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DA UTOPIA À DISTOPIA
Sob a influência do iluminismo, a literatura por volta do séc. XIX foi
permeada pela esperança existente na sociedade incentivada pelo avanços
referentes ao século, idealizando um futuro e lugares onde os problemas
sociais e políticos tivessem sido superados, e todos convivessem em uma
estrutura livre de conflitos e problemas. Sendo assim, as Utopias ganharam
seu lugar como uma forma de critica velada a sociedade, pois pensava não
numa reforma da mesma, mas em uma total transformação ou o
descobrimento de outro lugar onde fosse possível existir tal perfeição;
As distopias, diferentemente das utopias, não são tão otimistas assim. Após a
Primeira Guerra Mundial, foi perceptível que os avanços tecnológicos e o
conhecimento adquirido pelo homem poderiam ser usados da pior forma
possível, com a Segunda Guerra esse medo foi ainda mais persistente e
crescente. A angústia pela possibilidade de mais uma guerra, da criação de
mais armas com poder para destruição incalculável, tornaram as perspectivas
sobre o futuro pessimistas, alimentando assim, a inspiração dos escritores e
artistas dó período. Sobre isso Michael Gordin indica
“[...] enquanto as utopias nos levam para o futuro e servem para acusar o
presente, a distopia nos coloca na negra e depressiva realidade, conjurando
um futuro aterrorizador que virá se não reconhecermos e tratarmos os
sintomas do aqui e agora.” (GORDIN, 2010 p. 02)
A distopia como sub-gênero, foi reconhecido com o passar com os anos e não de
pronto, portanto ainda existem muitas discussões sobre qual seria a primeira obra
caracterizada com distópica. Ao olhar os clássicos, como Nós (1924), do russo
Zamyatin, Admirável mundo novo (1932), de Aldous Huxley, percebemos que as
primeiras distopias eram em grande maioria direcionadas aos leitores adultos. No
século XXI, os sucessos como Jogos Vorazes (2008), de Suzanne Collins, Divergente
(2011), por Veronica Roth, Starters (2012), de Loissa Price, entre outras, apresentam
histórias em que não apenas a atenção do público jovem é fisgada, como também seus
protagonistas são em sua maioria, adolescentes que não se encaixam no sistema.
Segundo Joseph Campbell
“[...] distopias juvenis são notavelmente similares àquelas escritas para adultos. Isso
significa que há menos diferença entre as obras distópicas direcionadas para adultos e
as direcionadas para um público jovem que se pode encontrar entre outros gêneros e as
suas versões adultas. (CAMPBELL, 2010, p. 94)”
A distopia usa como base um mundo totalitarista, autoritarista, uma ditadura opressiva.
São inúmeros os filmes e livros que já abordaram temas distópicos com os mais
variados sistemas opressores, são as máquinas em Exterminador do Futuro, ou o
governo de V de Vingança. A humanidade vê nessa cultura uma maneira de alertar e
discorrer sobre o que algumas ações podem trazer para o mundo. Jogos Vorazes, a
trilogia escrita por Suzanne Collins, trata exatamente disso. Apresentando todos os
elementos básicos de uma distopia, Suzanne criou um universo diferenciado e
permeado por opressão, manipulação midiática e banalização da violência;
SOBRE JOGOS VORAZES
Jogos Vorazes é o primeiro livro da trilogia de Suzanne Collins,
que continua com Em Chamas (Catching Fire) e termina com A
Esperança (Mockingjay). Contando com adaptações divididas
em quatro filmes bem-sucedidos em bilheteria, lançados nos
anos de 2012, 2013, 2014 e os dois últimos em 2015;
Distrito 1: Artigos de Luxo. Um dos distritos mais próximos da Capital, devido ao grande
interesse pela sua produção.
Distrito 2: Alvenaria e Armamentos. É o centro de defesa da Capital, encarregado de treinar e
abrigar Pacificadores.
