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CAPÍTULO 7

A perspetiva racionalista de
Descartes
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Os racionalistas defendem que a principal fonte de


justificação do conhecimento é a razão (a priori).

Os empiristas defendem que a principal fonte


de justificação do conhecimento é a
experiência (a posteriori).

Porém, os céticos argumentam que nem a


razão nem a experiência proporcionam
boas justificações para as nossas crenças.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


Se, como defendem os céticos, nenhuma 3
crença está devidamente justificada,
então é incorreto afirmar que sabemos seja
o que for.

Atitude mais sensata, dizem os céticos:


suspender a crença.
A questão não é, para os céticos, se temos crenças
(claro que temos!).
Também não é se elas são verdadeiras ou falsas (claro
que algumas crenças hão de ser verdadeiras, nem que
seja por mera sorte).

A questão é a da ausência de justificação adequada


para as nossas crenças.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


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Argumento principal do cético

Se há conhecimento, algumas das


nossas crenças estão justificadas.

Mas nenhuma das nossas crenças


está justificada.

Logo, não há
conhecimento.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


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Argumento principal do cético
A premissa-chave

Mas nenhuma das nossas crenças


está justificada.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


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Três argumentos céticos a favor dessa
premissa

As divergências de opiniões mostram que


nenhuma delas está devidamente justificada.

Os erros e ilusões dos sentidos mostram que


nenhuma crença neles baseada está
devidamente justificada.

A regressão infinita da justificação mostra que


o processo de justificação não tem fim.

Logo, nenhuma das nossas


crenças está justificada.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


TERÃO OS CÉTICOS RAZÃO E AS 7
NOSSAS CRENÇAS SÃO MESMO
INJUSTIFICADAS (DUVIDOSAS)?

DESCARTES pensa que os céticos estão errados, mas


que é preciso mostrar por que razão estão errados.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


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Para mostrar que estão errados, Descartes procura ele


próprio colocar-se na posição dos céticos, resolvendo pôr à
prova todas as suas crenças.

Descartes considera que pôr à prova as suas crenças é


procurar razões para duvidar delas.

Este método de testar crenças ficou conhecido como dúvida


metódica.

A ideia é ver se alguma crença resiste ao teste da dúvida, isto


é, se há alguma crença que seja indubitável.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


PÔR A DÚVIDA METÓDICA EM 9
PRÁTICA
Um princípio metodológico de partida
O que é duvidoso tanto pode ser falso como pode ser verdadeiro.
Mas, por mera precaução, o melhor é supor que é falso.

O argumento da ilusão

• Põe em causa as crenças baseadas nos sentidos,


levando-o a admitir que as coisas podem não ser como
os sentidos parecem mostrar.

O argumento do sonho

• Põe em causa a própria existência do mundo exterior.

A hipótese do génio maligno

• Põe em causa as crenças baseadas nos seus raciocínios.

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PÔR A DÚVIDA METÓDICA EM 10
PRÁTICA

O argumento da ilusão
(argumento já usado pelos céticos)

• Os sentidos por vezes enganam-


nos. Logo, podem enganar-me
também agora, sem eu o saber.
• Os sentidos não são, pois, dignos
de confiança.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


PÔR A DÚVIDA METÓDICA EM 11
PRÁTICA
Mas, dir-se-á… os sentidos podem corrigir-se entre si, e, com
o passar do tempo, podemos ficar a saber quando nos
enganam e quando não.
DESCARTES INSISTE

O argumento do sonho
• Quando estamos a sonhar, temos
experiências semelhantes às que dizemos
ter quando acordados. Logo, é possível
que agora mesmo esteja a sonhar.
• Não é indubitável que o mundo exterior
exista.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


PÔR A DÚVIDA METÓDICA EM 12
PRÁTICA
Mas, dir-se-á... mesmo nos sonhos 2 + 2 = 4, como quando estou
acordado, o que mostra que não estou enganado a respeito dos meus
DESCARTES INSISTE
raciocínios.

A hipótese do génio maligno


• A minha mente pode estar a ser controlada
e manipulada sem eu saber por um ser
poderoso que se diverte fazendo-me
enganar sempre que raciocino (sempre
que penso que 2 + 2 = 4, por exemplo).
• Os raciocínios não são, pois, de confiança.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


PÔR A DÚVIDA METÓDICA EM 13
PRÁTICA

Resultados negativos da aplicação do método

‒ As crenças baseadas nos sentidos não são


indubitáveis.
‒ O mundo exterior pode nem sequer existir.
‒ Os raciocínios podem estar errados.

SERÁ QUE ALGUMA COISA EXISTE, AFINAL?


SERÁ QUE EU PRÓPRIO EXISTO?
PODEREI EU DUVIDAR DE QUE EXISTO?

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO


PÔR A DÚVIDA METÓDICA EM 14
PRÁTICA

RESULTADO POSITIVO DO MÉTODO

Mas... se eu duvido de que existo, tenho de ser algo: aquilo que está
neste preciso momento a duvidar da sua própria existência.

Ainda que duvide de que estou a duvidar (pensar), continuo a


duvidar (pensar).

