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INTRODUÇÃO À

PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

Faculdade Maurício de Nassau – Cur so de Psicologia


Disciplina: Psicologia do Trânsito
Prof.ª Dr.ª Luciana M elo e Souz a
O QUE É PSICOLOGIA DO TRÂNSITO?

 “Estudo científico do comportamento dos


participantes do trânsito” (Rozestraten, 1981);

 Trânsito: conjunto de deslocamentos dentro de um


sistema regulamentado;

 Objeto de estudo: comportamento dos pedestres (de


todas as idades), ciclistas, motociclistas,
passageiros e motoristas de coletivos, etc.
O QUE É PSICOLOGIA DO TRÂNSITO?

 Em sentido mais abrangente: todos os participantes


do tráfego aéreo, marítimo, fluvial e ferroviário;

 No entanto, a Psicologia do Trânsito geralmente se


restringe a usuários de rodovias e redes viárias
urbanas;

 O comportamento no trânsito pode ser bastante


complexo: envolve aspectos cognitivos e variáveis
ligadas ao contexto histórico-social dos sujeitos;
O QUE É A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO?

 Alguns processos psicológicos envolvidos no


comportamento no transito, segundo Rozestraten (1981):
 Atenção, diferenciação e percepção;
 Processamento de informação;
 Memória de curto e longo prazo;
 Aprendizagem e conhecimento de normas e símbolos;
 Motivação;
 Tomada de decisões;
 Automatismos percepto-motores;
 Previsão de situações;
 Atitudes em relação aos outros usuários, às normas de
trânsito, limites de velocidade, etc.
O QUE É A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO?

 Interface com outras áreas da Psicologia:

Avaliação
Psicológica

Psicologia
Psicofisiologia
Clínica

Psicologia Psicologia
Ambiental Social
O QUE É A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO?

 Relaciona-se também com outras áreas de atuação


como:
 Engenharia;
 Medicina do trabalho;
 Estatística;
 Física;
 Ergonomia;
 Sociologia;
 Saúde Coletiva;
 Direito, dentre outras.
PARA QUE SERVE A PSICOLOGIA DO
TRÂNSITO?
 Conhecer toda a gama de comportamentos
individuais e sociais no trânsito, contribuindo para
um maior conhecimento do homem;
 Estudo de fatores perceptivos, cognitivos e de reação
para melhorar tanto a sinalização rodoviária e
urbana, quanto os veículos;
 Diretrizes educacionais: formar cidadãos conscientes
do espaço coletivo do trânsito;

