Sei sulla pagina 1di 24

“A Luz veio ao mundo”.

A revelação no curso da
história.

“O Verbo estava no mundo, e o mundo não o


reconheceu” (Parte 2) p.279ss.
 Uma primeira fase da história da revelação que se faz
na criação e por meio dela, chega ao fim quando o
nome de Deus chega aos lábios do homem, quando,
mediante tal revelação, o ser humano chega a
conclusão de que o mundo e também ele próprio foi
feito por Deus.

 Isso confirma a efetividade do diálogo divino como o


homem através do mundo. Mais do que fazer o seu
nome conhecido entre os homens, ou insinuar em seu
espírito uma ideia ou imagem da divindade, deu-lhes
acesso à palavra, estabelecendo um laço entre eles.

 É provável que a primeira experiência humana de


comunicação estabelecida com a divindade tenha
ocorrido no seio de um grupo reunido para um cultuar,
conferindo genericamente a revelação uma figura
instituída, uma primeira forma religiosa da sociabilidade
humana.
 Apesar de não ter escolhido ou instituído
expressamente se revelar por meio desses cultos,
Deus atende aos apelos de tais ritos, pelos
símbolos que eles transmitem.

 O Verbo, que está no mundo, torna sua presença


perceptível a todos que se voltam para ele, ainda
que confusamente, por intermédio de seus cultos
(Mesmo que não multiplicasse seus atos de
presença em tempos e lugares determinados).
 Mesmo sabendo que muitas vezes os
pagãos tenha percebido a divindade de
forma plural e diversa, lhe prestando culto de
sob representações indignas dela, pois
apesar de nutrirem com respeito a Deus,
sentimentos misturados, mas autênticos de
adoração, temor, devoção e confiança. Deus
os aceitou, purificou e esclareceu, e em
resposta a esses fez sentir a sua
benevolência.

 Assim, buscou conduzi-los a um maior


conhecimento de si, para que progredissem
rumo a valorização da dignidade humana,
colocando-os no caminho de sua salvação.
 Para Moingt a revelação
manifestada desde a criação,
também tem curso na história
das tradições religiosas,
mesmo sem emanar delas.
Agora ela emerge sob uma
forma específica na história
dos homens.

 Destaca-se a percepção de
forças cósmicas,oriundas de
uma potência que transcende
o mundo, mas dele surge e
nele reside, nos lugares
simbólicos tais como fontes,
cume das montanhas e etc...,
permanecendo sempre em
união com os elementos
fundamentais do mundo.
 Os deuses são percebidos ou interpretados
com base nas culturas em que nasceram,
suas perfeições são concebidas com base na
experiência do corpo.

 Mesmo assim, a transcendência divina


operava no paganismo, provando que Deus
não se absteve de ali revelar-se aos homens,
ainda que não em modo de expressa
comunicação com eles, mas iluminando seus
espíritos com a luz do Verbo Criador, que ele
difunda na obscuridade dos corpos e das
coisas.

 Joseph Moingt faz duas reservas ao referido


ambiente idólatra:
1ª Ao perigo que a mesma representava quando
favorecia a manipulação do divino, quando os homens
se sentiam proprietários dos deuses cujas imagens
modelavam, pondo-as a serviço de seus fiéis sob o
pretexto de oferendas. Nesse o caso o culto resumia-se
em uma troca mercantil;

2ª A imagem do Deus Todo-poderoso, como o ser maior


que se possa conceber, quando a divindade cultuada é
percebida como potência aureolada transcendente ao
cosmo.
(Para o autor, passa-se a ignorar o fato de que Deus
criou tudo por um ato de negação de si mesmo, de
despojamento, ignorando seu amor, vulnerabilidade,
prontidão ao perdão, alteridade e sua gratuidade em se
doar, frutos do Amor infinito.)
 Por conta disso, para que Deus se revele “em
espírito e em verdade” na história das tradições
religiosas, o Verbo terá de dar um novo passo,
que não se constituirá em uma ruptura, mas num
prosseguimento revelacional, numa
continuidade.

 Sob a ótica evangélica, a revelação se projeta no


ato criador pelo qual o Verbo aparece no mundo
unindo-se a seu devir, desdobrando-se no curso
desse devir em direção a encarnação.
 O autor reconhece plenamente o alcance
revelacional da história das religiões e sua
apreensão gradativa pelo homem, num
desvelamento progressivo de Deus que irradia sua
presença trinitária que prenuncia a vinda do Verbo
na carne.

