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GIGANTES DA GERIATRIA II

PAAB VIII
Profa. Cícera Amanda Mota Seabra
Médica de Família e Comunidade
INSUFICÊNCIA CEREBRAL- definição
Problemas de saúde que provocam manifestações de
incapacidade cognitiva no idoso que pode se dar por diferentes
formas como:
• DELIRIUM
• DEPRESSÃO
• DEMÊNCIA
• DOENÇA MENTAL
OS 3 D DA GERIATRIA
• DELIRIUM: início abrupto, flutuante e alteração no nível de
consciência e atenção. Pode ser de origem metabólica ,
renal, hepática, infecciosa, doença de tireoide, carência de
vitaminas, TCE, encefalite, meningite, e/ou efeito colateral de
drogas.
• DEMÊNCIA: MEMÓRIA+LINGUAGEM, PRAXIA(capacidade
de executar um ato motor), GNOSIA (capacidade de
reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis) E
FUNÇÃO EXECUTIVA.
OS 3 D DA GERIATRIA
DEPRESSÃO: humor depressivo, perda de interesse e prazer por
no mínimo 2 semanas consecutivas associados a pelo menos 2
desses itens:
Ganho ou perda de peso Sentimento de desvalorização ou
 Alteração do sono culpa
Agitação ou retardo psicomotor Dificuldade de concentração
Fadiga , perda de energia Ideia de morte
História familiar de depressão.

Pode estar associado a perda de memória.


CONSEQUÊNCIAS
• ALTERAÇÕES:COGNIÇÃO
HUMOR
MOBILIDADE
COMUNICAÇÃO
CONSEQUÊNCIAS
• PODE DESENCADEAR OS “Is “

INCONTINÊNCIA
IMOBILIDADE/ISOLAMENTO SOCIAL
INCAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO
IATROGENIAS
AVALIAÇÃO
• EXAME CLÍNICO: idade de instalação, modo de
instalação, progressão, história familiar, fatores de risco
cardiovasculares, AVC, depressão, medicamentos, álcool,
quadro agudo.
• MEEM E TESTE DO RELÓGIO
• Na, K, Uréia , Creatinina, TGO, TGP, PCR, Eletroforese de
proteínas, cálcio, TSH, Vitamina B12, VDRL, HIV, e
Ressonância magnética.
Delirium
• Síndrome cerebral orgânica, sem etiologia específica,
caracterizada por alterações da consciência e da
atenção, da percepção, do pensamento, da memória, do
comportamento psicomotor, das emoções e do ciclo
sono-vigília.

• Do latim: delirare: estar fora dos trilhos.

• Síndrome multifatorial, caracterizada por confusão


mental aguda.
Delirium
• Habitualmente confundido com demência ou distúrbios
psiquiátricos.
• Frequência elevada, sobretudo em idosos internados.
• Sub-diagnosticada, sub-tratada: estima-se que em 36-
67% dos casos não é feito o diagnóstico.
• Pode ser a única forma de apresentação de uma doença
física grave.
Fisiopatologia
• Manifestação neuropsiquiátrica
• Desordem do metabolismo cerebral
• Relação com neurotransmissores (deficiência de
acetilcolina, excesso de dopamina? , outros envolvidos
como serotonina, histamina, interleucinas e cortisol),
mas ainda não está bem estabelecido.
Prevalência
Prevalência- muito variável na literatura:
• 4-10% dos idosos internados por problemas clínicos
• 9-14% dos idosos submetidos a cirurgia geral
• 30% dos idosos submetidos a cirurgia cardíaca
• 50% pós cirurgia de fratura de fêmur
Etiologia
• Distúbios metabólicos,
distúrbios hidroeletrolíticos • Álcool
• Infecções • Psicose aguda
• Reduções do débito • Fecaloma
cardíaco: desidratação, • Incontinência Urinária
hemorragias, IAM, ICC • Neoplasias
• Doenças hepáticas • Transferência para ambiente
• AVC não familiar
• Medicamentos
Principais drogas

• Álcool • Digoxina
• Analgésicos narcóticos • Hipoglicemiantes
• Anti-histamínicos • Ansiolíticos
• Anti-hipertensivos • Hipnóticos
• Antibióticos • Antidepressivos
• Antiparkinsonianos • Antipsicóticos
• Corticosteroides
Quadro Clínico
Transtorno de cognição: Transtornos da Atenção:
• Pensamento lento, acelerado, • Dificuldade em focalizar atenção em
incoerente um estimulo e desviá-la para outro
• Julgamento Transtornos psicomotores:
• Desorientação temporal • Hiperreatividade
• Desorientação espacial • Hiporreatividade
• Alterações de memória Outros:
• Alterações de linguagem • Disgrafias
Transtornos da percepção: • Oscilação de emoções
• Falsas interpretações • Tremores
• Ilusões • Elevação da PA
• Alucinações
Diagnóstico
• Estabelecer o diagnóstico sindrômico: anamnese , observação do
paciente, aplicação de critérios diagnósticos e instrumentos de
avaliação:
Delirium Symptom Interview
Delirium Rate Scale
Clinical Assessment Confusion
Confusion Assessment Method
• Estabelecer as etiologias da síndrome : investigação clínica e
laboratorial.
Critérios diagnósticos DSM - IV
CAM (Confusion Assessment Method)
Presença de 1 ou 2:
1 – Mudança de estado mental agudo e curso
flutuante.
2 – Desatenção
+ presença de 3 ou 4:
3 - Pensamento desorganizado ou incoerente
4 - Alteração do nível de consciência
Propedêutica
• Anamnese e exame clínico minucioso (incluindo toque
retal)
• Revisão laboratorial extensa
• Inicial: Hemograma, eletrólitos, função renal e hepática,
glicemia, ECG , Raio X de Tórax.
• Avançada: Função tireoidiana, dosagem sérica de
drogas, análise de LCR, gasometria arterial, culturas,
ultrassom, TCC, RNM.
• Demais propedêuticas de acordo com clínica e evolução
do quadro.
Prognóstico
• Autolimitado
• Relação maior com internação e institucionalização
• Pode ser um sinal de doença terminal
• Pode ser a primeira manifestação de um déficit de
memória
• Prejuízo funcional
• Parece estar relacionado ao aumento da mortalidade e
surgimento de déficit cognitivo no ano consecutivo
Tratamento

