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IGREJA E “PÓS-

MODERNIDADE”:
NA CRIAÇÃO
E PRESERVAÇÃO DO
MUNDO

Acir Raymann
Igreja e pós-modernidade
Criação como narrativa polêmica-apologética
Criador e Criação
Criação e beleza
Criação na esteira da Reforma
Criação e sofrimento
Igreja e preservação da criação
Como deve o pastor/congregação tratar o tema da
CRIAÇÃO num contexto de mundo em que vivemos?

Dentro da Igreja, uma verdade, fora dela...


NÃO discutiremos neste momento:
Evolucionismo
Design Inteligente
Ateísmo, etc.

O FOCO É A AFIRMAÇÃO BÍBLICA DA


CRIAÇÃO
1. IGREJA E PÓS-MODERNIDADE
Nosso ensino sobre a criação tem identidade
e potencial para se conectar com a cultura
de hoje?
DIZER “SIM”

Contrassenso: pós-modernistas são relativistas.

Para eles, a verdade não é objetiva ou revelada,


mas uma construção pessoal ou cultural.

São subjetivos: a verdade é absolutamente flexível,


sujeita ao contraditório.
Os luteranos, por outro, são bastante
objetivos.
Têm suas doutrinas, todas tidas como
verdade absoluta.
Creem na presença objetiva de Cristo
no pão e no vinho e na água.
Houve tempos em que os cristãos foram anfitriões da
cultura; hoje são convidados dela. Diferença?
Se optar pela AGENDA DO MUNDO, a igreja se torna
CONVIDADA DO MUNDO. Pode envolver princípios, ética,
valores, teologia.

O cardápio que começou a ser oferecido para a Igreja


começou a ser preparado no século 18, com a assim
chamada era Moderna.
A. ERA MODERNA
Segundo alguns, a era “moderna” começa em 14 de julho
de 1789 com a tomada do muro da Bastilha, em Paris.

A Revolução Francesa reverteu a antiga ordem: novo


regime baseado na Razão.
As antigas tradições foram apagadas.
Novo calendário expurgou os dias festivos da Igreja.
Na Catedral de Notre Dame, os
vitrais, as cruzes e outros
utensílios religiosos foram
destruídos.

Cerimônia envolveu a coroação


de uma mulher, rededicando a
Catedral e a nação à deusa da
Razão.
Para os padrões
do Iluminismo, o
O século 18
Cristianismo
A razão passa a passa a ser
cometia o erro de
reinar investida conhecido
ser
de fé religiosa e como a era da
sobrenaturalista
devoção. Razão ou do
e dependente de
Iluminismo.
revelação divina
e de milagres.
O século a RAZÃO recebe a companhia da revolução
científica.

Com respeito à criação, o Iluminismo propunha que a


crença num deus era necessária, mas depois era
supérfluo.
Com Charles Darwin (1809-1882)
a criação podia ser explicada
apenas em termos de um processo
natural. “A luta pela sobrevivência”.

Um deus era dispensável visto que


os seres humanos se tornavam
cada vez melhor desenvolvidos.
Consequência: descartamento das tradições,
descobertas, conquistas e valores.

Surgem a arte moderna, a poesia, a arquitetura, o


design – e a teologia moderna.
A teologia moderna promovia uma abordagem crítica e
científica à Bíblia esvaziando-a de elementos
sobrenaturais.

Ao mesmo tempo, enquadrava o Cristianismo num


conjunto de novas “modernas” ideias como a psicoterapia,
existencialismo, marxismo.

Estes passam a ser o novo anfitrião.