Entretanto segundo Moingt,


quando se aborda a nova
ligação de Deus com a
história que constitui sua
revelação ao povo de Israel,
do qual nascerá Jesus, não se
deve desconsiderar a dupla
restrição que Paul Tillich fazia
a compreensão que a
ortodoxia teológica costumava
atribuir a essa revelação.
 1ª Quanto ao caráter “sobrenatural”:
que apesar de sua revelação transcender
a ordem natural das coisas, não deveria
ser entendido como intervenções
“trangressoras”, que tentam dar às
intervenções de Deus o brilho de uma
visibilidade espantosa;

 2ª Quanto à particularidade exclusiva


da revelação a Israel: não deve ser
entendida como uma particularidade
excessiva na revelação a Israel de modo
que o resto do humanidade se
encontraria privado dela.
“Veio ao seu domínio, e os seus não o
receberam” (Parte 1) pp. 284ss.
 No prólogo do evangelho de João percebe-se que o
avanço do Verbo revelador pela utilização de um verbo
de movimento posto no passado (aoristo), em contraste
com os verbos anteriores, deixados no imperfeito,
característicos de um estado estável:
“O Verbo estava (no mundo), o mundo foi feito por
intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. (Jo
1:10)

“Veio para (o que era seu), e os seus não o


receberam.” (Jo 1: 11)

“E o Verbo se fez carne e (habitou entre nós),...” (Jo


1:14)
 “estava no mundo” (v.10) – O Verbo estava no
mundo desde a gênese do mundo, como
dispensador da vida e depois como um ser-aí
manifesto, desde de que, pela sua luz tinha
surgido um mundo humano;

 “Veio para o que era seu” (v.11) – Agora Ele se


pôs em movimento. Ele veio em uma região do
mundo designada como sua própria.

 “E o Verbo se fez carne...” (v.12) – Até que o


Verbo se faça carne, como diz esse verso, ali,
naquela região, ficará.

 Obs.: A ruptura significada pela passagem do


verbo no imperfeito para o passado anuncia uma
mudança no modo da revelação, caracterizando:
 Uma passagem do espaço (Ele estava lá)
para o tempo da história (Ele veio);
 Uma passagem do universal (o mundo)
para o particular (seu próprio)

 Moingt toma a linha de interpretação dos Padres


igreja como caminho de análise dessa
importante passagem, que concebiam a referida
transição como o tempo da revelação feita ao
povo judeu para preparar e anunciar a vinda do
Verbo na carne.
 Deus faz aliança com um povo
escolhido entre todos; faz dele
seu povo, intervêm na sua
história, fala a ele e por
intermédio de pessoas
expressamente enviadas por ele;
tais acontecimentos constituem
uma história de salvação e de
revelação. Essas palavras são
acolhidas nos livros transmitidos
enquanto Escrituras reveladas.

Antes, Deus em toda parte do mundo, revelava-se


aproximando de todos os homens sem exceção,
comunicando-se através da diversidade de suas
tradições religiosas, sob o signo do visível e do
universal, ad multiplicidade e da diversidade.
 Agora ele se furta a todas as apreensões que as
percepções do mundo ofereciam aos homens
para aceder até a ele; deixa de fazer-se ver,
retira-se dos lugares de culto e só fala do alto de
seu trono celeste, a um só povo e por seus
intermediários enviados.

 No Sinai, pela última vez, sua revelação assume o


aspecto de potência cósmica. Então, a visão cede
a palavra, e o papel principal da palavra é proibir
a visão que coloca a representação da divindade
sob múltiplas e diversas formas.
 Assim, Deus se revela o único Criador de
todas as coisas visíveis e invisíveis:

“Eu sou Javé seu Deus, que o tirou da


terra do Egito, da casa da escravidão.
Não tenha outros deuses diante de
mim. Não faça ídolos para você,
nenhuma representação do que existe
no céu, na terra ou nas águas que
estão debaixo da terra. Não se prostre
diante desses deuses, nem os sirva,
porque eu, Javé seu Deus, sou um
Deus ciumento:...” (Dt 5: 6-9)
 No Sinai Deus se retira da visibilidade que assumia nos
fenômenos da natureza, em todos os lugares do
mundo e renuncia a toda aparência denunciada como
ilusória. Assim, ele sai do espetáculo do mundo.

 Deus escolhe o menor e mais fraco povo da terra


assim como Jesus escolheu pra seus discípulos
pessoas menos cultas e abastadas, não para fazer
brilhar sua potência aos olhos do mundo, mas para
revelar-se mediante uma obscuridade desconcertante,
que afasta os homens das vãs aparências e os põe à
procura da verdade de Deus.

