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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

UNIDADE ACADÊMICA DE PASSOS


CURSO DE HISTÓRIA

GATO NA HISTÓRIA: ENTRE O SAGRADO E O


PROFANO

ANA CLÁUDIA MORAIS SANTOS

ORIENTADOR: PROF. ME ITAMAR TEODORO DE FARIA

PASSOS
2017
INTRODUÇÃO

Desde os tempos mais antigos, os gatos se mantém presentes na composição


social dos povos.
Em algumas culturas eram cultuados como deuses, em outras, associados à
maus presságios. Devido ao extermínio em função desta associação, quase
foram extintos, voltando a ser valorizados pelos humanos quando estes
descobriram que os gatos contribuíam na erradicação dos roedores que
causavam doenças e mortes.
A associação simbólica que marcou a trajetória histórica dos gatos, tornou-se
atualmente numa simbologia mística em torno deste animal.
Justificativa

- Historicamente, rituais religiosos de várias culturas estabeleceram uma


relação significativa com determinados animais, e o gato é um destes
animais. O trabalho justifica-se por estabelecer um recorte que enfatiza a
inserção dos gatos nos rituais religiosos e pela análise do universo
simbólico acarretado.
OBJETIVOS

Geral:
Analisar o papel simbólico desempenhado pelos gatos nos contextos
históricos em que eles foram incorporados à rituais religiosos.

Específicos:
Compreender a linguagem religiosa no uso de signos referente à
natureza;
Refletir sobre os rituais religiosos que categorizavam o mundo a partir
do uso de elementos diversos, como os animais;
Analisar a incorporação do gato aos rituais religiosos como indicativo
da importância da sua domesticação para as sociedades humanas.
METODOLOGIA

Quanto aos meios, a modalidade da pesquisa classifica-se em bibliográfica.


Quanto aos fins, a pesquisa foi realizada em nível de pesquisa exploratória.
Quanto à abordagem, o estudo classifica em pesquisa qualitativa.
Quanto aos procedimentos, a pesquisa utilizou dados coletados em livros
especializados, sites da web, artigos e documentos relacionados com o tema,
considerando que os mesmos são dados reais e verídicos.
- UM PASSEIO PELA HISTÓRIA

• A convivência entre o homem e o gato data de tempos longínquos, cerca


de 4 mil anos antes de Cristo (QUEIROZ, 2010, online).

• Séculos de convivência e o ar enigmáticos dos felinos fizeram com que,


além de aliados, os gatos passassem a ser considerado um canal para
diálogos com o divino.
- O Gato no Egito Antigo

No Antigo Egito, acreditava-se que eles tinham propriedades espirituais e que


eram capazes de se comunicar com divindades, portanto, eram venerados
como deuses.
A deusa Bastet era a figura de uma mulher com cabeça de gato que simboliza
a fecundidade, o amor materno e proteção aos lares.
Na perspectiva antropozoomórfica, ou seja, mistura de feição humana com a
de animal, ela é encenada com o corpo de uma mulher que tem uma cabeça
de gata que traz na mão direita um sistro, instrumento musical que tocava nas
festividades e quando embalado acalmava a alma e dispersava as energias
negativas. (PETRUSKI, 2015, online).
Nos períodos finais do faraônico, a cidade de Bubastis, onde se encontrava a
maior necrópole de gatos do país, abriga até hoje as múmias em vários felinos
que foram lá depositados por seus donos ou por devotos da deusa para que
estes intercedessem pelo humano.
- O gato em Roma

Em Roma, os gatos também passaram a ser perpetuados em


estátuas, pinturas e mosaicos, visto que representavam o maior
símbolo da liberdade para os romanos.
Foram associados a diversas divindades, como: Diana, deusa da
fecundidade e Vênus, muitas vezes representada como uma gata.
A admiração pelos gatos aumentou quando contribuíram para a
exterminação da peste causada pelos ratos.
Serviram de alimento aos romanos na Segunda Guerra Mundial
que depois passaram a alimentá-los como forma de recompensa.
O interesse dos povos romanos pelos gatos contribuiu bastante
para a sua propagação pelo continente europeu.
- O Gato na Idade Média

