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A elegia e a jâmbica grega arcaica

Simpósio:
conviva e
auleta
O aulo
Papiro
Oxyrhinchus VI
854
Poema elegíaco
de Arquíloco
Versos de Arquíloco em transmissão indireta
Ateneu (II d.C.), em O Banquete dos Sábios (Deipn. 11. 483d), cita quatro versos de Arquíloco (fr. 4W) para exemplificar o uso do termo
kóthon, caneca (em Corrêa, P. C., Armas e Varão, 1998: 103):

“Arquíloco assim também o menciona [o kóthon] em suas elegias como uma vasilha para bebida:

mas vai, de caneca pelos bancos da nau veloz


mas vai, de jarras arranca as tampas,
e toma o vinho rubro desde a borra, pois tampouco nós,
sóbrios, poderemos nesta vigília permanecer.”

A publicação do papiro Oxirrinco 854 em 1908 acrescentou pouca coisa ao que Ateneu já havia citado, apenas o início dos primeiros
quatro versos:
estrangeiros [
e ceia [
nem a mim impelir[“

Mas se o único registro do “poema” fosse o papiro, teríamos, além dos “versos” acima, apenas:
mas vai, de [
mas vai, de [
e toma o vinho [
sóbrios [
Critérios de definição da elegia
• Metro: distíco elegíaco, associação de um hexâmetro com pentâmetro (2
hemistíquios com 2 pés e meio dátilos) datílico:
- v v |- v v |- v v |- v v |- v v |- x
- v v |- v v | - |- v v |- v v | x
• Matéria: Lamento, reflexões de caráter ético-filosóficas, narrativas míticas,
exortações militares.
• Caráter exortativo
• Performance: Monódica com acompanhamento musical, principalmente
do aulo.
• Ocasião de performance: Simpósio
• Autores principais: Arquíloco, Calino, Tirteu, Mimnermo, Simônides de
Ceos.
Lamento: Arquíloco 13 W, VII a.C.
“O lamento, em tempo antigo, exprimia-se em versos desiguais Mágoas doloridas, Péricles, nenhum cidadão
que foram unidos*: depois, neles se incluiu a satisfação das arguindo em festas se alegra nem a cidade;
promessas atendidas. Sobre quem, no entanto, pela primeira
vez criou as singelas elegias, já discutem os gramáticos e ainda o pois tais homens o fluxo do multiespraiado mar
litígio está no tribunal.” submergiu e inundados em dor temos
Horácio, Arte Poética, v. 75 ss.
o peito; mas os deuses aos incuráveis males,
amigo, ânimo firme sobrepuseram
como remédio; outra vez outro sofre; pois agora
*Dístico elegíaco
é nossa vez, sangrenta chaga gememos,
que de novo a outros passará; mas vamos, rápido
reagi, feminina dor repelindo.
“Por esses valentes varões eu choro, a quem os filhos
(José Cavalcante de Souza)
de Pirebo tramaram uma dolorosa morte, * * *
enquanto seguiam uma embaixada da espaçosa Corinto
Nenhum festim há de alegrar alguém na pólis,
[.......seguem-se 2 versos corrompidos.........] Péricles. Pesa o luto nos que choram. Ondas
e então o luto) florescia na encantadora pátria”. Do mar polissonoro os engoliram. Dores
Também nossos pulmões intumesceram. Fármaco
Com o poder da paciência, amigo, os deuses
Epigrama de Poliândrio de Ambrácia, VI a.C. Nos deram contra a perda amarga que alcança
Equilibradamente a todos. O cruor
Da chaga, outros o lamentarão, tal qual
nós lamentamos hoje. Vai, recobra o ânimo,
Chega de alimentar angústias femininas!
(Trajano Vieira)
Elegia marcial: Calino 1W e Tirteu 10W