•Suporte: não farmacológico


•Farmacológico
Tratamento - Suporte Não Farmacológico
• Contatos Interpessoais
• Ambiente tranquilo e bem arejado
• Estímulos sensoriais: música suave, relógio, calendário,
objetos conhecidos do paciente.
• Proibido televisão
• Conversar com o idoso de forma suave
• Presença de pessoas de seu contato íntimo (evitar
alternância de acompanhante)
• Interromper atividades de fisioterapia, terapia ocupacional,
até melhorar o quadro agudo
• Evitar restrição ao leito
Tratamento Farmacológico Geral
• Essencial a identificação da etiologia (ou múltiplas
etiologias)
• Suspender drogas suspeitas
• Tratamento de infecções
• Tratamento das comorbidades agudas e crônicas
• Controle dos distúrbios hidroeletrolíticos, ácidos básicos,
metabólicos e hematológicos.
• Tratamento da abstinência ao álcool e
benzodiazepínicos.
Tratamento farmacológico sintomático
• Indicado para agitações não controladas com medidas de suporte e/ou
presença de alucinações
• Neurolépticos (antipsicóticos)

HALOPERIDOL
DOSE 0,5 A 10 mg ao dia
(1cp =1mg ou 5mg,
Gotas: 1ml=2mg
Ampola: 1ml=5mg)
2 a 3 vezes ao dia VO ou IM.

Haloperidol é droga de escolha por apresentar ação rápida e efeito anticolinérgico


limitado.
Tratamento farmacológico sintomático
OLANZAPINA
2,5 mg ao dia , até 10 mg

Droperidol – indução anestésica.


RISPERIDONA: 0,5 a 2,0 mg ,ATENÇÃO nos pacientes
parkinsonianos, maior risco de sintomas parkinsonianos. Menor
sedação e hipotensão.
BENZODIAZEPÍNICOS: só em crises de abstinência alcóolica ou
por suspensão abrupta de drogas benzodiazepínicas.
Caso seja necessário usar neurolépticos por longo tempo, preferir
os atípicos (menos efeitos)- OLANZAPINA, RISPERIDONA
MEDIDAS PREVENTIVAS PARA EVITAR DELIRIUM EM
IDOSO INTERNADOS
• Avaliação cognitiva de rotina à admissão e permanência
hospitalar.
• Rever medicações e, se possível, substituir as de risco.
• Melhora sensorial: correção visual, próteses auditivas...
• Adequação hídrica e nutricional.
• Identificação precoce e tratamento da desidratação.
• Mobilização precoce.
• Evitar contenção: química e física.
• Envolver familiares e cuidadores nos cuidados, presença durante
o tratamento.
Depressão
Aspectos Gerais
• A maioria dos idosos está satisfeita com a vida
• Normal: oscilações de humor transitórias e situacionais
• Depressão interfere na qualidade de vida
• Reduz capacidade de pensar e sentir
• Gera dificuldades para interagir com outras pessoas ,
compartilhar objetivos
• Gera dificuldades para trabalhar, cuidar de outros, se cuidar e
amar.
Depressão-Importância
• Distúrbio psiquiátrico mais frequente no idoso
• Prevalência muito variável na literatura:
Ambulatorial: 18% em mulheres e 12 % em homens
Institucionalizados: 10-30%
Estima-se que apenas 10% dos idosos deprimidos são
tratados.
Depressão- Repercussões
• Prejuízo na recuperação e reabilitação de outras doenças
• Maior permanência hospitalar
• Prejuízo cognitivo e funcional
• Risco de quedas e acidentes
• Risco de suicídios
Depressão- definição e etiologia
• Síndrome psiquiátrica caracterizada por humor deprimido,
perda de interesse ou prazer pelas atividades e
alterações biológicas com repercussões para a vida.
• Redução da capacidade para pensar, interagir, trabalhar.
• Etilogia : Indefinida
Teoria: depleção de serotonina cerebral...
Fatores de risco
• Fatores de risco
Sexo feminino
Drogas: metildopa, betabloqueadores, reserpina,
bloqueadores dos canais de cálcio, levodopa, digital,
cimetidina, AINE, álcool, anticonvulsivantes,
antineoplásicos, tranquilizantes, hipnóticos e
corticosteroides.
Fatores desencadeantes
• Fatores desencadeantes:
• solidão, luto
• doenças agudas e crônicas
• aposentadoria?, dificuldade financeira
• internação
• perda funcional
• doenças sistêmicas associadas a depressão (colagenoses,
distúrbios hidroeletrolíticos, doenças cardiovasculares, doenças
infecciosas, endocrinopatias, neoplasias, estados carenciais).
Tipos de depressão
• Depressão maior
• Depressão menor (distimia)
• Distúrbio Bipolar
• Depressão atípica
Critérios Diagnósticos
• DEPRESSÃO MAIOR: mais de 2 semanas de 1 dos 2 sintomas
1. Humor deprimido na maior parte do tempo
2. Perda de interesse ou prazer pelas atividades (Anedonia)
Associado a 5 ou mais dos sinais ou sintomas a seguir:
• Insônia ou hipersonia
• Perda ou ganho de peso
• Agitação ou retardo psicomotor
• Fadiga ou perda de energia
• Auto depreciação ou culpa excessiva
• Redução da capacidade de concentração, lentidão de pensamento ou
indecisão
• Ideias recorrentes de morte ou tentativa de suicídio
Tratamento
• Mais complexo que no jovem
• Doenças associadas
• Maiores efeitos colaterais
• Maior interação medicamentosa
• Duração mais longa de tratamento: 6-12 meses, ou uso contínuo
(mais de 2 episódios após 40 anos ou 1 episódio após 50 anos)
• Escolha da droga depende: Resposta prévia
Sintomas associados (inapetência
/hiperfagia, sonolência /hipersonia).
Classificação dos Antidepressivos
• Antigos:
IMAO: inibidores da monoamina-oxidase
Antidepressivos tricíclicos e derivados
• Novos:
ISRS (inibidores seletivos de receptação da serotonina)
Inibidores de receptação de serotonina e noradrenalina
Inibidores de receptação de norepinefrina
Antagonistas de receptores 5HT-2
Inibidor da receptação da dopamina
Antidepressivos tricíclicos
• Bloqueiam recaptação de NE e serotonina, bloqueiam
receptores muscarínicos (colinérgicos) , histamínicos e a
enzima ATPase sódio-potássio.
• Preocupações para uso em: Cardiopatas,
Coronariopatas
Portadores de bloqueio de
ramo, BAV,
arritmias
Portadores de Hiperplasia
Prostática
Antidepressivos tricíclicos
• Efeitos colaterais:
Hipotensão ortostática
Bloqueio cardíaco avançado em pacientes portadores de bloqueio
completo de ramo
Elevação da frequência cardíaca
Depressão miocárdica efeitos anticolinérgicos : xerostomia,
constipação intestinal, retenção urinária (pacientes com HPB)
Redução do libido, impotência
Delirium, agitação, mania.
Antidepressivos tricíclicos
• Tem sido cada vez menos utilizados em idosos em função da
gravidade, intensidade e frequência de seus efeitos colaterais. O
único tricíclico ainda recomendado para idosos é a
NORTRIPTILINA, cujos efeitos adversos são menos intensos nas
doses recomendadas para idosos.
• Mesmo assim, deve se obter um ECG basal do paciente e
monitorá-lo periodicamente e m caso de BAV de I grau ou
Bloqueio de Ramo.
Outras indicações dos Antidepressivos tricíclicos
• Síndromes dolorosas
• Fibromialgia
• Ansiedade
• Distúrbio obsessivo compulsivo (clomipramina)
• Incontinência urinária (imipramina)
• Síndrome do pânico
• Cólon irritável
Antidepressivos tricíclicos
• Aminas terciárias:
AMITRIPTILINA (Amytril, Tryptanol, Limbitrol)
Maior efeito anticolinérgico
Apresentações: 1cp=25mg, 75mg
Posologia habitual: 50 a 150 mg (máximo 300mg)
IMIPRAMINA (Tofranil)
Apresentações: 1cp=10,25,75 ou 150 mg
Posologia habitual : 50 a 200 mg (máximo 300mg)
CLOMIPRAMINA (Anafranil)
Apresentações : 1cp=10,25,75mg ; 1 amp=25mg/2ml
Posologia: 50 -250 mg
Antidepressivos tricíclicos
• Aminas secundárias
NORTRIPTILINA (Pamelor)
Apresentações: 10, 25 , 50 e 75 mg
Posologia habitual 50-150 mg (Iniciar com 10 mg, aumentar ate a dose
progressivamente)
Terapêutica (50-150mg), de acordo com a tolerância.
Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina -
ISRS
• Opção Inicial para os idosos
• Menores efeitos colaterais adrenérgicos, colinérgicos e histamínicos. Menor
risco cardiovascular e menor ganho de peso.
• As reações adversas são mais frequentes nos primeiros dias de uso,
inapetência, insônia ou hipersonia, redução do libido, náuseas, diarreia ou
constipação intestinal, xerostomia, retenção urinária.
• Efeitos adversos :
Gastrointestinais, cefaleia, zumbidos, insônia, irritabilidade, disfunção sexual
Raros: sintomas extrapiramidais, acatisia
Crise de angina, vasoespasmo em coronariopatas.
ISRS
• Em idosos, existe o risco elevado de crise serotoninérgica, se utilizados
em doses elevadas , quando associados a IMAO.
• Sintomas: rigidez, hipertermia, instabilidade autonômica, mioclonia,
confusão, delirium e coma.