Na Idade Média, os povos acreditavam que os animais não-humanos


não tinham pensamentos racionais, portanto eram inferiores, sendo um
período significativo para a distância do ser humano em relação aos
animais.
Os gatos eram hostilizados e associados à feitiçaria, tidos como
criaturas demoníacas.
A Igreja Católica foi a maior perseguidora dos Gatos na Idade Média.
A promoção de rituais com sacrifícios eram bastante comum.
Acreditava-se que as bruxas assumiam formas felinas quando na
prática de atos de malevolência.
Nesta época, os gatos foram associados também à incidência de
asmas e alergias.
Em consequência da grande matança de gatos, as pestes assolaram
os povos da Idade Média, visto que com a diminuição dos felinos,
aumentaram a população de ratos causadores das doenças.
- O Gato na Idade Moderna

Ainda no início da Idade Moderna, os gatos ainda traziam conotações


negativas oriundas de todas as representações da Idade Média.
Em dias festivos, os gatos, especialmente os pretos, eram capturados e
jogados em fogueiras como simbologia de expulsão de Demônios, além de
outras formas de torturas, como: espetá-los e assá-los vivos, mergulhá-los em
água fervente, espancá-los até a morte ou arremessá-los dos topos das
construções.
Na Europa do século XVIII, os gatos eram torturados e mortos em contextos
como o carnaval e outras comemorações folclóricas.
Em toda a Europa, o dia de Todos os Santos passava a ser comemorado,
jogando-se gatos vivos em fogueiras.
Durante séculos, muitos gatos foram sacrificados em rituais durante a Páscoa.
Por volta do século XVII, o gato foi começando a recuperar o seu antigo lugar
como companheiro e respeitado controlador de roedores.
Nos finais do século XIX, ter e criar gatos passou a ser moda.
Atualmente os gatos são os animais de estimação mais populares de toda a
Europa
- O Gato no Brasil

Devido às tradições de outras culturas, no Brasil, o gato preto é relacionado à


prática de magia negra e associado à má sorte.
Há também no Brasil uma relação do gato com o Candomblé, religião
originária na África, onde ele acompanha a entidade Exu, mediador entre
homens e orixás.
A representação do gato no Brasil tem peculiaridades inerentes à cultura, mas
de uma forma geral mantém o mesmo padrão do resto do mundo,
apresentando aspectos negativos e positivos, carregando simbolismos com
raízes históricas e conexões com a visão dos colonizadores e imigrantes.
(MACHADO; PAIXÃO, 2014, online).
– RITUAL E SIMBOLISMO

O sujeito é marcado por signos, símbolos e significantes que se arrumam e


desarrumam conforme a organização de uma estrutura simbólica que não se
institui sem o imaginário, lugar ontológico de fantasias coletivas e subjetivas.
(ABREU, 2016, online).
- Uma Gramática dos Ritos

Os ritos e rituais fazem parte do processo civilizatório da humanidade e estão


presentes em todas as culturas desde as comunidades mais primitivas até às
contemporâneas.
Os rituais são cerimônias constituídas de gestos simbólicos repetitivos,
carregados de intencionalidade. Podem ser religiosos e não-religiosos e estão
presentes em todas as culturas. (GUILOUSKI; COSTA, 2012, online).
Por meio da linguagem ritualística é que os seres humanos rememoram e
atualizam mistérios e acontecimentos importantes do passado, explicado de
uma forma geral, pela linguagem mítica.
Os gestos simbólicos que expressam a crença religiosa, um desejo, uma
saudação ou uma intenção, entre outras são chamados de ritos. Portanto, os
ritos como coisa real e concreta, consistem no que pode ser materializado e
simbolizado.
Os rituais são materializados pelos mitos. O mito, termo grego que significa
dizer, falar, contar. Uma forma de responder sobre a origem do mundo, dos
elementos utilizados em rituais, dos fenômenos ligados à religião e ao
misticismo
- Universos Simbólicos

