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VIGÊNCIA DA NOVA CONSTITUIÇÃO

E A ORDEM JURÍDICA ANTERIOR


(DIREITO CONSTITUCIONAL
INTERTEMPORAL)
•Profa. Jacyara Farias Souza Marques
2018
1. GENERALIDADES
 O que acontece com a legislação infraconstitucional
anterior com a superveniência de uma nova
Constituição?
Três caminhos podem ser seguidos:
a) A revogação;
b) Perda de validade das normas; e
c) A nova edição;
As Constituições normalmente têm uma cláusula especial
que determina o momento em que seu texto começará a
vigorar. Não havendo disposição expressa, entende-se
que a vigência é imediata, a partir de sua promulgação;
Outras vezes o texto constitucional prevê uma cláusula
especial que defira a entrada em vigor de todo o seu
texto, criando a chamada vacatio constituionis, que
corresponde ao período que vai da publicação do ato de
sua promulgação até a efetiva vigência de seus
dispositivos. Nesse período, o novo texto não regula
situação jurídica nenhuma, continuando a reger a ordem
jurídica que já existia;
Segundo Pontes de Miranda:

“A irretroatividade defende o povo; a retroatividade expõe-


no à prepotência”.
2. A VIGÊNCIA DA
LEI NO TEMPO

 Pautada em duas premissas:


a) No que tange à legislação infraconstitucional
IRRETROATIVIDADE; (Constituições dos
Estados-membros, as Leis Orgânicas
municipais e as espécies normativas do art.
59 da CF/88)
b) No que tange ao Poder Constituinte
Originário e Derivado – RETROATIVIDADE
MÍNIMA;
Aplicabilidade imediata
(retroatividade mínima)
A Constituição, sendo obra do Poder constituinte
Originário, nasce como um texto inicial, ilimitado
e incondicionado, não se sujeitando à obediência
de nenhuma regra jurídica anterior, nem está
obrigada tampouco a respeitar o direito
adquirido, nada impede assim, que esse texto
retroaja regulando situações pretéritas;
Se o texto constitucional for omisso, a
jurisprudência do STF é uníssona: as novas
normas constitucionais, salvo disposição
expressa em contrário, se aplicam de imediato,
alcançando, sem limitações os efeitos de fatos
passados;
Essa eficácia especial recebeu o nome de
retroatividade mínima;
A retroação pode existir, mas desde que,
expressamente prevista pelo texto constitucional.
2.1Graduação da retroatividade da lei
 Retroatividade máxima: a lei nova alcança fatos já consumados
no passado, inclusive os atingidos pela coisa julgada (como na
transação, pagamento e prescrição). Esse tipo de retroatividade
deve ser expressa; Ex: A CF previa a competência para rever
decisões judiciais (art. 96, parágrafo único).
 Retroatividade média (ordinária): a lei nova alcança as
prestações pendentes (vencidas e ainda não adimplidas) de
negócios celebrados no passado. Esse tipo de retroatividade
deve ser expressa; Ex: lei que diminui as taxas de juros, sem
contudo diminuir os juros vencidos que ainda não foram pagos.
Retroatividade mínima (mista, temperada ou
mitigada): a nova lei alcança pretensões futuras
(vencíveis a partir de sua entrada em vigor) de negócios
celebrados no passado;
Temos ainda a irretroatividade, que ocorre quando a lei
nova só atinge novos negócios, celebrados após sua
entrada em vigor;
Em geral, as normas constitucionais do ordenamento
jurídico brasileiro apresentam a retroatividade
mínima, aplicando-se a fatos acontecidos a partir da
data da promulgação da Constituição (05/10/1988).
Tais normas atingem negócios e relações jurídicas
travadas no passado. Ex: arts. 7, IV; art. 195,§ º5, da
CF/88.
O ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria da retroatividade
mínima, salvo disposição expressa em contrário;
 Exemplo disso: art. 7º, VII da CF/88, que proíbe a vinculação do
salário-mínimo para qualquer fim. Proibindo-o de ser valor de
indexação de contratos, pois se assim o fosse, todas as vezes que se
tentasse aumentar seu valor, ocorreria resistência daqueles em que
suas obrigações contratuais se perfizeram baseadas no salário
mínimo. Assim, sua vedação tem aplicabilidade imediata, incidindo
sobre efeitos futuros de fatos consumados no passado;
Outro exemplo dessa retroatividade mínima se deu
quando da aprovação da Emenda Constitucional 35/02,
no que diz respeito às alterações perpetradas da
imunidade processual dos congressistas (art. 53, §§3º ao
5º da CF/88). Essa emenda exigiu autorização prévia da
casa legislativa para o início do processo e o julgamento
dos congressistas.
Aplicou-se a retroatividade mínima, sendo tal
determinação aplicáveis aos processos antigos,
pendentes de autorização legislativa, no tocante a atos
processuais futuros – o STF deu prosseguimento ao
julgamento de todos os processos antigos contra os
congressistas que estavam aguardando autorização
legislativa, sem necessidade de aguardar por esta, em
face do novo ordenamento constitucional.
Assim, embora a regra da eficácia das normas
constitucionais seja a da aplicabilidade imediata
(retroatividade mínima), existem dispositivos
constitucionais que expressamente a afastam,
estabelecendo outro momento para a eficácia de seus
comandos;
Caso do art. 51 do ADCT que determina a revisão das
doações, vendas e concessões de terras públicas
realizadas desde o ano de 1962, referindo-se à adoção
da retroatividade máxima;
A retroatividade mínima só é adotada a nível de
Constituição Federal, não alcançando a Constituição dos
Estados Membros nem as espécies normativas do art. 59
da CF/88. A aplicabilidade imediata não alcança as
normas infraconstitucionais, visto que estas se submetem
à regra da irretroatividade (art. 5º XXXVI), salvo as
exceções;
3. TEORIAS QUE VIGORAM NO
TEMPO (efeitos temporais da normas
constitucional)
•A regra que vigora no ordenamento jurídico
nacional é a da REVOGAÇÃO TOTAL;
3.1 Teoria da Recepção
 Todas as normas que forem incompatíveis com a nova
Constituição serão revogadas, por ausência de
recepção. Assim, a norma infraconstitucional que não
contrariar a nova ordem será recepcionada, podendo
inclusive adquirir uma nova roupagem;
Exemplo disso é o CTN (Lei nº5172/66), embora tenha
sido elaborado com o quorum de lei ordinária, foi
recepcionado como lei complementar;
Não se analisará a inconstitucionalidade das normas que
não foram recepcionadas, pois elas não integram o
ordenamento jurídico nacional.
Contudo, caberá a ADPF.
TEORIAS QUE REGEM A LEI NO
TEMPO:
• Recepção
• Repristinação
• Desconstitucionalização
Características do Fenômeno da
Recepção
 É possível a mudança da competência legislativa, (matéria seria da
competência da União e passa para os Estados-Membros);
 Há possibilidade da recepção (parte da lei, artigo, parágrafo);
 A recepção ou revogação acontece no momento da promulgação da
Constituição. Contudo, o STF poderá modular os efeitos;
 O princípio da recepção não possui efeito saneador;
 Para a recepção ocorrer é preciso existir vínculo de
contemporaneidade;
 Vigora a presunção de validade da norma;
 Compatibilidade formal e material com a Constituição antiga;
 Compatibilidade, unicamente material com a nova Constituição;
 Possibilidade da transferência constitucional para outro ente
federativo;
 Possibilidade de recepção parcial da lei.
3.2 Teoria da
Repristinação