Outras indicações dos ISRS:


Síndrome do Pânico
Bulimia
Distúrbio obsessivo-compulsivo
ISRS
• FLUOXETINA (Daforin, Depress, Eufor, Fluxene, Prozac, Psiquial,
Verotina)
Apresentação: 1cp=20mg
Posologia: 5-40mg (dose máxima = 80mg)
Tempo de meia vida longo, pouco indicado no idoso
• SERTRALINA (Serenata, Seronip, Tolrest, Zoloft)
Apresentação: 1cp =50mg
Posologia: 50-150mg (dose máxima 200mg)
• PAROXETINA (Aropax, Cebrilin, Ponderam Roxetin)
Apresentação: 1cp =20, 30mg
Posologia: 20-30mg
ISRS
• CITALOPRAM (Alcytam, Cipramil, Denyl, Procimax)
Apresentação: 1cp=20mg
Posologia: 20 mg (dose máxima = 40 mg)
• FLUVOXAMINA (Luvox)
Apresentação: 1cp =100mg
Posologia: 100-300mg
ESCITALOPRAM (Lexapro)
Apresentação: 1cp =10-20mg ou solução oral: 1ml=20
gts=10mg
Posologia: 10-20mg/dia, tomada única diária.
ISR serotonina e norepinefrina
• DULOXETINA (Cymbalta)
Cápsulas de liberação lenta: 30 e 60 mg
Posologia: 60-120 mg. Iniciar em 30 mg e progredir.
Preocupações : insuficiência renal e hepática.
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, constipação, cefaleia,
xerostomia, alterações de libido, insônia, vertigem, inapetência.
ISR serotonina e norepinefrina
• VENLAFAXINA (Exefor XR)
Tempo de meia vida curta
Posologia: 2 vezes ao dia
Apresentação de liberação lenta : 1 vez ao dia
Boa tolerabilidade
Menores efeitos NE, DA, serotoninérgicos, muscarínicos,
colinérgicos, alfa-adrenérgicos e histamínicos
Efeitos colaterais: náuseas , irritabilidade, sudorese profusa,
HAS (DOSE DEPENDENTE)
Apresentações : 1cp=37,5mg, 75mg e 150 mg
Posologia: 150-225 mg
• MIRTAZAPINA (Remeron)
Composto tetracíclico
Inibidor seletivo da receptação da serotonina e norepinefrina , antagonista
seletivo do receptor alfa-2 adrenérgico (ação pré-sináptica)
Ação antagonista histamínico: sedação (efeito desejável para depressão com
insônia)
Não inibe citocromo P450
EFEITOS ADVERSOS : sonolência, aumento do apetite, ganho de peso,
tonteiras
Apresentação: 1cp=15,30,45 mg
Posologia= 15 mg (inicial)-45 mg , dose noturna
ISR norepinefrina e dopamina
• BUPROPIONA (Zyban , Zetran, Bup )
Bloqueio NE e DA com efeito mínimo sertotoninérgico.
Posologia: 3 doses. Liberação lenta: 1-2 doses diárias.
Indicado também para coadjuvante no tratamento de tabagismo,
distúrbio bipolar, com ciclos rápidos.
Apresentações: 1cp=150 mg
Posologia: 150-450 mg
Inibidor receptor 5-HT2
• NEFAZODONE (Serzone)
Derivado: fenilpiperazina
Posologia 2 vezes ao dia
Inibição do citocromo P450: NÃO DEVE SER ADMINISTRADO
COM CISAPRIDA, TERFENADINA E DERIVADOS
IMIDAZÓLICOS (risco de aumento de QT, taquicardia ventricular
e morte)
Apresentações: 1cp=100,150mg
Posologia =300-600mg
Inibidor receptor 5-HT2
• TRAZODONE (Donaren)
Derivado fenilpiperazina
Efeito colateral: hipoptensão ortostática
Apresentação: 1cp=50mg
Posologia habitual: 100-300, dose máxima=400mg.
Efeito sedativo poder ser verificado já com dose 25-75 mg.
• TIANEPTINA (Stablan 32)
Apresentação: 1cp=12,5mg
Posologia: 8/8 hs (adultos), 12/12 hs (idosos)
IMAO-Inibidores da Monoamino oxidase
• Drogas de terceira escolha
• Risco de crise hipertensiva se usada com drogas
simpaticomiméticas e alimentos contendo tiramina
• Raramente usadas
• Efeitos adversos: Hipotensão ortostática, efeitos simpaticotônicos
(taquicardia, sudorese, tremores), náuseas, insônia (relacionados a
dose noturna), disfunção sexual, crise hipertensiva, agitação e
psicose tóxica.
• Restringir medicações como fenilpropanolamina, fenilefrina,
meperidina, pseudoefedrina e alimentos com tiramina (queijos,
carne defumada, fígado, feijão, vinho/cerveja, camarão) por todo o
tratamento e 3 semanas após a suspensão.
IMAO
• TRANILCIPRAMINA (Parnete)
Apresentação: 1cp=10mg
Posologia habitual: 10-20 mg, DOSE MÁXIMA 50 mg.
• MOCLOBEMIDA (Aurorix)
Apresentação: 1cp= 150,300mg
Prevenção de processos degenerativos como doença de
Parkinson
• SELEGILINA (Elepril, Deprilan, Jumexil, Niar)
Apresentação: 1cp=5 mg
Posologia: 5-10 mg
Escolha terapêutica
• Conciliar a clínica do paciente, o perfil de ação da droga e o uso
prévio da medicação (avaliar tolerância e resposta prévia).
• Baixa de humor
• Baixa atividade
• Ansiedade
Avaliar outras terapias não farmacológicas :
Psicoterapia
ECT
Demências
• Perda persistente da capacidade intelectiva , num paciente
alerta, de intensidade suficiente para interferir com as funções
sociais e ocupacionais, com modificações no comportamento e
na personalidade.
• É uma síndrome clínica e não uma entidade patológica.
• Múltiplas etiologias possíveis.
• Caráter permanente
• Prevalência: 5-8% (acima 65 anos)
15-20% (acima 75 anos)
25-50 % (acima 85 anos)
Demências –Critérios Diagnósticos
A. Redução da memória imediata e recente.
B. Pelo menos 1 dos seguintes critérios:
• Dificuldade de abstração
• Dificuldade para julgamentos e controlar impulsos
• Afasia(inabilidade de expressar e compreender a fala e a escrita),
apraxia (limitação de executar um ato motor, como gestos) ,agnosia
(dificuldade de reconhecer objetos) ou dificuldade construcional.
• Modificações da personalidade
C. Interferência dos sintomas com ocupação, atividades sociais ou do
relacionamento
D. Sintomas não ocorrem apenas em delirium
E. Fator orgânico documentado ou presumido
Demência- Sintomas frequentes
• Dificuldade para aprender informações novas
• Dificuldades para executar atividades complexas (dirigir)
• Esquecer objetos como chaves, dinheiro, não fechar a casa,
torneiras abertas, fogão aceso...
• Dificuldades para localização espacial
• Guardar objetos em locais impróprios
• Baixa capacidade de julgamento
• Perda do “bom senso”, comentários impróprios, jocosidade,
alterações da sexualidade, mudanças de aspectos morais
prévios, trocar de roupa em público
• Alterações de personalidade
Sintomas frequentes (continuação)
• Subestimação de riscos envolvidos em atividades
• Criação de “planos” incongruentes com a realidade, com
sua situação e sua saúde (ex. falar que vai arrumar um
novo emprego)
• Dificuldades para reconhecer pessoas e entes queridos
• Esquecer de se alimentar, ou se já se alimentou
• Esquecer-se da higiene pessoal
• Desatenção, redução de reflexos
Graduação da demência
• GRAUS DE DEMÊNCIA
- LEVE: ACOMETIMENTO DAS CAPACIDADES DE
TRABALHO E SOCIAIS , MAS MANTÊM GRAU DE
INDEPENDÊNCIA PARA AVD’S
- MODERADA: NECESSITA DE SUPERVISÃO PARA AS
AVD’S
- GRAVE: INCAPACIDADE PARA AVD’S, NECESSITA
SUPERVISÃO PERMANENTE
DEMÊNCIAS
LEVE:
• Comprometimento de memória recente
• Estimular independência, estabelecer rotinas com atividades repetitivas
• Não dirigir, cuidados com questões financeiras e jurídicas.
MODERADA
• Perigo em sair sozinho
• Supervisão para higiene
• Prevenção de acidentes
• Estimular a fazer o que consegue
GRAVE
• Cuidados permanentes
Classificação Clínica

• Demências reversíveis ou tratáveis ou não


degenerativas

• Demências irreversíveis ou não-tratáveis ou


degenerativas
Demências degenerativas
Demências corticais
• Doença de Alzheimer
• Doença de Pick
Demências subcorticais
• Síndromes extrapiramidais
• Doença de Parkinson, Doença de Huntington
• Paralisia Subnuclear Progressiva
• Doença de Wilson
• Degenerações espinocerebelares
• Calcificação idiopática de gânglios de base
Demências não degenerativas
• Encefalopatias tóxicas-reação a drogas
• Endocrinopatias-hipotireoidismo
• Estados carências- deficiência de vitamina B12 e ácido
fólico
• Intoxicação por drogas
• Alcoolismo crônico
• Exposição a metais pesados
Demências mistas
• Múltiplos infartos
• Múltiplos infartos + Alzheimer
• Doenças infeciosas
Etiologias mais frequentes
• Doença de Alzheimer (DA)
• DEMÊNCIA VASCULAR
(DV)
• Demências de corpos de
Lewy (DCL)
• Demências mista
• Demência associada à
Doença de Parkinson (DP)
Para fazer o protocolo de investigação do tipo de
demência
• História clínica completa
• Exame físico
• Teste de triagem de memória- MEEM
• EXAMES LABORATORIAIS
• Dosagem de vitamina B12, TSH, VDRL
• TC ou RNM de crânio
DOENÇA DE ALZHEIMER
• Fatores de risco:
IDADE, HISTÓRIA FAMILIAR, TRAUMA ENCEFÁLICO,
DEPRESSÃO, BAIXA ESCOLARIDADE, SEXO
FEMININO, SINDROME DE DOWN.
• Fisiopatologia:
Perda neuronal, degenerações sinápticas intensas, placas
senis, depósitos extracelular de proteína beta amiloide,
emaranhados neurofibrilares.
Critérios diagnósticos-Doença de Alzheimer
• Demência
• Déficit cognitivo insidioso e progressivo
• Ausência de etiologias definidas (causas
psiquiátricas/neurológicas ou sistêmicas)
Diagnóstico de exclusão- exames complementares:
Revisão bioquímica (exclusão de causas metabólicas)
TC ou RNM (exclusão de AVC , tumores, ...)
Prognóstico
• Doença progressiva
• Não há tratamento curativo
• Não há como frear a evolução da doença, mas o
tratamento reduz a progressão.
• Suporte ao paciente e principalmente a família.
Tratamento da Doença de Alzheimer
• Identificar e tratar patologias associadas
• Suspensão de drogas potencializadoras da piora
cognitiva
• Suporte nutricional adequado
• Suporte psicossocial ao paciente e familiares
• Adaptações ambientais para prevenção de acidentes
• Tratamento sempre multidisciplinar
Objetivos do tratamento da DA
• Melhorar a qualidade de vida
• Melhorar o desempenho funcional
• Promover o mais auto grau de autonomia possível, de
acordo com o estágio da doença
• Tentar reduzir a evolução da doença
Tratamento sintomático da DA
• Inibidores de colinesterase

