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Poesia de Luis Vaz de Camões

Análise do poema “Perdigão perdeu a


pena”
Características da poesia camoniana
• A poesia de Luís de Camões pode ser dividida em duas instâncias: lírica e
épica.
• A sua produção lírica, por sua vez, reparte-se duplamente, numa lírica
tradicional e uma lírica erudita.
• O lirismo tradicional camoniano dialoga com as produções medievais,
especialmente em seus aspectos populares, como o emprego da medida
velha e de temáticas relacionadas à vida no campo.
• Além disso, recupera formas poéticas típicas da passagem do medievo para a
Idade Moderna, como as esparsas (poemas de temática amorosa, geralmente
com única estrofe e seis sílabas poéticas) e os vilancetes (poemas com um
mote/motivo e voltas, ou seja, glosas, usando a medida velha).
• Como exemplo de um poema lírico tradicional, em Camões, temos “Perdigão
perdeu a pena”:
“Perdigão Perdeu a Pena”!

Perdigão Perdeu a Pena


Não há mal que lhe não venha.

Perdigão que o pensamento


Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.

Quis voar a uma alta torre,


Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.
“Perdigão perdeu a pena”
Mote

Perdigão perdeu a pena,


não há mal que lhe não venha.

Voltas
Perdigão, que o pensamento
subiu em alto lugar,
Perde a pena do voar,
ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
asas, com que se sustenha:
não há mal que lhe não venha.

Quis voar a uma alta torre


mas achou-se desasado
e, vendo-se depenado
de puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
lança no fogo mais lenha:
não há mal que lhe não venha.
Luís de Camões
TEMA: O Amor [não correspondido: o assunto]

O tom que se evidencia do poema é espirituoso devido, sobretudo, ao jogo


de palavras, ou trocadilho, com a palavra “pena”. Este jogo desenrola-se
entre o significado e o significante (polissemia) considerando as
virtualidades semânticas do vocábulo “pena”

• Pena do voar = sonho


• Pena do tormento = realidade
• Pena do escrever = escrita
• O drama íntimo latente no verso não há mal que lhe não venha. passa a
drama universal: não há mal que venha só e assim, um quadro simples
conduz a uma ideia universal.
• Métrica - redondilha maior
• Rima ABBAACC - interpolada em A;
emparelhada em B, A e C.
• Camões, vendo a triste e pequena perdiz (Perdigão) depenada,
considera que todos os males do mundo se abatem sobre ela:
as penas, a essência de seu voo e de sua própria experiência de
existir, deixam-se ir e a esvaziam por completo.

A falta da pena de voar lhe traz a presença da pena castigo e da


pena sofrimento, que mais aumenta quando maior é a queixa.

Essa recursiva antropomorfização da ave, que pode se queixar,


pensar e atormentar-se, tende a incomodar o leitor atento,
como se houvesse mais algo a ser dito: por que Camões se
incomodou tanto com as penas da Perdiz?
• Segundo alguns biógrafos, este poema parece estar relacionado com um amor,
não correspondido, pela infanta D. Maria, última filha do rei D. Manuel, uma das
mulheres mais cultas, ricas e belas do seu tempo, que dificilmente estaria ao
alcance de qualquer "perdigão ousado".
• A perdiz, fêmea do perdigão, representa em muitas culturas o apelo ao amor e é
símbolo da beleza feminina. No entanto, na tradição cristã, ela é símbolo da
tentação e da perdição.
• Perdigão, ave personificada, também pode simbolizar o homem cuja ambição foi
desmedida.

• Perdigão, ave personificada, também pode simbolizar o homem cuja ambição foi
desmedida. Este ‘ensinamento’ foi muitas vezes reproduzido e reinventado ao
longo da nossa história e literatura, salientando-se o mito de Ícaro como um dos
mais significativos.
Polissemia da palavra “pena”
O poema "Perdigão Sonho
perdeu a pena" assenta pena (parte do corpo da ave
nas virtualidades da que remete para o campo
palavra pena, que é semântico de voar)
- "E, vendo-se depenado,"
usada em diferentes
- "Mas achou-se desasado;"
aceções estabelecendo
uma contraposição Realidade
entre o sonho e a pena (sentimento de
realidade. tormento)
• "De puro penado morre."

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