A Soteriologia: Estudo da Salvação Humana

Soteriologia
A provisão e a aplicação da salvação

Pr. Gilson Jesus
Lição 1: A Providência Salvadora
Definição de Soteriologia
A Soteriologia é o estudo da salvação humana. A palavra é formada

a partir de dois termos gregos soterios (σωτήριος), que significa
salvação e logos (λόγος), que significa "palavra", ou "princípio".
Texto 1: O Pecado do Homem
A Depravação Total
Desde que nasce, o homem é inclinado ao pecado por isso é incapaz
de agradar a Deus (SI 51.5; Jr 17.9; Rm 7.18). Esta natureza
pecaminosa, que todos os homens herdaram através de Adão, é
chamada depravação total. Esse conceito teve sua origem com
Agostinho de Hipona.
O termo total fala da extensão e não do grau, porque alcançou
todas as faculdades do homem, mas não impede que este faça coisas
boas.
A Culpa Universal
A Bíblia mostra que todos os homens precisam ser salvos (Ec 7.20;
Rm 3.10; Is 64.6; Rm 3.23). Também revela o padrão que Deus
espera que sigamos, mas homem algum, além de Cristo, foi capaz de
alcançá-lo perfeitamente (G1 3.11).
A Culpa de Adão
É equivocado o ensino de que somos culpados do pecado de Adão,
embora ele tenha sido o canal para que o pecado entrasse no mundo
(Rm 5.12; 1 Co 15.2).
Cada um carrega a culpa apenas de seus próprios pecado (Ez 18.4,17;
Jr 31.30; Dt 24.16). Não herdamos o pecado de Adão, mas sua
inclinação para o mau que nos leva escolher praticá-lo tão logo
tenhamos a oportunidade de escolher.
Texto 2: A Graça De Deus
Graça (χάρις - charis) é definido como um dom gratuito e
sobrenatural dado por Deus para conceder à humanidade todos os
bens necessários à sua existência e à sua salvação. Esta dádiva é
motivada unicamente pela misericórdia e amor de Deus à
humanidade, logo, movida por Sua iniciativa própria, ainda que seja
em resposta a algum pedido a Ele dirigido. E também por esta razão,
a Graça é um favor imerecido pelo Homem e fruto da misericórdia e
amor divinos.
Graça por Graça
Não deve se confundir a graça de Deus como uma obrigação divina.
Nada ou ninguém pode obrigar ou exigir de Deus a redenção da
humanidade caída. A graça que nos é concedida é baseada somente
sobre a própria graça, e mais nada (Jo 1.16).
A Graça Comum
Devido à natureza depravada do homem, ele é incapaz, de por si
mesmo, procurar agradar a Deus. Por este motivo, Deus tem
concedido a graça comum ou universal a todo homem. Esta graça
comum não salva automaticamente o homem, mas revela-lhe a
bondade de Deus, e restaura a cada ser humano a capacidade de
responder favoravelmente ao amor de Deus. (Mt 5.45; Rm 1.20; Rm
2.4). A graça comum não conduz necessariamente o homem a
salvação.
A Graça Especial
À medida que o homem responder afirmativamente à graça que o
atrai a Deus, ele é beneficiado por uma graça especial ou
preveniente, que o ajuda a chegar cada vez mais perto dEle e vencer
a escravidão decorrente da sua natureza humana depravada (Jo
6.44). Esta graça encoraja o homem a aceitar a salvação.
Diferentes Visões sobre a graça
Para Calvinistas não há distinção entre graça comum e graça especial.
Creem que a depravação total aniquila a possibilidade do homem voltar-
se para Deus, o que só ocorre através de Sua graça, mas mediante um
decreto absolto dEle decorrente de Sua soberania.
Para Lutranos também não há distinção entre graça comum e graça
especial, mas creem que devido a depravação total somente a ação do
Espírito ocorrida mediante a graça pode conduzir o homem a salvação, e
isso pela fé demonstrada através das obras.
Para Metodistas Weslyanos a graça especial é estendida a todos os
homens, enquanto que para Arminianos somentes àqueles que são
alcançados pela pregação do Evangelho são alvos dela.
Texto 3: A Provisão De Cristo
Um Cordeiro Imaculado
O simbolismo do sacrifício, no Antigo Testamento, começa com a
escolha de um cordeiro, que tinha que ser perfeito. Do mesmo
modo, o perfeito sacrifício pelo pecado, poderia ser feito somente
por um homem que fosse perfeito. Um pecador não poderia morrer
por outro pecador. Somente Cristo satisfez os requisitos de um
cordeiro perfeito (Hb 9.14)
A Imposição de Mãos
O crente do Antigo Testamento ao oferecer um sacrifício pelo seu
pecado, colocava suas mãos na cabeça da vítima, transferindo
simbolicamente assim seus próprios pecados para o animal
substituto. Semelhantemente, Cristo carregou o fardo do pecado de
todos aqueles que se chegam a Ele (Is 53.10,11). Seu sacrifício foi
único e suficiente (Hb 10.18; 1 Jo 2.1,2).
A Morte
A imolação do cordeiro representava substituição de sua vida pela do
ofensor. Do mesmo modo, Cristo tomou-se o sacrifício vicário e
expiatório em favor do mundo (Rm 5.8; 2 Co 5.15).
Comendo o Sacrifício
Ao final parte da carne do animal era cozida e então era comida pelo
ofensor. A participação no sacrifício indicava que o ofensor tinha
restabelecido a sua comunhão com Deus. Também nós em Cristo
temos comunhão com o Pai (Jo 6.54;1 Co 11.24; Hb 10.19,20)
Texto 4: A Extensão Da Provisão Divina
A Provisão Divina pelo Mundo
A Bíblia ensina enfaticamente que a redenção de Cristo é suficiente
para todos os homens (1 Jo 2.2; 2 Co 5.14; Hb 2.9)
A Provisão Divina Especial pelos Que Crêem
Cristo morreu para a salvação do mundo inteiro, mas só é eficaz para
aqueles que a aceitam (1 Tm 4.10). Tudo que Cristo consumou na
cruz não pode salvar nenhum pecador que se recuse a crer nEle e ser
reconciliado com Deus (2 Cor 5.18-20; cf Mt 20.28; Jo 15.13; Jo
11.51-52; Tt 2.14)
Alguns pelos Quais Ele Morreu, Perecerão
A Bíblia declara que existem aqueles por quem Cristo morreu e que
não obterão a vida eterna. Entre estes estão os que aceitam a
expiação e depois a rejeitam, e também aqueles que recusam aceitá-
la (1 Co 8.11; 2 Pe 2.1).
Lição 2: ASPECTOS DA PROVISÃO
DE CRISTO QUANTO À SALVAÇÃO
Texto 1: Substituição: O Problema da Culpa do Pecador
A Penalidade pela Culpa do Homem