 Consequência: maior segurança no trânsito e


diminuição de acidentes;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS
 Hoffman e Cruz (2003) definem 4 períodos para a
consolidação e desenvolvimento da Psicologia do
Trânsito:
1. Das primeiras aplicações de técnicas de exame
psicológico até a regulamentação da Psicologia como
profissão (1924-1962);
2. Consolidação da Psicologia do Trânsito como disciplina
científica (1963-1985);
3. Desenvolvimento da Psicologia do trânsito em vários
âmbitos (1985-1998);
4. Aprovação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e
maior sensibilização da classe de psicólogos e
sociedade civil para políticas públicas de saúde,
segurança e educação no trânsito (1998-).
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (1ª FASE)
 A Psicologia científica no Brasil foi gestada nas
décadas de 1920 e 1930;
 Foram criadas condições para o desenvolvimento da
Psicologia como ciência e profissão em três
vertentes:
1. Instrumentalização do conhecimento psicológico no
meio pedagógico (Psicologia Escolar);
2. Produção científica no meio acadêmico que culminou
na criação de intervenção nas clínicas médicas e
psiquiátricas (Psicologia Clínica);
3. Introdução do conhecimento da Psicologia no mundo
social e do trabalho (Psicologia Organizacional);
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (1ª FASE)
 Essas três vertentes refletem demandas sociais de
aplicação da Psicologia e definem seus principais
domínios de atuação;
 Um dos primeiros setores do mundo do trabalho a
utilizar a psicologia foi o setor de transportes,
origem do campo de atuação da Psicologia do
Trânsito;
 Primeiramente, foi aplicada a ferrovias e depois aos
automóveis;
 De acordo com Hoffman, essa é uma das primeiras
competências atribuída legalmente e que se
manteve ao longo da história da Psicologia no Brasil;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (1ª FASE)
 Início do Séc. XX: primeiros automóveis e caminhões
começaram a circular no Brasil;
 Substituição da locomoção em massa por bondes e
trens pelos automóveis – pressão das elites, apoio à
indústria automobilística;
 Uso do automóvel – gerou maior desenvolvimento
econômico por um lado, mas criou sérios problemas
de segurança e saúde pública;
 Décadas de 40 e 50: autoridades começam a pensar
em medidas preventivas, como seleção médica e
psicotécnica;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (1ª FASE)
 Finalidade: restringir o acesso ao volante das
pessoas consideradas “propensas” a se envolver em
acidentes e trânsito;
 Além disso, começou a ser discutida a necessidade
de validade temporária e não permanente da
habilitação e a divisão de categorias de veículos que
exigiam diferentes habilidades – início do modelo de
habilitação brasileiro;
 Nesse período a avaliação de características
psíquicas dos condutores tinham forte influência
estrangeira – não existiam no Brasil instrumentos
construídos e validados para esse fim;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (1ª FASE)
 Nesse período, a psicologia aplicada ao trânsito se
concentrava no fator humano – buscava-se a pessoa
certa para o lugar certo;
 Forte influência da Teoria de Propensão aos
Acidentes (accident proneness): existiriam indivíduos
mais propensos que outros a se envolverem em
acidentes;
 Essa teoria justificava o modelo de seleção de
motoristas aptos/inaptos para dirigir;
 Esperava-se, com isso, aumentar a segurança no
trânsito;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (1ª FASE)
 Algumas características importantes do período:
 Criação de instituições de seleção e treinamento
industrial e do trânsito;
 Criação do Importância do ISOP – Instituto de Seleção e
Orientação Profissional, criado por Emilio Myra y López
(inventor do PMK- Psicodiagnóstico Miocinético);
 Em 1950 surgem as primeiras publicações científicas
sobre a seleção psicotécnica de condutores;
 Em 1953 o exame psicotécnico torna-se obrigatório para
todos os aspirantes a motoristas profissionais;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (1ª FASE)
 Algumas características importantes no período:
 Em 1962 o exame é estendido a todos os candidatos à
Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
 Em 1962 também, a Psicologia é reconhecida como
profissão;
 Os Conselhos de Psicologia também surgem nessa época;
 É importante frisar que o exame psicotécnico era
realizado majoritariamente por engenheiros, no período
anterior ao desenvolvimento da Psicologia.
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (2ª FASE)
 Contexto político e social: ditadura militar;
 Mudanças no conceito de Psicologia Aplicada;
 O psicotécnico passa a ser considerado apenas como
uma das possibilidades de se avaliar a
personalidade;
 O termo psicotécnico vai caindo em desuso entre os
psicólogos, que passam a valorizar múltiplos
aspectos da avaliação da personalidade;
 Contexto de expansão da Psicologia, em função do
aumento e diversidade de demandas sociais;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (2ª FASE)
 Algumas características importantes no período:
 Aprovação do Código Nacional de Trânsito em 1966
(substitui o de 1941), ratifica a obrigatoriedade do exame
psicológico para obtenção de CNH em todo o Brasil;
 Em 1966 foram criados os DETRANS;
 Os primeiros serviços psicotécnicos dos DETRANS foram
criados em 1968;
 Em 1981 o CFP cria uma Comissão Especial de Exame
Psicológico para condutores;
 Na década de 80, fica mais presente temas sobre
Segurança viária e Psicologia do Trânsito no meio
