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O documento discute os riscos de abuso de poder na psicoterapia quando o terapeuta se vê como onipotente e capaz de resolver todos os problemas do paciente. O autor enfatiza a importância do terapeuta estar atento à sua própria "sombra" para evitar cair em fantasias compensatórias de autoengrandecimento e manipular o paciente. A relação terapêutica bem-sucedida depende do encontro criativo entre as duas pessoas envolvidas, não da transferência ou projeção de um sobre o outro.
Descrizione originale:
Slides contendo a aula sobre o livro e de Adolf Guggenbühl-Craig “O Abuso do Poder na Psicoterapia”.
O documento discute os riscos de abuso de poder na psicoterapia quando o terapeuta se vê como onipotente e capaz de resolver todos os problemas do paciente. O autor enfatiza a importância do terapeuta estar atento à sua própria "sombra" para evitar cair em fantasias compensatórias de autoengrandecimento e manipular o paciente. A relação terapêutica bem-sucedida depende do encontro criativo entre as duas pessoas envolvidas, não da transferência ou projeção de um sobre o outro.
O documento discute os riscos de abuso de poder na psicoterapia quando o terapeuta se vê como onipotente e capaz de resolver todos os problemas do paciente. O autor enfatiza a importância do terapeuta estar atento à sua própria "sombra" para evitar cair em fantasias compensatórias de autoengrandecimento e manipular o paciente. A relação terapêutica bem-sucedida depende do encontro criativo entre as duas pessoas envolvidas, não da transferência ou projeção de um sobre o outro.
PSICOTERAPIA Profª Malena S. Contrera “O que é que compele certas pessoas a quererem ajudar os doentes, os que sofrem, os infelizes, os marginalizados?” (p.77).
Foi essa inquietação que levou Adolf
Guggenbühl-Craig a escrever “O Abuso do Poder na Psicoterapia”. Essa e outras inquietações cercam as “profissões de ajuda” (psicoterapia, medicina, serviço social, sacerdócio e magistério). Na apresentação da edição brasileira (2004), Roberto Gambini, considera que: “o assunto central (do livro) é o mal que o analista involuntariamente pode causar a seus pacientes quando se propõe a ajudá-los” (p. 07).
Nesse sentido, Guggenbühl-Craig é bem direto com sua
proposta:
Nos capítulos que se seguem, gostaria de examinar
como e por que os membros dessas profissões de ajuda podem também causar enormes danos, devido a seu próprio desejo de ajudar (p. 09). (...) Meu objetivo central não é estimular o leitor a ler ainda mais, mas antes fazer com que se volte para dentro e examine a si próprio” (p. 10) (…) nós, das profissões de ajuda, não ficaremos nunca livres do mal. Mas podemos aprender a lidar com ele (p. 11). “Em geral, impõem-se uma concepção de vida, quer os outros concordem ou não. Prefere-se não reconhecer o direito à doença, à neurose, às relações familiares não saudáveis, à degeneração social e à excentricidade” (p. 17).
“Manipular nossos semelhantes contra sua vontade,
mesmo quando isso nos parece a única via adequada, pode ser altamente problemático (…) nossos valores atuais não são únicos nem definitivos. Talvez daqui a duzentos anos eles sejam vistos como primitivos e ridículos. (…) A consciência do caráter questionável de nosso sistema de valores deveria nos tornar mais cautelosos quando tentamos impingi-lo aos outros” (p. 17). (…) Todos os que atuam nas profissões sociais, trabalhando para ajudar a humanidade, apresentam motivações psicológicas extremamente ambíguas para as suas ações. (…) O problema da Sombra do poder é, portanto, de suprema importância para o assistente social, o qual por vezes se vê obrigado a tomar decisões fundamentais contra a vontade dos indivíduos interessados” (p. 20).
“os assistentes sociais assíduos,
entusiásticos e verdadeiramente devotados é que costumam tornar-se vítimas da Sombra de poder” (p. 25). (...) O charlatanismo é um tipo de Sombra que acompanha permanentemente o médico” (p. 28).