TACRINA: 1ª DROGA DA CLASSE, HOJE SEM


INDICAÇÃO CLÍNICA.
• Donezepil (Eranz)
Tem meia vida longa: 73 hs
Dose inicial 5mg. Dose máxima: 10 mg.
A literatura não mostra benefícios de uso acima de 10 mg e
aumentam muito os efeitos colaterais.
Menores efeitos colaterais e menos hepatotoxicidade
Não necessita monitorização hepática.
Efeitos colaterais: tontura, cefaleia, sonolência, efeitos
gastrointestinais, agitação, confusão mental e tremores.
Apresentação: 1cp=5mg e 10 mg.
• Rivastigmina (Exelon, Prometax)
Inibidor reversível da acetilcolinesterase e
butirilcolinesterase (pode potencializar sua ação)
Posologia: meia vida curta, administração de 12/12
horas
Iniciar com 1,5 mg 12/12 hs (com refeições), após 2
semanas aumentar 1,5 mg por semana , até a dose de
6 mg de 12/12 hs.
Menos efeitos colaterais (tontura, cefaleia, sonolência,
efeitos gastrointestinais, agitação, confusão mental,
tremores)
APRESENTAÇÃO: 1cápsula=1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 mg
Exelon solução oral 2mg/ml
• Galantamina (Reminyl)
Aprovado pelo FDA em março de 2001. Duplo mecanismo de
ação: inibição reversível da acetilcolinesterase e atividade
moduladora sobre receptores nicotínicos.
Posologia: 24 horas (com refeições)
Dose inicial 8mg ao dia, 4 semanas depois 16 mg, 4
semanas depois, 24 mg.
Efeitos colaterais: gastrointestinais, tontura, cefaleia,
sonolência, redução de peso, confusão mental, agitação e
tremores.
Apresentações: 1cps=8,16 e 24 mg.
• Memantina (Ebix, Alois, Zider)
Indicação: doença de Alzheimer moderada a avançada
Ação: antagonistas dos receptores de neurotransmissores
glutaminérgicos
Posologia: 10 mg 12/12 hs (Iniciar com 5 mg e aumentar
5mg/semana)
Efeitos colaterais: alucinações, desorientação, cefaleia, cansaço
Apresentação: 1cp=10 mg

