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O documento discute a importância de estudar o continente africano na escola para desconstruir estereótipos e promover a identidade cultural. Ele descreve os fortes vínculos entre a África e o Brasil, como a influência da cultura e línguas africanas e a ascendência africana da população brasileira. Também resume as literaturas de países africanos de língua portuguesa, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
O documento discute a importância de estudar o continente africano na escola para desconstruir estereótipos e promover a identidade cultural. Ele descreve os fortes vínculos entre a África e o Brasil, como a influência da cultura e línguas africanas e a ascendência africana da população brasileira. Também resume as literaturas de países africanos de língua portuguesa, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
O documento discute a importância de estudar o continente africano na escola para desconstruir estereótipos e promover a identidade cultural. Ele descreve os fortes vínculos entre a África e o Brasil, como a influência da cultura e línguas africanas e a ascendência africana da população brasileira. Também resume as literaturas de países africanos de língua portuguesa, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Sílvia Costa e Wilma Carvalho POR QUE ESTUDAR O CONTINENTE AFRICANO? • Vazio constatado quanto à sistematização e à veiculação de informações relacionadas ao continente africano; • Desconstrução de estereótipos; • Construção identitária. ÁFRICA E BRASIL: VÍNCULOS E COMPLEMENTARIDADES • Inferências de âmbito antropológico, geográfico, histórico e sociológico; • Presença africana – tráfico de escravos • Entre 40% e 60% da população brasileira possui ascendência africana; • Influências das línguas africanas e de movimentos históricos; • Retornados – ex-escravos; • Escravistas e suas heranças em África. • O Brasil é um país extraordinariamente africanizado. E só a quem não conhece pode escapar quanto há de africano nos gestos, nas maneiras de ser e de viver e no sentimento estético do brasileiro. Por sua vez, em toda a outra costa atlântica pode- se facilmente reconhecer os brasileirismos. Há comidas brasileiras na África, como há comidas africanas no Brasil. Danças, tradições, técnicas de trabalho, instrumentos de música, palavras e comportamentos sociais brasileiros insinuam-se no dia a dia africano. [...]. (COSTA E SILVA, 1994). ÁFRICA: O RESGATE EM SALA DE AULA • Promover o conhecimento do continente africano na ótica de uma metodologia diferenciada, capacitada a apreender a realidade africana sob o prisma das especificidades que lhe são inerentes. (Outro como Sujeito); • Compreender a contribuição desses conhecimentos na ampliação dos debates nas outras do conhecimento; • Conhecimento do continente africano e da realidade nacional. A TEMÁTICA AFRICANA E A LEI nº 10.639 NO CONTEXTO DA AÇÃO AFIRMATIVA • As políticas de ação afirmativa constituem um rol de proposições e de medidas, cujo objetivo é garantir às minorias sociais, étnicas e de poder o justo espaço que lhes compete na sociedade. • Polêmicas: prós e contra LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA CONTEXTO HISTÓRICO • Literatura colonial: • Século XV: época da iniciação da rota da África. • O homem negro aparece como que por acidente. Paternalisticamente. Coisificado. Animalizado. • Não tinha voz. • O branco é herói, desbravador, portador da cultura. • Escrita por cronistas, poetas, pesquisadores, missionários, viajantes, exploradores. LITERATURAS AFRICANAS • Nasce com o estabelecimento oficial do ensino. • A partir do século XIX. Prelo foi instalado nas ex-colônias portuguesas em: • 1832 - Cabo Verde • 1845 - Angola • 1854 - Moçambique • 1857 - São Tomé e Príncipe • 1879 - Guiné-Bissau, 1879 CRIAÇÃO DA IMPRENSA • Cabo Verde: 1842 • Angola: 1845 • Moçambique: 1854 • São Tomé e Príncipe: 1857 • Guiné-Bissau: 1879