Dentro do universo dos símbolos, eles representam diferentes aspectos,


havendo uma complexidade nas relações que cada indivíduo apresenta, sendo
um universo de compreensões possíveis dentro de um contexto social que
também tem seus códigos próprios de entendimento. (CHEVALIER;
GHEERBRANT, 2005 apud SCHLÖGL, 2012, online).
Os símbolos são inevitáveis e consubstanciais ao se por no meio dos
símbolos, os objetos comuns adquirem ilimitáveis novos significados humano.
Ao estudar um símbolo, procura-se não somente os seus antecedentes, mas
também as comunicações que podem ter acontecido entre seus protótipos
– O SAGRADO E O PROFANO

Sagrado x profano – oposição.


O sagrado e o profano constituem dois modos de vida e duas concepções
acerca da “natureza” do mundo e da existência, sendo, portanto, complexos
arranjos socioculturais, que envolvem não só crenças e rituais, mas todo um
sistema de moral, ética, códigos, símbolos, filosofia e organização. (ELIADE,
1992).
Ao sagrado, são designados deuses, pessoas, espaços, tempos.
Ao profano se relaciona o mundo atual e real.
A oposição entre a condição profana e a sagrada ajuda o homem a consolidar
a consciência, a seguir uma vida espiritual.
- A Incorporação da Natureza

As manifestações da natureza são verdadeiras demonstrações do sentido


religioso, sobre quais muitas civilizações construíram suas crenças e
consequentemente sua cultura.
A Natureza impõe seus símbolos à religiosidade por meio do Sol, Lua, Terra,
Céu, Água ou Pedra.
A manifestação da natureza enriquece o universo do homem religioso com o
propósito de expressar o divino, propondo ao homem refletir sobre sua própria
origem e sobre os mistérios que o rodeiam.
- Ordem Social e Linguagem Simbólica

A ordem simbólica é o sentido que está além da presença material, ou seja, a


atribuição de significados e valores às coisas e aos homens.
O símbolo exerce funções fundamentais para a vida religiosa, transformando
os objetos comuns em incomuns. (SILVA, 2013, online).
O símbolo torna-se portador de uma revelação do sagrado ou do universo. Ele
exerce uma função de informar, comunicar ou interpretar de forma significativa
aquilo que se relaciona ao sagrado. (ELIADE, 2010).
Nos símbolos-míticos o ser humano pode mediar uma compreensão com o
divino.
O símbolo possui a característica de propiciar a compreensão entre os níveis
de realidade que seriam impossíveis de serem expressos por outra forma de
conhecimento
- Um Olhar Sobre os Gatos

Acredita-se que os gatos captam energias sutis que o ser humano não é capaz
de perceber e este é mais um dos fatores que aumentam o seu misticismo.
- violência instintiva – caçadores
GATOS – características - rotina noturna
- dieta hipercarnívora

- Estados Unidos – 86 milhões


População (IBGE, 2013) - Brasil – 22 milhões
- Maioria em relação aos cães (Canadá, Europa
Ocidental, Rússia e Oriente Médio).
- O Gato: Símbolo Sagrado e Profano

Ao longo da história, a humanidade amou e perseguiu os gatos, em uma trama


que foi ao mesmo tempo sagrada e profana.
Os gatos com seus hábitos noturnos, olhos que brilham no escuro, caminhar
silencioso e uma resistência física fora do comum pareciam ser de outro
mundo. E a partir daí nasciam às superstições como a de que os gatos de
pelos pretos seriam bruxas disfarçadas.
O gato foi muito mais que um animal doméstico, ele ganhou status divino,
símbolo de boa sorte ou representante das trevas.
Entre os japoneses há um importante e bastante conhecido amuleto chamado
Maneki Neko, o gato com a pata levantada que pode ser encontrado nas
entradas de estabelecimentos comerciais ou mesmo em algumas residências,
sendo um símbolo notável de sorte ou fortuna na cultura nipônica.
Em países como a China, Vietnã e Coreia, os gatos são utilizados na culinária
como ingredientes de sopa que fornece energia a mulheres idosas.
Estudos dizem que os gatos podem prever terremotos e até mortes por
doenças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em termos de religiosidade, os estudos mostraram que os gatos foram