EXISTEM OUTROS AGENTES , MAS SEM EVIDÊNCIAS


TERAPÊUTICAS COMPROVADAS
(BLOQUEADORES DOS CANAIS DE
CÁLCIO/FOSFATIDILSERINA/ANTIOXIDANTES...)
EM ESTUDO
• VACINAS PARA ALZHEIMER
• DROGAS QUE VISAM A REDUÇÃO DA PRODUÇÃO DE
PROTEÍNAS BETA AMILÓIDE
• AGONISTAS MUSCARÍNICOS
• TERAPIA GENÉTICA
• TRANSPLANTE DE PRECURSORES NEURAIS
Demência relacionada à Doença de Pick (demência do
lobo Frontal)
• Histopatologia: inclusões de corpos de PICK (autópsias)
• Prevalência baixa
• Características: modificações precoces de personalidade
deterioração do comportamento social
incontinência emocional
comportamento desinibido
alterações de linguagem
piora cognitiva e apraxia costumam ser tardios
reflexos primitivos (sucção)
apatia ou agitação extrema
Diagnóstico diferencial: sobretudo com Alzheimer.
Demência vascular
• Pode estar associada a demência de Alzheimer
• Fatores de risco: HAS, DISLIPIDEMIAS, DIABETES MELLITUS 2
• Critérios diagnósticos:
• Demência
• sinais focais neurológicos ou acometimento cerebrovascular
• confirmação por métodos de imagem
• Sinais e sintomas: início normalmente abrupto, sintomas relacionados à região
cerebral comprometida
• Associação a: resposta plantar extensora, paresias, parestesias, distúrbios de
marcha, hiperreflexia.
• Tratamento: controle dos fatores de risco, antiagregantes plaquetários,
endarterectomia e anticoagulação, medidas de reabilitação para reduzir os
danos.
Demência por Corpos de Lewy
• Histopatologia: presença de inclusões hialinas
intracitoplasmáticas em neurônios corticais e subcorticais.
• Evolução rápida
• Suspeita diagnóstica: TRÍADE:
1. FLUTUAÇÕES DE DESEMPENHO COGNITIVO
2. PRESENÇA DE ALUCINAÇÕES VISUAIS COMPLEXAS/
ALUCINAÇÕES AUDITIVAS
3. SINTOMAS EXTRAPIRAMIDAIS (SINAIS
PARKINSONIANOS-rigidez, bradicinesias, fala arrastada e
hipofonética, tremor, lentificação da marcha)
Hipersensibilidade a Neurolépticos
Demências reversíveis
• Principais etiologias:
1. Medicamentos: anticolinérgicos, psicotrópicos, sedativos, hipnóticos,
analgésicos
2. Álcool:: intoxicação, síndrome de abstinência
3. Distúrbios metabólicos: deficiência de vitamina B12, doenças tireoideanas,
hiponatremia, hipercalcemia, doenças hepáticas e renais
4. Infecções do SNC, neurossífilis
5. Depressão: pseudodemência depressiva
6. Doenças do SNC: neoplasias, hemtoma subdural, meningite
7. TCE
8. Hidrocéfalo de pressão normal (distúrbio da marcha, déficit cognitivo,
incontinência urinária)
Tratamento sintomático dos distúrbios comportamentais
• Alucinações, ilusões, agitação, agressividade e insônia: neurolépticos (ou antipsicóticos)
• O que difere os antipsicóticos são os efeitos colaterais
• Agentes com alta potência : acatisia, sintomas parkinsonianos
• Baixa potência: sedação, confusão mental, hipotensão ortostática, efeitos periféricos
anticolinérgicos
• Haloperidol e flufenazina (alto potência) – maior risco de síndrome neuroléptica maligna e
discinesia tardia.
• Haloperidol deve ser evitado o uso a longo prazo, mais indicado para uso agudo no
delirium.
• Tradicionais:
Fenotiazidas(Clorpromazina/Trifluoperazina/Flufenazina/Periciazina/Levomepromazin
a
Tioridazina- maior ganho de peso
Haloperidol
Neurolépticos Atípicos (última geração)
• Menos efeitos adversos (dose dependente), mais eficácia que os
tradicionais, menor risco de discinesia tardia.
• Atípicos: Clozapina (exige leucometria semanal)
Olanzapina (sem perigo de discrasias sanguíneas, alta
potência em altas doses, sem os riscos do haloperidol, mas com maior
ganho de peso)
Risperidona – maior risco de sintomas parkinsonianos (doses
menores que 4-6 mg tem menos efeitos extrapiramidais)
Quetiapina (aumenta risco de catarata)
Ziprazidona menor risco de sintomas parkinsonianos
Aripiprazol
OBSERVAÇÕES
• Contra-indicado o uso de benzodiazepínicos, que pioram a
memória , aumentam o risco de confusão mental e quedas.
• Exceto em caso de síndrome de abstinência.
• Tratar sempre depressão quando associada: ISRS,
VENLAFAXINA.
DOENÇAS MENTAIS NO IDOSO
• A esquizofrenia residual apresenta histórico claro de doença
mental prévia. Iniciada na adolescência ou na fase adulta jovem.
• Em um estudo realizado pelo Instituto Regenstrief e pela
Universidade de Indiana, acompanharam-se mais de 30000
adultos idosos durante dez anos e verificou-se que a taxa de
diagnóstico de demência em pacientes com esquizofrenia é duas
vezes maior em relação à dos pacientes sem esse transtorno.
Ainda não se sabe o porquê da relação, mas é provável que seja
por conta da patologia estabelecida pela esquizofrenia ou, até
mesmo, pelo fato dos médicos reconhecerem como demência o
que, de fato, seria uma dificuldade de comunicação desses
pacientes.
Diagnóstico Diferencial
GIGANTES DA GERIATRIA II
(CONTINUAÇÃO)
PAAB VIII
Profa. Cícera Amanda Mota Seabra
Médica de Família e Comunidade
IATROGENIA
• DO GREGO: IATROS = MÉDICO
GENO = QUE PRODUZ, ORIGEM
IA = DOENÇA
“Prejuízo provocado a um paciente pela omissão ou ação de profissionais
de saúde, mesmo que a intervenção tenha sido bem indicada e
adequadamente realizada.”
Doenças ou danos causados a alguém por um ato médico, seja este ato
terapêutico ou cirúrgico.
A ação médica é de óbvia intenção benéfica.
Danos : psíquicos, farmacológicos, instrumentais.
Exemplos de iatrogenia
• Fratura decorrente de
• Mialgias após caminhada atividades de fisioterapia.
de grupo de hipertensos. • Alergia provocada pela vacina
• Desnutrição por prescrição contra o tétano.
inadequada de dieta. • Cistite após passagem de
• Hematoma após sonda vesical de alívio.
venóclise. • Fibrilação ventricular por
• Epigastralgia após AAS. intoxicação digitálica.
Tipos de Iatrogenia
• SUBSTRATIVA: NÃO ADOTAR CONDUTAS
NECESSÁRIAS (“VELHICE”)
• ADITIVA: MEDICAMENTOS, DIETAS, CONSELHOS,
ETC...
IATROGENIA FARMACOLÓGICA EM IDOSOS
• AUMENTA AS CHANCES:
1. Taxas mais altas de analfabetismo (prejudicando a correta
utilização da prescrição)
2. Tem mais doenças e frequentam mais os serviços de saúde –
aumenta as chances de sofrerem intervenções diagnósticas e
terapêuticas, mesmo que bem indicadas
3. Idoso tem 2-3 X > chance de reações adversas a drogas do que
os jovens
4. 51% das mortes devido a reações adversas a drogas ocorrem em
idosos
5. Quadros clínicos com múltiplas doenças crônicas – polifarmácia-
interações e efeitos colaterais.
ENVELHECIMENTO- As alterações fisiológicas afetam
farmacocinética e farmacodinâmica