O homem não somente está excluído do céu por causa do seu
pecado, além disto, está sentenciado à morte (Ez 18.4).
Por Deus não tolerar o pecado e o homem não ter como pagar sua
dívida, Ele mesmo a pagou em Cristo, Seu filho (2 Co 5.21; Hb 9.28;
Hb 2.9; Is 53.6; 1 Pe 3.18).
Texto 1: Substituição: O Problema da Culpa do Pecador
A Insuficiência do Homem para Salvar-se

A morte vicária de Cristo satisfez as exigências da Lei quanto à morte
pelo pecado. Havia, porém, uma segunda exigência da perfeita
obediência à Palavra de Deus (Rm 10.5; G1 3.12). Contudo Sua vida
de obediência perfeita serviu como o preço da justiça para cumprir a
exigência da perfeita obediência (Rm 10.3,4 cf Fp 3.9; 1 Co 1.30).
Texto 2: Ressurreição: O Problema da Morte Espiritual do Pecador
Esse Viver Que, Agora, Tenho...

Sem ressurreição, a cruz teria feito de Cristo o maior mártir do
mundo. Mas a cruz, com ressurreição, fez dEle o único Salvador do
mundo!
A ressurreição é a prova de que Cristo vive para elevar aqueles que
nEle crêem, de um estado de morte espiritual para um de vida
espiritual (GL 2.19,20; Ef 2.5,6).
À medida que conhecemos a Cristo mais profundamente, à medida
que temos mais íntima comunhão com Ele e ficamos cada vez mais
conformados a uma vida de santidade. (Fp 3.10).
A Vida Que Viverei

A Bíblia não promete que os crentes serão poupados da morte física.
O que a Bíblia promete mesmo é a nossa vitória final sobre a morte
(1 Co 15.26,55,57), por que A ressurreição de Cristo é a garantia da
vitoria sobre a morte (1 Co 15.20).
A Ressurreição dos Justos e a dos ímpios

