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De igual forma, Daniela Muradas Reis aprofunda a discussão ao defini-la, posto que,
enquanto mecanismo adotado pelo setor empresarial para reduzir os custos de
produção, traz consigo, em contrapartida, evidentes retrocessos sociais, ao eliminar
conquistas obreiras, com destaque aos Direitos Humanos assegurados em diplomas
jurídicos diversos, nacionais e internacionais.
No particular, imperioso ressaltar o seu escol quando afirma que
[...] a subcontratação e a terceirização são mecanismos próprios da Empresa Enxuta
e do Estado Mínimo e tem por substrato comum a ideia de eficiência, razão
instrumental aplicada à produção e ao serviço público com vistas à maximização dos
resultados com minimização de custos de produção ou de gastos públicos. Para
atender aos padrões de eficiência, combinam-se a especialização das atividades
patronais, mediante a descentralização empresarial e a desconcentração
administrativa, e precarização das condições laborais, através da utilização de
figuras atípicas, flexíveis e com padrões sócio-jurídicos inferiores. A parcialização,
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Como alinhavado alhures, vimos que a crise mundial do petróleo de 1973 e a queda
do estado do Bem-Estar Social foram fulcrais no sentido de redesenhar a relação
capital x trabalho, o que, certamente, interferiu sobremaneira no Direito do Trabalho.
Para Nelson Manrich, a surgimento da flexibilização guarda três causas
determinantes, quais sejam, a econômica, como a crise do petróleo sobredita, o
aumento da competitividade internacional decorrente da globalização e a formação
de blocos econômicos regionais. Demais disso, temos as causas sociológicas, oriundas
do aumento do setor terciário e a reorganização do mercado e por fim, as fatores
tecnológicos, com a acelerada evolução da microeletrônica e informática, o que
agravou o aumento da mão de obra ociosa.
Para Rosita de Nazaré Sidrim Nassar, a flexibilização das normas trabalhistas faz
parte integrante de um processo maior direcionado ao próprio mercado de
trabalho, composto de medidas destinadas a dotar o Direito do Trabalho de novos
mecanismos e diretrizes capazes de compatibilizá-lo com as mutações decorrentes
de fatores de ordem econômica, tecnológica ou de natureza diversa. Isto significa
dizer, decerto, que a flexibilização das normas trabalhistas não se exaure em
caráter único e imediato, porquanto compreende estratégias políticas, econômicas e
sociais, e não apenas jurídicas.
E prossegue, aludindo que os instrumentos flexibilizatórios buscam, pois, propiciar o
rápido amoldamento do complexo normativo laboral às mudanças decorrentes
destas flutuações econômicas, das evoluções tecnológicas ou quais outras alterações
que requeiram imediata adequação da norma jurídica, destituindo-se, bem assim, do
rigor com que tradicionalmente se revestem as regras laborais, permitindo ajustes
que justamente se alinhem às novas contingências socioeconômicas.
Para ele, tem-se que “Não obstante o pequeno grupo de normas autorizativas da
terceirização, o processo acentou-se e generalizou-se no segmento privado da
economia nas décadas seguintes a 1970 – em amplitude e proporção muito
superior às hipóteses permissivas contidas nos diplomas acima mencionados. Tais
circunstâncias induziram à realização de esforço hermenêutico destacado por parte
dos tribunais do trabalho, na busca da compreensão da natureza do referido
processo e, afinal, do encontro da ordem jurídica a ele aplicável.”
Igualmente, Gabriela Neves Delgado segue a mesma linha de pensamento, pois
que
“Diante do conflituoso embate entre a pungente exigência econômica por
flexibilização da organização empresarial e a imperatividade protetiva do Direito
do Trabalho, a Justiça do Trabalho estabeleceu uma cuidadosa divisa conceitual
entre a legítima terceirização de atividades auxiliares, de apoio, e a
intermediação fraudulenta de mão de obra, num complexo processo de adaptação
hermenêutica.”
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No tocante ao inciso II, temos, sem mais, que o mesmo diploma, a rigor do que
preceitua o art. 37, II, exige a prévia aprovação em concurso público, porém, não
afasta a responsabilidade subsidiária pelos débitos trabalhistas havidos nesta
contratação terciária, uma vez verificada a conduta culposa por parte da
Administração Pública, como constante do inciso V do dito verbete sumular.
O item III da Súmula 331 estatui as atividades-meio como passíveis de terceirização,
designando-as como atividades de limpeza, vigilância, conservação, bem como as
diferiu da atividade-fim.
Nesse sentido, consoante Georgenor de Sousa Franco Filho, entenda-se por
atividade-fim “a atividade principal de uma empresa, as que, geralmente estão
descritas na cláusula objeto de seu contrato social.” Já a atividade-meio “é aquela
não essencial da empresa, secundárias, complementares, as que objetivam completar
as atividades principais constantes em seus objetivos sociais, mas, note-se, sem as
quais o fim não será adequadamente alçancado”
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