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desapropriação indireta
Acadêmicos:
Carlos Patrick Monteiro
Maidson Clementino
Pedro Bacuri
Gauber Cruz
Alexander Queiroz
Igor Oliveira
Terra Indígena (TI) é uma porção do território nacional, de propriedade da
União, habitada por um ou mais povos indígenas, por ele(s) utilizada para suas
atividades produtivas, imprescindível à preservação dos recursos ambientais
necessários a seu bem-estar e necessária à sua reprodução física e cultural, segundo
seus usos, costumes e tradições. Trata-se de um tipo específico de posse, de natureza
originária e coletiva, que não se confunde com o conceito civilista de propriedade
privada.
O direito dos povos indígenas às suas terras de ocupação tradicional
configura-se como um direito originário e, conseqüentemente, o procedimento
administrativo de demarcação de terras indígenas se reveste de natureza meramente
declaratória. Portanto, a terra indígena não é criada por ato constitutivo, e sim
reconhecida a partir de requisitos técnicos e legais, nos termos da Constituição
Federal de 1988.
Ademais, por se tratar de um bem da União, a terra indígena é inalienável e
indisponível, e os direitos sobre ela são imprescritíveis. As terras indígenas são o
suporte do modo de vida diferenciado e insubstituível dos cerca de 300 povos
indígenas que habitam, hoje, o Brasil.
Quantas são e onde se localizam?
Atualmente existem 462 terras indígenas regularizada que representam
cerca de 12,2% do território nacional, localizadas em todos os biomas, com
concentração na Amazônia Legal. Tal concentração é resultado do processo de
reconhecimento dessas terras indígenas, iniciadas pela Funai, principalmente,
durante a década de 1980, no âmbito da politica de integração nacional e
consolidação da fronteira econômica do Norte e Noroeste do Pais.
Localização e extensão das TIs
O Brasil tem uma extensão territorial de 851.196.500 hectares, ou seja,
8.511.965 km2. As terras indígenas (TIs) somam 700 áreas, ocupando uma
extensão total de 117.227.486 hectares ( 1.172.275 km2). Assim, 13.8% das terras
do país são reservados aos povos indígenas.
A maior parte das TIs concentra-se na Amazônia Legal: são 422 áreas,
111.401.207 hectares, representando 22,25% do território amazônico e 98.42%
da extensão de todas as TIs do país. O restante, 1.58% , espalha-se pelas
regiões Nordeste, Sudeste, Sul e estado do Mato Grosso do Sul.
É justamente nessas regiões que se verifica atualmente a maior
ocorrência de conflitos fundiários e disputas pela terra, impondo ao Estado
brasileiro o desafio de promover as demarcações das terras indígenas, sem
desconsiderar as especificidades do processo de colonização, ocupação e
titulação nessas regiões, contribuindo com ordenamento territorial e para a
redução de conflitos.
Sublinhe-se que aproximadamente 8% das 426 terras indígenas
tradicionalmente ocupadas já regularizadas, inclusive algumas com presença de
índios isolados e de recente contato, não se encontram na posse plena das
comunidades indígenas, o que também impõe desafios a diversos órgãos do
Governo Federal para a efetivação dos direitos territoriais indígenas, para que se
proteja devidamente esse singular patrimônio do Brasil e da humanidade.
Por que demarcar terras indígenas?
Ordenamento fundiário
A demarcação de terras indígenas contribui para a política de ordenamento
fundiário do Governo Federal e dos Entes Federados, seja em razão da redução de
conflitos pela terra, seja em razão de que os Estados e Municípios passam a ter
melhores condições de cumprir com suas atribuições constitucionais de atendimento
digno a seus cidadãos, com atenção para às especificidades dos povos indígenas.
Isso se dá a partir de políticas específicas, incentivos fiscais e repasse de
recursos federais exclusivamente destinados às terras indígenas e às políticas
indigenistas desenvolvidas dentro e fora das terras indígenas (como, por exemplo:
ICMS ecológico, repasses relacionados à gestão territorial e ambiental de terras
indígenas, repasses relacionados à educação escolar indígena, recursos relacionados às
políticas habitacionais voltadas às terras indígenas, recursos destinados a ações de
etno desenvolvimento, fomento à produção indígena e assistência técnica agrícola em
terras indígenas etc.). Especialmente nos estados e municípios localizados em faixa de
fronteira, a demarcação de terras indígenas garante uma maior presença e controle
estatal nessas áreas especialmente vulneráveis e, em muitos casos, de remoto acesso.
Garantia da diversidade étnica e cultural
A demarcação das terras indígenas também beneficia, indiretamente, a
sociedade de forma geral, visto que a garantia e a efetivação dos direitos territoriais
dos povos indígenas contribuem para a construção de uma sociedade pluriétnica e
multicultural. Ademais, a proteção ao patrimônio histórico e cultural brasileiro é
dever da União e das Unidades Federadas, conforme disposto no Art. 24, inciso VII
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. As terras indígenas são
áreas fundamentais para a reprodução física e cultural dos povos indígenas, com a
manutenção de seus modos de vida tradicionais, saberes e expressões culturais
únicos, enriquecendo o patrimônio cultural brasileiro.
Proteção de Povos Indígenas Isolados
A demarcação de terras indígenas é especialmente importante para os
povos indígenas isolados, que optam por não manter qualquer relação de contato
permanente com a sociedade nacional, vivendo de modo autônomo em
ambientes que conhecem em profundidade. Devido à situação de isolamento
voluntário, esses povos são especialmente vulneráveis a doenças e epidemias.
Desse modo, ao executar uma política de proteção territorial diferenciada voltada
a povos isolados, pautada pela premissa do não-contato, o Estado brasileiro evita
o genocídio, nos termos da legislação nacional e internacional.
Processo de Demarcação
O processo de demarcação, regulamentado pelo Decreto nº 1775/96, é o meio
administrativo para identificar e sinalizar os limites do território tradicionalmente
ocupado pelos povos indígenas. Nos termos do mesmo Decreto, a regularização
fundiária de terras indígenas tradicionalmente ocupadas compreende as seguintes
etapas, de competência do Poder Executivo: