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O documento discute a utopia artística da modernidade e seu esgotamento. A utopia das vanguardas históricas do século XX morreu e não tem mais capacidade crítica ou criativa diante do mundo atual. Embora tenha tido um valor revolucionário no início, a integração da arte moderna à produção industrial e economia capitalista teve apenas significado econômico. A constelação histórica também mudou, e a consciência moderna não pode mais assumir pressupostos como ruptura com a história ou progresso indefinido.
O documento discute a utopia artística da modernidade e seu esgotamento. A utopia das vanguardas históricas do século XX morreu e não tem mais capacidade crítica ou criativa diante do mundo atual. Embora tenha tido um valor revolucionário no início, a integração da arte moderna à produção industrial e economia capitalista teve apenas significado econômico. A constelação histórica também mudou, e a consciência moderna não pode mais assumir pressupostos como ruptura com a história ou progresso indefinido.
O documento discute a utopia artística da modernidade e seu esgotamento. A utopia das vanguardas históricas do século XX morreu e não tem mais capacidade crítica ou criativa diante do mundo atual. Embora tenha tido um valor revolucionário no início, a integração da arte moderna à produção industrial e economia capitalista teve apenas significado econômico. A constelação histórica também mudou, e a consciência moderna não pode mais assumir pressupostos como ruptura com a história ou progresso indefinido.
Pós-Moderno Eduardo Subirats A utopia artística da modernidade
• “A utopia da modernidade protagonizada pelas
vanguardas históricas do século XX morreu. De suas concepções teóricas e estilísticas, de suas categorias estéticas e postulados éticos, de sua perspectiva civilizatória e política já não emerge energia nem criatividade, tampouco capacidade crítica frente ao mundo de hoje”. ( SUBIRATS, 1987, p.11)
• “(...) porque seus valores não cumprem, nas metrópoles
industriais ou do terceiro mundo, mais que uma função legitimadora, regressiva e conservadora. Sua tarefa já não é mais a criação, nem a crítica, nem a renovação, mas a reprodução indefinida de um princípio de ordem”. (SUBIRATS, 1987,p.11) • “Certamente, a utopia artística da modernidade foi integrada às exigências da produção industrial ou à economia capitalista (...) tal integração tinha anteriormente um valor inovador, revolucionário e portador de esperanças no contexto europeu de entreguerras, e no mundo de hoje possui apenas um significado estritamente econômico”. ( SUBIRATS, 1987, • p.12)
• Deutscher Werkbund ou Federação Alemã de
Ofícios. • Bauhaus
• “Confiavam no sentido renovador de sua nova
concepção do desenho e propiciaram com isso um autêntico impulso reformador ao desenvolvimento industrial”. (SUBIRATS, 1987,p.12) (Luminária, 1905) Luminária ao mesmo tempo simples e de estilo marcante Pavilhão de Vidro - Bruno Taut Exposição Werkbund - 1914 “ A prática arquitetônica, em particular, converteu-se nitidamente em exercício de administração tecnológica do espaço, de controle burocrático dos símbolos e de gestão acadêmica das formas. O espírito de inovação e ruptura perdeu-se por inteiro precisamente nas mãos de uma burocracia acadêmica, com ridículas aspirações de elite, que perverteu seu sentido profundo nos gestos mais banais da reprodução do sempre-igual sob o último grito da moda. Porém é preciso levar em conta, que esta constelação em que o pedantismo acadêmico se conjuga a uma concepção tecnocrática do espaço, está intimamente travada com a velha postulação de uma estética cartesiana, com a concepção racionalista do espaço, com a ideia do arquiteto como engenheiro construtor e com o objetivo último de uma síntese perfeita entre forma artística e necessidades industriais, que constituiu o já obsoleto panorama cultural do princípio do século”. (SUBIRATS, 1987,p.12) “ Por outro lado, mudou a constelação histórica geral com a qual se confrontam os valores do que até ontem foi a utopia de amanhã. A consciência moderna do começo do século partia de três pressupostos que o mundo de hoje não pode subscrever de maneira alguma: a ideia de uma ruptura radical com a história e o começo de uma nova era; a concepção racionalista da história como triunfo absoluto da razão no tempo e no espaço e, com ela, das ideias de justiça social e de paz; e, por último, a fé em um progresso indefinido fundado no desenvolvimento cumulativo e linear da indústria, da tecnologia e dos conhecimentos científicos”. (SUBIRATS, 1987,p.12,13)
“(...) o sentido de tais objetivos foi diretamente convertido
no oposto daquilo que deles se esperava, para a consciência da modernidade tardia, estão relacionadas com a angústia, a insegurança e o sentimento de não-liberdade”. ( SUBIRATS, 1987,p.13) “ Hoje nos sentimos a esse respeito mais próximos daquela concepção de civilização imperialista, desenvolvida por pensadores e artistas como Spengler, Artaud ou Gaiguin, que associava sua expansão destrutiva junto ao seu esvaziamento vital, precisamente com sua racionalização, sua separação da história e seu progresso tecnológico”. (SUBIRATS, 1987,p.13)
“Para a perspectiva cultural destas sociedades pré-
industriais, o imperialismo significou e significa. A privação da identidade histórica em benefício de uma nova identidade homogênea, de signos universalistas ou cosmopolitas, na qual a integração já não vem da memória histórica ou da relação humana com a natureza, e das formas de pensamento ligadas às tradições, por exemplo na arte, mas vem do princípio nacionalizador da nova tecnologia, e suas legitimações éticas ou estéticas”. (SUBIRATS, 1987, p.15) Le Corbusier – Plan Voisin ( Paris,1925) A proposta apresentada por Le Corbusier ficou conhecida como “Plan Voisin” e assim como os outros que surgiram, tinha como meta uma cidade que representasse o “espírito da época”, que respondesse aos anseios do homem da nova era que se iniciava. “Le Corbusier se adiantou espiritualmente à mentalidade do homem de negócios internacional que consome a título de nostalgia exótica o objeto que ao mesmo tempo destrói sob o rigor dos poderes que representa”. (SUBIRATS, 1987, p.15)
“Seu papel como portador artístico da civilização moderna
possui, ainda por cima, as conotações específicas que lhe confere sua vinculação às vanguardas. No contexto daquelas culturas pré-modernas e pré-industriais, no começo do século, os três elementos antes assinalados, e que a obra de Le Corbusier encarna, tinham uma significação completamente diferente daquela que pensaram os expressionistas alemães, os futuristas italianos ou os neoplasticistas da Holanda, para eles era um ato subversivo contra o poder e um apelo à liberdade e à capacidade artística de configurar o mundo a partir do zero”. (SUBIRATS, 1987, p.16) “ Entretanto, os valores estéticos e sociais das vanguardas difundiram-se internacionalmente e nos novos territórios político- geográficos os mesmos conteúdos adotaram funções diferentes. Em zonas pré-industriais não se davam precisamente as condições de uma crise cultural provocada pela industrialização e desenvolvimento tecnológico. O espírito das vanguardas não se insinuou naqueles novos contextos com o grande salto revolucionário para frente, como o grito subversivo pela liberdade e o futuro. Impôs-se mais sob o aspecto positivo de um dogma acabado que no sentido revolucionário de uma crítica radical da cultura e do poder”. (SUBIRATS,1987, p.16)
“A utopia da modernidade artística chegou às zonas não
industriais como fenômeno acabado e definido a priori da civilização tecnológica sem meias tintas”. (SUBIRATS,1987, p.16) “Estava destinada a cumprir uma função empobrecedora precisamente ali onde seus portadores artísticos não respeitaram a autonomia irredutível de culturas históricas e artísticas ligadas a identidades nacionais e geográficas bem definidas”. (SUBIRATS,1987, p.16)
“(...) desempenhou uma papel fundamentalmente
regressivo e impositivo. Seus efeitos negativos evidenciam-se hoje na ausência ou na delimitação daqueles elementos autônomos e autóctones da cultura, ligados a um sentimento coletivo e à natureza, e capazes, precisamente por isso, de oferecer uma resistência interior e criadora frente ao fenômenos agressivos e totalitários que indefectivelmente acompanham o desenvolvimento tecnológico”. (SUBIRATS,1987, p.17) “Sabiam que o reverso de um grau de organização tecnológica cada vez mais complexo e aperfeiçoado era a desintegração cultural e uma certa decadência manifesta nas atitudes niilistas, mas também híper-racionalistas, da nova arte. Acaba sendo paradoxal comprovar a este respeito como, - ao mesmo tempo que internacionalmente se consolidaram, na primeira metade do século, os valores mais afins a um funcionalismo tecnocrático e a um racionalismo reducionista – os artistas mais criadores tratavam de incorporar e expressividade ou o sentido do numinoso e irracional das culturas tradicionalmente consideradas como primitivas”. (SUBIRATS,1987, p.18)
“ A vizinhança da natureza, do demoníaco e do numinoso
era o que, introduzia um impulso novo na cultura europeia. Este sentido profundo esteve muitas vezes associado a motivos utópicos e a uma decidida vontade de salvação”. (SUBIRATS,1987, p.19) Paul Gauguin O Cão Vermelho O Cristo Amarelo “Em todos esses casos se assume a cultura moderna com maior radicalidade do que o fazem os ridículos profetas do Movimento Moderno, (...) assume-se a modernidade como realidade conflitiva e com espirito crítico, e colocam-se suas alternativas históricas a partir de um diálogo com o passado e com outras culturas, respeitando resolutamente sua especificidade histórica e sua autonomia”. (SUBIRATS,1987, p.19)
“Certamente, o anti-historicismo dos movimentos
artísticos e arquitetônicos derivados do cubismo partiu de um ethos revolucionário. A nova era, que explicitamente invocava, estava ligada a uma nova classe, e o desejado grau zero da história significava, para a consciência europeia do entreguerras, a esperança utópica de um mundo histórico realmente governado pela consciência humana. (SUBIRATS,1987, p.19) “ Da mesma forma, o princípio racionalista no qual se fundou a estética e a utopia social das vanguardas serviu como legitimação e representação artística de uma concepção apolítica do poder. (SUBIRATS,1987, p.19)
“ E a ideia de progresso suplantou a dimensão temporal
da história como salvação, por ser uma história concebida como ilimitada acumulação quantitativa”. (SUBIRATS,1987, p.20)
Essas três características mostram o caráter duplo que a
vanguarda teve. Essa constatação pessimista do esgotamento histórico da utopia artística da modernidade não é, de todo, uma postura conservadora e regressiva, pelo contrário, aceitar a crise da modernidade significa afrontar a situação limite que o homem moderno vive. Precisa-se dessa confrontação para retomar o impulso A ambígua utopia do maquinismo “O maquinismo desempenha na cultura moderna ao menos alguns dos papéis que o século XVIII atribuía à própria natureza ou ainda a elementos mitológicos ou princípios metafísicos mais antigos. No contexto da modernidade estética adquiriu funções demiúrgicas, proféticas, messiânicas, bem como demoníacas, infernais e destrutivas”. (SUBIRATS,1987, p.26)
“A máquina surgiu para a consciência artística do começo
do século sob a dupla dimensão de meio de poder técnico sobre a natureza e fator ordenador em um sentido simultaneamente social e simbólico”.
“(...) celebraram sua chegada como uma força racional,
democrática, suscetível de igualar socialmente as classes e de liberar o homem das pesadas fadigas da sobrevivência”. “As vanguardas realizaram a monumental síntese dos valores econômicos, tecnológicos e epistemológicos do maquinismo moderno com valores culturais de signo utópico (...)”. (SUBIRATS,1987,p.29)
“Comprometeram a autonomia da arte e da arquitetura,
assim como seus conteúdos semânticos e simbólicos, transformando-as em um meio real para conferir à nova tecnologia uma dimensão universal e absoluta”.
