiliar: em uma pesquisa
jurídicos. Dentro de um processo, o psicólogo produz feita por RODRIGUES, COUTO e HUNGRIA, menos
seu laudo pericial (que é uma prova processual, de 10% das sentenças judiciais divergiram do laudo
geralmente feitas por testes projetivos ou dado pelos psicólogos em casos que concernem a
psicométricos) acerca do caso específico que será adoção. Ainda é necessário, porém, descobrir
utilizado pelo juiz como subsídio para a sentença final. empiricamente se há a aplicabilidade da legislação de
Entretanto, o trabalho do psicólogo jurídico não limita-se fato.
a ser apenas um auxílio do judiciário: o trabalho, dentro
de casos de adoção, começa desde a entrevista com os REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
pais candidatos à adoção, passa pelo período de
aproximação entre os pretendentes e o adotado, chega PAIVA, Leila D. O psicólogo judiciário e as
no período “pós-adotivo” de acompanhamento e pode “avaliações” nos casos de adoção In: SHINE,
estender-se até às famílias com dificuldade de Sidney (Org). AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E LEI:
adaptação. Em casos de adoção tardia, o adoção, vitimização, separação conjugal, dano
acompanhamento psicológico “pós-adoção” (os psíquico e outros temas. São Paulo: Casa do
primeiros períodos de convivência), mostra-se quase Psicólogo, 2005.
indispensável, tanto pelo contraste entre o “filho OLIVEIRA, Rosilene Ribeiro de. Os critérios e
idealizado” e o “filho real” da parte dos pais, tanto pelas estratégias utilizados por assistentes técnicos
ansiedades que a criança traz consigo (“os pais também judiciários psicólogos na avaliação de
hão de ser adotados pelos filhos”) — apesar de essa pretendentes à adoção. 2014. Dissertação (Mestrado
“etapa” não ser exclusivamente destinada à casos de em Psicologia Clínica) - Instituto de Psicologia,
adoção tardia. Se o acompanhamento seja bem Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
realizado, as chances da adoção darem errado quase doi:10.11606/D.47.2014.tde-01102014-160510.
anulam-se. Percebe-se, aqui, que o trabalho do Acesso em: 2018-10-28.
psicólogo é não apenas quebrar tabus tangentes à SOLON, L. A. G. A perspectiva da criança sobre
adoção, mas também guiar o florescimento afetivo entre seu processo de adoção. 2006. 2002 páginas.
o adotante e o adotado. Alguns psicólogos, entretanto, Dissertação – Faculdade de Filosofia, Ciências e
veem nesse processo de assistência jurídica uma Letras de Ribeirão Preto / USP – Dep. de Psicologia e
incompatibilidade entre as áreas: enquanto o Direito Educação. Maio de 2006.
necessita de uma verdade firme e sólida, a Psicologia DIAS, Maria Berenice. Manual do Direito das
lida com partes do ser humano (como o inconsciente) Famílias. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
em que uma verdade absoluta não é materializável. 2015.

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