Não me lembraria e em verbo um varão não poria,
pela virtude de seus pés ou técnica de luta,
nem se tivesse altura e força de Ciclopes
e em corrida vencesse o trácio Bóreas,
Até quando deitareis inactivos? Quando tereis, ó jovens, nem se tivesse porte mais grácil que Títono, (5)
e mais riquezas do que Midas e Ciniras,
um ânimo valente? Não vos envergonhais dos vizinhos, nem se fosse mais rei que Pélope Tantálida,
e tivesse a língua de mel de Adrasto,
por tão grande desleixo? Julgais permanecer em paz, ou toda a fama, senão a bravura impetuosa;
pois um varão não se torna valoroso na guerra (10)
quando a guerra avassala a terra toda. se não ousar olhar a matança sanguinária,
e postando-se perto, atingir inimigos.
Tal virtude, tal prêmio, entre homens é o melhor
......... e mais belo que há para um jovem varão receber.
É esse um bem comum à cidade e ao povo todo, (15)
que um varão firme na vanguarda se mantenha,
sem trégua, de todo se esqueça da torpe fuga
Que cada um, ao morrer, lance ainda mais um dardo, 5 arriscando a vida e o coração audaz,
pois é honra e glória para um homem combater e próximo encoraje o varão ao seu lado com palavras:
pela pátria, pelos filhos e pela legítima esposa, eis o varão que se torna valoroso na guerra. (20)
Súbito, dispersa de varões hostis as falanges
contra o inimigo. A morte chegará, quando a fiarem as brutais, com zelo detém a onda da luta.
Parcas. Vamos para a frente, Caído na vanguarda, ele próprio perde a sua vida,
de espada desembainhada e colocando o peito valente 10 mas glorifica a cidade, as tropas e seu pai,
muitas vezes no peito, no escudo umbilicado (25)
sob o escudo, logo que se acenda a luta. E na couraça golpeado de frente.
Pois não é destino dos homens fugir à morte, A ele pranteiam por igual jovens e anciãos,
e em saudade atroz, a cidade toda se enluta.
ainda que a sua linhagem descenda dos imortais. Seu túmulo e filhos são insignes entre os homens
Muitas vezes, ao que regressa ileso da refrega e do silvar dos dardos, e os filhos dos filhos, e a geração no porvir, (30)
se lhe depara em casa o destino fatal. 15 e jamais nobre glória ou o nome dele perecem,
mas, mesmo sob a terra, se torna imortal
Mas esse não é querido ao povo, não deixa saudades, aquele que, primando por manter-se em combate
não o lamenta o grande nem o pequeno, se algo sofrer. pela terra e pelos filhos, o impetuoso Ares mata.
Mas se escapa à sina da morte que aflige longamente (35)
Mas todo o povo sente a falta dum valente que morreu, e, ao vencer, conquista o triunfo ilustre da lança,
e recebe honras de semideus enquanto vive. todos o honram, por igual os jovens e os velhos,
e depois de viver muitas alegrias, vai ao Hades.
Olham para ele como uma fortaleza, 20 Envelhecendo, distingue-se entre os cidadãos e ninguém
quer faltar-lhe com respeito e justiça; (40)
pois sozinho comete feitos que só muitos poderiam. todos, os jovens e seus coetâneos, cedem-lhe
lugar em conselho, e também os mais velhos.
Tente hoje cada varão ao ápice dessa virtude
chegar, com coragem, sem descuidar da guerra!
(Maria Helena da Rocha Pereira)
(Rafael Brunhara)
A guerra na elegia: outras visões
• Arquíloco, 1W e 5W • Anacreonte, 2