“O maquinismo como propôs o futurismo italiano,
ultrapassou a dimensão de uma pura racionalização da vida ou da expansão da racionalidade tecnológica por meio da arte. A máquina converteu-se um valor supremo e um fator social e econômico dotado de uma racionalidade em si mesma emancipadora”. Heinrich Hoerle – Homens-máquina (1930) “O maquinismo converteu-se de fato em princípio de salvação e de esperança. Sob esta aspiração absoluta e universal do maquinismo, a unidade dos aspectos racionalistas da nova concepção formal ( em outras palavras, a estética cartesiana) e de outro lado, dos aspectos práticos e produtivos ligados à sociedade industrial, cumpria-se como um objetivo revolucionário”. “Esse sentido, entretanto, desapareceu progressivamente do espírito da arte e da arquitetura modernas já em fins da década de 20. De um ponto de vista extrínseco, já não se tratava mais de formular artisticamente uma ordem histórica e cultural transgressora, e por conseguinte revolucionária ou ao menos utópica. Pelo contrário, sob as novas condições históricas tornava-se antes necessário desenvolver as formas capazes de representar fielmente os valores de uma civilização fundada na extensão indefinida de um poder instrumental nascido sobre a base de valores científicos e racionais”. (SUBIRATS,1987, p.30,31,32) “Em todos estes expoentes, a forma, o próprio conceito de estilo, separava-se drasticamente dos conteúdos culturais, éticos, políticos, do impulso histórico”. (SUBIRATS,1987,p.34) “ O progresso técnico- científico mostrou-se, mal terminada a Segunda Guerra Mundial, sob novo aspecto, mais ambivalente”.
“As perspectivas históricas pessimistas que a filosofia havia
lançado nos finais do século passado recobraram uma nova vigência”.
“Assim como a forma, o estilo frio, geométrico e impessoal
da nova arquitetura se desprenderam de seus significados revolucionários, no sentido de uma ordem racional e livre da sociedade, também a razão técnico-científica separou-se radicalmente de seus interesses e dimensões éticas, políticas e culturais”. “Desenvolvimento tecnológico de signo diretamente destrutivo e de uma concepção formalística do desenho que desemboca em estratégias sociais de caráter manipulativo e empobrecedor”. (SUBIRATS,1987, p.35)
“Se o fracasso dos movimentos revolucionários que
gravitavam ao redor dos pioneiros das vanguardas, associado à ascensão dos totalitarismos fascista e stalinista como pano de fundo, puseram fim às esperanças daqueles, a obviedade da destruição ecológica, do progresso de técnicas manipulativas e de controle, e o crescente desenvolvimento das tecnologias militares confrontam a consciência moderna com um niilismo radical. As consequências negativas do progresso arrebataram hoje da cultura moderna a confiança no futuro (...), a própria tecnologia converteu-se em uma potência selvagem”. “Desta perspectiva declinante se atingem dois aspectos centrais que constituem o reverso, a sombra da síntese utópica de maquinismo e arte das vanguardas históricas”.
“ O primeiro deles é a transformação dos ideais
transgressores e utópicos inerentes à racionalidade tecnológica e econômica do maquinismo no seu oposto: um princípio de racionalização e de integração coercitiva da cultura artística e histórica às exigências do desenvolvimento tecnológico”. (SUBIRATS,1987,p.36)
“A segunda questão vem a ser a consequência
iconográfica desta consciência negativa que hoje mina a confiança na razão instrumental: a associação simbólica da máquina e suas expressões culturais com o destrutivo e demoníaco”. “ (...) a crítica da racionalização remete a um nexo comum: a substituição da realidade vital do ser humano por um paradigma tecnológico, (...) extensão da racionalidade técnico-científica ao conjunto de processos vitais, individuais ou coletivos, sem reconhecimento de sua autonomia real”. Em outras palavras, “ processo de redução da experiência individual e de anulação da autonomia reflexiva da existência humana”. (SUBIRATS,1987, p.36)
“Desaparecem da arte moderna os momentos reflexivos, o