(...) Outra vocação, a do sacerdote, também influencia
seus ideais. (…) Com bastante frequência, nós analistas lidamos com o distúrbio da saúde para os quais, tanto em termos de tratamento como de uma possível cura, praticamente não existem controles experimentais reconhecidos. (…) mesmo usando amplas amostragens estatísticas, é muito difícil fazer julgamentos qualitativos sobre o desenvolvimento dos distúrbios em questão, quer sejam eles tratados como psicoterapia intensiva, tranquilizante, quer sejam simplesmente ignorados” (p. 30). Lembramos aqui que para Jung não era possível livrar-se da contratransferência, logo, não se trabalha a contratransferência, mas na contratransferência. Da mesma forma que o sacerdote, trabalhamos com nossa alma, nosso ser; os métodos, as técnicas e o aparato utilizado são secundários. Nós, nossa honestidade e autenticidade, nosso contato pessoal com o inconsciente e o irracional – são esses os nossos instrumentos” (p. 32). Trabalhamos com o inconsciente, com sonhos e com a psique (…). Desta forma, há toda uma expectativa de que o analista saiba mais sobre assuntos fundamentais do que o comum dos mortais. Se formos fracos, acabaremos por acreditar que estamos mais profundamente iniciados na vida e na morte do que nossos semelhantes (p. 33). O foco está no autoengano que o terapeuta pode criar de que é alguém melhor ou mais preparado para a vida do que qualquer outra pessoa que enfrente sua vida com compromisso e envolvimento, por isso o autor trata longamente sobre a necessidade de olharmos nossa própria sombra para evitarmos os abusos de poder, focando no encontro analítico em si. Exigimos sinceridade de nossos pacientes, procuramos ajudá-lo em sua confrontação com o inconsciente mediante nossas explicações, nossas interpretações de sonhos e, acima de tudo, nossas próprias atitudes. Ao olhar de frente nossa própria Sombra profissional, mostramos aos analisandos que os aspectos desagradáveis da vida também devem ser reconhecidos. As figuras completamente inconscientes da Sombra de charlatão e falso profeta desempenham um papel muito importante em nosso trabalho analítico e, portanto, em nosso relacionamento com os pacientes (…) ao procurar detectar a cada passo a atuação de nossa Sombra psicoterapêutica, apanhando-a com as mãos na massa, auxiliamos nossos pacientes em suas próprias confrontações com a Sombra. Se deixarmos de fazê-lo, o paciente aprenderá apenas a enganar a si mesmo e ao resto do mundo, tornando-se assim altamente questionável o próprio valor da análise” (p. 35). O contato inicial Ao encontrar-se pela primeira vez (…) o paciente psicoterapêutico quer livrar-se de seu sofrimento e de sua doença (…) Inconscientemente, ao menos em parte, o paciente quase sempre espera encontrar um redentor que o liberte de todos os seus problemas” (p. 41) (...) O paciente costuma recorrer ao psicoterapeuta para obter não só um efetivo apoio em sua luta contra a neurose, mas também o acesso a um conhecimento secreto que lhe permitiria resolver todos os problemas da vida (…) No início da terapia a relação terapeuta e paciente é muitas vezes similar à do feiticeiro e seu aprendiz. As fantasias que o paciente tem nesse sentido exercem um poderoso efeito sobre o terapeuta, em cujo inconsciente começa a constelar-se a figura do mágico ou do salvador. O terapeuta começa a pensar que é de fato alguém com poderes sobrenaturais, capaz de fazer maravilhas com sua magia” (p. 42) A Sombra do terapeuta e a do paciente afetam-se mutuamente e se relacionam intimamente. Não se pode, portanto, examinar com propriedade a Sombra do primeiro sem levar em conta a do segundo. A Sombra profissional do terapeuta que pretende ajudar seus pacientes é o charlatão. Paralelamente, o paciente que procura tratamento apresenta uma força psíquica antiterapêutica, que luta contra o processo de cura, comumente descrita como resistência (…) a resistência do paciente estabelece uma aliança com a Sombra de charlatão do terapeuta; ambas constelam-se mutuamente e às vezes só podem ser compreendidas a partir dessa reciprocidade (p. 44). Jogo de Sombras paciente-terapeuta • Para não ficar preso no jogo de Sombras paciente-terapeuta, o terapeuta deve estar atento à sua própria Sombra e ao fascínio que a crença de que se tem poderes sobre o paciente pode exercer. • Todos somos vulneráveis às fantasias compensatórias de auto engrandecimento, especialmente em momentos em que nos deparamos com uma certa impotência frente à própria vida. • O cuidado redobra na medida em que o terapeuta está atravessando uma crise pessoal, sentindo-se impotente em aspectos de sua vida. Relacionamento e transferência Na transferência, vê-se em outra pessoa algo que não existe, ou que talvez só exista de forma latente ou nascente. O paciente pode transferir para o analista traços pertencentes aos personagens que tiveram um papel importante na sua vida” (p. 46) (...) Como é natural, a transferência e o relacionamento costumam ocorrer simultaneamente, não podendo ser estritamente diferenciado num caso especifico, porém, é bastante destrutivo querer explicar um relacionamento sempre em termos de projeção, transferência e contratransferência (…) relacionamento significa ver o outro como o outro é (…). Compreender outra pessoa significa relacionar-se não só com seu presente, mas também com seu passado e seu futuro. O relacionamento sempre envolve algo criativo (p. 47). (...) Encontrar uma pessoa de modo criativo significa tecer fantasias em redor dela e circundar seu potencial seja negativo ou positivo (…) As fantasias também influenciam a outra pessoa, despertando nela suas potencialidades (…) Na transferência, projetamos sobre nosso parceiro imagens, problemas ou possibilidades que dizem respeito a nós mesmos ou a nossa história de vida” (p. 48). A Psicologia Junguiana entende a relação entre duas pessoas como algo mais que um mero contato entre duas consciências. Quando duas pessoas se encontram, suas psiques se defrontam em sua totalidade; o consciente e o inconsciente, o dito e o não dito, tudo afeta o outro (p. 50). Se o analista realmente pretender rastrear a Sombra do paciente, ele deve confrontar e lidar ativamente com suas próprias fantasias sobre seus pacientes. Não adianta nada, nem para si nem para os clientes, fazer o papel do terapeuta absolutamente objetivo. Isso é ilusão. (…) vários terapeutas procuram suprimir ou reprimir as fantasias que tem com respeito aos pacientes. Ocorre que o conteúdo dessas fantasias continua a produzir seus efeitos. Umas das primeiras tarefas do terapeuta consiste em examinar e procurar entender suas fantasias. Tanto o analista como o analisando têm suas fantasias sobre o outro; cada um está a circunscrever o outro em sua imaginação” (p. 51). Chamando a atenção tanto para o papel transformador que o próprio encontro entre a psique do paciente e do terapeuta tem - como num encontro de substâncias químicas -, bem como para a importância da imaginação de um sobre o outro e dos dois sobre o próprio processo terapêutico, ele está reforçando a noção junguiana fundamental de que a imaginação tem um enorme potencial criativo e de movimentação da energia psíquica. Por isso, toda imagem ou imaginação que surja desse encontro tem de ser considerada com cuidado, sem preconceitos e sem repressão, ainda que nem tudo deva ser necessariamente verbalizado. A vida extra analítica A maior parte dos relacionamentos humanos apresenta certa pretensão de exclusividade (…). Essa pretensão é intensificada pela Sombra de charlatão do analista, a qual gostaria de manter o paciente completamente sob seu controle (…) (p. 55) O analista deve trabalhar a fundo sua própria problemática para evitar que o relacionamento analítico se torne hostil a outras relações do paciente (…) Em algum canto da alma do analista existe um bicho papão que deseja o completo domínio de seus pacientes (…). Outra modalidade da Sombra de charlatão do terapeuta é a vivência vicária, ou seja, a que substitui (…) Muitos analistas se absorvem por completo no seu trabalho com seus pacientes e sua própria vida privada fica em segundo plano diante dos problemas e dificuldades das pessoas com quem trabalha. (…) Desse modo, o analista pouco a pouco deixa de viver uma vida própria, passando a contentar-se com a de seus pacientes. (…) Deixa de ser capaz de amar e odiar, de investir a si próprio na vida, de lutar, ganhar ou perder. Perdendo a vitalidade e a originalidade criativa. (…) Esse tipo de analista é prejudicial para seus próprios pacientes. De certa forma, estes também deixam de viver genuinamente, passando a viver apenas em relação ao analista, tendo experiências das coisas para depois poder relatá-las em terapia (p. 57). Somente o analista apaixonadamente envolvido em sua própria vida poderá ajudar seus pacientes a encontrar seu caminho. Como diz Jung, o analista só pode dar a seus pacientes aquilo que possui (p. 58). Desse modo, Guggenbühl- Craig reforça a importância de viver autenticamente, tomando para si, antes de mais nada, o compromisso com o seu próprio processo de individuação.
Um terapeuta não ajuda um
paciente a ir até onde ele mesmo não teve a coragem de ir. Sexualidade O processo psíquico não avança na ausência de um fluxo de emoção entre paciente e terapeuta. Qualquer psicoterapia implica pelo menos um mínimo de relacionamento. Quando existe, este não é apenas psíquico, apresentando igualmente um componente corporal ou físico. A relação física entre analista e paciente é, portanto, muito importante” (p. 60).
É comum brotar desejo sexual entre pacientes e analistas (…)
Quanto à realização das fantasias sexuais, uma das regras mais rígidas da análise estipula que a sexualidade entre analista e paciente não deve em circunstância alguma ser concretizada (…) O objetivo da terapia não é o relacionamento entre analista e analisando, mas a cura deste e o estabelecimento de uma nova orientação psíquica. Uma vez vivido no campo sexual, o relacionamento deixa de ser o receptáculo no qual tem lugar o processo curativo, tornando-se um fim em si mesmo e, portanto, destruindo a terapia (p. 63). Ainda que a sexualidade não seja vivida na análise, é preciso adotar uma atitude altamente diferenciada em face do surgimento de uma atração sexual mútua, investigando-se o que ela de fato expressa. Por mais doloroso que seja o analista deve sempre examinar as fantasias sexuais do paciente, bem como as suas próprias. (…) Um dos grandes feitos de C. G. Jung foi ter conferido um significado mais profundo às descobertas de Freud no campo da sexualidade, em vez de descartá-las ou desaprová-las. O psicólogo junguiano compreende a sexualidade como símbolo de algo não-sexual, ou seja, a união dos opostos ou coniuncttio oppositorum. (…) Assim sendo o fenômeno da atração erótica e sensual intensa na psicoterapia deveria também ser compreendida como símbolo dessa unificação, como um mysterium coniuncttionis (p. 64). Porém, “o analista deve em primeiro lugar compreender e em certo sentido participar da experiência sexual de seu paciente antes de tentar enriquecê-la com seu profundo simbolismo” (p. 65). Esse é um ponto de grande importância porque toca em uma questão bastante problemática da relação terapeuta-paciente. O conselho do autor, seguindo a direção analítica junguiana, é de que não se deve evitar olhar para essa questão quando ela autenticamente surge na relação, mas não se deve buscar literalizar as fantasias (HILMANN, 2009) e a imaginação acerca dos conteúdos sexuais. Não há separação real entre corpo e psique, e é natural que um certo movimento da energia psíquica possa, em alguns casos, despertar fantasias e desejos sexuais, encontrar no corpo uma ressonância aos conteúdos da psique. No momento em que se vive literalmente essas fantasias se está impedindo a ação da psique, que é exatamente o contrário da literalidade. Todo o processo analítico, de certa forma, tem de compreender o risco que a literalização traz para a psique. O que surge no território do simbólico deve potencialmente ser trabalhado nele, por meio da imaginação e da análise honesta e corajosa. Se há a literalização e o encontro sexual físico literal ocorre, o terapeuta está transferindo o movimento psíquico imaginal para a literalidade das experiências concretas, correndo o risco de despotencializar o movimento que a alma fazia na análise. Homossexualidade Quando esses sentimentos físicos se constelam, o analista sério, que aceita se expor ao perigo, não tem escolha: ele não deve rejeitar tais sentimentos, mas observá-los e permitir que seu paciente fantasie. Deve ao menos aceitar as fantasias do paciente, em vez de rotulá-las de pronto como patológicas