Ao duvidar de que existo, confirma-se por isso mesmo que sou um


ser que duvida (um ser que pensa).

PENSO, LOGO, EXISTO


(COGITO, ERGO SUM)

Esta é uma crença tão certa que a própria dúvida se limita a


confirmar que é verdadeira.

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A NATUREZA DA DÚVIDA 15
CARTESIANA

METÓDICA UNIVERSAL HIPERBÓLICA


•É apenas um meio •Aplica-se a todo o •Leva a excluir
para testar tipo de crenças e como falso aquilo
crenças e chegar capacidades. que é apenas
à certeza. •Nada é imune à duvidoso.
•Uma vez dúvida. •Todas as razões
cumprida a sua para duvidar, por
função, ela mais estranhas
desaparece (por que pareçam, são
isso tem um de considerar.
caráter provisório).

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A IMPORTÂNCIA DO COGITO

Ao contrário do Sendo uma Sendo uma

FUNDAMENTO DO CONHECIMENTO
REFUTAÇÃO DOS CÉTICOS

CRITÉRIO DE VERDADE
que dizem os primeira verdade verdade
céticos… indubitável… indubitável…

… o conhecimento … constitui o ponto … passa a ter, pela


é possível, pois o de partida seguro a primeira vez, um
cogito é uma partir do qual exemplo do tipo de
crença verdadeira poderá alicerçar verdades que
e justificada. todo o procura.
… nem tudo é conhecimento de … descobre que
duvidoso, pois o muitas outras coisas aquilo que a torna
cogito é (o pensamento é, indubitável é ter
indubitável. pois, o alicerce ou dela uma ideia
fundamento do clara e distinta,
… não há regressão conhecimento;
infinita da pelo que a clareza
trata-se, portanto, e distinção (para o
justificação, pois o de um fundamento
cogito é uma pensamento, não
racional). para os sentidos)
crença
autojustificada. constitui um guia
ou critério de
verdade para
avaliar outras
crenças.

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FUNDACIONALISTA 17
Procura as bases do conhecimento em
crenças fundacionais, isto é, em crenças que
não são justificadas por outras crenças
(crenças autojustificadas, como o cogito). Há,
pois, um fundamento para o conhecimento.

RACIONALISTA
Esse fundamento não é dado pelos sentidos,
mas sim pelo pensamento, pelo cogito (eu
penso). O próprio critério da clareza e distinção
que permite distinguir as crenças indubitáveis
das outras
é um critério racional e não sensível (trata-se da
clareza e distinção para o pensamento e não
para os sentidos).
50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO
E DEPOIS DO COGITO? 18

Saber apenas que sou um ser pensante é suficiente para


refutar os céticos. Mas é ainda pouca coisa, pois tudo o resto
continua a ser um mar de dúvidas.

Como avançar, então, no conhecimento além do cogito?

Uma vez chegado ao cogito, as coisas passam a ser


diferentes, pois só a partir daí, e não antes:

• a hipótese do génio maligno, que foi afinal incapaz de o


enganar acerca da sua própria existência, pode ser
definitivamente descartada.

• dispõe de um guia do que deve procurar: outras ideias


claras e distintas.

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E DEPOIS DO COGITO? 19

Mas... há ainda um problema para resolver:

O que garante a Descartes que não se engana ao confiar nas


ideias claras e distintas?

A resposta só pode ser uma:

Só um ser com poder suficiente para isso e que seja bom


(pois, sendo bom, não quereria nem permitiria que o
enganasse sempre) lhe poderia garantir que não se enganou
ao conceber clara e distintamente algo.

Esse ser só pode ser Deus.

Sem Deus a impedir que se engane sempre, as ideias claras


e distintas não seriam de confiança.

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Mas... há ainda um problema para resolver: 20
Como posso saber que Deus existe?

O próprio facto de duvidar mostra clara e distintamente que sou


imperfeito.

Isso, por sua vez, mostra clara e distintamente que tenho a ideia de
perfeição.

Mas eu, que sou imperfeito, não posso ter sido a causa da minha ideia
de perfeição (não se trata de uma ideia factícia).

A minha ideia de perfeição também não pode ser causada pela


experiência, pois nunca contactei com algo que fosse perfeito (não se
trata de uma ideia adventícia).

Essa ideia está na minha alma (mente) desde que nasci (é inata) e só
pode ter sido causada por um ser que ele próprio seja perfeito. Logo, é
uma ideia clara e distinta que esse ser perfeito (Deus) tem de existir.

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E DEPOIS DO COGITO? 21

Agora que sabe que Deus existe, já pode confiar plenamente


nas ideias claras e distintas.

Apenas tem de estar atento para distinguir bem as que são


claras e distintas das que o não são.

Assim, aplicando o critério da clareza e distinção, garantido


por Deus, descobre que...

- ele próprio tem um corpo, com braços, mãos e pernas, etc.;


- que há, afinal, um mundo exterior, com outras pessoas,
árvores, rios e montes, planetas, etc.

Mas sabe que todas essas coisas existem porque tem ideias
claras e distintas da sua existência, embora elas não tenham
de ser exatamente como parecem aos nossos sentidos.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 11.º ANO

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