Historiadores afirmam que a era “moderna” terminou
exatamente 200 anos depois da tomada do muro da
Bastilha em 1789. Ela termina com a queda de outro
muro, a do muro de Berlim em 1989.
B. A ERA PÓS-MODERNA
A era pós-moderna tem Consequência:
suas origens na década Woodstock - consumo
de 1960. de drogas, revolução
Reação à guerra do sexual, aborto.
Vietnam e à sociedade Consequência mais
tecnocrática. Culmina na ampla: movimentos de
“contracultura” libertação de grupos
encontrando abrigo nos minoritários, mulheres e
campi universitários. homossexuais.
Zygmunt Bauman: o que
era sólido passa a ser
líquido.
A instantaneidade como
valor em lugar do fixo e
durável.
Bauman:
“Despreocupação com a
eterna duração em favor
do carpe diem”.
Certeza e verdade são relativizadas.
A condição humana pós-moderna pode ser resumida nas
palavras de uma jovem cantora de punk-rock:

“Pertenço à geração em Branco. Não tenho


crenças. Não pertenço a nenhuma
comunidade, tradição ou qualquer coisa
assim. Estou perdida neste vasto, vasto
mundo. Não pertenço a parte nenhuma. Não
tenho identidade alguma.”
A busca por compensações de qualquer
natureza justificam atos e medidas.

Prazer, satisfação, hedonismo.


Uma coisa é certa: Deus está alijado de qualquer atividade
humana.
Esta é a realidade/mito que nos cerca como IGREJA.
Como nos sentimos em relação a essa tendência?
Edvard
Munch –
“O Grito”.
Pergunta:
nesse contexto podemos falar de
Deus e sua criação de forma
positiva, proativa, confessional?
2. CRIAÇÃO COMO
NARRATIVA
POLÊMICA-
APOLOGÉTICA
A. Monte Nebo – a visão telescópica de Moisés.
Moisés escreve a maior parte do
Pentateuco nas campinas de Moabe
(Dt. 31.9, 24).
Monte Nebo: visão divina
“Gileade até Dã, todo o Naftali,
Efraim e Manassés, toda terra de
Judá até o mar ocidental, o
Neguebe, o vale de Jericó até a
região de Zoar” (Dt 34.1-3).
A menção da geografia esconde coisas boas e nem
tanto.
Boas: as tribos, a terra do Messias;
As nem tanto: terra habitada (Gn 15.18-21)
e religiosidade hostil: alerta.
“Não fareis segundo as obras do Egito, em que
habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de
Canaã, para a qual eu vos levo” (Lv 18.3).
A nova geração: terra Prometida.
Mas também o desafio da idolatria e de mitos -
principalmente o da criação.
O livro de Gênesis ao falar sobre a criação do mundo e
do ser humano leva em conta essas narrativas e reage
contra elas para retratar a verdade do Criador.

Fora da revelação, o ser humano cria os seus


mitos...
Deus se revela na Escritura também para
derrubar mitos.

Deus desmitifica:
Polemiza/questiona o mito criado e
afirma/defende a verdade revelada.
B. MITOS
Que mitos são esses?

É importante lembrá-los?

Têm a ver com a igreja hoje?


Em 1849, entre as ruínas da
biblioteca de Assurbanipal,
Austen H. Layard descobriu
um antigo mito da criação:
Enuma elish.

7 tabletes.
Alvoroço: este mito da criação era o pano de fundo
de Gênesis 1?
Gênesis não seria revelação divina (verdade
objetiva), mas cópia, extensão do mito babilônico
(verdade subjetiva).
Pergunta: Por que abordar esse assunto?
Nossos filhos, confirmandos, universitários...
Pastores?
Enuma elish começa com uma guerra entre os
deuses: Apsu (águas doces) e Tiamat (águas
salgadas).

Para evitar a vitória do mal, Marduque enfrenta


Tiamat numa batalha.

O corpo de Tiamat explode(!): terra e céus.


O mundo se origina de uma divindade do mal.
Marduque aniquila o filho de Tiamat, Kingu, e do
sangue dele forma os humanos para serem
escravos dos deuses.
Uma das mais
Embora haja algumas importantes é recente:
supostas semelhanças não há consenso
com Gênesis, as quanto à data da
diferenças são composição do mito
marcantes. babilônico.

Alguns o datam no tempo do


rei Hamurabi (séc. 18).
Outros...
Se esta data de 1100 for aceita, ela coloca o mito babilônico
cerca de 300 anos depois de Moisés.

Gênesis Mito

1400 a.C. 1100 a.C.