• BOLETIM OFICIAL: legislação, noticiário oficial e
religioso, poemas, crônicas, contos • Os primeiros periódicos fundados em Angola e Moçambique foram: A Aurora (1856), A Civilização da África Portuguesa (1866), O Eco de Angola (1881), O Futuro de Angola (1882), O Farol do Povo (1883), O Serão (1886), A Civilização da África Portuguesa (1886), O Arauto Africano (1889), Ensaios Literários (1891), Luz e Crença (1902-1903). TEMÁTICAS • Pós-colonialismo • Nacionalismo • Identidade • Oralidade • Memória e história • Tradição • Hibridismo cultural • Influências ANGOLA • HAVEMOS DE VOLTAR
Às casas, às nossas lavras Aos nossos rios, nossos
lagos às praias, aos nossos campos havemos de voltar às montanhas, às florestas Às nossas terras havemos de voltar vermelhas do café brancas do algodão À frescura da mulemba verdes dos milharais Às nossas tradições havemos de voltar Aos ritmos e às fogueiras Havemos de voltar Às nossas minas de diamantes ouro, cobre, de petróleo havemos de voltar À marimba e ao quissange ao nosso carnaval havemos de voltar
À bela pátria angolana
nossa terra, nossa mãe Havemos de voltar
Havemos de voltar à Angola libertada Angola independente
(Agostinho Neto, em Sagrada esperança, 1974)
PERIODIZAÇÃO • 1º Período: Incipiência – Das origens até 1848 Literatura colonial • 2º Período: Primórdios - 1849 até 1902 Obras: Espontaneidade da minha alma (1949), de José da Silva Maia Ferreira e Nga mutúri (1882), de Alfredo Troni Imprensa livre • 3º Período: Prelúdio – 1903-1947 Literatura colonial • 4º Período: Formação - 1948-1960 • Emancipação - “Vamos descobrir Angola!” • 5º Período: Nacionalismo – 1961 – 1971 Literatura panfletária. Gerrilha. Jornais. Revistas, Luandino Vieira • 6º Período: Independência – 1972 – 1980 11 de Novembro de 1975: Independência de Angola • 7º Período: Renovação – 1981-1993 • Realismo social • Antônio de Assis Júnior: O segredo da morta (1929)- romance de costumes – folhetim • Fernando de Castro Soromenho • Agostinho Neto • Manuel Rui • Luandino Vieira • Costa Andrade • Pepetela • José Eduardo Agualusa • Ondjaki MOÇAMBIQUE • Precursores: José Craverinha, Noémia de Sousa, Rui Nogar, Rui Knopfli, Virgílio de Lemos, Rui Guerra, Fonseca Amaral, Orlando Mendes • Mia Couto • Paulina Chiziane • Eduardo White • Patraquim • Luís Bernardo Honwana Na prosa GUINÉ-BISSAU • Helder Proença - Não Posso Adiar a Palavra (1982) CABO VERDE • Revista Claridade • Baltasar Lopes, Manuel Lopes e Jorge Barbosa • Germano de Almeida e Leão Lopes SÃO TOMÉ E PRINCÍPE • Caetano da Costa Alegre (1864-1890), (Versos, 1916) • O tchiloli ou A tragédia do Marquês de Mântua e de Carloto Magno e do Autode Floripes • A minha côr é negra, Indica luto e pena; És luz, que nos alegra, A tua côr morena. É negra a minha raça, A tua raça é branca, ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... Todo eu sou um defeito (Costa Alegre) REFERÊNCIAS • FERREIRA, Manuel. Literaturas africanas de expressão portuguesa. São Paulo: Ática, 1987. • SANTILLI, Maria Aparecida. Estórias africanas: histórias e antologia. São Paulo: Ática, 1985. • SERRANO, Carlos; WALDMAN, Maurício. Memória D’áfrica: a temática africana em sala de aula. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
GINZBURG, Carlo. Micro-História: Duas Ou Três Coisas Que Sei A Respeito. In: O Fio e Os Rastro: Verdadeiro, Falso, Fictício. São Paulo: Cia Das Letras, 2007.