 A encarnação seguirá essa lógica, levando acabo a


revelação de Deus ao povo judeu na carne de um de
seus descendentes.
 O episodio de Paulo em Atenas confirma essa lógica:

..."Senhores de Atenas, em tudo eu vejo que


vocês são extremamente religiosos. De fato,
passando e observando os monumentos sagrados
de vocês, encontrei também um altar com esta
inscrição: Ao Deus desconhecido. Pois bem, esse
Deus que vocês adoram sem conhecer, é
exatamente aquele que eu lhes anuncio. O Deus
que fez o mundo e tudo o que nele existe... Assim
fez, para que buscassem a Deus e para ver se o
descobririam, ainda que fosse às apalpadelas. Ele
não está longe de cada um de nós, (Atos 17 22-24 e
27)
 O Deus desconhecido que os homens procuravam
os convida a afastar-se das imagens sobre as
quais tinham começado a contemplar suas
grandezas, porém dividindo a divindade em tantos
deuses quantas eram as forças cósmicas que
imaginavam operar na natureza.

 Assim, Deus os ensina a conhecê-lo no registro da


unicidade, unidade e simplicidade, como Espírito
soberano que se comunica imediatamente a seu
espírito, bem de perto de cada um, mas ale de
suas apreensões.

 A revelação sob o signo da unicidade e


imaterialidade de Deus manifesta antes de tudo, o
passo decisivo que se realiza no desvelamento de
Deus a humanidade quando esta:
 Consente em despojar-se do divino múltiplo
diverso sobre o qual tinha começado a
perceber sua aproximação;

 Renuncia a possuí-lo e a utilizá-lo por meio


de sinais sensíveis;

 Se resigna a deixar Deus vir a ela sob o


único véu de seu mistério e toma
consciência nova tanto da inacessibilidade
como da extrema proximidade de Deus, que
a ela se entrega numa estreita relação de
Eu-Tu: “Eu sou o teu Deus”.
 Na verdade, Deus não rejeitou as outras nações, nem lhes
retirou seu amor e sua revelação, para da-la
exclusivamente a um povo a quem reservaria seus
favores, mas ofereceu sua aliança àquele que em
resposta as solicitações que dirigia a todos igualmente,
tinha se oferecido viver exclusivamente sob sua lei.

Segundo Emmanuel Lévinas,


obedecer ao altíssimo é seguir o
altíssimo e “é também saber que
nada é superior a aproximação do
próximo”, porque a revelação para
o judeu é essencialmente da ordem
prescritiva do “tu deves”, e a
obediência que ela requer depende
antes de tudo da racionalidade da
razão prática, que é “a relação com
outro ser humano colocado no
começo”.
 O prólogo joanino confere também um alcance
universalista e ético á história bíblica de duas formas:

 Marcando sua continuidade com a revelação


original do Verbo na criação;
 E finalizando-a em relação a sua vinda na carne,
pela qual Deus manifesta e realiza em plenitude
seu ser para nós e conosco, chamando todos os
homens a se reconhecerem como irmãos em seu
filho único;

A vinda do Verbo “em seu


domínio” ou “entre os seus”,
assume, pelo fato desse trajeto
do começo ao fim da história,
uma significação propriamente
trinitária:
 O Pai escolhe o povo judeu para fazer nascer
nele “o Filho que estabeleceu como herdeiro
de todas as coisas e pelo qual fez os mundos”,
e portanto, para constituir esse Filho herdeiro
de todos os povos da Terra;

 O Verbo, presente em toda parte no universo,


disseminado em todas as nações, aprofunda
sua quenose, aceitando desposar o destino de
um pequeno povo particular para inserir-se
ainda mais na espessura no tempo dos
homens e contrair o elo do tempo, o elo do
escoamento das gerações humanas que
encerra e pré-determina a condição de cada
indivíduo;
 O Espírito Santo derrama-se com predileção no
espírito desse povo, para dar-lhe a consciência
privilegiada de ser ele mesmo eleito e filho de
Deus, ensinando-lhe a guardar e esperar o
rebento que Deus fez germinar em seu seio.

 Assim, surge uma história sagrada de


revelação e de salvação, portadora da
palavra viva que nela se exprime, história
produtora das sagradas escrituras que o
Espírito Santo lhe inspira para contar e
interpretar o que nela se passa.

Potrebbero piacerti anche