Sou servo do senhor Eniálio e Não amo quem, vinho-bebendo junto à cheia cratera,
das Musas o amável dom conheço. de discórdias e da guerra lacrimosa fala,
* * * mas quem, os esplêndidos dons das Musas e de Afrodite
Com um escudo um saio ufana-se, o qual junto à moita, misturando, faz menção da amável alegria.
arma irrepreensível, deixei sem querer,
mas salvei-me. Que me importa aquele escudo?
Que vá! Arranjo outro, não pior.
(Giuliana Ragusa)
(Paula da Cunha Corrêa)
Elegia de caráter hedonístico: Simônides de Ceos, 19W
Uma coisa a mais bela disse o homem de Quios:
“como a geração das folhas, tal também a dos homens”; οἵη περ φύλλων γενεή, τοίη δὲ καὶ ἀνδρῶν
poucos dos mortais, tendo-o recebido pelas orelhas,
colocaram no peito; pois a esperança está em cada um • Ilíada, VI.145-149:
dos homens, a qual se enraíza no peito dos jovens.
E enquanto um mortal tiver a flor mui-amada da juventude, Grande Tidida, por que saber queres a minha ascendência?

tendo frívolo o ânimo, pensa muitas coisas irrealizáveis; As gerações dos mortais assemelham-se às folhas das árvores,

pois não tem a expectativa de envelhecer nem de morrer, que, umas, os ventos atiram no solo, sem vida; outras, brotam
na primavera, de novo, por toda a floresta viçosa.
nem, enquanto esteja são, tem a preocupação da doença.
Desaparecem ou nascem os homens da mesma maneira.
Tolos, cujo pensamento está assim disposto e não sabem
que o tempo da juventude e da vida é pouco
(Carlos Alberto Nunes)
para os mortais. Mas tu, aprendendo isso, até o fim da vida
sê decidido, dando prazer à alma com coisas boas.
(Teodoro Rennó Assunção)
Mimnermo, 1W e 2W
O que é a vida? O que é o prazer, sem a dourada Afrodite? Folhas que brotam na estação multiflorida
De primavera, quando ao sol vicejam,
Que eu morra, quando estas coisas já não me interessarem:
Gozamos por um tempo breve, tais e quais,
o amor secreto, as suaves ofertas e a cama, Da flor da juventude, sem saber
que são flores da juventude sedutoras Do bem, do mal divino. As Queres torvas se
Perfilam: da velhice horrível uma
para homens e mulheres. Mas quando chega a dolorosa 5
É dona, a outra doma a morte. A fruta nova
velhice, que faz até do homem belo um homem repulsivo, Dura um minuto, quando o sol no solo
tristes preocupações sempre lhe moem os pensamentos Se irradia. Ao desfecho do período, a morte
É preferível a estar vivo. Os males
e já não sente prazer em contemplar a luz do sol,
Amiúdam no íntimo, a morada se arruína
mas é odiado pelos rapazes e desonrado pelas mulheres. E a carestia mais abjeta humilha.
Assim áspera foi a velhice que o deus impôs. 10 Alguém, na impotência do que almeja – um filho – ,
Pelos baixios da terra alcança o Hades;
Doença mata o coração de alguém, e não
(Frederico Lourenço)
Há de ser a quem Zeus não conceda horrores.

(Trajano Vieira)
O jambo na poética antiga: Aristóteles e
Horácio
• “A poesia tomou diferentes formas, segundo a diversa índole particular
[dos poetas]. Os de mais alto ânimo imitaram as ações nobres e dos mais
nobres personagens; e os de mais baixas inclinações voltaram-se para as
ações ignóbeis, compondo, estes, vitupérios, e aqueles, hinos e encômios.”
(Aristóteles, 1448b 24)
• “[...] o metro jâmbico (que ainda hoje assim se denomina porque nesse
metro se injuriavam [iámbizon]). De todo modo que, entre os antigos, uns
foram poetas em verso heroico, outros o foram em verso jâmbico.”
(Aristóteles, 1448b 29)
• “Foi a raiva quem armou Arquíloco do jambo que a este é próprio: depois
de tal pé, adaptaram-no os socos e os grandes coturnos por mais
apropriado para o diálogo, capaz de anular o ruído da audiência, visto ter
sido criado para a ação.” (Horácio, 79-82)
Critérios de definição do jambo
• Metro: A pesar do jambo dar nome ao gênero e ser o metro mais
característico, nota-se uma variedade métrica com presença de
trímetros jâmbicos, tetrâmetros trocaicos, epodos. Jambo: uma sílaba
breve seguida de uma longa (u-).
• Matéria: Invectiva, zombaria, mas também ocorrem outros temas
com adoção de tons menos satíricos. São característicos: o grotesco, o
obsceno, o escatológico.
• Performance: Monódica com acompanhamento musical,
principalmente do aulo.
• Ocasião de Performance: Simpósio.
• Autores principais: Arquíloco, Semônides de Amorgos, Hipônax.
Arquíloco: 215W, 114W, 172W, 120
E nem jambos, nem diversões me interessam.
* * *
Não gosto do grande general, nem do que anda a
largo passo,
nem do que é vaidoso de seus cachos, nem do bem
barbeado,
mas que me seja pequeno e com pernas tortas
de se ver, plantado firme sobre os pés, cheio de
coragem.
* * *
Pai Licambes, como pensaste tal coisa?!
Quem privou-te da razão
que antes tinhas firme? Agora pareces ser motivo
de muito riso para os cidadãos.
(Paula da Cunha Corrêa)
* * *
Nada mais sei, além da enormidade:
A quem me causa mal, fazer atrocidades.
(Trajano Vieira)
Hipônax, 26, 68, 120 Aloni
Dois dias da mulher são os mais doces:
Ininterrupta e bovinamente, um deles, Quando alguém a desposa e quando a conduz em
cortejo, morta.
dia após dia, atum ao molho vinagrete
como um eunuco de Lampsaco devorando,
* * *
comeu o patrimônio. Então talhava pedra
Segurem-me pelo manto, vou socar o olho de Búpalo.
nos montes, onde mastigava comedidos Sou ambidestro e não erro o golpe.
figos, pão de cevada: ceia dos escravos.

(Trajano Vieira) (Adriane Duarte)

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