universitário.
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (3ª FASE)
 Aumento na sensibilidade tanto da sociedade civil,
quanto da administração pública em relação aos
acidentes;
 Mobilização da categoria de psicólogos,
especialmente os vinculados aos DETRANS no
sentido de pensar como a Psicologia pode contribuir
para um trânsito mais seguro;
 Crítica e desconstrução dos rótulos de
“psicometrista” e “testólogo” atribuídos aos
psicólogos do trânsito, especialmente dos DETRANS;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (3ª FASE)
 Algumas características importantes no período:
 Realização do II Congresso Brasileiro de Trânsito;
 Primeiro concurso público para psicólogos do DETRAN em
Santa Catarina;
 Resolução 670 de 1987 (CFP e CONATRAN) e Prêmio
Volvo de Segurança no Trânsito em 1987;
 1º Congresso Internacional de Segurança no Trânsito
(MG);
 5º Congresso Brasileiro de Psicologia do Trânsito e 1º
Congresso de Educação e Fiscalização do Trânsito, em
1989;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (3ª FASE)
 Algumas características importantes no período:
 1989 foi o “Ano Brasileiro de Segurança no Trânsito”;
 Criação da Associação Brasileira de Psicologia do
Trânsito;
 Criação do primeiro curso interdisciplinar de trânsito;
 Anteprojeto de lei para o novo Código de Trânsito
Brasileiro, em 1993;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (4ª FASE)
 Novo Código de Trânsito Brasileiro – 1998: psicólogo
como profissional responsável pela avaliação
psicológica (não mais exame psicotécnico) de
condutores para primeira habilitação e renovação de
habilitação no caso de condutores que exercem
atividade remunerada dirigindo;
 Grande debate nacional sobre questões ligadas à
circulação humana;
 Analisar a circulação humana não do ponto de vista
do automóvel (ou outro meio de transporte), mas a
partir das pessoas;
 Visão mais humanizada de circulação;
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (4ª FASE)
 Dados alarmantes sobre acidentes, eventos
estressantes, transtornos relacionados à vida
moderna passam a ser debatidos e motivam a
inserção da Psicologia no debate sobre a criação de
políticas públicas intersetoriais para a circulação
humana;
 Alguns eventos importantes do período:
 Maior envolvimento das universidades;
 Criação de cursos de pós-graduação em trânsito;
 Curso de Perito Examinador do Trânsito (exigido para a
avaliação psicológica dos condutores)
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: ASPECTOS
HISTÓRICOS (4ª FASE)
 Alguns eventos importantes no período:
 Incremento no número de dissertações e teses sobre o
trânsito;
 Maior envolvimento do Sistema de Conselhos de
Psicologia na discussão sobre a responsabilidade social
do psicólogo nas questões de circulação humana;
 Criação de Comissões de Avaliação Psicológica nos
Conselhos – impulso a criação de eventos regionais e do I
Fórum Nacional de Psicologia do Trânsito;
 Realização do Seminário: Psicologia, Circulação Humana
e Subjetividade, em 2001;
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO
PSICÓLOGO DO TRÂNSITO
 Atuação do psicólogo do trânsito ainda muito voltada
para a avaliação de condutores – questões
históricas;
 No entanto, o papel do psicólogo do trânsito é mais
abrangente, e sua expansão deveu -se à
institucionalização dos departamentos de trânsito;
 Os DETRANS ampliaram o espaço de trabalho do
psicólogo, além de atuarem no credenciamento de
profissionais e clínicas de psicologia;
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO
PSICÓLOGO DO TRÂNSITO
 A atividade do psicólogo no DETRAN ainda é voltada
prioritariamente na avaliação psicológica de
condutores, que envolve: administração, avaliação e
análise de resultados dos instrumentos; coordenação
de serviço; fiscalização das clínicas de psicologia.
 Além disso, o psicólogo do trânsito pode atuar:
 Na capacitação de outros psicólogos peritos do trânsito;
 Capacitação de instrutores de trânsito;
 Elaboração/implantação de programas de reabilitação e
educação de motoristas infratores;
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO
PSICÓLOGO DO TRÂNSITO
 Prevenção de acidentes;
 Tratamento de fobias ao volante (“síndrome do carro na
garagem”);
 Inserção de estudantes de psicologia por meio de
estágios supervisionados.
 Tendências atuais da Psicologia do Trânsito:
 Discutir a mobilidade urbana e o uso democrático do
espaço público;
 Questionar o modelo de transporte centrado no
automóvel e a melhoria do transporte público;
 Construção de políticas públicas para o trânsito.
REFERÊNCIAS

SILVA , Fábio Henrique Vieira de Cristo e; GUNTHER, Har tmut. Psicologia


do trânsito no Brasil: de onde veio e para onde caminha?. Temas
psicol., Ribeirão Preto , v. 17, n. 1 , p. 163-175, 2009 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ar ttext&pid=S1413 -
389X2009000100014&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 23 jan. 201 8.

ROZESTRATEN , Reinier J.A .. Psicologia do trânsito: o que é e para que


ser ve. Psicol. cienc. prof. , Brasília , v. 1 , n. 1 , p. 141-143, jan. 1981
. Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ar ttext&pid=S1414 -
98931981000100006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 23 jan. 201 8.

HOFFMAN, Maria Helena; CRUZ, Rober to Moraes. Síntese histórica da


Psicologia do Trânsito no Brasil. In: HOFFMAN, M.H; CRUZ, R.M.; ALCHIERI,
J. Compor tamento Humano no Trânsito . 1ª e. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2003.

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