(Moisés)
Mais: o próprio texto de Gênesis não fala em “sol” e
“lua”, luzeiro “Maior e Menor” (Gn 1.16).
Em hebraico, o termo “Sol” é “Shemesh”.
Mito: é “Shamash”.
A lua...
Gênesis é polêmico-apologético.
Catequese de Deus: proteger o seu povo que Ele:
 tirou da escravidão do Egito,

 batizou no mar Vermelho (1Co 10) e

 confirmou no monte Sinai (Êx 19).

Agora, o prepara para o mundo...


De forma polêmica-apologética, olhando para o
futuro, o SENHOR alerta a que Israel evite
estabelecer relações sincretistas com os
povos/deuses de Canaã.

Acolher o mito é aceitar o cardápio;


é negar a historicidade de Gênesis.
E isso tem implicações...
Comparando Gênesis 1 com outras
narrativas da criação, podemos destacar 3
diferenças.
1ª diferença

Gênesis 1 Religiões do mito


Deus e matéria são Deuses e matéria têm
excludentes. origem numa
substância indefinida,
Gênesis 1 fala do mas eterna.
Deus que cria do
nada (ex nihilo). Hoje?
2ª diferença:
deuses eram parte
de um perpétuo Nascimento
ciclo do cosmos:

Morte
Procriação

Envelheci-
mento/Doença
3ª diferença:

Nenhum deus no mundo antigo era supremo.


Embora houvesse rodízio no panteão, nenhum
tinha “todo o poder”.
Em Gênesis 1:
Deus não está sujeito aos ciclos do cosmos, mas ele
introduz no mundo material o tempo e o espaço (Gn
1.3-4, 6-7).

Estes ciclos seguem trajetória precisa num universo


de bilhões de estrelas e planetas que nos encantam a
cada dia pelas descobertas da ciência.
Constelação Sagitário
Uma partícula do cosmos pode ser bela mas não é
parte de Deus. Toda partícula é criação.

Por isso, Deus não deve ser adorado através de


qualquer imagem (pesel) (Êx 20.4; Dt 4.11-12).

Mas, o ser humano cria seu deus...


Igreja Caminho do Futuro.
O propósito: “desenvolver e promover a criação (!) de
uma Divindade baseada na Inteligência Artificial (IA)”.
O messias é Antonny Levandovski.

O mito continua... Até onde?


Leitura do pensamento?
3. CRIADOR E CRIAÇÃO
Jan
Brueghel
(1568-1625)
Terence Fretheim, falando da criação, afirma que
SENHOR é um “Criador relacional – e que criou
um mundo relacional.”
O mundo é como uma enorme
teia.
Toda criatura se relaciona com
a outra.
Há reverberação.

Os seres humanos estão de tal


forma interconectados com o
resto da criação que a queda
de Adão e Eva tem um efeito
devastador sobre o mundo
todo.
Exemplos:
• O solo produzindo espinhos e ervas daninhas
(Gn 3.17-18);
• O mundo sendo inundado pelo dilúvio como
resultado da corrupção humana (Gn 6-8);
• Sodoma e Gomorra - desastre ecológico devido
à sua perversidade (Gn 13 e 19);
Mas a teia se estende também no plano da redenção.
O que o SENHOR faz na redenção é obra que beneficia
toda a sua criação.

Exemplo: a libertação de Israel do Egito tem em vista não


apenas Israel, mas toda a criação .

Pois o SENHOR diz “para que o meu nome seja anunciado


em toda a terra” (Êx 9.16). Missão: o que o SENHOR faz...
4. CRIAÇÃO E BELEZA
Há muita beleza e variedade na criação.

Animais vertebrados: 66.178

Animais invertebrados: 1.305.250

Plantas: 1.730.725
 Todaa criação testemunha o poder, a beleza, a
sabedoria e o prazer de Deus.
 O Cântico dos Anciãos atribui glória a Deus “porque
criaste todas as coisas e por tua vontade [prazer] elas
vieram a existir” (Ap 4.11).
Irineu: “Deus criou Adão e Eva não
porque Deus precisasse da companhia
do ser humano, mas para que tivesse
alguém a quem conferir os seus
benefícios”.
Deus não apenas confere benefícios,
Ele recruta sua criação como parceira:

Através de
Deus age nós, seres
através do humanos,
solo para para criar
produzir sucessivas
vegetação. gerações
(mistério).
Toda a criação tem sua linguagem própria
nessa parceria com o Criador.