ou desviá-las mencionando seu significado simbólico profundo. Em última análise, a psicoterapia é uma atividade erótica. Mas a Sombra de charlatão do analista procura evitar as exigências de Eros; quando muito, essa Sombra tem uma relação erótica consigo mesma – mas não com o paciente” (p. 69). “Saúde e enfermidade, terapeuta e doente, médico e paciente são todos motivos arquetípicos” (p. 83). “O arquétipo pode ser definido como uma potencialidade inata do comportamento. O ser humano reage arquetipicamente a alguém ou a algo quando se defronta com uma situação típica e recorrente (…). Nesse sentido, certos arquétipos têm dois pólos, por assim dizer. Sua situação básica contém uma polaridade. (…) Na psicologia humana que conhecemos, ambos os pólos estão contidos no mesmo indivíduo. Nascemos todos com ambos os pólos dentro de nós. Se um pólo se constela no mundo exterior, o outro, oposto e inferior, também se constela” (p. 84). Como então os profissionais de ajuda, destacados aqui pelo terapeuta, conseguem exercer seu ofício, ou seja, ajudar aos doentes, aos que sofrem, aos infelizes e aos marginalizados sem serem sugados por essa Sombra arquetípica?
Guggenbühl-Craig aponta dois possíveis caminhos:
a individuação e Eros. Jung, em seus escritos, pondera que o trabalho psicoterapêutico tem dois objetivos principais: curar o analisando e orientar o processo que ele denominou individuação:
A individuação não é algo que se pode conquistar e possuir com segurança”
(p. 124). Há vários modos de estimular a individuação em si mesmo e nos outros. Na obra de Jung e ainda mais na de seus seguidores, vê-se claramente que a análise é o meio moderno por excelência de promovê-la.
A individuação pode acontecer na análise, como também na família, no
trabalho diário, nas realizações artísticas e nas experiências religiosas. Em suma, ela pode acontecer numa vida vivida autenticamente. Eros Somente Eros para ajudar o analista em seu próprio processo de individuação.
Para romper o círculo vicioso da Sombra analítica, o terapeuta deve
expor-se a algo que o toque de perto, algo não analítico capaz de balançar seu equilíbrio, estimulá-lo, mostrar-lhe de vez em quando quem ele é. Quão fraco e solene, quão estreito e vão. O que faz falta ao analista são relações simétricas, relações com outros à sua altura, amigos que ousem atacá-lo e fazê-lo ver não apenas suas virtudes como seus aspectos ridículos: “As profundezas da Sombra devem ser sondadas com amor” (p. 122). Erótico aqui não significa algo especificamente sexual, mas ligado ao amor no seu sentido mais amplo, ao deus Eros, que simboliza o princípio de conexão na vida. Somente mediante o intercâmbio emocional com aqueles com quem vive cria-se uma relação de amor. Na relação terapêutica, o cliente só irá até onde o analista foi.
Uma nova dimensão pode penetrar seu mundo sedado.
Se isso não puder ocorrer e se, ao contrário, o terapeuta acabar usando seu conhecimento intelectual sobre a psique para esvaziar seus relacionamentos, ele acabará se tornando uma figura lúgubre, estéril. Mas, se puder abrir-se a essa dimensão da existência, seu próprio desenvolvimento poderá prosseguir e ele se tornará ainda mais capaz de ajudar seus semelhantes. Ai então ele se tornará um verdadeiro seguidor dos grandes fundadores da Psicologia Profunda. Nesse sentido, o analista pode viver seu próprio destino, a sua individuação.
E “essa luta dura a vida inteira”
(p. 139). Referências • GUGGENBUHL-CRAIG, A. O Abuso do Poder na Psicoterapia e na Medicina, Serviço Social, Sacerdócio e Magistério. São Paulo: Paulus, 2004. Obrigada/o