caráter individual, a dimensão interior e subjetiva”. (SUBIRATS,1987,p.38) A concepção da arte e da arquitetura como expressão simbólica e representação da realidade ( em um sentido tanto ideal, quanto realista) na qual os aspectos construtivos, racionais e prospectivos da arte se entrelaçavam com os poéticos e expressivos – tal como se deu em toda grande arte do século XX, de Munch e Matisse até hoje – foi suplantada, na primeira geração de artistas de vanguardas e mais tarde no funcionalismo”. (SUBIRATS,1987,p.38) Pinturas Composição com vermelho, azul e amarelo (1930) - O Grito (1893) – Munch Mondrian “A violência que a racionalidade artística e utópica das vanguardas históricas e o Movimento Moderno encerram (...) aproxima seus valores estéticos e éticos de um niilismo vital, do destrutivo e da angústia”. (SUBIRATS,1987, p.40)
O que ele identificou como “demoníaco” é “uma força
irracional e incontrolável de signo negativo e destruidor (...) e está intimamente relacionado com o ponto de vista anterior da racionalidade e sua intrínseca violência cultural. Um é contrapartida do outro”. (SUBIRATS,1987, p.41)
“ A racionalização coercitiva sob a qual a modernidade
estética integrou todos os fenômenos culturais e vitais autônomos implica ao mesmo tempo um princípio de irracionalidade”. O Grande Metafísico (1917) – De Chirico “Na pintura de De Chirico a ordem totalmente racionalizada do espaço se combina com os símbolos da solidão, da nostalgia e da morte”. (p.42) “A idealização artística da máquina nos pioneiros da vanguarda chegou ao extremo de conferir-lhe características de sujeito histórico, de demiurgo, de messias.” Em alguns casos a máquina desempenhou o papel que o Romantismo conferira à Natureza”. (SUBIRATS,1987,p.43)
“A arte das vanguardas, proclamara a necessidade de
criar uma segunda natureza”. Mas sempre essa teoria remetia à racionalidade técnico-científica e à maquina como expressão material ou formulação simbólica desta nova realidade natural”.
“Mesmo se a natureza exterior e humana pudesse ser
totalmente substituída por uma natureza artificial o resultado seria ambíguo e paradoxal”. Pois “uma cultura completamente racionalizada conforme critérios tecnológicos poderia, certamente, celebrar sua independência com respeito à natureza, porém não se livraria do sentimento de temor, da angústia produzida por sua força incontrolável ou superioridade face às capacidades limitadas do ser humano. De fato, o que realmente sucedeu no seio das sociedades desenvolvidas é que a angústia frente ao poder incontrolável da natureza, ou às forças irracionais no indivíduo transferiu-se à própria tecnologia e à máquina como sua expressão simbólica”. (SUBIRATS,1987, p.44) Cinema expressionista alemão
O Golem - Wegener Metropolis – Fritz Lang
“ O princípio racional no qual se funda o maquinismo como projeto de dominação não foi elevado a axioma geral da civilização moderna sem produzir simultaneamente seu contrário: a irracionalidade da destruição. O mito da máquina, tanto nas formulações positivas dos apologistas, quanto nas visões sinistras dos detratores, oferece, no fim da era moderna, o panorama cultural de uma radical ambiguidade de significados”.
É precisamente este conflito sem conciliação o que, do
ponto de vista de nossa perspectiva histórica, mas também das experiências artísticas acumuladas ao longo do século, caracteriza a modernidade em sentido mais complexo e flexível do que chegaram a pensar as vanguardas”. “(...) a aceitação deste conflito sem mediação conciliadora é o que nos separa da atmosfera espiritual e do impulso transgressor que caracterizou os pioneiros da arte moderna.” Nossa consciência histórica e nossa visão da cultura moderna e seu futuro é mais distante, mais cindida, é também mais cética e reflexiva. Entretanto, isto não induz necessariamente a uma atitude intelectual pessimista, ou simplesmente de resignação e renúncia”.
“ Pelo contrário, a distância reflexiva significa um espaço
livre para a crítica e é hoje um alvo urgente, precisamente para ultrapassar a sensação de estancamento, de repetição mecânica, de ausência de futuro e de medo que domina a cultura moderna. Ao mesmo tempo, esta posição mais teórica e reflexiva e mais crítica, está ligada à situação objetiva e subjetiva de recopilação, de síntese, de balanço em que nos encontramos”. “ A crítica, a reflexão e a síntese exigem hoje uma preocupação central em torno da situação do ser humano em meio à realidade tecnológica da civilização moderna”. “Não é o caso de se conservar o passado, mas sim de resgatar as esperanças passadas” – Horkheimer/ Adorno
Legislação do Ensino das Artes Visuais: quem está por trás, ou a quem interessa o tema, atual e controverso da elaboração e aplicação prática do novo currículo escolar?