O Salmo 19 fala que “os céus proclamam a


glória de Deus, e o firmamento anuncia as
obras das suas mãos”.
A linguagem da criação no Sl 19:

• O dia discursa a outro dia...


• A noite revela conhecimento a outra noite...
• Eles fazem ouvir sua voz...
• Fazem ouvir suas palavras...
Romanos 1 reflete o pensamento do Salmo 19:

“Os atributos invisíveis de Deus, isto é, o seu


eterno poder e a sua divindade, claramente se
reconhecem [pelos homens] desde a criação do
mundo, sendo percebidos por meio das coisas
que ele [Deus] fez” (1.18-20).
Aqui é dito que a criação exalta Deus de 2 maneiras:

2. Testemunhando
1. Louvando a de Deus para nós
Deus (Design
Inteligente).
• Deus não criou a terra para ser um caos, ou ficar vazia.
Ele a “criou para ser habitada” (Is 45.18).

• Deus prepara o cenário, condições e espaços para a


vida. E anuncia: “Que a terra produza…. Que as águas
sejam povoadas…. E a vida explode...
A Criação em Gênesis está inserida em dois períodos simétricos de 3
dias:
Esfera das Habitações Habitantes

1º Dia 4º Dia
Luz, trevas Sol, lua, estrelas
2º Dia 5º Dia
Céu, água Pássaros, peixes
3º Dia 6º Dia
Terra, continente Animais, seres
humanos

7º Dia
A criação de Deus é boa, perfeita, simétrica.

Deus adapta suas criaturas de forma que elas se


encaixem nos espaços e nos contextos para os
quais foram criados.

As criaturas de Deus não foram criadas para


viverem aprisionadas em cativeiro (zoo).
O Salmo 104 descreve a adaptação das
criaturas na natureza de uma forma poética:

• Cegonhas e ciprestes se pertencem.


• Altos montes e cabras-monteses se pertencem.
• Rochas e arganazes se pertencem.
• Leões e pradarias se pertencem.
• Baleias e mares se pertencem.
Há uma reciprocidade entre criatura e ambiente,
simetria entre natureza e vida.

O Criador cuida da criação, em especial da


coroa da sua criação – o ser humano, que se
adapta nas mais diversas circunstâncias e
ambientes.
5. CRIAÇÃO NA ESTEIRA
DA REFORMA
Lutero nem sempre viu a criação do
Reino de Deus por meio do que é
físico.
Viveu no mosteiro. Queria ser mais
espiritual que mundano.

A descoberta do evangelho levou


Lutero a abraçar a criação de Deus
como boa e espiritualmente
importante.
E Katarina...
Lutero adquiriu
encantos pela natureza
e fazia uso dela com
frequência para ilustrar
a teologia bíblica.

Bornkamm registra que


Lutero escreve num
volume do autor grego
Plinio: “Toda a criação é
o mais belo livro ou
Bíblia; nela Deus faz
uma descrição e pintura
de si mesmo”.
Nos vários fenômenos da natureza Lutero via a
presença viva de Deus.
“As nuvens são como
pássaros alados; são as
asas de Deus.
De dentro do seu castelo
impregnável de nuvens,
Deus lança seus raios.”
“As montanhas se
derretem diante Dele.”
Uma tempestade é, para
Lutero “os eternos profetas”
significando que mesmo
neste tempo da graça, o
terror da lei de Deus pode
tomar conta da nossa
consciência.”
“O orvalho que desce na madrugada da primavera é a
imagem do Espírito Santo, que se alegra em criar cristãos”.
“A madrugada é uma
pintura do cristão, que é
santo e pecador numa
pessoa, que não é noite
nem dia mas a cada
momento muda para dia
à medida que a sombra
da noite vai recuando”.
“E a aurora do céu dourado
representa a proclamação
consoladora e alegre do
Evangelho.
O milagre da presença de Cristo na
Santa Ceia é explicado pelo
milagre do nascer do sol, que
nasce para todos sem ser dividido”.
Lutero não perdia a
oportunidade para pregar
sobre os pássaros no céu
e os lírios do campo;
e acrescentava para
“vergonha nossa” porque
não temos olhos nem
ouvidos para sua
mensagem.
Num sermão sobre Mateus 6.24, ele afirma:
“Os pássaros, sadios e bem nutridos, que têm roupas, calças
e jaquetas, que têm cozinha e celeiro tão grandes que não
podem explorá-los por inteiro, estes nos olham e perguntam:
“Ô gente, vocês precisam mesmo ir à Feira de Frankfurt para
comprar roupas?”