• Maior suscetibilidade às reações adversas


• O efeito patogênico de uma droga ou da interação entre
duas ou mais drogas.
• Cascata Iatrogênica
Drogas associadas ao esquema para combater efeitos
colaterais de drogas em uso.
Absorção
• Deficiência de vitamina B12- por gastrite atrófica e em
idosos que utilizam cimetidina, ranitidina, omeprazol,
pantoprazol, metformina e drogas anticonvulsivantes
(fenióína, fenobarbital e carbamazepina).
• Deficiência de absorção de Vit. B12 e de ácido fólico.
• Sintomas: parestesias, depressão e alterações cognitivas.
• Tratamento: reposição de vitamina B12 5000 mcg, IM
,semanalmente, durante 1 mês depois mensalmente 6
meses, e depois duas vezes ao ano. E acido fólico VO (1 a
2 mg ao dia).
Distribuição
• Aumento da proporção de tecido • Redução de água corporal total e
adiposo, mesmo em idosos de massa muscular (sarcopenia)
magros. • Aumento da concentração sérica
• Benzodiazepínicos são de drogas lipossolúveis.
lipossolúveis. Consequências: • Lítio, cimetidina, paracetamol,
1. A concentração de equilíbrio da digoxina e álcool.
droga será mais elevada que a • Doses pequenas atingem
de adultos concentrações mais elevadas que
2. Sua eliminação será mais lenta, nos adultos.
e após eliminação do
tratamento haverá grande
quantidade da droga
armazenada no tecido adiposo.
• Efeitos colaterais: sedação leve,
aumenta o risco de quedas e
fraturas.
Distribuição
• Drogas que se ligam a albumina permanecem
inativas enquanto ligadas
• Levotiroxina, fenitoína, warfarin e digoxina
• No entanto, durante doenças subagudas ou crônicas,
em que ocorre redução da albumina sérica, há
aumento da fração livre(ativa) da droga.
• Quando em associação dessas drogas com outras
dessas drogas, pode requerer ajustes de doses (para
baixo).
Metabolismo
• Redução do fluxo sanguíneo hepático e capacidade
de metabolização- aumentam a meia – vida de
algumas drogas. Logo, seu efeito dura mais.
• Doses mais baixas da droga serão suficientes para
a utilização crônica de benzodiazepínicos,
antidepressivos tricíclicos, propranolol, teofilina,
warfarin, paracetamol, salicilatos e fenitoina.
Excreção
• Redução do ritmo de filtração glomerular- aumenta
o tempo necessário para eliminação renal de
algumas drogas.
• Aminoglicosídios (nefrotóxicos- evitar em idosos) ,
IECA, metformina e digoxina.
Nunca usar a digoxina em idosos na mesma
dose de adultos.
(1/2 ou ¼ do comprimido de 0,25mg)
Se basear sempre no clearence de creatinina.
Caso
Dona Josefina, 78 ANOS, 45 Kg e sua
creatinina 1,2 considerada “normal”.
Calculem o clearence de creatinina pela
formula.
FÓRMULA DO CÁLCULO DO RITMO DE FILTRAÇÃO
GLOMERULAR (RFG)
• RESULTADO= 27,5 mL/min
• Dava pra suspeitar só vendo a creatinina?
• Drogas com nefrotoxicidade moderada como AINEs
(diclofenaco/ibuprofeno/nimesulida) devem ser utilizados
com cautela em pacientes com insuficiência renal leve a
moderada.
Critérios de Beers
• listagem dos medicamentos considerados inapropriados e/ou
pouco seguros para serem administrados em geriatria.
• referência para os profissionais de saúde acerca da segurança
de administração medicamentosa na pessoa idosa.
• Baseia-se nas alterações fisiológicas próprias da idade e na
fisiopatologia, que tornam estes pacientes mais suscetíveis aos
efeitos secundários dos medicamentos.
Exemplos de drogas de risco de Iatrogenia em idosos
• Amitriptilina: efeito anticolinérgico intenso,
semelhante a atropina, BAV...
• Fluoxetina: meia vida muito longa, possibilidade de
interação medicamentosa
• Trazodona: risco de hipotensão ortostática
• Nefazodona: alta interação citocromo P450
• IMAO: interação farmacológica e com alimentos
Exemplos de drogas de risco de Iatrogenia em idosos
• Narcóticos: constipação
• Aminoglicosídios: insuficiência renal, hipoacusia
(ototoxicidade/nefrotoxicidade)
• Anticolinérgicos: boca seca, constipação, retenção
urinária, delirium
• Antiarrítmicos: diarreia (quinidina), retenção urinária
• Diuréticos: desidratação, hiponatremia, hipocalemia,
incontinência urinária
• Flunarizina ou antipsicóticos: tremores
Exemplos de drogas de risco de Iatrogenia em idosos
• Benzodiazepínicos: sedação, quedas, alterações da memória e
da atenção
• Neurolépticos típicos: parkinsonismo, sedação, quedas, acatisia
• Antivertiginosos (cinarizina/flunarizina): parkinsonismo, sedação
• Diuréticos de alça e tiazídicos: incontinência urinária, distúrbios
hidro eletrolíticos
• Propranolol: risco de confusão mental, depressão, inibição
miocárdica
• Nifedipina: vasodilatação periférica, risco de hipotensão
ortostática, síncope, quedas.
Exemplos de drogas de risco de Iatrogenia em idosos
• Corticóides: alterações metabólicas e hidroeletrolíticas,
osteoporose
• Warfarina: interações farmacológicas, alto risco de
hemorragias
• AAS: risco de sangramentos da pele, Hemorragias
Digestivas, alterações gastrointestinais
• Metildopa, clonidina, hidralazina: risco de hipotensão grave,
alterações de memória, atenção, delirium, redução do libido
• Derivados imidazólicos: risco de hepatotoxicidade
Exemplos de drogas de risco de Iatrogenia em idosos
• AINE: nefrotoxicidade e alterações gastrointestinais
• Hipoglicemiantes: distúrbios hidroeletrolíticos, alterações glicêmicas
