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DA NEUROPLASTICIDADE A REABILITAÇÃO:

Claudia Berlim de Mello


Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil – NANI
Departamento de Psicobiologia - UNIFESP
EVGEN BAVCAR
STEPHEN WILTSHIRE

1987 – 13 anos
Tony DeBlois
Neuroplasticidade

Albrecht Bethe (1930) “Capacidade de adaptação do organismo


às mudanças ambientais, ação sinérgica de diferentes
órgãos coordenados pelo SNC”

 Mudança adaptativa
 Processo multidimensional que opera em diferentes níveis:
neuroquímico, conexões neurais e cognitivo
 Estrutura organizacional intrínseca do SNC
 Processo dinâmico do SNC – relação estrutura/função
 Processo evolutivo - Resultado interações ambiente
interno/externo
 Diferentes fases da ontogenia
Neuroquímico: alterações de
Hedológico: Mudanças nos padrões de conexão neurotransmissores
e número de Sinapses Ativas

Comportamental: Estratégias cognitivas a desafios ambientais


Fases da neuroplasticidade

• A plasticidade está presente Fases/processos de plasticidade


em todas as fases do
desenvolvimento humano
• Maturação do SNC
• Desde a vida intra-uterina
(desenvolvimento • Aprendizagem / Memória
embriológico) até a vida adulta
(aprendizagem/memória)
• Conseqüente a lesões
cerebrais
Maturação do SNC
Mecanismos

 Proliferação celular em zonas germinais (pelo tubo neural)


 Migração neuronal
 Diferenciação neuronal
(Concluem-se antes do nascimento)
 Morte neuronal programada (apoptose): 15-50% neurônios
 Crescimento axonal e arborização dendrídica (modulado por
interações com células vizinhas) / Sinapses não funcionais
perdidas (predisposição x experiência)
(Do período embrionário até 6 meses de vida pós-natal)
 Sinaptogênese
 Mielinização
(Continua até a puberdade e início da vida adulta)

Ações coordenadas: Fases sucessivas que se sobrepõem


parcialmente
Desenvolvimento pré-natal
Células precursoras neuronais são formadas em regiões e em
quantidades pré-determinadas

Migração neuronal / morte neural programada (apoptose)

Na posição final ocorre a diferenciação neuronal –


desenvolvimento de estruturas dendrídicas e axonais

Axônios se projetam para alvos específicos


reconhecendo para tanto os caminhos corretos para
alcançar alvos específicos

Neurônios refinam suas conexões sinápticas a um


alto nível de precisão, mantendo as conexões
corretas e desfazendo as incorretamente realizadas
Diferenciação
Densidade Sináptica e Áreas Cerebrais

Nascimento Adolescência

Nascimento Adulto

Auditivo
Visual   
Pré-Frontal   
Desenvolvimento pré-natal

 Após este período inicial de construção, o SNC se altera nos estágios


iniciais da vida, acomodando-se ao crescimento do organismo e às
novas capacidades comportamentais do indivíduo

 Fatores que influenciam o desenvolvimento

 Genéticos

 Ambientais
 Interação das diversas regiões cerebrais
 Promoção de alterações das estruturas cerebrais
Desenvolvimento pós-natal

Relações entre evento ambiental e resposta do organismo

Relações condicionadas entre classes de estímulos


precedentes e conseqüentes e classes de comportamento

Alterações morfológicas do SNC

Conexões sinápticas moldáveis pela experiência

Interações entre organismo e ambiente vivenciadas por um indivíduo


determinam a topografia e a função de suas respostas
Especialização hemisférica
Períodos sensíveis (críticos) do desenvolvimento
•Janela temporal mais suscetível a transformações
(reorganização e flexibilidade)
•Janela de Oportunidade - Período ideal para desenvolvimento
de habilidades e novas conexões sinápticas
•Lapidação neuronal pela experiência: idade dependência

•Diferenças relacionam-se à superprodução de sinapses


durante o desenvolvimento (sinaptogênese) e à apoptose

•Diferentesgraus de flexibilidade em relação a diferentes


áreas cerebrais

Fatores culturais e ambientais de plasticidade - Modelo


Neuropsicologia Cultural
Plasticidade: efeitos

Cooperação compensatória de áreas cerebrais relacionadas


às funções perceptivas

Audição e tato na deficiência visual


• Aumento da discriminação auditiva
• Alocação do processamento tátil e auditivo para áreas
visuais do cérebro (lobo occipital)

Visão na deficiência auditiva


• Sensibilidade maior para estímulos periféricos
• Melhor desempenho para detecção de estímulos visuais
(direção e movimento)
• Linguagem de sinais reorganiza o cérebro para funções
visuo-construtivas e motoras
Aprendizagem / Memória
Definições

 Aprendizagem: mudança permanente de comportamento, resultante da


exposição prévia a condições do ambiente

 Memória: processos de aquisição, retenção e recuperação de


informações / sistemas de memória de curto e longo prazo

 Aprendizagem X Memória
 Aquisição
 Retenção

 Tipos de Aprendizagem / Memória


 Implícita
 Explícita
Explícita

 SABER QUE

 Fatos pessoalmente vivenciados, conhecimento socialmente


compartilhado

 Aprendizagem rápida

 Acessível à consciência
 conteúdo aprendido pode ser verbalmente relatado (declarado)
 Recuperação pode se dar por ato voluntário de recordação

 Áreas cerebrais
 Hipocampo - Lobo temporal medial
Implícita

 SABER COMO

 Habilidades percepto-motoras (digitar, andar de bicicleta)