Os pássaros são, para Lutero, como os santos vivos. Eles


trabalham e voam daqui para lá à medida que precisam, e
com alegria esperam que Deus tudo proverá.
Lutero se encantava com a
propagação dos peixes e aves
por meio dos ovos. “Se um ovo
não fosse coisa familiar para nós
e alguém o trouxesse de
Calcutá, que fascinante isto
seria!”. carpa...

“Mas prestamos pouca atenção


neles porque são tão comuns.”
No seu debate com Erasmo, que não
entendia a ação de Deus na criação,
Lutero diz que em suas criaturas
reconhecemos a força da Palavra de
Deus – inclusive o interior do caroço de
um pêssego.

Embora a casca do caroço seja muito


dura, ela deve abrir-se no tempo certo por
força do cerne bem macio que está
dentro dela.
???
E arremata:
“Erasmo olha as criaturas
de Deus como a vaca
olha para o portão novo
do celeiro.”
Em 1524 Andreas Carlstadt se opôs a Lutero dizendo que
os cristãos deveriam se afastar das coisas terrenas,
coisas criadas.
Dizia que a Santa Ceia não garantia perdão de pecados
porque, como parte desta criação, ela é incapaz de atingir
a profundeza da alma.

Lutero refuta esse divórcio entre criação e redenção. Diz


que o Pai age através do corpo do seu Filho para nos dar o
Espírito Santo e a vida.
Para enfatizar a presença real do corpo e sangue de
Cristo na Santa Ceia, num sermão sobre a Santa Ceia,
Lutero pergunta:

“Estamos nós devorando Cristo na Santa Ceia?


Claro que não, esse tipo de alimento [pão e vinho]
é que devora a nós!”
Lutero faz uma analogia com a criação, a
metáfora do lobo que devora a ovelha.
É como se um lobo devorasse a ovelha, diz
Lutero, mas a carne da ovelha é tão forte e
robusta que ela transforma o lobo em –
ovelha.
Assim, quando comemos o corpo de
Cristo fisicamente e espiritualmente,
este alimento é tão poderoso que nos
transforma em si mesmo.
Por fim,
Lutero estimula as crianças a
apreciar as belezas da criação.
Num sermão de 1530 encoraja as
crianças a abrir seus olhos e
ouvidos com fé e ouvir. Assim, diz
ele, quando você vir uma vaca no
campo, imagine ela dizendo:

“Alegre-se, fique contente! Eu trago para você leite e


manteiga da parte de Deus”.
6. CRIAÇÃO E
SOFRIMENTO:
JÓ 38-41
Jó passa por severas Jó acusa Deus de
provações. injustiça. “Por quê?”