 Chama-se de repristinação (revigoração), o fenômeno jurídico


pelo qual a lei revogada volta a vigorar pela revogação da lei
revogadora.
 No Brasil não se admite a lei com efeito restaurador, salvo se
expressamente houver previsão, nos termos do art. 2º, §3º da
LICCB (esse entendimento restringe-se à legislação
infraconstitucional, não sendo aplicado a nível constitucional),
por isso, proíbe-se assim, a repristinação tácita, admitindo-
se, se fosse o caso, apenas a repristinação expressa.
 Esse também é o posicionamento do STF;
 Exemplo de repristinação de fato foi a edição da Emenda
Constitucional de Revisão nº04/93 e a EC 16/97 (estabeleceu
a reeleição);
3.3 Teoria da
Desconstitucionalização

 É o fenômeno pelo qual as normas constitucionais anteriores,


uma vez compatíveis com a nova Constituição , permanecem
vigorando, todavia, com status de normas
infraconstitucionais;
 Origem francesa;
 Assim, são recepcionadas como legislação
infraconstitucional. No Brasil, em regra, isso não ocorre, salvo
se a nova Constituição expressamente dispuser, tendo em
vista a ilimitação do poder constituinte originário. Aqui aponte-
se uma divergência doutrinária: há quem entenda também
que não precisa existir previsão expressão para o princípio vir
à tona, pois esta é a tônica deste instituto francês (Uadi L.
Bulos).
4. Recepção material das normas
constitucionais

 A doutrina ainda resgata o fenômeno da recepção


material das normas constitucionais, uma doutrina de
Jorge Miranda, sustenta o fenômeno “da persistência
das normas constitucionais anteriores que guardam, se
bem que a título secundário, a antiga qualidade de
normas constitucionais”;
Taisnormas são recebidas por prazo certo em razão de
seu caráter precário, características marcantes da
recepção material das normas constitucionais.
Opera-se no campo das disposições transitórias cujas
normas são de eficácia esvaída e aplicabilidade
esgotada.
 Entretanto, há de se mencionar, que o poder constituinte
originário rompe totalmente com a ordem jurídica anterior, só
se admitindo essa recepção material, se houver expressa
disposição constitucional, caso contrário, as normas do
ordenamento jurídico anterior serão revogadas (art. 34, caput,
§1º do ADCT);
 Presença da Regra da compatibilidade horizontal de
normas de mesma hierarquia. A norma posterior revoga a
anterior, não podendo conviver com aquela simultaneamente,
mesmo que seja com ela incompatível. A revogação se
concretiza com a simples manifestação do Poder Constituinte
Originário.
A inconstitucionalidade superveniente

• É aquela em que o ato emanado do órgão legislativo


viola norma constitucional que ainda nascerá;
• “Inconstitucionalidade que vem depois”;
• O STF rejeita esta tese. Assim, atos editados antes da
vigência da CF/88 que estiverem em desconformidade
com eles serão revogados em virtude de ausência de
recepção pela nova ordem jurídica. Não há
possibilidade de controle de constitucionalidade porque
estamos diante de uma situação de revogação.
FIM.

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