• Bifosfonatos: risco de hipocalcemia, esofagite
• Biperideno: anticolinérgico potente
• Vitaminas: intoxicação A, D, E, K, diarreia, náuseas, constipação
• Digoxina: intoxicação digitálica
• Amiodarona: alterações tireoidianas
• Estatinas: hepatotoxicidade , alterações musculares
• Metoclopramida: parkinsonismos
Risco de Iatrogenia Farmacológica
• Múltiplas patologias associadas
• Tratamento com múltiplos especialistas
• Os profissionais nem sempre procuram se inteirar das
medicações em uso pelo paciente
• Esquemas terapêuticos complexos e prolongados sem
considerar possíveis duplicações (medicamentos de
efeitos semelhantes, ou idênticos com nomes
diferentes)
Precauções
• Evitar usar drogas recém-chegadas ao mercado
• Os idosos quase sempre são excluídos dos ensaios
clínicos
• Cuidado com manipulações
• Embora muitas vezes seja a única solução financeira
para o tratamento
• Cuidados com apresentação em gotas e necessidade de
partir medicamentos
• Cuidados especiais em pacientes depressivos e com
déficit cognitivo (risco de tomar de forma errada )
Fidelidade ao tratamento
• ADESÃO: é melhor quando há explicação do médico sobre a proposta
de tratamento
• NÃO-ADESÃO: ocorrem em 30-50% dos idosos
- nº de medicações utilizadas
- duração do tratamento
- complexidade da posologia
• Má interpretação da adesão
Complicações podem ocorrer se o médico incorretamente assume que o
paciente adere ao tratamento e que a medicação parece ser não efetiva.
Limitações ao tratamento
• Déficits cognitivos comprometendo a capacidade de tomar os
medicamentos de forma correta
• Problemas visuais , osteoarticulares e motores comprometendo a
capacidade de manipular os medicamentos
• Poder aquisitivo: o paciente opta por um medicamento em
detrimento de outro (custo do tratamento)
• Compreensão do tratamento e de sua importância: por limitação
cognitiva e intelectual
• Complexidade do tratamento: número de medicamentos, esquema
posológico, etc.
NORMAS PARA PRESCRIÇÃO
• ESTABELECER DIAGNÓSTICO PRECISO- INICIAR TRATAMENTO COM
OBJETIVO DEFINIDO
• RACIONALIZAR O TRATAMENTO
• UTILIZAR PREFERENCIALMENTE DROGAS BEM ESTUDADAS
• SIMPLIFICAR ESQUEMAS TERATÊUTICOS
• ADEQUAÇÃO DE DOSAGEM: menor dose possível
• ATENÇÃO NAS INTERAÇÕES: se possível substituir
• CERTIFICAR-SE DE QUE O PACIENTE E/OU O CUIDADOR
COMPREENDERAM O TRATAMENTO
• ORGANIZAR O ACOMPANHAMENTO
• MÁXIMO DE EFEITOS COM MENOR NUMERO DE DROGAS E EFEITOS
COLATERAIS
Erros mais frequentemente cometidos
• Uso de medicamentos que trazem mais riscos que benefícios, ou de
custo elevado, quando existem alternativas, mais seguras e
acessíveis.
• Prescrição de medicamentos com interações medicamento-
medicamento e medicamento-doença clinicamente significativas.
• Prescrições inapropriadas (subprescrição - não prescrever
medicamentos que são necessários, principalmente no caso de
pessoas idosas, ou prescrever por tempo insuficiente; superprescrição
- prescrever um ou mais medicamentos do que é clinicamente
necessário, ou por tempo prolongado; sobreprescrição - prescrever
dois ou mais medicamentos para a mesma finalidade).
Erros mais frequentemente cometidos
• Prescrições incorretas: ambíguas (medicamentos antagônicos),
ilegíveis, incompletas (ausência de via de administração, forma
farmacêutica, concentração, duração do tratamento, posologia e
data), com uso de abreviações ou, ainda, rasuradas, com falta de
assinatura ou CRM.
• Prescrições que não levam em consideração as características
individuais das pessoas (função renal ou hepática reduzida, história
de alergia, uso de outros fármacos, gestação, etc.).
• Uso de terapias não baseadas em evidências.
• Ausência de informações verbais (o porquê do medicamento; a forma
adequada de fazer uso de cada substância; a existência de interação
ou não com a alimentação; a importância do cumprimento dos
horários estabelecidos; formas de armazenamento, etc.) e não
elucidação das dúvidas da pessoa.
• Não monitorar a ação do medicamento prescrito.
Como desprescrever medicamentos
• A desprescrição é o processo de desmontagem da prescrição
de medicamentos por meio de sua revisão e análise, levando à
modificação de dosagens, à substituição ou eliminação de
alguns fármacos e à adição de outros.
• Polifarmácia: problema de saúde pública prioritário.
Estudo de coortes de Minas Gerais, se comprovou como a
proporção de idosos polimedicados aumentou 17% em 11 anos
(de 29,1 %, em 1997, para 46,6%, em 2008).
CONSEQUÊNCIAS DA POLIFARMÁCIA E DO USO DE MEDICAMENTOS
INADEQUADOS
Consequências clínicas Consequências do aumento da mortalidade
• Diminuição da adesão ao tratamento • Consequências legais
• Efeitos adversos dos medicamentos • Responsabilidade civil em caso de danos
• Interações entre os fármacos e entre os ressarcíveis
medicamentos e a doença • Responsabilidade penal por imprudência ou
• Risco de hospitalização, de prolongamento da abandono de funções que ocasionem dano à
hospitalização e de reinternação vida ou à integridade física.
• Risco de quedas e de lesões provocadas por
elas
• Diminuição da funcionalidade física
• Deterioração da qualidade de vida relacionada
à saúde
• Aumento da morbidade
CONSEQUÊNCIAS DA POLIFARMÁCIA E DO USO
DE MEDICAMENTOS INADEQUADOS