A situação começa a
mudar quando “do meio
de um redemoinho
[criação, máscara], o
SENHOR dialoga com
Jó” (38.1).
O que Deus diz a Jó?
Não é discurso filosófico sobre a origem do mal.
Não é defesa (apologia) da justiça de Deus.
O foco de Deus está na criação de Deus.
O SENHOR aponta para
10 fenômenos físicos da criação e cita
9 espécies de animais.
Deus pede que Jó preste atenção:
• tamanho da terra;
• mecanismo dos oceanos: como são mantidos
separados dos continentes;
• mecanismo do ciclo dia e noite;
• fonte da luz;
• como a chuva, o gelo e a neve são produzidos.
Em seguida Deus menciona 9 espécies de
animais para ilustrar os mistérios da vida
criada.
São eles:
• leão
• cabras-monteses
• corças
• jumento selvagem
• boi selvagem
• avestruz
• cavalo
• falcão
• águia
Alguns destes animais são
 úteis aos seres humanos;
 outros são ameaças;
 alguns aparentemente inúteis;
 outros de aparência ingênua;
 alguns espertos;
 outros ferozes e ainda outros misteriosos.
Mas Deus os menciona como exemplos da sua
criação, fruto do seu poder e cuidado.
Pergunta de ordem pastoral:
Não é assim com o sofrimento?
Por vezes tem seu motivo conhecido?

Mas outras vezes o sofrimento é


enigmático, misterioso e muitas vezes
penoso ao ser humano assim como
certos animais podem ser.
Por que a casa caiu?
Jó não recebe do SENHOR uma resposta direta para o seu
sofrimento.
Deus mostra a Jó de como Ele cuida das criaturas silvestres
que vivem à parte da cultura humana:
Deus manda chuva nos desertos, “onde não há gente”
(Jó 38.25-27).
Deus alimenta os filhotes do corvo “quando clamam a
Deus e andam vagueando por não terem o que comer”
(38.41.)
A mensagem é de consolo:

“Eu, o Deus que fez todas essas coisas,


estou aqui e me importo com você.”
A narrativa que conecta sofrimento com criação termina
com a manifestação da graça de Deus revelada nas
bênçãos a Jó também na esfera da criação.
Jó recebe de Deus o dobro do que ele possuía antes:
ovelhas, camelos, juntas de bois e jumentas.
Mas Jó não recebe o dobro dos seus filhos.
7. PRESERVAÇÃO
DA CRIAÇÃO E
IGREJA
vezes Deus diz que o que criara era “bom”.

Na a. vez ele vez ele declara como sendo “muito bom”.

Seguidamente ouvimos essa declaração de Deus como


significando que a criação era perfeita, oriunda da bondade de
Deus.
E era.
Mas precisamos cuidar em como usamos o adjetivo “perfeito”.
De vez em quando usamos o termo num sentido
platônico, significando que ela era estática, imutável
– que nada devia ser acrescentado.

Mas na criação de Deus perfeição não exclui


mudança.

Por isso Deus deu à sua criação poder para crescer e


se multiplicar – e isso implicava mudanças.
Esse foi um desafio que a igreja do período inicial do
Novo Testamento enfrentou. Muito poucos nesse tempo
consideravam o mundo físico como bom e provindo da
bondade de Deus. Conexão com o mito?
Mas o Filho de Deus assumiu um corpo humano.
Maria, você sabia que o seu bebê um dia irá andar sobre as águas?
Maria, você sabia que o seu bebê irá salvar nossos filhos e filhas?
Maria, você sabia que o seu bebê vai acalmar uma tempestade com
a mão?
Maria, você sabia que o seu bebê anda onde os anjos pisaram?
Maria, quando você beija o seu pequeno bebê, você beija a face de Deus?
Maria, você sabia?
(“Mary, did you Know?”)
Mas nós somos daqui da terra.
Deus nos criou da terra para
vivermos na terra.

Deus nos criou diferentes dos


anjos. Não pisamos onde os anjos
pisam.

Se não somos angelicais, também


não somos seres oriundos de
animais.
Além de termos sido criados para a vida na terra, fomos
criados à imagem de Deus e recebemos a tarefa de
preservar a vida na terra.

Esta foi a nossa primeira vocação na terra. (Veith)


O cuidado com a criação, o “domínio” sobre ela está
conectado com a imagem de Deus.

“Imagem” – tselem – termo usado para construção de


imagens de reis.
Nosso domínio deve espelhar o caráter de Deus de dominar
sobre a criação.