A Bíblia fala de dois tipos de morte e de dois tipos de vida. A morte
física é a separação entre o corpo e o espírito. A morte espiritual é a
separação entre o espírito do homem e Deus. Quando um homem
morre fisicamente, permanece durante toda a eternidade naquele
estado espiritual em que estava no momento da sua morte.
Texto 3: Reconciliação: O Problema da Alienação do Pecador
A Reconciliação Iniciada
A razão fundamental em reconciliar o homem com Deus, não era o
ódio de Deus contra o homem, mas, sim, o pecado do homem. Deus
nunca cessou de amar o homem e esteve sempre disposto à
reconciliação com Ele (Rm 5.8,10; 2 Co 5.19). Essa reconciliação
começou logo no Éden.
A Reconciliação Completada
A morte de Cristo providenciou a reconciliação entre o homem e
Deus na cruz, o que não signifíia que todos os homens estejam bem
com Deus. A reconciliação não depende exclusivamente da obra do
Mediador, mas também da disposição da parte alienada em se
reconciliar com Ele (2 Co 5.20).
Deus Não Muda

É falso o conceito popular de que o Deus descrito no Antigo
Testamento tornou-se mais gracioso e misericordioso no Novo
Testamento. Deus Não Muda.
O fato é que no Antigo Testamento os pecados eram expiados, ou
seja, cobertos pelo sangue dos sacrifícios, até que Cristo oferecesse o
sacrifício perfeito, fazendo a propiciação de todos os santos.
Texto 4: Redenção: O Problema da Escravidão do Pecador
A Redenção no Antigo Testamento

A base da redenção tem sua origem no conceito de resgate ou de
reaver mediante o pagamento de um preço de resgate. No Antigo
Testamento, se um homem ficasse muito endividado, correria o risco
de perder suas terras e de ser vendido como escravo. Sua única
esperança seria algum parente pagar o preço da redenção,
restaurando-lhe, assim, sua liberdade e sua herança (Lv 25.51).
Todos os homens estão endividados, tendo perdido sua herança
espiritual e tendo se tomado escravos do pecado, mas Cristo nos
redimiu pagando o preço com Seu próprio sangue.
A Redenção no Novo Testamento

O Novo Testamento descreve a redenção em termos da compra de
um escravo no mercado de escravos. Três palavras no Novo
Testamento ilustram este conceito
• agorazo (ἀγοράζω) - comprar no mercado de escravos (Ap 5.9)
• exagorazo (ἐξαγοράζω) - retirar alguém do mercado de escravos
(G1 3.13; 4.5)
• lutroo (λυτρόω) - que significa comprar o escravo e dar-lhe plena
liberdade (Tt 2.14; 1 Pe 1.18)
Liberdade do Poder da Culpa

A redenção envolve a libertação de algum tipo de escravidão e a
primeira escravidão que subjuga o homem pecaminoso é a
escravidão do poder da culpa. Visto que foi pago o preço dos seus
pecados, o crente não precisa sentir-se culpado, nem condenar-se
(Hb 9.12.14; G1 3.13)
Libertação do Poder das Trevas

Todo crente vive no meio de um campo de batalha espiritual.
Estávamos totalmente escravizados pelo poder das trevas, porém
graça a Deus que mediante a provisão de Cristo fomos libertos desse
domínio maligno ((Cl 1.13,14; 2.15)
Libertação do Poder do Pecado

A redenção operada por Cristo não somente nos redime da culpa do
pecado, como também do poder do pecado (Tt 2.14; 1 Pe 1.18). A
morte de Cristo dotou o homem do poder de servir a Deus
fielmente.
Texto 5: O Preço da Redenção do Pecador
O Poder do Sangue de Cristo
O salmista observou que nenhum homem pode pagar o resgate da
alma do seu semelhante (Sl 49.7,8). A Bíblia frequentemente se
refere ao preço da redenção como sendo o derramamento do
sangue de Cristo (At 20.28; Ef 1.7; 1 Pe 1.18,19).
A Agonia da Sua Morte
Cristo não padeceu uma só morte na cruz; padeceu duas, tanto a
morte física quanto à espiritual, uma vez que por levar os pecados da
humanidade sobre Si teve interrompida Sua comunhão com Seu Pai.
Frequentemente nos esquecemos que a maior dor não é a do
sofrimento físico, mas, sim, a do sofrimento emocional.
A Aplicação da Redenção à Vida do Crente
O preço da cruz, que inspira reverente temor, deve levar cada crente
a odiar o pecado e apegar-se firmemente à retidão (1 Pe 1.14,18; 1
Co 6.20)

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Esse Viver Que, Agora, Tenho...

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