relacionados a vários tipos de cultos e rituais. No Egito foi adorado na figura de
uma deusa, quando mortos, eram mumificados. Na Grécia foi associado a
feminilidade, ao amor e ao prazer sexual. Em Roma este ligado a várias
deusas. Pelos primeiros budistas foi venerado por seu autodomínio e a
tendência à meditação. Na China eram usados para espantar os maus
espíritos. No Japão eram considerados como símbolos de boa sorte.
Pelo cristianismo o gato foi rejeitado por ser associado às tradições pagãs, daí
surgiu a figura do gato preto, associado ao demônio.
Com o passar do tempo as perseguições foram diminuindo e os gatos
passaram a ser importantes controladores de roedores.
Atualmente, os gatos são ainda visto como animais místicos, sendo
considerados companheiros espirituais, que cuidam da família e do ambiente
protegendo e transmutando contra energias negativas.
REFERÊNCIAS
• ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
• _____. O sagrado e o profano: A essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
• _____. Mito e realidade. São Paulo: Perspectiva, 2010.
• GANDRA, Carlos. Os gatos de Roma. Mundo dos Animais. Atualizado em 03 de dezembro de 2014. Disponível
em <https://www.mundodosanimais.pt/gatos/gatos-roma/>. Acesso em 09 jun 2017.
• LIMA, Dilermano Freitas de. O sagrado e o profano. Ensino Religioso. 14 de junho de 2012. Disponível em
http://ensinoreligioso1.blogspot.com.br/2012/06/o-sagrado-e-o-profano.html. Acesso em 21 set 2017.
• MACHADO, Juliana Clemente; PAIXÃO, Rita Leal. A representação do gato doméstico em diferentes contextos
socioculturais e as conexões com a ética animal. INTERtheses. Revista Internacional Interdisciplinar. vol. 11. n.
01. Jan/jun, 2014. Disponível em <https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/view/1807-
1384.2014v11n1p231>. Acesso em 12 jun 2017.
• BELLO, Paola. Um novo olhar sobre o gato. REVISTA GALILEU. 10/10/2017. Disponível em
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDR84040-7943,00.html. Acesso em 22 out 2017.
• BLANCO, Gisela. AMORIM, Clarissa. Sagrados e Malditos. Revista Super Interessante. 296. ed. Outubro de
2011. Disponível em https://lista.mercadolivre.com.br/revistas/revista-super-interessante-n%C2%BA-296-a-
outubro-2011-c%C3%A3es-e-gato. Acesso em 21 set 2017.
• COHEN, E. Animais nas percepções medievais: a imagem de outros onipresentes. Em: MANNING, A.;
SERPELL, J. Animais e Sociedade Humana: Mudança de Perspectivas. Nova Iorque: Routledge, 1994. p. 91 a
109. 20 e 21 de agosto de 2012.
• COSTA, Márcia Jamille. Os gatos no Egito antigo. Site Arqueologia Egípcia. 20 de dezembro de 2016. Disponível
em http://arqueologiaegipcia.com.br/2016/12/20/os-gatos-no-egito-antigo/. Acesso em 12 16 jun 2017.
• D’AVILA, Edson. O sagrado e o profano: a sacralidade da natureza e a religião cósmica. Trabalho apresentado
em cumprimento parcial às exigências da disciplina Introdução às Ciências da Religião. Universidade Metodista
de São Paulo. Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião. São Bernardo do Campo, 2002. Disponível em
http://www2.ifsp.edu.br/edu/davila/Ciencias_religiao/Sagrado_e_Profano.pdf. Acesso em 22 set 2017.
OBRIGADA!!!

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