 Aprendizagem dependente de treino

 Não acessível à consciência


 conteúdo aprendido não pode ser verbalmente relatado
(declarado)
 Detecção se dá pela melhora de desempenho em atividades
específicas
 Recuperação de maneira automática

 Áreas cerebrais
 Regiões corticais e subcorticais
Neuroplasticidade e aprendizagem - Mecanismos

Potencialização a longo prazo (PLP) – Fortalecimento do potencial de


ação

Fortalecimento de sinapses – pelo aumento da área de contato

Modificaçõesna síntese de proteínas – proteínas envolvidas no


reconhecimento de celular; promovem a aproximação de células
reconhecidas
Consequente a lesões cerebrais
Plasticidade consequente a lesões cerebrais

Capacidade de reorganização neural a situações de danos ao


SNC

• Arborização dendrítica: novos padrões de conexão


• Expansão de aferências: novas conexões entre as áreas
afetadas.
• Reabilitação: efeito direto sobre a arborização dendrítica
Supersensibilidade de Denervação

Subsequente a denervação o controle da sensitividade da célula pós-


sináptica a estímulos químicos é perdido; esta célula torna-se químicamente
supersensível em função do aumento da superfície receptora e aumento da
permeabilidade iônica da membrana
Persistência de Hipernervação

Fortalecimento de pontos de contato prévios


Recrutamento sinapses

Ativação de sinapses latentes; quando um estímulo importante para as


células nervosas é perdido, sinapses residuais ou dormentes podem se
tornar eficazes
Brotamento

Formação de novos botões a partir do segmento axonal dos neurônios


lesados (brotamento regenerativo) e não lesados (brotamento colateral); este
crescimento axonal pode estabelecer ligações funcionais como também ligações
com alvos não desejados
Potencialização sináptica

Desvio de neurotransmissores para pontos de contato não lesados


Consequencias da neuroplasticidade

Compensação das dificuldades


Influência fundamental do meio: estimulação
Aprendizagem explícita (conhecimento) X
implícita (de habilidades)
Deficiência pode conviver com o talento
Singularidade: o indivíduo é único
Avaliações sequenciais: comparar o indivíduo
com ele mesmo ao longo do tempo
Implicações para o processo de avaliação

 Descrever as capacidades, limitações e possibilidades do


indivíduo, considerando aspectos cognitivos, psicoafetivos e
ambientais.
 Considerar o processo e não apenas o resultado do
desempenho.
 Realizar avaliações seqüenciais
Implicações para a ação educacional

A partir da avaliação

• Levantamento de áreas de fragilidade e maiores possibilidades


(desempenho harmônico ou desarmônico)
• Recursos de mediação verbal e não verbal
• Definição de metas mais eficazes para o aluno
• Propor desafios de aprendizagem em todas as situações
• Considerar as diversas dimensões cognitivas
Dimensões da Cognição

Registro e decodificação
Armazenamento
Comunicação
• Função cognitiva
Cognição
• Função do pensamento
Motivação
• Emoção e motivação
• Funções executivas Emoção

Essas funções estão interconectadas


Neuroplasticidade e Reabilitação: alguns princípios

Singularidade

– Postura compreensiva: contexto sócio-cultural


– Desempenho qualitativo e quantitativo
– Objetividade e subjetividade
– Diagnóstico Clínico e Funcional
– Estilos cognitivos

Multidimensionalidade

– `´Não existe nada na cognição que não ocorreu primeiro com os sentidos`´ -
resgate sensorial inicial
– Mecanismos: Intermodalidade, integração

Complementaridade mediação/estratégia

– Cérebro mobiliza mesma função por sistemas complementares


– Verbal - Não-verbal (gestual, musical,viso-espacial)
Foco em transposição

• Cérebro não processa


informação pura
• Sistemas auto-regulados, auto-
referentes e geradores de
conhecimento
• Interface intermodalidade e
transposição
Ex: visual no tátil, auditivo-
visual, musical-visual, verbal
e espacial

Ênfase no processo
relacional – não no estímulo
Foco em Habilidades Residuais

• Princípios essenciais: aceitação, compreensão fenomenológica e


funcional
• Concentração, repetição, contextualização
• Organização, auto-instrução, estratégias de associação e
memorização
• Treino de habilidades cognitivas e implícitas (generalização)
• Reforço e expansão para rede (família, serviços de apoio)
Vida no Lugar e na Comunidade

Qualidade de
Vida

Escola/Trabalho Saúde e Bem Estar


(físico e psíquico)
Importância da equipe interdisciplinar

• Educador
• Assistente social
• Psicólogo
• Fonoaudiólogo
• Médico
• Terapeuta familiar
• Terapeuta ocupacional
Multidisciplinaridade

´´ A exigência interdisciplinar impõe a cada


especialista que transcenda sua própria
especialidade tomando conhecimento de seus
próprios limites para acolher as contribuições das
outras disciplinas. Uma epistemologia da
complementaridade e da convergência, deve
substituir a da dissociação´´
Gursdorf, 1978
Desafios

Desenvolvimento tecnológico e científico


Integração de serviços de educação e saúde
Inclusão educacional
Fortalecimento da rede de apoio social
O nosso mais elevado ideal é apoiar o
desenvolvimento de seres humanos livres,
capazes de tomar seu destino nas próprias
mãos e imprimir propósito e direção às suas
vidas.
Rudolf Steiner

cberlim@ib.usp.br

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