Consequências éticas Consequências econômicas


• -Deterioração da relação clínica • Gastos diretos: gasto farmacêutico
• Perda da confiança na assistência à saúde (hospitalar e por receitas). consultas e
Consequências sociais hospitalizações por efeitos adversos,
exames diagnósticos. etc.
• Alterações no papel e nas funções sociais
• Custos indiretos: cuidados e adaptações
do individuo
domiciliares por incapacidade; produtividade
perdida associada ao dano produzido pelos
Consequências na política de saúde e na medicamentos.
saúde pública • Custos intangíveis: dano moral, diminuição
• Medidas legislativas e administrativas da qualidade de vida, deterioração do bem-
• Políticas de saúde estar, etc.
FUNDAMENTOS ÉTICOS DA DESPRESCRIÇAÕ
• Autonomia : capacidade cognitiva/decisões de filhos
ou substitutos
• Ausência de malefícios
• Benefícios
• Justiça
COMO DESPRESCREVER?
• Há duas estratégias diferentes.

1. A do tipo "poda" : trataria de reconsiderar em uma pessoa real seu regime


terapêutico, suspendendo o desnecessário e acrescentando o necessário de
forma individualizada, conforme o estado de saúde do indivíduo e sua
expectativa de vida.

Reduziu o número de medicamentos, o volume de encaminhamentos para


urgências e até a mortalidade em relação ao grupo-controle sem afetar a
qualidade de vida nem o estado mental ou provocar efeitos adversos relevantes.
Contudo, por tratarem-se de estudos preliminares, que não estão isentos de
vieses importantes, não se pode assegurar que essa estratégia seja
recomendável até o momento.
COMO DESPRESCREVER?
2. O tipo "corte seletivo“: Tratar-se de, urna vez reconhecido que um
determinado fármaco é inapropriado para uso em uma população concreta,
revisar um a um todos esses indivíduos para identificar aqueles que usam o
medicamento e agir em seguida.

Esse tipo de intervenção também costuma ser útil para retirar medicamentos
inadequados, sendo ainda mais factível que o anterior por consumir menos
tempo e ser mais eficiente, embora considere menos o contexto individual e
sóciofamiliar.
Em quem desprescrever?
• Se adapta e se justifica de uma forma mais adequada e aceita nas
pessoas que se encontram em situação terminal.
• Por extensão e pelos mesmos motivos, ela pode ser aplicável a
idosos frágeis cuja expectativa de vida é curta na maioria dos
casos.
• Contudo, se considerar que a desprescrição deve e pode ser um
processo que acompanhe sempre a prescrição, qualquer momento
pode ser bom, sobretudo, quando se vão acumulando
medicamentos no regime terapêutico, após mudanças clínicas
relevantes ou situações vitais que modifiquem a percepção e a
atitude da pessoa em relação aos medicamentos.
De quem é a responsabilidade ?
• Diferencia-se a desprescrição realizada por agentes externos (em geral
farmacêuticos ou geriatras) ou por profissionais "de cabeceira'', com forte
vínculo com o indivíduo (médicos e enfermeiros de família e comunidade).
• Os primeiros conseguem maior objetividade em suas avaliações, enquanto os
segundos têm urna visão mais integral e são mais aceitos pelas pessoas, pois
a acessibilidade e a longitudinalidade próprias da atenção primária favorecem
o estabelecimento de urna relação de confiança. Algumas vezes, o processo
pode ser realizado por equipes rnultiprofissionais.
OBRIGADA.

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