Feitos à imagem de Deus indica que ele nos deu habilidade


para criar como reflexo da sua criatividade. Não criamos do
nada, como Adão não criou do nada.
Deus não cria o mundo e se afasta dele.
Não! Deus se interessa e nos envolve no processo
criativo.

Quando homem e mulher se casam, o seu


respectivo DNA contribui para a formação de uma
criança que é única: o mistério da vida.
Envolvimento com ações de preservação/restauração de
beleza faz parte do nosso domínio na criação.

Mas há obstáculos...
A cultura do “custo-benefício” diz:
“Por que gastar dinheiro com isso?”
É o cardápio...
Marcos 14: a mulher que
derramou o “preciosíssimo
perfume de nardo puro” na
cabeça de Jesus. Se
olharmos na perspectiva
apenas do Primeiro Artigo do
Credo, podemos até concordar
com os discípulos:
“Por que esse desperdício?”
“Seria melhor gastar com os pobres...”

Este argumento pode ser usado hoje quando se


precisa cortar a grama ao redor da igreja,
embelezar o jardim,
repor vidros quebrados...

Mas...
Mas Jesus diz: “Ela praticou boa ação para comigo...
ela ungiu meu corpo antecipadamente para a
sepultura”. Jesus dá à ação uma nova perspectiva.

Embora os discípulos e a mulher não entendam, o


gesto dela apontava para beleza da ressurreição e da
nova criação. Seria lembrado toda vez que o
evangelho fosse pregado no mundo.
COMO A IGREJA PODE AJUDAR NA PRESERVAÇÃO
DO MUNDO?
Concordia Lutheran High School (Fort Wayne). “A Sala de Aula de Deus”.
1. Numa era de incertezas, relativismo e mitos:
A Igreja tem a solidez da Palavra que proclama:
Objetiva
Encarnada
Sacramental
2. A terminologia bíblica indica que a vocação
dos cristãos é tríplice: ser reis, sacerdotes e
profetas da criação.

Como reis/rainhas, mantêm a criação;


Como sacerdotes/sacerdotisas, medeiam o
louvor a Deus por ela;
Como profetas/profetisas, proclamam seu
trajeto em direção da nova criação.
3. Num mundo icônico/imagético:
A igreja deve adornar seus templos como o jardim
do Éden (1 Rs 6-8);
4. Olhar para sua
Liturgia como fonte de
perenidade. Conectar
rito com criação (ramos,
cinzas, incenso...)
5. Enfatizar a criação como cristológica
– ela é a única que pode fazê-lo.
CONCLUINDO COM O COMEÇO: Gn 1.1

Nasa
Cristo e criação estão em simetria.
João 1.1-3:
“No princípio era o Verbo... estava com
Deus. Todas as coisas foram feitas por
ele, e, sem ele, nada do que foi feito se
fez.”
1.14: “... e o Verbo se fez carne”.
“Nele [Cristo] foram criadas todas
as coisas” (Cl 1.16).

É fácil perceber a relação entre Cristo


e a criação.
A palavra hebraica em Gênesis 1.1 é reshît.

Provérbios 8.22-23: a Sabedoria fala na primeira


pessoa:
“O SENHOR me possuía no início da sua obra...
antes das suas obras mais antigas...
desde a eternidade fui estabelecida...
antes do começo da terra”.

A Sabedoria é uma pessoa – desde a eternidade.


Se olharmos para Gn 1.1, o termo “reshît”, é traduzido
por “princípio” (tempo).

Mas, pode não ser uma referência temporal, e, sim, a


uma pessoa. Uma pessoa que está acima e antes do
tempo, do espaço e da criação pois sua relação é com a
“eternidade”.

Sugestão: substituir “princípio” por “Cristo” em Gn 1.1.


“Em CRISTO criou Deus o céu e a terra”
(Gn 1.1)
Em Cristo, o Criador entra no tempo e na criação.

Em lugar de mitos, entra “o verdadeiro mito” (C.S.


Lewis): Cristo e sua encarnação.
Criador abraçando a sua criação.
“Gólgota” –
Edvard Munch
Na teologia da cruz está escondida a
beleza do amor de Deus pela sua criação.

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