Distrito 3: Tecnologia. Considerado um dos distritos mais rebeldes, atualmente fornece todo o
material científico e tecnológico.
Distrito 4: Pesca. É próximo ao mar e considerado um distrito rico.
Distrito 5: Energia: Fornece diversas formas de energia para todo o Panem.
Distrito 6: Transporte. Compete ao mesmo a construção e operação de meios de transporte e
logística.
Distrito 7: Madeira. Fica responsável por todas as tarefas ligadas à extração de madeira e
produção de celulose.
Distrito 8: Indústria Têxtil. As fábricas têxteis estão todas nesse distrito predominantemente
urbano.
Distrito 9: Distribuição Agrícola. É responsável pela distribuição agrícola e processamento de
grãos.
Distrito 10: Pecuária. Toda a carne e gado passam pelo distrito 10, com muitas indústrias e
campos.
Distrito 11: Agricultura. É responsável por toda a parte agrícola de Panem, tendo vastos
campos e sendo um dos maiores distritos.
Distrito 12: Mineração. Repleto de minas de carvão.
Distrito 13 (destruído): Energia Nuclear. Encarregado pelo desenvolvimento de armas
nucleares e energia nuclear antes dos Dias Escuros, era o antigo centro de defesa da Capital.
SOBRE JOGOS VORAZES
A história é contada pela perspectiva de Katniss Everdeen, uma
garota de dezesseis anos que mora no Distrito 12 com a mãe e a
irmã, quatro anos mais nova. Esse distrito responsabiliza-se pela
produção de carvão, e é o mais pobre entre todos os distritos;
Katniss sustenta sua família caçando ilegalmente com seu
melhor amigo Gale na floresta desde os onze anos, quando seu
pai morreu em um explosão em uma mina de carvão e sua mãe
entrou em depressão profunda;
Katniss basicamente descreve os Jogos no trecho seguinte:
Fonte: http://www.scholastic.com/thehungergames/images/author-
bio-pic.jpg
Suzanne Collins, nascida em 10 de agosto de 1962, vive em
Connecticut com o marido e dois filhos. Possuí mestrado em Escrita
Dramática pela New York University.
Iniciou sua carreira em 1991, escrevendo programas infantis, e
trabalhou em diversos programas para a Nickelodeon. Também foi
escritora-chefe de série animada Clifford’s Puppy Days, da Scholastic
Entertainment.
Suzanne recebeu uma nomeação na categoria desenho animado
da Writers Guild of America por seu trabalho no aclamado especial de
natal Santa, Baby! Depois de conhecer o autor James Proimos, quando
ela trabalhava no programa Generation O! da KidsWB, se inspirou para
escrever seus próprios livros voltados ao público jovem.
Fonte: http://thehungergames.wikia.com/wiki/Suzanne_Collins
A inspiração para sua aclamada série The Hunger Games, veio quando a Collins
assistia TV. Mudando os canais, ela viu cenas da Guerra do Iraque e quando
mudou, um reality show era transmitido. Adicionando uma pitada de mitologia
grega, com o pão e circo, e a história do minotauro, a autora desenvolveu uma
história como critica a banalização da violência e a manipulação midiática, como
diz em uma entrevista apara Scholastic, transcrita no site Distrito 131
“Os Jogos Vorazes são um reality show. Um extremo, mas é o que são. E apesar de eu
achar que alguns desses programas podem ser bem-sucedidos em níveis distintos,
também há a empolgação do voyeur, ver pessoas sendo humilhadas ou chorando ou
sofrendo fisicamente. E é isso que eu acho muito perturbador. Há um potencial de
tirar a sensibilidade do público para que quando eles vejam tragédias reais nas
notícias, não tenha o impacto que deveria. Tudo se mescla em um só programa. E eu
acho muito importante, não só para jovens, mas para adultos garantir que eles façam
a distinção. Porque o jovem soldado morrendo no Iraque, isso não vai acabar no
intervalo comercial. Não é algo fabricado, não é um jogo. É sua vida.” (COLLINS,
2013)