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“Eu gostaria de ser considerado a primeira pessoa que já tentou dar uma forma consistente
à sua história crua, desconexa e negligenciada.” (SOUTHEY apud LIMA, 2014, p. 204).
Extensão da narrativa Interpretação
Características
aos territórios negativa de Portugal:
comuns entre Southey,
vizinhos da América vícios estendidos ao
Grant e Henderson
Espanhola Novo Mundo
Dificuldades no Tentativa de
processo de imparcialidade,
investigação e escrita através do rigor
Uma interpretação da história do Brasil
Cenário
Grant – sombrio:
Desolador, sociedade regulada
Southey – épico: por caprichos e necessidades
Singularidade, imediatas, habitantes tratáveis e
engenhosos.
aventuras, extensas
regiões, tribos não “[...] poucos professavam
sentimentos de humanidade [...]”
civilizadas, esforços Henderson – idealista: (p. 204)
dos missionários. Descrição detalhada,
acompanhada de
gravuras.
Crítica à atuação portuguesa;
History of Brazil – Grant = modelo (1ª publicação inglesa): 1)
episódios de forte presença estrangeira; 2) crítica à
administração de Portugal; 3) jesuítas – efeitos benéficos; 4)
1808 – transferência da corte nova fase;
Tímida e precária ocupação portuguesa;
Falta de atuação do poder público;
As coisas melhoram a partir de atuações de homens como
Maurício de Nassau e Padre Antônio Vieira, dentre outros.
Compromisso dos indivíduos com as melhorias;
Ibéricos como povos arcaicos e na contramão do
progresso;
Etnocentrismo e Eurocentrismo;
Comparação do domínio ibérico com a ocupação inglesa;
Contrários à escravidão;
Exame dos indígenas;
Destaque para a presença holandesa no Nordeste;
Comércio = civilização, progresso.
Grant e Henderson viam os Primeiros povos de modo positivo. Southey estranhava
e comparava aos europeus;
Grant e Henderson perceberam melhorias com a vinda da corte ao Brasil, em 1808.
Southey foi mais cauteloso;
Southey vai além na atuação dos jesuítas e dá algum destaque à Companhia de
Jesus;
Southey e Henderson continuam interessados na história do Brasil: aquele
mantendo-se a par de novos acontecimentos; este, incluindo eventos mais recentes
em sua obra.
“A compreensão da história do Brasil delineada nas páginas dessas narrativas apresenta
semelhanças com o discurso inglês sobre o Novo Mundo elaborado no decorrer dos séculos
XVII e XVIII. A identificação da atuação portuguesa, e por extensão, ibérica, como inábil,
ausente e inerte, quando comparada ao ideal de improvement propagado pelos colonos e
viajantes ingleses, faz-se presente na interpretação da trajetória brasileira descrita pelos
ingleses. As potencialidades de exploração dos territórios esbarravam numa administração
frágil, sendo superadas apenas pela persistência de indivíduos como os conquistadores
holandeses, os audazes paulistas e os empenhados padres da Companhia de Jesus. Grande
exceção na produção escrita inglesa sobre o Brasil, a atuação dos missionários era enaltecida e
entendida como um esforço no sentido de abrandar o estado de selvageria em que se
encontravam os nativos. Logo, a conhecida expulsão levada a cabo pelo marquês de Pombal
mereceu a reprovação dos ingleses, que a consideraram responsável pelo despovoamento em
certas regiões do país. Em contraste com o ineficaz governo português, as tentativas de
ocupação e colonização dos holandeses renderam capítulos expressivos nessas histórias.
Identificados como povos industriosos e mais adiantados que os ibéricos, os holandeses
legaram mais do que uma arquitetura e um ar de civilidade aos lugares que ocuparam, legaram
também registros e estudos que possibilitaram um conhecimento sobre o Brasil que os
ibéricos eram incapazes de propiciar.” (LIMA, 2014, p. 216).
“Elogios comedidos ao Brasil somente aparecem nas histórias quando os autores
tratam do período posterior a 1808. A introdução da imprensa, o estabelecimento
de instituições de ensino, a possibilidade de conhecer o território do país sem as
restrições das épocas anteriores, os acordos comerciais e a adoção, a partir da
década de 20, de um governo constitucional pareceram indícios de um novo
período histórico. Tal alvorecer derivava da postura renovada do monarca
português, em acordo com aquilo que os ingleses acreditavam ser apanágios das
nações modernas.” (LIMA, 2014, p. 216-217).
LIMA, Lílian Martins de. Os ingleses e a história do Brasil (1809-1821). Revista
Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 7, n. 2, jul. – dez., 2014.
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